Esther olhou para a mulher ruiva, com as roupas desarrumadas, e não pôde evitar que sua mente fosse direta para uma conclusão específica.Mas o barulho não deveria ter sido tão alto, não para esse tipo de situação.A mulher ruiva cruzou os braços, e uma expressão de compreensão passou pelo seu rosto.— Agora entendo o que está acontecendo. Você mora ao lado, não é?— O quê? — Esther, confusa, franziu o cenho. — Tá tudo bem com vocês? Porque, olha, o barulho estava meio alto...— Fizemos muito barulho? — A mulher ruiva perguntou, como se nem tivesse se dado conta.— Um pouco, sim.— Desculpa aí. — A mulher respondeu com um sorriso que parecia divertido. — Mas, fica tranquila, agora já tá tudo bem. Pode voltar a dormir tranquila.Ela deu dois passos para longe, mas antes de sair, lançou um olhar sugestivo para Esther, que fez um frio subir pela espinha.Esther observou a mulher caminhar calmamente pelo corredor, e quando o silêncio voltou, ela fechou a porta, ainda intrigada.Afinal, o q
Esse tipo de objetivo, Esther nunca tinha parado para pensar. Talvez Eduarda fosse movida pelo desejo inicial de se destacar no jornalismo, mas Esther, por outro lado, estava mais interessada em dar voz às pessoas, em levantar questões que outros ignoravam. Quanto ao sucesso e ao reconhecimento, ela nunca foi muito ambiciosa nesse aspecto.Olhando para o rosto inocente de Eduarda, Esther sorriu com carinho.— Ainda não pensei nisso, mas eu e você somos diferentes.— É verdade, nós somos bem diferentes. — Eduarda comentou com uma expressão de admiração. — Você já alcançou grandes conquistas. Era a secretária executiva do Marcelo, praticamente a terceira no comando do Grupo Mendes! E você abriu mão disso tudo. Tenho certeza de que seus planos são muito mais avançados do que os meus. Eduarda admirava muito Esther. Ela a via como um exemplo a ser seguido. Esther não só era excelente em tudo que fazia, como também sempre puxava os outros para cima, ajudando quem estava ao seu redor. Isso e
“Por que há uma piscina aqui?”, pensou Esther, confusa.No exato momento em que pensou isso, ouviu um som vindo da piscina. Um barulho seco ecoou pelo ambiente, seguido por um grande respingo de água. Como estava bem perto, as gotas voaram para todos os lados, e Esther não teve tempo de desviar. Levantou as mãos instintivamente para proteger o rosto.Quando a água finalmente parou de espirrar, Esther abaixou as mãos. Seu olhar logo se fixou na figura de um homem nadando na piscina. As ondulações da água dificultavam ver com nitidez, mas ainda assim ela conseguia distinguir que ele tinha um corpo imponente e atlético, claramente era alguém que treinava com regularidade. Seu físico era incrível.Mas o que mais a deixou intrigada foi que, pelo que sabia, o presidente do Grupo SS já tinha passado dos cinquenta anos! Como aquele corpo podia ser tão jovem?Enquanto tentava processar tudo aquilo, uma sensação incômoda começou a tomar conta dela. Aquela silhueta... Aquele corpo... Estava se t
Marcelo estava sem camisa, e o cabelo bagunçado ainda pingava. Seu olhar era profundo, e seus traços angulosos estavam realçados pela água que escorria de seu queixo pelo pescoço, desaparecendo no peito definido. Mesmo depois de sete anos convivendo com Marcelo, sendo três deles como marido e mulher, Esther ainda se sentia desconfortável em situações como essa. Ela manteve uma expressão fria, mas seu olhar evitava fitar diretamente Marcelo.— Se tivessem me avisado antes, eu não teria deixado outra pessoa pegar essa tarefa. Não tinha como contrariar minha editora-chefe. — Ela explicou, mantendo a postura firme.Marcelo não prolongou a discussão, mas perguntou:— E desta vez?— Agora que estou aqui, Sr. Marcelo, o senhor já deve saber que vim com seriedade. — Respondeu Esther.Ela se obrigou a lembrar: eles já não eram mais marido e mulher. Na verdade, nunca foram, ao menos não no sentido verdadeiro de um casamento. O relacionamento deles nunca foi fonte de alegria ou felicidade. Era u
