— Eu falei errado? Só estou dizendo a verdade. — Respondeu Esther, se voltando para Sofia. — Um simples corte não faz diferença para ele, é só um arranhão.Sofia insistiu, com um tom dramático:— Mas eu me preocupo! Mesmo um arranhão dói em quem a gente ama.Ela abriu o kit de primeiros socorros, determinada a cuidar da ferida de Marcelo. No entanto, ele puxou a mão com frieza e respondeu:— Não precisa. O corte é pequeno, em dois dias estará cicatrizado.— Nada disso! — Sofia rebateu, teimosa. — Eu insisto em tratar o ferimento, quem sabe não infecciona? Confie em mim!— Pois é, deixa ela cuidar do ferimento, Marcelo. Ela se importa e assim vai conseguir dormir tranquila. — Disse Esther com uma ponta de ironia e um sorriso contido.Marcelo encarou ela com uma expressão cada vez mais pesada. A situação parecia desconfortável para todos. Esther, sentindo que já tinha observado o bastante, decidiu que não valia a pena prolongar o momento e se afastou.Eduarda era conhecida por seu gosto
Luiz sorriu suavemente, lançando um olhar profundo para Esther.— Talvez seja questão de fé, sabe?— Tem certeza de que precisa mesmo ir? — Insistiu Esther, seu tom cheio de preocupação.Luiz assentiu e respondeu com firmeza:— É necessário, sim. Não precisa se preocupar, já enfrentei muita coisa nessa vida. Prometo que vou voltar são e salvo!Era raro vê-lo tão determinado a se arriscar assim. Mesmo sabendo do perigo, ele parecia resoluto em sua decisão. Esther, com a expressão grave, hesitou, claramente contrariada com a escolha de Luiz.— Posso te dar um abraço? — Pediu Luiz, um sorriso gentil no rosto. — Pode demorar até nos vermos de novo.Esther encarou ele por um instante antes de abrir os braços, aceitando o pedido sem reservas. Ele envolveu ela com cuidado, de forma respeitosa, colocando apenas as mãos em suas costas e dando a ela um leve tapinha no ombro, como se desejasse tranquilizá-la.— Vai ficar tudo bem, pode confiar. — Disse ele, numa voz suave.— Não sei se acredito n
Esther não escondeu sua surpresa.— Diretora? Ah, não! Imagina, eu não entendo nada disso! — Ela riu, nunca tinha pensado nessa possibilidade.Mas Nanda insistiu:— Ah, para de se fazer de modesta! Todos os dias você tá aqui, vai lá, corre pra cá, vê tudo que pode e ainda comenta como ninguém. Tá certo que você acha que sabe pouco, mas, olha, você sempre entende o que está acontecendo e explica direitinho. Acho que você nasceu com esse dom, Esther!— Você está me elogiando demais. — Respondeu, ainda achando graça na ideia.Desde o começo, Esther abraçava esse projeto com a certeza de que seria um sucesso. Ela queria dar uma oportunidade para Melissa e, quem sabe, até aproveitar um pouco do sucesso que viesse como resultado desse projeto. Melissa, que estava sentada ao lado dela, aproveitava o intervalo para tomar água e se reenergizar. Se virando para Esther, comentou:— Eu sei o quanto esse projeto é importante pra você. Afinal, essa é nossa chance de recomeçar. E, olha, se está inter
Ao ouvir aquilo, Lorena quase desmaiou.— Dona Lorena! — Juliana correu para ampará-la, a segurando antes que perdesse o equilíbrio.— Iurani? — Perguntou Esther, confusa. — Que lugar é esse?Juliana se virou para Esther, o rosto carregado de preocupação e irritação.— Iurani é um lugar perigoso! Gente morre ali sem ninguém piscar, entendeu? — Disse ela, em tom áspero. — O que deu nele pra ir até lá? Ele havia me perguntado algo estranho antes. E você, falou alguma coisa que fez ele querer ir?Esther, atordoada, tentou entender.— Que algo estranho ele te disse?Juliana estava aflita, os olhos se enchendo de lágrimas.— Ele me perguntou sobre Iurani, querendo saber o que acontece por lá e se faziam remédios ou drogas naquele lugar. Eu contei tudo! Só que se eu soubesse o que ele ia fazer, teria ficado calada! Achei que ele só estava curioso, mas ele foi pra lá mesmo, sabendo que é perigoso!O coração de Esther apertou, como se fosse cair num abismo.Remédios? Drogas?Estaria Luiz se m
