- Marcelo já vestiu várias roupas de alta costura. - Esther disse com uma expressão impassível. - Desde que eu compre, ele vai usar. Mas não sei para quem a Srta. Sofia está escolhendo roupas agora?Sofia se aproximou, os olhares das duas se cruzaram, nenhuma delas disposta a ceder, quase saindo faíscas.Sofia curvou os lábios e disse de forma provocativa: - Peguei uma peça de alta costura para o meu namorado, só existem dez no mundo. Quer que eu mostre para você?O tom dela era de pura ostentação.Ela se esforçava para encomendar um casaco de luxo, enquanto Esther escolhia algo comum na loja.Na questão de escolher roupas para seus homens, elas estavam em mundos completamente diferentes.A vendedora trouxe a caixa com o casaco de edição limitada, exalando riqueza de dentro para fora.Esther deu uma olhada, com um toque de sarcasmo: - A Srta. Sofia precisa gastar o dinheiro dos outros até para comprar um vestido, tem certeza que desta vez não é o caso?Sofia ergueu uma sobrancelha:
Ela não acreditava que Marcelo lhe daria um cartão com dez milhões guardado. Ela já tinha investigado, e o relacionamento deles não era nada bom, Marcelo raramente cuidava dela. Ela trabalhou como secretária do Marcelo por sete anos, sem nunca receber um olhar de respeito dele. Se Marcelo realmente se importasse com ela, não teria mantido o casamento em segredo, mas teria anunciado a relação deles de forma aberta. Era mais provável que Esther estivesse sendo sustentada por alguém sem que Marcelo soubesse. Ela preferia acreditar nisso do que aceitar que Marcelo daria dinheiro a ela.- Meu sobrinho dá dinheiro para a esposa dele e isso precisa ser questionado? Srta. Sofia, será que você está com um pouco de inveja? - De repente, uma outra voz surgiu na conversa delas. Esther olhou para a origem da voz e viu Michele caminhando até elas, com um gingado gracioso. Ela usava um vestido preto, que acentuava suas curvas, e o cabelo estava preso em um coque. Mesmo com quase cinquenta anos,
Sofia estava lá, forçando um sorriso ao se virar: - Tia Michele, mais alguma coisa que você precisa?Michele olhou para ela: - Você também está comprando roupas, esse casaco não é para você, né?A expressão de Sofia congelou: - É para outra pessoa.Michele viu através da situação, não revelou, cruzou os braços e disse friamente: - Sofia, você é uma figura pública afinal, sabe o que deve e não deve fazer. Algumas coisas, não é questão de não falar, é apenas por consideração à reputação da família Júnior, mas isso não significa que eu concorde. Não espere até que seja tarde demais para se arrepender. Eu não sou a Joana, para você fazer o que quiser!Sofia ficou com o rosto sombrio, se sentindo humilhada. Com os olhos vermelhos, ela apertou os dedos com força e sua voz ficou fraca: - Entendi, tia Michele.Michele não olhou para ela, apenas resmungou friamente.Sofia se sentiu humilhada, seus passos vacilaram enquanto sua assistente a ajudava a sair dali.- Esther, que tal irmos tomar
Ele simplesmente não a amava. Esther sabia disso, mas continuava presa à esperança. Para Michele, Esther e Marcelo eram um casal perfeito. Mas seria importante perguntar a Marcelo se ele se sentia feliz ao lado dela. Contudo, Michele distorcia a situação, sorrindo enquanto dizia:— Falei só umas poucas palavras e você já está defendendo seu marido. Esther, eu sei que você ama muito o Marcelo, isso é uma sorte para ele. Ele nunca encontrará outra esposa como você, nem se procurasse a vida inteira. Talvez ele tenha sofrido tanto na infância que agora merece um pouco de felicidade.— Ele teve uma infância difícil? — Esther ficou intrigada, seus olhos se estreitaram em confusão. Ela sempre achou que, vindo de uma família tão abastada, ele deveria ter tido uma vida melhor que a maioria.Michele mudou de expressão por um instante, uma sombra de tristeza passou por seus olhos, mas rapidamente retomou o sorriso e comentou de forma casual: — Essas coisas não precisam ser mencionadas. Marcelo
