— Foi por minha causa que a Michele acabou se metendo em problemas. Como você espera que eu não faça nada? Sei que você quer proteger a Sofia, mas a Michele sofreu muito com os ataques online, e ela precisa esclarecer essa situação. Ela não pode ser injustiçada assim! — Disse Esther, hesitante, mas decidida.— As coisas não são tão simples quanto você pensa. — Respondeu Marcelo, com uma expressão grave.Esther, no entanto, sorriu, sarcástica.— Sei que não é simples. Sofia não é alguém qualquer. Se ela é capaz de fazer o que fez, também não pode culpar os outros por revidarem. Você pode até não querer fazer nada, mas eu vou encontrar uma maneira de ajudar a Michele.— Eu não disse que não vou ajudar a tia Michele. — Marcelo rebateu, tentando manter o tom calmo.— Você não mandou a Sofia se mudar para o Jardim dos Sonhos? Vou ficar com a Michele todos esses dias. Se acontecer algo, eu também vou proteger ela! — Esther o encarou, desconfiada.Ela ainda estava chateada com a conversa que
Esther caminhava de braços dados com Michele, que não parava de expressar sua raiva. Naquele momento, Michele já havia xingado Marcelo mais de cem vezes.— Michele, eu tô aqui com você. Você não vai ficar sozinha. — Esther tentou consolar.— Ah, se eu soubesse, tinha tido uma neta, bem melhor! Menina é um aconchego, sempre perto da gente. Agora, olha o Marcelo! Ele é o único herdeiro da família Mendes, e só sabe me fazer passar raiva. Ele nem me reconhece mais como família! — Michele reclamava, sentindo até a pressão subir ao lembrar de tudo.— Talvez o Marcelo tenha seus motivos e não possa contar agora... — Esther tentava encontrar palavras para acalmá-la.— Que motivos o quê! — Michele rebateu, ainda furiosa. — Eu não quero mais nem falar sobre ele. Quanto mais eu penso, mais meu coração dói. Vamos embora daqui. Quanto mais longe deles, melhor!Ela estava determinada a sair do hospital.— Perguntei ao médico mais cedo e ele disse que a perda de audição pode ter sido provocada por al
— Tem que lembrar disso. Se não lembrar, como vai se virar na vida depois? — Michele exclamou com seu jeito generoso, mas firme.— Está certo, aceito ser seu amigo. — Luiz aceitou a amizade sem hesitar.Não havia qualquer barreira entre eles.Chegando ao apartamento de Luiz, elas se depararam com um espaço amplo e elegante. Um apartamento espaçoso, onde o hall de entrada já mostrava uma segurança reforçada, com guardas de prontidão 24 horas por dia.— E aí, o que acharam? — Luiz perguntou com um sorriso acolhedor.— Tá ótimo, Luiz, a gente não é exigente não. — Michele respondeu, satisfeita com o lugar.— Então, vocês podem ficar aqui esta noite. Eu já morei nesse apartamento antes, mas ainda tem algumas coisas minhas que preciso arrumar. — Disse Luiz, de maneira prática.— Não vai dar muito trabalho? — Esther perguntou, um pouco preocupada em incomodar.— De jeito nenhum, não se preocupe. De qualquer forma, eu já chamei meu assistente para ajudar. — Luiz havia pensado em todos os deta
— O quê? Como assim? — Luiz arregalou os olhos ao ouvir o que lhe foi dito. — Não pode ser... É a Esther!Naquele momento, ele já gostava dela. Foi por causa do seu apego por Esther que, sem pensar duas vezes, ele pegou o primeiro voo e voltou correndo para o país.O assistente, que segurava o jornal, também parecia incrédulo. Ele chegou a pensar que havia cometido algum engano.— Eu me lembro de você me dizer que Esther foi sua colega de escola. — Disse ele. — E que essa pessoa que aparece aqui era um ano mais nova que você.Luiz não respondeu de imediato. A surpresa o dominou mais uma vez, estampando em seu rosto uma expressão de choque. Ele rapidamente se aproximou e tomou o jornal das mãos do assistente, examinando-o com atenção. Era um jornal antigo, com o passar dos anos já estava amarelado, mas ainda bem preservado. No topo, o título estava perfeitamente legível, relatava um trágico incidente em uma escola secundária, onde várias pessoas haviam perdido a vida. O único sobrevi
