O olhar de Diego encontrou o de Geraldo. Por um breve momento, sua fúria diminuiu consideravelmente, seus olhos se estreitando enquanto falava:— Isso vai depender da sua sinceridade.Rita, ao ouvir isso, ficou completamente pálida. Com o coração apertado, ela implorou:— Geraldo não sabe de nada. Ele não tinha a menor ideia dos meus planos. Por favor, deixa ele em paz desta vez.Diego olhou fixamente para as mãos de Geraldo, como se quisesse segurá-las, mas Geraldo, com um gesto rápido e calculado, recuou sua mão. Com um sorriso cheio de segundas intenções, ele sugeriu:— Vamos tomar um drink à noite.Toda a raiva de Diego desapareceu como se nunca tivesse existido. Ele riu, claramente satisfeito com a sugestão.— Ótimo, combinado. Vou esperar por você.Depois disso, Diego decidiu perdoar Rita e partiu, levando seus homens com ele.Rita, apesar das inúmeras marcas de chicote espalhadas pelo corpo, conseguiu se levantar. A dor era quase insuportável, mas ela a ignorou, se aproximando r
O olhar de Geraldo se suavizou ao sorrir para ela, com uma ternura que quase desarmava ela. Porém, ao encarar ele, Esther sentiu uma estranha melancolia crescer em seu peito. Havia tristeza nos olhos dele, e, sem saber o porquê, aquilo também entristecia ela.Ela se lembrou das palavras duras que havia dito para ele antes. Talvez, sem perceber, tivesse magoado ele. E agora tudo fazia mais sentido. Esther começou a acreditar que Geraldo jamais machucaria ela. Havia algo mais profundo por trás de suas ações. Talvez ele estivesse carregando um fardo, um segredo.Ela queria perguntar, descobrir se eles haviam realmente passado por momentos extremos juntos, situações de vida ou morte. Mas, para alcançar Geraldo, precisaria atravessar a rua.Infelizmente, o sinal de trânsito ainda estava fechado para pedestres. Ela se viu forçada a esperar o semáforo verde, enquanto os carros passavam velozmente na sua frente. Seu olhar não desgrudava de Geraldo, o medo de que ele fosse embora era evidente.
Sofia já conseguia ver Marcelo através da janela de vidro da UTI. Para ela, ele parecia estar à beira da morte. Com as mãos trêmulas, agarrou o braço do homem de uniforme camuflado que estava na porta.— Como ele está? Ele está gravemente ferido? Como ele foi ferido tão gravemente assim? Quando ele vai acordar?— Isso não sabemos. — Respondeu o homem, com uma expressão séria. — Mas, senhorita, aqui é uma área silenciosa. Se quiser esperar que o capitão Marcelo acorde, terá que aguardar pacientemente.Os olhos de Sofia estavam avermelhados de preocupação. Ela mal conseguia disfarçar o nervosismo.— Como isso aconteceu? Ele estava bem, e agora está na UTI! Será que ele vai morrer? — Sua voz trêmula revelava o medo que ela tentava esconder.Ao ver Sofia tão descontrolada, Diana não pôde deixar de comentar, com uma pitada de sarcasmo:— Por que ela está tão desesperada assim? Ela nem é esposa dele! Como ela soube que Marcelo estava ferido? Será que a pessoa que tentou te sequestrar foi ela
O olhar de Esther para Sofia era cheio de frieza e hostilidade, como se estivesse declarando guerra. Estava claro que ela estava dizendo, sem palavras: Eu não vou te perdoar!Sofia nunca tinha visto aquele olhar antes, o que fez ela sentir uma pressão inesperada, apesar de toda a sua arrogância. Esther já havia decidido que não iria mais dar espaço para Sofia, então replicou:— Srta. Sofia, você já viu o que queria ver, já fez todo o seu escândalo. Agora, por favor, vá embora. Meu marido não precisa da sua preocupação sobre quando vai acordar!Sofia ficou ainda mais revoltada.— Você acha que tem algum direito aqui? Você já foi deixada de lado, uma mulher abandonada!— Eu tenho o direito porque sou a esposa de Marcelo, porque ele arriscou a vida para me salvar. Você não tem o menor direito de estar aqui! — Esther retrucou com firmeza. — Tirem ela daqui!— Você... — Sofia ficou vermelha de raiva.Mas os homens de uniforme camuflado obedeciam a Esther. Eles sabiam que Marcelo havia se f
