Esther assentiu com a cabeça. Marcelo havia acabado de terminar o soro e decidiu que era hora de comerem algo juntos.Dentro do quarto do hospital, tudo já estava pronto. Marcelo havia preparado uma refeição rica e nutritiva, especialmente pensada para uma mulher grávida. Ele abriu o recipiente da sopa e a colocou diante de Esther, a entregando com um sorriso gentil.Ela tomou um gole, para sua surpresa, o sabor era delicioso, muito melhor do que ela poderia fazer. Nos últimos tempos, seu apetite havia aumentado consideravelmente.Marcelo se sentou à sua frente, a observando enquanto ela experimentava a comida. Esther pegou um pedaço de fígado de porco, mas logo fez uma careta. O sabor estava forte demais para seu paladar.— Isso aqui tá meio forte. Não gostei. Fica pra você. — Disse ela, jogando o pedaço no prato de Marcelo, e logo voltou a tomar sua sopa sem se importar muito.Marcelo olhou para o pedaço de fígado no prato e depois levantou os olhos para Esther, percebendo como ela
Esther ficou surpresa com a atitude dele.— Como você sabia que eu queria comer bolo de morango?Marcelo sorriu com os lábios levemente curvados.— Eu faço mágica.Esther revirou os olhos, sem acreditar na coincidência. Aquilo não podia ser obra de mágica, com certeza. Ela olhou para o armário onde ele havia tirado o bolo e, desconfiada, caminhou até lá para conferir. Ao abrir a porta, ficou surpresa com o que encontrou: o armário estava abarrotado de coisas. Lanches, frutas, bolos, uma variedade de snacks, tudo perfeitamente organizado ali.Ela se virou para Marcelo, que, sem jeito, apertou os lábios antes de se justificar:— São para mim. Eu como isso tudo.Esther riu abertamente.— Você está mentindo. Tudo isso só pra me agradar, né? Aposto que você pensou bastante antes de planejar isso.O rosto de Marcelo ficou um pouco sem cor e ele imediatamente lançou um olhar para Durval, que estava na porta, sem jeito, tentando disfarçar a situação. Ao perceber o olhar do chefe, Durval começo
Esther parecia não entender direito.— O que aconteceu? Que história é essa de seriedade?Durval suspirou, com uma expressão de cansaço no rosto.— Ontem o capitão Marcelo me castigou, me fez treinar até tarde da noite e ainda me acordou antes do amanhecer. Foi de lascar!— Mas ele me disse que você gosta de treinar à noite, não é verdade? — Esther comentou surpresa, sem imaginar que a situação fosse tão difícil.Durval, segurando a vontade de chorar, apenas aceitou o destino.— Se ele falou isso, então é verdade... Gosto de treinar à noite. — Disse com uma expressão derrotada. Quando chegaram ao andar em que morava, Esther disse:— Esperem aqui. Eu já volto. Vai ser rapidinho.— Ok.Durval, como sempre, ficaria atento à segurança dela, mas também respeitaria a privacidade de Esther. O prédio já havia sido inspecionado previamente e, ao que tudo indicava, o ambiente era seguro.Entrando em casa, Esther caminhou com passos decididos, mas ao passar pela porta do quarto de Geraldo, ela h
— Como assim?Esther nunca tinha imaginado ver Geraldo dessa forma. Como ele poderia ter medo de que ela deixasse de gostar dele? Ele, que sempre pareceu tão seguro, tão capaz, alguém que jamais deveria temer a desaprovação de qualquer pessoa.Agora, no entanto, o que ela precisava fazer era cuidar dos ferimentos dele. Esther se aproximou, com uma voz suave, e disse:— Fica quieto, deixa eu tratar esses machucados primeiro.Geraldo ainda parecia hesitante, com os olhos baixos, como se estivesse lutando contra algo dentro de si. Mas Esther já não podia perder tempo, ela queria resolver o problema que estava bem na frente deles. Com mãos cuidadosas, ela desabotoou a camisa dele, revelando a pele clara, marcada por cicatrizes profundas e assustadoras. A visão dessas marcas deixou ela angustiada. Cada cicatriz parecia contar uma história de dor que ela ainda não conhecia.Sobre a mesa de centro havia alguns medicamentos. Ela os pegou e, com delicadeza, começou a aplicar nas feridas. Enquan
