— Tá bom. — Esther concordou com um aceno, tentando tranquilizar Diana. — Dorme logo.Diana estava realmente cansada e, em poucos minutos, já havia voltado a dormir. Mas, para Esther, o sono não vinha tão fácil. Sua mente estava inquieta, cheia de pensamentos que não deixavam ela descansar. Ao ouvir Diana falar sobre ir a igreja, ela se lembrou do bracelete de contas de jade verde que Geraldo sempre carregava. Era algo que lhe parecia estranhamente familiar.Na manhã seguinte, foi Diana quem acordou Esther, a sacudindo de leve.— Esther, acorda! Acorda rápido! Aconteceu algo terrível. O Marcelo está em estado crítico! — Disse Diana, sua voz cheia de urgência e preocupação.Os olhos de Esther se arregalaram de choque.— O quê?! — Sua voz saiu tremida, o coração disparando. Num piscar de olhos, ela se levantou da cama, o medo tomando conta. — Quando isso aconteceu?— Agora há pouco! Acabei de receber uma ligação do hospital! — Diana respondeu, tentando manter a calma.Esther rapidamente
— Não aceito isso! Se você quer tanto morrer, então vai e morre de uma vez! — Esther gritou, afastando bruscamente a mão de Marcelo. Sem hesitar, se virou e começou a sair do quarto.— Esther! — Marcelo tentou se levantar da cama para ir atrás dela, mas o movimento repentino puxou seus pontos, fazendo com que ele caísse de volta sobre os lençóis com uma forte dor. Ele começou a tossir sem parar.Esther parou no meio do caminho, seu corpo travado pela preocupação, e se virou para ele. Marcelo estava com a testa franzida de dor, o rosto pálido.Seu coração se apertou ao vê-lo naquela situação, e ela correu de volta para perto dele.— Você está bem? Foi a ferida, né? Quer que eu chame o médico? — Esther perguntou, sua voz estava repleta de ansiedade.Mesmo com a dor evidente, Marcelo não soltou a mão dela e, entre respirações ofegantes, disse:— Se você ficar aqui comigo, eu vou melhorar.Esther olhou para o rosto pálido de Marcelo, os olhos dele cheios de uma súplica silenciosa, como se
Ao ouvir o que ele disse, Esther pensou que Marcelo estava passando mal de novo e, preocupada, perguntou rapidamente:— Você está se sentindo mal? O que está acontecendo?Seus olhos arregalados demonstravam todo o cuidado que ela sentia por ele.Marcelo observava ela com atenção. Seu olhar se aprofundou, e ele respondeu com a voz rouca, quase provocante:— Estou me sentindo mal... No corpo.Preocupada, Esther começou a verificar se algo estava errado. Mas, ao tocar o corpo dele e sentir sua pele quente e a respiração irregular, ela percebeu do que se tratava. Num instante, seu rosto ficou vermelho de vergonha, e ela se afastou depressa.— Sério? Nessa situação, você ainda consegue pensar nisso? Não consegue se controlar? — Esther exclamou, sem acreditar.— É uma reação natural. Como você quer que eu controle isso? — Marcelo deu de ombros, resignado, tentando controlar o próprio corpo.— Eu acho que você pensa demais nessas coisas! Parece que é só nisso que você consegue pensar o tempo
No hotel, tudo estava uma bagunça.Esther Moura acordou com uma dor intensa pelo corpo.Ela massageou a testa, pronta para se levantar, e olhou para a figura alta deitada ao lado dela.Um rosto exageradamente bonito, com traços definidos e olhos profundos.Ele ainda dormia profundamente, sem sinal de despertar.Esther se sentou, o cobertor deslizou, revelando seus ombros brancos e sensuais, marcados por algumas manchas.Ela desceu da cama, e no lençol havia marcas claras de sangue.Ao ver a hora, percebeu que estava quase na hora de ir para o trabalho. Pegou o tailleur que estava jogado no chão e vestiu.As meias-calças estavam rasgadas por ele.Ela as amassou e jogou no lixo, calçando os sapatos de salto alto.Ao mesmo tempo, alguém bateu na porta.Esther já estava vestida e pronta, parecendo novamente a secretária eficiente, pegou sua bolsa e foi em direção à saída.Quem entrou foi uma jovem de aparência pura e inocente.Ela quem tinha chamado.Exatamente o tipo que Marcelo Mendes go