Geraldo lançou a Esther um olhar repleto de angústia e, logo em seguida, seus olhos escureceram, pesados de tristeza.— Estella...— Me conta, Geraldo. — Esther segurou firme a manga da camisa dele, a voz trêmula de apreensão. — É o meu corpo, não é? Tem algo de errado comigo? Ele foi até lá pra buscar um remédio, não foi?— Estella... — A voz de Geraldo vacilou ainda mais, perdendo a firmeza que sempre teve.Ele queria protegê-la, esconder tudo até que ela estivesse bem. Geraldo sonhava em livrá-la de qualquer sofrimento, mas Esther já havia percebido. E agora que as suspeitas dela tinham se confirmado, o desespero era evidente.Esther soltou a camisa dele, os olhos começando a se encher de lágrimas. Uma risada amarga escapou de seus lábios.— Agora tudo faz sentido... Por que sempre me sinto tão fraca, tão sem forças. Meu corpo realmente está piorando, não está? Por isso você ficou ao meu lado o tempo todo, e... — A voz dela se quebrou. — Agora até o Marcelo me deixou, tudo porque es
O olhar de Geraldo seguiu o dela, se fixando na porta com uma expressão tensa. Então, ele se dirigiu até lá e, ao abrir, viu Rita entrando.Ela lançou a ele um olhar apreensivo, que deixava claro que vinha com perguntas na ponta da língua.— Como você está? — Perguntou ela, com preocupação.Mas, ao notar Esther atrás de Geraldo, Rita hesitou, surpresa. Seus lábios se apertaram, e ela preferiu se calar. Para Esther, ver Rita naquele momento foi como levar um golpe. O ressentimento que havia sentido antes se transformou em algo ainda mais sombrio e profundo. Agora que sabia do veneno que consumia seu corpo, a piedade que havia tido por Rita se dissipava rapidamente, dando lugar à raiva e à amargura.Ela avançou com passos firmes, encarando Rita.— Então foi você. — Disse, sem disfarçar o rancor em sua voz.Rita ergueu o olhar, mantendo a calma.— Já faz um tempo, não é? — Respondeu com um tom neutro.Mas Esther não perdeu tempo e foi direto ao ponto:— Esse veneno foi você quem me deu,
No hotel, tudo estava uma bagunça.Esther Moura acordou com uma dor intensa pelo corpo.Ela massageou a testa, pronta para se levantar, e olhou para a figura alta deitada ao lado dela.Um rosto exageradamente bonito, com traços definidos e olhos profundos.Ele ainda dormia profundamente, sem sinal de despertar.Esther se sentou, o cobertor deslizou, revelando seus ombros brancos e sensuais, marcados por algumas manchas.Ela desceu da cama, e no lençol havia marcas claras de sangue.Ao ver a hora, percebeu que estava quase na hora de ir para o trabalho. Pegou o tailleur que estava jogado no chão e vestiu.As meias-calças estavam rasgadas por ele.Ela as amassou e jogou no lixo, calçando os sapatos de salto alto.Ao mesmo tempo, alguém bateu na porta.Esther já estava vestida e pronta, parecendo novamente a secretária eficiente, pegou sua bolsa e foi em direção à saída.Quem entrou foi uma jovem de aparência pura e inocente.Ela quem tinha chamado.Exatamente o tipo que Marcelo Mendes go
Ao ouvir as suas palavras, Esther ficou surpresa e quase torceu o tornozelo. Perdendo o equilíbrio, ela se apoiou nele. Marcelo sentiu seu corpo inclinar e segurou sua cintura. O calor do toque trouxe de volta as lembranças da noite passada, quando ele a tomou com intensidade.Esther tentou se acalmar e levantou a cabeça para encarar ele. Seus olhos profundos eram sérios, com um misto de questionamento e dúvida, como se estivessem prestes a desvendar seus segredos. O coração de Esther batia acelerado. Ela não ousava sustentar o olhar dele por mais um segundo e, instintivamente, abaixou a cabeça.Quando ele pensou que a mulher que estava com ele ontem era aquela que acabou de ver, ficou furioso. Se soubesse que era ela, o destino dela não seria muito diferente.Mas ela não podia aceitar isso. Se Marcelo soubesse que era ela, será que o casamento deles poderia durar um pouco mais?Ela não teve coragem de olhar nos olhos dele: - Por que está perguntando isso?Apenas ela própria sabi