Esther levou um susto com a reação repentina de Geraldo.— O que você está fazendo? — Perguntou ela, pressionando a mão contra o peito dele, tentando afastá-lo.Os olhos de Geraldo escureceram e ele respondeu friamente:— Você entra assim, sem mais nem menos, no quarto de um homem que mal conhece, não tem medo de que algo ruim aconteça?Esther manteve a calma e retrucou:— Nós já nos conhecemos há algum tempo.— Você sabe quem eu realmente sou? — Geraldo continuou, sua voz cheia de uma frieza desconcertante.Esther mordeu o lábio, mas não demonstrou medo. Seus olhos encaravam os dele com uma determinação feroz.— Você ousaria? — Ela deu um passo à frente, desafiadora, chegando ainda mais perto dele. — Mesmo que eu não saiba tudo sobre você, será que você teria coragem de fazer alguma coisa contra mim?Geraldo hesitou. O olhar dele se tornou mais complexo, e quando Esther avançou, ele deu um passo para trás. Ela sabia. Sabia que as ameaças de Geraldo eram apenas palavras vazias. Se ele
Quando Durval viu Esther, ele comentou com um leve sorriso de alívio:— Sra. Esther, você demorou. Eu estava quase indo bater à sua porta.Esther não mencionou nada sobre seu encontro com Geraldo, preferindo manter o assunto em segredo.— Estava conversando com minha editora-chefe sobre alguns detalhes. Demorou mais do que eu esperava. Vamos?Durval assentiu, mas ao se aproximar, franziu o cenho, percebendo algo estranho.— Sra. Esther, você está sentindo esse cheiro? Parece... Sangue. Você se machucou?— Não, claro que não. — Esther se deu conta de que o cheiro provavelmente vinha de Geraldo. — Talvez seja Marcelo.Durval não insistiu mais no assunto, mas observou com curiosidade o bralecete de contas que agora adornava o pulso de Esther. O tempo todo, enquanto caminhavam, ela não parava de tocar as contas, como se tentasse decifrar seu significado.Ela não conseguia entender por que Geraldo insistiu tanto para que ela usasse aquilo. Examinando as contas com mais atenção, percebeu que
Melissa ergueu a cabeça e encontrou o olhar de Esther, surpresa.— Você quer me ajudar?Depois de tantos anos na indústria do entretenimento, Melissa já tinha visto de tudo: traições, manipulações e pessoas que só pensavam em se beneficiar. Confiar em alguém nunca foi algo fácil para ela, principalmente nesse meio.Mas Esther era diferente. Melissa sabia que, até então, Esther havia sido honesta e prestativa com ela. Foi com a ajuda dela que os seus vídeos curtos haviam viralizado, ganhando popularidade novamente. Contudo, na feroz competição do mundo do entretenimento, essas pequenas vitórias não eram suficientes.— Esther, não é que eu duvide de você, mas eu conheço muito bem as regras desse jogo. — Melissa hesitou por um momento antes de continuar, com uma expressão séria. — Eu sei que você tem uma ligação com o Sr. Marcelo. Mesmo que ainda não tenham tornado isso público, quem te conhece bem pode muito bem suspeitar que você seja a esposa misteriosa dele.Esther não viu razão para
Depois de se despedir de Melissa, Esther já começou a agir. Ela não perdeu tempo e ligou para Eduarda novamente.— Escreva um artigo, dizendo que o papel de Melissa foi roubado. Fale que foi uma jogada de bastidores, com investimento pesado por trás e manipulação dos interesses.Eduarda ficou um pouco surpresa com o pedido.— Tem certeza de que quer que eu escreva isso? Essa novata não é da empresa do seu marido?Ela estava com receio das possíveis repercussões que isso poderia causar para Marcelo. Era perigoso e elas sabiam que não poderiam provocar uma situação da qual não sairiam ilesas.Mas Esther já não se importava mais com as possíveis consequências. No mundo dos negócios, a competição era constante, até mesmo entre casais. Não havia tanto espaço para sentimentalismos.— Você pode escrever sem medo. Se algo acontecer, eu assumo toda a responsabilidade.Ainda insegura, Eduarda tentou se proteger:— Tudo bem, vou escrever desse jeito, mas se o Sr. Marcelo vier me questionar, não j