Esther ficou apavorada, quase soltando um grito, mas não chegou a cair completamente na água. Marcelo a segurou com firmeza, uma mão apoiada em seu quadril e a outra nas costas, mantendo sua cabeça fora da água. Ela não chegou a se afogar, mas seu corpo inteiro estava encharcado.A água da piscina era quente, agradável ao toque, mas a raiva de Esther fervia. Seus olhos brilhantes lançaram um olhar de fúria para Marcelo, enquanto seus braços, quase por reflexo, se agarravam aos ombros fortes dele, buscando equilíbrio.— O que você pensa que está fazendo? — Esther disse, com a voz repleta de irritação.Marcelo, com a voz tranquila, a pressionou contra a borda da piscina, ainda a segurando pelo quadril, o que os deixava na mesma altura.— Se eu não tivesse feito isso, como você ia se aproximar? — Perguntou, com um leve sorriso nos lábios.Esther tentou empurrar o peito de Marcelo, mas era como tentar mover uma parede de concreto. Ele não se mexeu.— Não foi quem disse que estava pronto pa
Essas palavras foram suficientes para mudar completamente a expressão de Marcelo. Parecia que Esther tinha tocado na parte mais sensível da alma dele.— Você precisava mesmo tocar nesse assunto? — Marcelo perguntou, com o tom mais frio.— Eu estou falando isso para evitar que a gente se machuque mais. — Ela respondeu, firme, mas com uma ponta de amargura.Marcelo a encarou intensamente, tentando processar a situação. Ele já tinha se esforçado para esquecer toda essa confusão, mas agora ela jogava tudo isso de volta na sua cara.— É simples, basta tirar essa criança. — Ele sugeriu, apertando os lábios.— Eu não quero. — Esther respondeu, sem hesitação.Marcelo respirou fundo, tentando manter o controle.— Eu posso te dar tempo, até você pensar melhor sobre isso. — Ele disse, suavizando o tom.Esther levantou os olhos para ele, sem desviar o olhar.— Não tem mais tempo, Marcelo. — Ela falou, com uma calma que parecia cortar o ar.Marcelo, com a mandíbula tensa, fez a pergunta que o estav
— Já terminou de nadar, Marcelo? — Esther perguntou, tentando manter a calma, apesar do olhar fixo que ele lançava em sua direção. Aquele olhar intenso a deixava desconfortável, fazendo seu coração bater acelerado. Ela respirou fundo antes de continuar. — Se já acabou, pode me deixar sair daqui?Os olhos de Marcelo escureceram ainda mais, quase como se estivessem tentando enxergar além das palavras dela.— Você não está mentindo pra mim, está? — A voz dele saiu baixa, mas cheia de tensão.Esther sentiu seu coração apertar, como se estivesse sendo estrangulada por um laço invisível. Ela olhou diretamente para os olhos dele, tentando manter a firmeza na voz:— Não.Marcelo, por um momento, pareceu analisar cada detalhe da expressão dela, mas logo relaxou as mãos que antes estavam firmes ao redor do braço dela.— Você já me enganou uma vez. Não vou aceitar ser enganado de novo. — A voz dele era fria e controlada.Esther ficou em silêncio. Na situação em que estavam, parecia irrelevante pe
— Você já viu esse tipo de “interessados um no outro”? — Marcelo soltou uma risada fria.Do outro lado, a pessoa ficou sem palavras. Afinal, todos ali eram adultos e sabiam que tinham que se responsabilizar por suas ações. Cair em golpes amorosos parecia algo improvável.Ainda assim, achava que Marcelo estava exagerando. Mas pensando bem, preocupações às vezes podem cegar a razão, e o temor de Marcelo não era completamente infundado.Marcelo afastou a cortina e olhou para fora com um olhar profundo e pensativo.— Ela não tem muita experiência com homens. E se algum qualquer a iludir com meia dúzia de palavras doces? Não seria a primeira vez que algo assim acontece.Era o suficiente para deixar Marcelo em alerta.Ele desligou o telefone e voltou para o vestiário.Esther já estava do lado de fora quando ele entrou novamente. Vendo Marcelo se aproximar no momento exato, ela pegou o secador e disse:— Eu mesma seco o cabelo.Marcelo não insistiu, mas a observou atentamente.— Eu tenho um c