— Nossa, até o caldo você tomou todo! — Diana comentou, um tanto surpresa.Esther deu uma leve cotovelada em Diana, tentando evitar que ela falasse mais bobagens, e pegou a tigela das mãos de Geraldo.— Gosto de tomar sopa. — Ele disse de forma simples, com um sorriso suave. Em seguida, Geraldo olhou para as duas e disse. — Tenho que voltar ao trabalho. Não vou mais atrapalhar.— Tudo bem. — Esther respondeu.Geraldo acenou levemente com a cabeça e saiu do apartamento. Esther o acompanhou até a porta e, após ele sair, a fechou atrás dele.Do lado de fora, Geraldo parou por um momento ao ouvir o som da porta se fechando. Ele virou a cabeça lentamente, ficando parado por um bom tempo, olhando fixamente para a porta antes de ir embora.Ele desceu as escadas, e do lado de fora o esperava um carro luxuoso estacionado. Quando estava prestes a entrar no carro, outra cena chamou sua atenção: uma mulher ruiva em um carro esportivo ao lado abaixou a janela.Ela era incrivelmente atraente, com lo
— O que tem de tão especial nesses morangos? — Marcelo perguntou, estranhando a reação dela. Afinal, Esther não se importaria tanto se não houvesse algum motivo.A mulher ruiva continuava a segui-la, jogando alguns comentários aqui e ali, dizendo até que invejava a sorte de Esther.Ela então lançou um olhar afiado para Esther, a observando de perto. Quanto mais olhava, mais sentia que aquela mulher lhe era familiar.— Se é para falar de algo especial... — A mulher ruiva começou, com um sorrisinho de canto. — É porque foram cultivados por ele. Mais ninguém pode tocar. Nem sonhe em deixar alguém sequer encostar.Esther parou de andar subitamente.— Eu tenho que ir. — Disse a mulher ruiva de cabelos vermelhos, acelerando e deixando Esther para trás.Esther olhou para os morangos, pensativa.Geraldo havia dito que esses morangos estavam por toda parte entre os vizinhos. Será que era só ela que ganhado?Ela sentia um certo incômodo, mas logo afastou os pensamentos e voltou para a empresa.D
— Encontro arranjado?Ao ouvir essa notícia, o rosto de Marcelo imediatamente se fechou. Seu olhar, antes tranquilo, ficou afiado como uma lâmina. Eles nem sequer haviam se divorciado ainda, mas ela já estava em um encontro arranjado? Que tipo de homem poderia ser melhor do que ele?Com a voz fria, Marcelo disse:— Vamos ver quem é esse sujeito. Quero saber o quanto ele é bom.Por fora, ele tentava manter a calma, mas suas mãos estavam cerradas em punhos. Internamente, o sangue fervia. Ele já imaginava o quanto queria dar uma lição no cara que estava tentando roubar a mulher dele.Naquele momento, Geraldo saiu de um dos apartamentos. Os olhos de Marcelo, sombrios e atentos, imediatamente encontraram os de Geraldo. Os dois se encararam por alguns segundos.Geraldo não desviou o olhar, mas sustentou o contato, como se quisesse transmitir uma mensagem silenciosa.Marcelo, por sua vez, também não recuou. Os dois passaram um pelo outro, sem dizer uma única palavra, apenas trocando olhares
No hotel, tudo estava uma bagunça.Esther Moura acordou com uma dor intensa pelo corpo.Ela massageou a testa, pronta para se levantar, e olhou para a figura alta deitada ao lado dela.Um rosto exageradamente bonito, com traços definidos e olhos profundos.Ele ainda dormia profundamente, sem sinal de despertar.Esther se sentou, o cobertor deslizou, revelando seus ombros brancos e sensuais, marcados por algumas manchas.Ela desceu da cama, e no lençol havia marcas claras de sangue.Ao ver a hora, percebeu que estava quase na hora de ir para o trabalho. Pegou o tailleur que estava jogado no chão e vestiu.As meias-calças estavam rasgadas por ele.Ela as amassou e jogou no lixo, calçando os sapatos de salto alto.Ao mesmo tempo, alguém bateu na porta.Esther já estava vestida e pronta, parecendo novamente a secretária eficiente, pegou sua bolsa e foi em direção à saída.Quem entrou foi uma jovem de aparência pura e inocente.Ela quem tinha chamado.Exatamente o tipo que Marcelo Mendes go