Ao ouvir as suas palavras, Esther ficou surpresa e quase torceu o tornozelo. Perdendo o equilíbrio, ela se apoiou nele. Marcelo sentiu seu corpo inclinar e segurou sua cintura. O calor do toque trouxe de volta as lembranças da noite passada, quando ele a tomou com intensidade.Esther tentou se acalmar e levantou a cabeça para encarar ele. Seus olhos profundos eram sérios, com um misto de questionamento e dúvida, como se estivessem prestes a desvendar seus segredos. O coração de Esther batia acelerado. Ela não ousava sustentar o olhar dele por mais um segundo e, instintivamente, abaixou a cabeça.Quando ele pensou que a mulher que estava com ele ontem era aquela que acabou de ver, ficou furioso. Se soubesse que era ela, o destino dela não seria muito diferente.Mas ela não podia aceitar isso. Se Marcelo soubesse que era ela, será que o casamento deles poderia durar um pouco mais?Ela não teve coragem de olhar nos olhos dele: - Por que está perguntando isso?Apenas ela própria sabi
Ela levantou a cabeça e viu Sofia com um avental, segurando uma concha.Quando viu Esther, seu sorriso vacilou por um instante, mas logo voltou a ser acolhedor: - É uma amiga da tia? Acabei de fazer uma sopa, entre e se sente.Sua postura era tranquila, com uma atitude totalmente de dona da casa.Parecia que Esther era a visitante de longe.De fato, em breve ela seria uma estranha.Esther franziu a testa, se sentindo extremamente desconfortável.Quando se casou com Marcelo, fez um anúncio para toda a cidade. Sofia até enviou uma carta de felicitações. Então não tinha como ela não saber que ela era a esposa do Marcelo.Vendo que Esther não se mexia na porta, Sofia logo se aproximou e segurou sua mão: - Quem vem é sempre bem-vindo. Não seja tímida, entre.Quando ela se aproximou, o ar trouxe um leve aroma de jasmim, o mesmo perfume que Marcelo tinha dado a Esther no aniversário do ano passado, exatamente igual.Esther sentiu a garganta doer e a respiração ficar pesada, como se tivesse
- A Esther parece que não está muito bem hoje, ela não quis vir entregar os documentos, então só eu vim. - Sofia colocou sua mão queimada na frente dele. - Marcelo, você também não precisa culpar a Esther, acho que não foi de propósito, não atrasou nada, né.Os documentos da empresa acabaram indo parar nas mãos erradas, e esta foi a primeira vez que Esther fez algo assim.Marcelo estava com o semblante fechado, mas diante de Sofia ele conteve a raiva, apenas ajustou a gravata e falou num tom neutro: - Não tem problema. - Mudando de assunto, ele continuou. - Já que está aqui, que tal sentar um pouco?Ouvindo ele dizer isso, Sofia se sentiu um pouco animada. Pelo menos ele a aceitava, não a detestava.- Você não ia ter uma reunião? Não vou te atrapalhar?Marcelo então fez uma ligação: - A reunião foi adiada em meia hora.Sofia sorriu de canto, antes de vir, ela estava preocupada se ele guardava rancor por ela ter partido sem avisar, mas as coisas não pareciam tão ruins quanto imaginava
Esther parou de repente, não havia aquela harmonia de casal entre eles, mas sim uma distância mais como de um superior para uma subordinada. - Sr. Marcelo, tem mais alguma ordem? - Ela perguntou.Marcelo se virou para encarar o rosto distante de Esther, com um tom de comando em sua voz. - Se sente.Esther de repente não entendeu o que ele queria fazer.Marcelo se aproximou.Esther o observava se aproximando, e nesse momento, algo parecia diferente, fazendo ela sentir o ar rarefeito. Era puro ervosismo, com uma sensação estranha.Ela não se moveu, mas Marcelo tomou a iniciativa de segurar sua mão.Quando a palma quente dele tocou a dela, foi como se fosse queimada, queria puxar ela para longe, mas Marcelo segurou firmemente, não dando a ela a chance de se soltar, levando ela para o lado e perguntando com a testa franzida: - Você machucou sua mão, e não percebeu?Sua preocupação surpreendeu Esther. - Eu... Está tudo bem.- Sua mão está com bolhas. - Marcelo perguntou. - Por que não