As palavras de Esther foram como uma lâmina afiada. Marcelo ficou visivelmente abalado. Sua expressão se contorceu em algo entre frustração e dor, e o desconforto estampado em seu rosto era evidente.Esther, no entanto, não se importava com o quanto suas palavras poderiam ser duras ou cruéis. Para ela, tudo já estava decidido. Quando ela tomava uma decisão, não havia volta. Marcelo não conseguiria convencê-la com algumas poucas palavras doces.Sem olhar para trás, Esther virou e saiu do restaurante com passos firmes, mantendo a calma.Marcelo, por outro lado, ficou parado no mesmo lugar, congelado, sem conseguir reagir.Quando Esther finalmente cruzou a porta, a sensação de sufocamento desapareceu, dando lugar a uma clareza renovada.“A decisão certa foi deixar Marcelo.”, pensou consigo mesma.Embora ele dissesse que a amava, Esther nunca sabia quanto daquelas palavras era realmente verdade.Acreditar no amor de um homem era um caminho perigoso. Quanto mais você confiava, maior era a
Esther olhou para a mulher ruiva, com as roupas desarrumadas, e não pôde evitar que sua mente fosse direta para uma conclusão específica.Mas o barulho não deveria ter sido tão alto, não para esse tipo de situação.A mulher ruiva cruzou os braços, e uma expressão de compreensão passou pelo seu rosto.— Agora entendo o que está acontecendo. Você mora ao lado, não é?— O quê? — Esther, confusa, franziu o cenho. — Tá tudo bem com vocês? Porque, olha, o barulho estava meio alto...— Fizemos muito barulho? — A mulher ruiva perguntou, como se nem tivesse se dado conta.— Um pouco, sim.— Desculpa aí. — A mulher respondeu com um sorriso que parecia divertido. — Mas, fica tranquila, agora já tá tudo bem. Pode voltar a dormir tranquila.Ela deu dois passos para longe, mas antes de sair, lançou um olhar sugestivo para Esther, que fez um frio subir pela espinha.Esther observou a mulher caminhar calmamente pelo corredor, e quando o silêncio voltou, ela fechou a porta, ainda intrigada.Afinal, o q
Esse tipo de objetivo, Esther nunca tinha parado para pensar. Talvez Eduarda fosse movida pelo desejo inicial de se destacar no jornalismo, mas Esther, por outro lado, estava mais interessada em dar voz às pessoas, em levantar questões que outros ignoravam. Quanto ao sucesso e ao reconhecimento, ela nunca foi muito ambiciosa nesse aspecto.Olhando para o rosto inocente de Eduarda, Esther sorriu com carinho.— Ainda não pensei nisso, mas eu e você somos diferentes.— É verdade, nós somos bem diferentes. — Eduarda comentou com uma expressão de admiração. — Você já alcançou grandes conquistas. Era a secretária executiva do Marcelo, praticamente a terceira no comando do Grupo Mendes! E você abriu mão disso tudo. Tenho certeza de que seus planos são muito mais avançados do que os meus. Eduarda admirava muito Esther. Ela a via como um exemplo a ser seguido. Esther não só era excelente em tudo que fazia, como também sempre puxava os outros para cima, ajudando quem estava ao seu redor. Isso e
No hotel, tudo estava uma bagunça.Esther Moura acordou com uma dor intensa pelo corpo.Ela massageou a testa, pronta para se levantar, e olhou para a figura alta deitada ao lado dela.Um rosto exageradamente bonito, com traços definidos e olhos profundos.Ele ainda dormia profundamente, sem sinal de despertar.Esther se sentou, o cobertor deslizou, revelando seus ombros brancos e sensuais, marcados por algumas manchas.Ela desceu da cama, e no lençol havia marcas claras de sangue.Ao ver a hora, percebeu que estava quase na hora de ir para o trabalho. Pegou o tailleur que estava jogado no chão e vestiu.As meias-calças estavam rasgadas por ele.Ela as amassou e jogou no lixo, calçando os sapatos de salto alto.Ao mesmo tempo, alguém bateu na porta.Esther já estava vestida e pronta, parecendo novamente a secretária eficiente, pegou sua bolsa e foi em direção à saída.Quem entrou foi uma jovem de aparência pura e inocente.Ela quem tinha chamado.Exatamente o tipo que Marcelo Mendes go