Ao ouvir a notícia, Marcelo ficou pálido de susto. Seus olhos se arregalaram e a mão que segurava o telefone começou a tremer. Com as sobrancelhas franzidas, ele disse rapidamente, com uma voz cheia de urgência: — Onde você está? Vou imediatamente! — Marcelo, o que aconteceu? — Sofia perguntou ao ver Marcelo tão agitado, seus olhos grandes cheios de preocupação.— Algo aconteceu com Esther! — Marcelo respondeu, mal conseguindo esconder o pânico em sua voz. Sem olhar para trás, ele saiu correndo, seu coração batendo acelerado, a mente inundada dos piores cenários.Sofia observou Marcelo se afastar com pressa, claramente preocupado com Esther, sem entender o que poderia ter ocorrido. Ela sabia que Esther estava bem mais cedo naquele dia, então a situação parecia muito suspeita. Olhando para o presente que havia comprado para Marcelo e que ele deixou para trás, ela sentiu uma onda de decepção se espalhar por seu peito. Seus ombros caíram levemente, e um suspiro triste escapou de seus lá
Quando Marcelo viu Michele, ele parou de andar. Seus olhos se estreitaram um pouco enquanto a chamava:— Tia Michele.Michele olhou para ele com uma mistura de desapontamento e determinação.— Então você ainda sabe que eu sou sua tia. — Ela respondeu com um tom de reprovação. — Você deixou a Esther sozinha. Está indo atrás da Sofia, aquela amante?— Não acredite em tudo que você ouve. Pare de falar essas coisas. — Marcelo franziu levemente a testa, tentando manter a calma.Esther ouviu e apenas soltou um sorriso amargo. Dentro dela, uma mistura de tristeza e resignação tomou conta. Não importava a situação, ele sempre defendia Sofia. Ela sentiu uma pontada de dor em seu coração, como se cada palavra de Marcelo fosse um pequeno corte em sua alma.Michele não se deixou convencer.— Eu te conheço bem, Marcelo. Além daquela mulher, quem mais faria você deixar Esther e sair correndo? O que aconteceu com ela? O céu está caindo? Ela está morrendo? Você não pode deixar Esther sozinha. Hoje, vo
Ela era alérgica a álcool e seu corpo coçava de forma insuportável quando o consumia. Se não fosse pelos cuidados constantes de Marcelo, ela teria se arranhado toda, deixando marcas vermelhas e doloridas na pele. Marcelo, com uma expressão séria e preocupada, passava suavemente a pomada nas áreas irritadas, seus olhos concentrados na tarefa. Ele parecia sentir a dor dela e queria aliviar seu sofrimento de qualquer maneira possível.Mesmo que não houvesse amor entre eles e que ela não fosse feliz na família Mendes, às vezes ela ainda sentia a proteção dele. Era uma sensação estranha e contraditória, como uma pequena chama de calor em um ambiente frio e hostil.Esther retirou a mão dele devagar, sentindo um gosto amargo na boca, mas ainda tentou tranquilizá-lo. — Vai melhorar aos poucos. Os remédios nem sempre funcionam completamente. Não precisa se preocupar. Você não tem que trabalhar? Vou abrir a porta para você. Não leve a tia a sério. Mesmo que você vá embora, eu não vou reclamar pa
Com o passar do tempo, Marcelo ficou mais maduro e calmo. Suas feições estavam mais serenas e um leve brilho de sabedoria pairava em seus olhos. Enquanto ele cortava a carne, seus movimentos eram meticulosos e cheios de graça. Esther não conseguia desviar o olhar dele, notando cada detalhe, desde o jeito que ele segurava a faca até a forma como seus lábios se curvavam ligeiramente em um sorriso concentrado.Quando percebeu que Esther estava olhando para ele, deu um leve sorriso.— Você está me olhando assim, no que está pensando? Esther, apoiada no queixo, desviou o olhar rapidamente, tentando esconder o rubor que começava a se formar em suas bochechas.— Nada demais. — Sua voz saiu mais baixa do que esperava, traindo um pouco de nervosismo.— Você estava claramente me espiando. — Marcelo ergueu uma sobrancelha, o sorriso em seus lábios se alargando enquanto uma expressão de diversão brilhava em seus olhos.— E você não estava me olhando? Como sabe que eu estava te espiando? — Esther