Ao ouvir as suas palavras, Esther ficou surpresa e quase torceu o tornozelo. Perdendo o equilíbrio, ela se apoiou nele. Marcelo sentiu seu corpo inclinar e segurou sua cintura. O calor do toque trouxe de volta as lembranças da noite passada, quando ele a tomou com intensidade.Esther tentou se acalmar e levantou a cabeça para encarar ele. Seus olhos profundos eram sérios, com um misto de questionamento e dúvida, como se estivessem prestes a desvendar seus segredos. O coração de Esther batia acelerado. Ela não ousava sustentar o olhar dele por mais um segundo e, instintivamente, abaixou a cabeça.Quando ele pensou que a mulher que estava com ele ontem era aquela que acabou de ver, ficou furioso. Se soubesse que era ela, o destino dela não seria muito diferente.Mas ela não podia aceitar isso. Se Marcelo soubesse que era ela, será que o casamento deles poderia durar um pouco mais?Ela não teve coragem de olhar nos olhos dele: - Por que está perguntando isso?Apenas ela própria sabi
Ela levantou a cabeça e viu Sofia com um avental, segurando uma concha.Quando viu Esther, seu sorriso vacilou por um instante, mas logo voltou a ser acolhedor: - É uma amiga da tia? Acabei de fazer uma sopa, entre e se sente.Sua postura era tranquila, com uma atitude totalmente de dona da casa.Parecia que Esther era a visitante de longe.De fato, em breve ela seria uma estranha.Esther franziu a testa, se sentindo extremamente desconfortável.Quando se casou com Marcelo, fez um anúncio para toda a cidade. Sofia até enviou uma carta de felicitações. Então não tinha como ela não saber que ela era a esposa do Marcelo.Vendo que Esther não se mexia na porta, Sofia logo se aproximou e segurou sua mão: - Quem vem é sempre bem-vindo. Não seja tímida, entre.Quando ela se aproximou, o ar trouxe um leve aroma de jasmim, o mesmo perfume que Marcelo tinha dado a Esther no aniversário do ano passado, exatamente igual.Esther sentiu a garganta doer e a respiração ficar pesada, como se tivesse
- A Esther parece que não está muito bem hoje, ela não quis vir entregar os documentos, então só eu vim. - Sofia colocou sua mão queimada na frente dele. - Marcelo, você também não precisa culpar a Esther, acho que não foi de propósito, não atrasou nada, né.Os documentos da empresa acabaram indo parar nas mãos erradas, e esta foi a primeira vez que Esther fez algo assim.Marcelo estava com o semblante fechado, mas diante de Sofia ele conteve a raiva, apenas ajustou a gravata e falou num tom neutro: - Não tem problema. - Mudando de assunto, ele continuou. - Já que está aqui, que tal sentar um pouco?Ouvindo ele dizer isso, Sofia se sentiu um pouco animada. Pelo menos ele a aceitava, não a detestava.- Você não ia ter uma reunião? Não vou te atrapalhar?Marcelo então fez uma ligação: - A reunião foi adiada em meia hora.Sofia sorriu de canto, antes de vir, ela estava preocupada se ele guardava rancor por ela ter partido sem avisar, mas as coisas não pareciam tão ruins quanto imaginava
Esther parou de repente, não havia aquela harmonia de casal entre eles, mas sim uma distância mais como de um superior para uma subordinada. - Sr. Marcelo, tem mais alguma ordem? - Ela perguntou.Marcelo se virou para encarar o rosto distante de Esther, com um tom de comando em sua voz. - Se sente.Esther de repente não entendeu o que ele queria fazer.Marcelo se aproximou.Esther o observava se aproximando, e nesse momento, algo parecia diferente, fazendo ela sentir o ar rarefeito. Era puro ervosismo, com uma sensação estranha.Ela não se moveu, mas Marcelo tomou a iniciativa de segurar sua mão.Quando a palma quente dele tocou a dela, foi como se fosse queimada, queria puxar ela para longe, mas Marcelo segurou firmemente, não dando a ela a chance de se soltar, levando ela para o lado e perguntando com a testa franzida: - Você machucou sua mão, e não percebeu?Sua preocupação surpreendeu Esther. - Eu... Está tudo bem.- Sua mão está com bolhas. - Marcelo perguntou. - Por que não