Luiza caminhou em direção a Esther, com um sorriso que suavizava sua expressão. A diferença em sua atitude desde o dia anterior era notável. Se antes havia uma tensão evidente, agora Luiza parecia bem mais amigável.— Não se preocupe, Velma, venha aqui cumprimentar nosso parceiro de negócios. — Esther retribuiu o sorriso, mas com uma reserva calculada.Embora Luiza tivesse suavizado sua postura, Marcelo havia sido claro ao designar Velma para lidar com o Grupo Frota, e Esther sabia que, independentemente da mudança de atitude, Velma precisava ser apresentada.Internamente, Luiza sentia uma pontada de desagrado, mas sua expressão não traía nenhum desconforto. Ela manteve o semblante tranquilo enquanto observava a nova situação.— Srta. Esther, parece que você está orientando uma nova equipe? — Perguntou Luiza, com um tom casual, mas claramente insatisfeita.Primeiro foi Poliana, agora Velma. E Marcelo, até então, não deu as caras, o que deixava Luiza ainda mais irritada, embora ela soub
Esther não esperava que Luiza não conseguisse segurar a xícara com firmeza.— Srta. Luiza, você está enganada. Não tenho nenhum rancor contra você. Foi você quem não segurou direito a xícara. — A voz de Esther era calma, mas havia uma leveza afiada em suas palavras.Ela sustentou o olhar de Luiza, cujos olhos escuros agora mostravam um brilho frio, refletindo a mesma frieza que Esther estava começando a sentir.— Eu não segurei direito? Está insinuando que eu, Luiza, não conseguiria segurar uma simples xícara de café? Sr. Marcelo, vim aqui com a melhor das intenções para discutir nossa parceria, e o que encontro? Sua secretária agindo com tal arrogância? — Luiza questionou, com um tom de indignação.O último comentário foi direcionado diretamente a Marcelo, que observava a cena de uma curta distância. Sua expressão, no entanto, era de indiferença com um toque de desprezo.— Será que precisamos verificar as câmeras de segurança para relembrar os fatos, Srta. Luiza? — A voz de Marcelo er
Luiza sentiu o rosto enrijecer, sua expressão se tornando tensa.— Sr. Marcelo, eu e Srta. Esther tivemos um pequeno desentendimento anteriormente, e agora, depois deste incidente, acredito que, de dez pessoas, pelo menos sete achariam que ela fez isso de propósito. — Ela fez uma pausa, observando a reação de Marcelo, antes de continuar com um tom de frustração. — Além disso, você realmente não se lembra de quem eu sou?Quanto mais falava, mais difícil era para Luiza controlar suas emoções, sua voz revelando um misto de incredulidade e mágoa. Marcelo, no entanto, manteve a mesma frieza, seus olhos mostrando um brilho cortante e implacável.— Não preciso que você me diga que tipo de pessoa minha secretária é. Mesmo que fosse verdade, e daí?A resposta de Marcelo foi curta e incisiva, cortando qualquer tentativa de argumentação de Luiza. Ele não se importava com suas insinuações, deixando claro que, para ele, não havia qualquer importância na suposta acusação. Seu olhar era distante, sem
Agora, tendo que ceder dois por cento, Luiza sentia um gosto amargo de prejuízo, especialmente porque estava lidando com tudo isso sob uma nuvem de humilhação. Marcelo, com sua frieza calculada, sabia como atingir o coração das pessoas, matando com palavras afiadas.Mesmo assim, ela sabia que não tinha escolha. Com um sorriso forçado nos lábios, ela respondeu:— Sr. Marcelo, precisamos pensar a longo prazo. Ceder esses dois por cento significa que eu vou ganhar um pouco menos, mas em contrapartida, poderei manter você, um cliente tão importante, satisfeito. Meu limite é esse, dois por cento. Não posso ceder mais.— Está bem. — Marcelo aceitou prontamente, como se não estivesse tirando dela algo de grande valor. Contudo, Luiza sentiu uma onda de rancor se formando em seu coração. Ela precisava manter a fachada, mas já planejava sua vingança.— Sr. Marcelo, já que chegamos a um acordo, gostaria de convidar você para um jantar amanhã à noite na Vila Folha Vermelha. Espero que possa compa