Ao ouvir as suas palavras, Esther ficou surpresa e quase torceu o tornozelo. Perdendo o equilíbrio, ela se apoiou nele. Marcelo sentiu seu corpo inclinar e segurou sua cintura. O calor do toque trouxe de volta as lembranças da noite passada, quando ele a tomou com intensidade.Esther tentou se acalmar e levantou a cabeça para encarar ele. Seus olhos profundos eram sérios, com um misto de questionamento e dúvida, como se estivessem prestes a desvendar seus segredos. O coração de Esther batia acelerado. Ela não ousava sustentar o olhar dele por mais um segundo e, instintivamente, abaixou a cabeça.Quando ele pensou que a mulher que estava com ele ontem era aquela que acabou de ver, ficou furioso. Se soubesse que era ela, o destino dela não seria muito diferente.Mas ela não podia aceitar isso. Se Marcelo soubesse que era ela, será que o casamento deles poderia durar um pouco mais?Ela não teve coragem de olhar nos olhos dele: - Por que está perguntando isso?Apenas ela própria sabi
Ela levantou a cabeça e viu Sofia com um avental, segurando uma concha.Quando viu Esther, seu sorriso vacilou por um instante, mas logo voltou a ser acolhedor: - É uma amiga da tia? Acabei de fazer uma sopa, entre e se sente.Sua postura era tranquila, com uma atitude totalmente de dona da casa.Parecia que Esther era a visitante de longe.De fato, em breve ela seria uma estranha.Esther franziu a testa, se sentindo extremamente desconfortável.Quando se casou com Marcelo, fez um anúncio para toda a cidade. Sofia até enviou uma carta de felicitações. Então não tinha como ela não saber que ela era a esposa do Marcelo.Vendo que Esther não se mexia na porta, Sofia logo se aproximou e segurou sua mão: - Quem vem é sempre bem-vindo. Não seja tímida, entre.Quando ela se aproximou, o ar trouxe um leve aroma de jasmim, o mesmo perfume que Marcelo tinha dado a Esther no aniversário do ano passado, exatamente igual.Esther sentiu a garganta doer e a respiração ficar pesada, como se tivesse
- A Esther parece que não está muito bem hoje, ela não quis vir entregar os documentos, então só eu vim. - Sofia colocou sua mão queimada na frente dele. - Marcelo, você também não precisa culpar a Esther, acho que não foi de propósito, não atrasou nada, né.Os documentos da empresa acabaram indo parar nas mãos erradas, e esta foi a primeira vez que Esther fez algo assim.Marcelo estava com o semblante fechado, mas diante de Sofia ele conteve a raiva, apenas ajustou a gravata e falou num tom neutro: - Não tem problema. - Mudando de assunto, ele continuou. - Já que está aqui, que tal sentar um pouco?Ouvindo ele dizer isso, Sofia se sentiu um pouco animada. Pelo menos ele a aceitava, não a detestava.- Você não ia ter uma reunião? Não vou te atrapalhar?Marcelo então fez uma ligação: - A reunião foi adiada em meia hora.Sofia sorriu de canto, antes de vir, ela estava preocupada se ele guardava rancor por ela ter partido sem avisar, mas as coisas não pareciam tão ruins quanto imaginava
Esther parou de repente, não havia aquela harmonia de casal entre eles, mas sim uma distância mais como de um superior para uma subordinada. - Sr. Marcelo, tem mais alguma ordem? - Ela perguntou.Marcelo se virou para encarar o rosto distante de Esther, com um tom de comando em sua voz. - Se sente.Esther de repente não entendeu o que ele queria fazer.Marcelo se aproximou.Esther o observava se aproximando, e nesse momento, algo parecia diferente, fazendo ela sentir o ar rarefeito. Era puro ervosismo, com uma sensação estranha.Ela não se moveu, mas Marcelo tomou a iniciativa de segurar sua mão.Quando a palma quente dele tocou a dela, foi como se fosse queimada, queria puxar ela para longe, mas Marcelo segurou firmemente, não dando a ela a chance de se soltar, levando ela para o lado e perguntando com a testa franzida: - Você machucou sua mão, e não percebeu?Sua preocupação surpreendeu Esther. - Eu... Está tudo bem.- Sua mão está com bolhas. - Marcelo perguntou. - Por que não