No hotel, tudo estava uma bagunça.Esther Moura acordou com uma dor intensa pelo corpo.Ela massageou a testa, pronta para se levantar, e olhou para a figura alta deitada ao lado dela.Um rosto exageradamente bonito, com traços definidos e olhos profundos.Ele ainda dormia profundamente, sem sinal de despertar.Esther se sentou, o cobertor deslizou, revelando seus ombros brancos e sensuais, marcados por algumas manchas.Ela desceu da cama, e no lençol havia marcas claras de sangue.Ao ver a hora, percebeu que estava quase na hora de ir para o trabalho. Pegou o tailleur que estava jogado no chão e vestiu.As meias-calças estavam rasgadas por ele.Ela as amassou e jogou no lixo, calçando os sapatos de salto alto.Ao mesmo tempo, alguém bateu na porta.Esther já estava vestida e pronta, parecendo novamente a secretária eficiente, pegou sua bolsa e foi em direção à saída.Quem entrou foi uma jovem de aparência pura e inocente.Ela quem tinha chamado.Exatamente o tipo que Marcelo Mendes go
Ao ouvir as suas palavras, Esther ficou surpresa e quase torceu o tornozelo. Perdendo o equilíbrio, ela se apoiou nele. Marcelo sentiu seu corpo inclinar e segurou sua cintura. O calor do toque trouxe de volta as lembranças da noite passada, quando ele a tomou com intensidade.Esther tentou se acalmar e levantou a cabeça para encarar ele. Seus olhos profundos eram sérios, com um misto de questionamento e dúvida, como se estivessem prestes a desvendar seus segredos. O coração de Esther batia acelerado. Ela não ousava sustentar o olhar dele por mais um segundo e, instintivamente, abaixou a cabeça.Quando ele pensou que a mulher que estava com ele ontem era aquela que acabou de ver, ficou furioso. Se soubesse que era ela, o destino dela não seria muito diferente.Mas ela não podia aceitar isso. Se Marcelo soubesse que era ela, será que o casamento deles poderia durar um pouco mais?Ela não teve coragem de olhar nos olhos dele: - Por que está perguntando isso?Apenas ela própria sabi
Ela levantou a cabeça e viu Sofia com um avental, segurando uma concha.Quando viu Esther, seu sorriso vacilou por um instante, mas logo voltou a ser acolhedor: - É uma amiga da tia? Acabei de fazer uma sopa, entre e se sente.Sua postura era tranquila, com uma atitude totalmente de dona da casa.Parecia que Esther era a visitante de longe.De fato, em breve ela seria uma estranha.Esther franziu a testa, se sentindo extremamente desconfortável.Quando se casou com Marcelo, fez um anúncio para toda a cidade. Sofia até enviou uma carta de felicitações. Então não tinha como ela não saber que ela era a esposa do Marcelo.Vendo que Esther não se mexia na porta, Sofia logo se aproximou e segurou sua mão: - Quem vem é sempre bem-vindo. Não seja tímida, entre.Quando ela se aproximou, o ar trouxe um leve aroma de jasmim, o mesmo perfume que Marcelo tinha dado a Esther no aniversário do ano passado, exatamente igual.Esther sentiu a garganta doer e a respiração ficar pesada, como se tivesse
- A Esther parece que não está muito bem hoje, ela não quis vir entregar os documentos, então só eu vim. - Sofia colocou sua mão queimada na frente dele. - Marcelo, você também não precisa culpar a Esther, acho que não foi de propósito, não atrasou nada, né.Os documentos da empresa acabaram indo parar nas mãos erradas, e esta foi a primeira vez que Esther fez algo assim.Marcelo estava com o semblante fechado, mas diante de Sofia ele conteve a raiva, apenas ajustou a gravata e falou num tom neutro: - Não tem problema. - Mudando de assunto, ele continuou. - Já que está aqui, que tal sentar um pouco?Ouvindo ele dizer isso, Sofia se sentiu um pouco animada. Pelo menos ele a aceitava, não a detestava.- Você não ia ter uma reunião? Não vou te atrapalhar?Marcelo então fez uma ligação: - A reunião foi adiada em meia hora.Sofia sorriu de canto, antes de vir, ela estava preocupada se ele guardava rancor por ela ter partido sem avisar, mas as coisas não pareciam tão ruins quanto imaginava