— Podemos antecipar a viagem para a França? — Perguntou Esther, olhando para Marcelo com uma expressão calma, mas seus olhos revelavam uma súplica silenciosa.Marcelo não respondeu de imediato. Seus olhos negros se estreitaram, assumindo um brilho perigoso enquanto a fumaça do cigarro subia em espirais suaves ao seu redor. Ele estava confuso. Era estranho vê-la fazer esse pedido, especialmente considerando a proximidade que ela tinha com Luiz. E agora, ali estava Esther, querendo adiantar a viagem.— Se quiser cancelar, cancele. Sr. Marcelo, tem mais alguma coisa? — Esther cortou o silêncio com frieza, ao perceber que Marcelo não dava uma resposta a ela. Ela não estava disposta a implorar.Marcelo afastou os pensamentos que rondavam sua mente e respondeu com um tom desinteressado:— Faça uma xícara de café para mim.— Certo.Em menos de dois minutos, Esther retornou com uma bandeja contendo uma jarra de café recém-preparado e uma xícara de porcelana. Ela sabia que o gosto de Marcelo er
Enquanto falava, Sofia abaixou a cabeça, envergonhada, com o rosto corado de constrangimento. Estava claro que ela queria demonstrar humildade diante dos jornalistas e do público.Marcelo, ao lado dela, enfrentava as câmeras com uma expressão severa. Seus olhos, que costumavam ser frios, agora eram penetrantes como lâminas afiadas.— Isto é uma coletiva de imprensa. Não houve envenenamento, tampouco tentativa de prejudicar ninguém. E para certos títulos sensacionalistas, fica aqui o aviso. Chega.Sua voz era firme, quase um comando, e sua presença imponente, um homem alto que transmitia uma força esmagadora através das lentes das câmeras. Ele estava claramente irritado, o que tornava a atmosfera ao seu redor ainda mais tensa.Esther, observando tudo isso na tela do supermercado, ficou paralisada por um momento. A cena diante de seus olhos era um contraste doloroso. Marcelo estava ali, ao lado de Sofia, proporcionando a ela um suporte incondicional, algo que ele nunca ofereceu a ninguém
Quando Sofia estava prestes a descer do carro, seu celular tocou. Ela rapidamente atendeu, e era o entregador do outro lado da linha:— Olá, Srta. Sofia, você tem algumas encomendas para retirar. Poderia descer?Sofia olhou pela janela do carro e viu o entregador parado a uma curta distância, com uma pequena carreta cheia de pacotes. Percebendo que seria difícil carregar tudo sozinha, ela se voltou para Marcelo, tentando apelar para sua ajuda.— Marcelo, você poderia me ajudar? Comprei algumas lâmpadas, porque as da minha casa queimaram.Marcelo, no entanto, não respondeu de imediato. Ele ficou em silêncio por alguns segundos, sua expressão inalterada, antes de finalmente abrir a porta do carro e descer.Cinco minutos depois, Marcelo estava de volta ao carro, agora acompanhado por Gilberto, que puxava a pequena carreta até o andar de Sofia. Eles subiram juntos até o apartamento dela, mas Marcelo, antes de qualquer coisa, lançou um olhar significativo para Gilberto. Este, entendendo o r
Após alguns segundos de silêncio, Marcelo finalmente falou com voz baixa e controlada:— Gilberto, reserve passagens para a França para mim e para Esther daqui a três dias.— Sim, senhor. — Gilberto respondeu prontamente, mas o som de uma porta sendo aberta interrompeu a conversa. Marcelo já havia descido do carro. Seus passos eram firmes enquanto ele caminhava em direção ao Jardim dos Sonhos.Dentro da casa, Esther estava ocupada na cozinha, preparando o jantar. Assim que Marcelo atravessou o hall de entrada, ela apareceu carregando uma sopa recém-feita.— Você voltou na hora certa, o jantar está pronto.Esther lançou apenas um rápido olhar para Marcelo, notando de relance as manchas de sujeira e sangue em suas roupas. Porém, sem demonstrar qualquer emoção ou surpresa, ela desviou o olhar e manteve a voz tranquila. A calma dela contrastava com a tensão que começava a se formar no ar, e Marcelo não pôde evitar franzir as sobrancelhas.Sem dizer nada, ele se aproximou dela, parando à su