Luiz não conseguia entender nada.Naquela época, ele se importava tanto com Esther que ignorou as informações mais importantes. Era possível que tivesse se confundido. Mas e a verdadeira experiência de Esther? Como isso se encaixava?Será que a reportagem estava realmente errada?Esther, percebendo que Luiz estava mergulhado em pensamentos, estranhou o comportamento dele desde o início.— Luiz, o que você está pensando? — Perguntou ela.— Nada demais, é melhor a gente focar no jantar. — Já pedi o delivery. — Respondeu Esther, tentando amenizar o clima. — Michele vai querer tomar uma cervejinha. Você também pode beber um pouco. — Tudo bem.Os dois saíram do escritório e foram para a sala.Michele estava sentada no sofá, calmamente assistindo TV. Para ela, naquele momento, ver televisão era uma forma de passar o tempo. Contudo, o que estava sendo exibido não a favorecia em nada: se tratava de um programa expondo seus escândalos.Esther se aproximou e se sentou ao lado dela, acompanha
“Não tem problema. O tempo está a meu favor. Um dia, eu serei a dona dessa casa.”, pensou Sofia. E agora, estava um passo mais próxima disso.Sofia lançou um olhar para Gilberto, que a acompanhava. Ele era uma pessoa de confiança de Marcelo, e mesmo que não fosse tão próximo, era importante manter boas relações. Com um sorriso amigável, ela perguntou: — Gilberto, o Marcelo tem ficado muito tempo aqui? Gilberto respondeu, escrevendo no celular: [Ele passou a vir mais ultimamente, mas já tem alguns dias que não aparece por aqui.] — Ele não tem voltado para a Antiga Mansão da família Mendes? — Perguntou.Sofia fazia um bom tempo que não entrava em contato com Joana. O trabalho havia consumido todo o seu tempo, e ela sequer conseguia lembrar de responder às mensagens. Algumas vezes, Joana havia tentado conversar, mas Sofia estava sempre ocupada demais para responder.Gilberto, ainda digitando, explicou: [Sr. Marcelo ainda vai de vez em quando, mas a senhora não gosta muito da Ant
Joana respondeu imediatamente: [Agora! Agora mesmo!]Sofia deu um leve sorriso nos lábios. Ela sabia que Joana não demoraria a ir vê-la. Bastava ficar ali, esperando, que logo a visita chegaria.Ela deu uma volta pelo ambiente, sentindo uma curiosidade crescente sobre o quarto principal. Não resistiu e abriu a porta do cômodo. Aparentemente, fazia um tempo que ninguém usava aquele espaço. Com um olhar atento, ela percebeu o quanto a poeira já havia se acumulado.Com um gesto simples, abriu o guarda-roupa, que estava repleto de pijama femininos. Havia alguns com a etiqueta ainda intacta, outros já sem a marca, e até alguns modelos mais sensuais, como camisolas de seda e conjuntos de renda. Sofia pegou uma dessas peças e a vestiu por cima de sua roupa, dando uma olhada rápida no espelho. Girou levemente, imaginando como ficaria se desfilasse assim para Marcelo. Ele com certeza ficaria encantado.Ela não ficou ali por muito tempo, no entanto. Algumas oportunidades precisavam ser aguarda
Michele não esperava que Joana ligasse para ela, e seu temperamento se acendeu na hora. — O que eu fiz? A Sofia te contou alguma coisa, não foi? Pois é, eu fiz sim, e daí? — Onde você está agora? — Joana estava decidida a tirar satisfações com Michele. — Por que eu te diria? Quem você pensa que é? — Michele largou os amendoins que estava descascando, balançando a mão, sentindo que finalmente tinha em quem descarregar toda a raiva acumulada. Joana soltou uma risada sarcástica. — Está com medo, não é? Medo que eu vá te dar o troco. Sei que a sua clínica de estética foi destruída, e agora você está aí, se escondendo feito uma covarde! — Eu? Medo de você? Em todos esses anos, você acha que algum dia eu tive medo de você? Se não fosse pelo casamento com o Vítor, eu nunca teria aceitado você na nossa família! — Michele disparou suas palavras com crueldade. — Então por que não aparece, hein? Vamos resolver isso cara a cara! — Joana provocou. — Aparecer? Eu vou sim, Joana. E se