Sofia estava lá, forçando um sorriso ao se virar: - Tia Michele, mais alguma coisa que você precisa?Michele olhou para ela: - Você também está comprando roupas, esse casaco não é para você, né?A expressão de Sofia congelou: - É para outra pessoa.Michele viu através da situação, não revelou, cruzou os braços e disse friamente: - Sofia, você é uma figura pública afinal, sabe o que deve e não deve fazer. Algumas coisas, não é questão de não falar, é apenas por consideração à reputação da família Júnior, mas isso não significa que eu concorde. Não espere até que seja tarde demais para se arrepender. Eu não sou a Joana, para você fazer o que quiser!Sofia ficou com o rosto sombrio, se sentindo humilhada. Com os olhos vermelhos, ela apertou os dedos com força e sua voz ficou fraca: - Entendi, tia Michele.Michele não olhou para ela, apenas resmungou friamente.Sofia se sentiu humilhada, seus passos vacilaram enquanto sua assistente a ajudava a sair dali.- Esther, que tal irmos tomar
Ele simplesmente não a amava. Esther sabia disso, mas continuava presa à esperança. Para Michele, Esther e Marcelo eram um casal perfeito. Mas seria importante perguntar a Marcelo se ele se sentia feliz ao lado dela. Contudo, Michele distorcia a situação, sorrindo enquanto dizia:— Falei só umas poucas palavras e você já está defendendo seu marido. Esther, eu sei que você ama muito o Marcelo, isso é uma sorte para ele. Ele nunca encontrará outra esposa como você, nem se procurasse a vida inteira. Talvez ele tenha sofrido tanto na infância que agora merece um pouco de felicidade.— Ele teve uma infância difícil? — Esther ficou intrigada, seus olhos se estreitaram em confusão. Ela sempre achou que, vindo de uma família tão abastada, ele deveria ter tido uma vida melhor que a maioria.Michele mudou de expressão por um instante, uma sombra de tristeza passou por seus olhos, mas rapidamente retomou o sorriso e comentou de forma casual: — Essas coisas não precisam ser mencionadas. Marcelo
Ao ouvir a notícia, Marcelo ficou pálido de susto. Seus olhos se arregalaram e a mão que segurava o telefone começou a tremer. Com as sobrancelhas franzidas, ele disse rapidamente, com uma voz cheia de urgência: — Onde você está? Vou imediatamente! — Marcelo, o que aconteceu? — Sofia perguntou ao ver Marcelo tão agitado, seus olhos grandes cheios de preocupação.— Algo aconteceu com Esther! — Marcelo respondeu, mal conseguindo esconder o pânico em sua voz. Sem olhar para trás, ele saiu correndo, seu coração batendo acelerado, a mente inundada dos piores cenários.Sofia observou Marcelo se afastar com pressa, claramente preocupado com Esther, sem entender o que poderia ter ocorrido. Ela sabia que Esther estava bem mais cedo naquele dia, então a situação parecia muito suspeita. Olhando para o presente que havia comprado para Marcelo e que ele deixou para trás, ela sentiu uma onda de decepção se espalhar por seu peito. Seus ombros caíram levemente, e um suspiro triste escapou de seus lá
Quando Marcelo viu Michele, ele parou de andar. Seus olhos se estreitaram um pouco enquanto a chamava:— Tia Michele.Michele olhou para ele com uma mistura de desapontamento e determinação.— Então você ainda sabe que eu sou sua tia. — Ela respondeu com um tom de reprovação. — Você deixou a Esther sozinha. Está indo atrás da Sofia, aquela amante?— Não acredite em tudo que você ouve. Pare de falar essas coisas. — Marcelo franziu levemente a testa, tentando manter a calma.Esther ouviu e apenas soltou um sorriso amargo. Dentro dela, uma mistura de tristeza e resignação tomou conta. Não importava a situação, ele sempre defendia Sofia. Ela sentiu uma pontada de dor em seu coração, como se cada palavra de Marcelo fosse um pequeno corte em sua alma.Michele não se deixou convencer.— Eu te conheço bem, Marcelo. Além daquela mulher, quem mais faria você deixar Esther e sair correndo? O que aconteceu com ela? O céu está caindo? Ela está morrendo? Você não pode deixar Esther sozinha. Hoje, vo
Ela era alérgica a álcool e seu corpo coçava de forma insuportável quando o consumia. Se não fosse pelos cuidados constantes de Marcelo, ela teria se arranhado toda, deixando marcas vermelhas e doloridas na pele. Marcelo, com uma expressão séria e preocupada, passava suavemente a pomada nas áreas irritadas, seus olhos concentrados na tarefa. Ele parecia sentir a dor dela e queria aliviar seu sofrimento de qualquer maneira possível.Mesmo que não houvesse amor entre eles e que ela não fosse feliz na família Mendes, às vezes ela ainda sentia a proteção dele. Era uma sensação estranha e contraditória, como uma pequena chama de calor em um ambiente frio e hostil.Esther retirou a mão dele devagar, sentindo um gosto amargo na boca, mas ainda tentou tranquilizá-lo. — Vai melhorar aos poucos. Os remédios nem sempre funcionam completamente. Não precisa se preocupar. Você não tem que trabalhar? Vou abrir a porta para você. Não leve a tia a sério. Mesmo que você vá embora, eu não vou reclamar pa
Com o passar do tempo, Marcelo ficou mais maduro e calmo. Suas feições estavam mais serenas e um leve brilho de sabedoria pairava em seus olhos. Enquanto ele cortava a carne, seus movimentos eram meticulosos e cheios de graça. Esther não conseguia desviar o olhar dele, notando cada detalhe, desde o jeito que ele segurava a faca até a forma como seus lábios se curvavam ligeiramente em um sorriso concentrado.Quando percebeu que Esther estava olhando para ele, deu um leve sorriso.— Você está me olhando assim, no que está pensando? Esther, apoiada no queixo, desviou o olhar rapidamente, tentando esconder o rubor que começava a se formar em suas bochechas.— Nada demais. — Sua voz saiu mais baixa do que esperava, traindo um pouco de nervosismo.— Você estava claramente me espiando. — Marcelo ergueu uma sobrancelha, o sorriso em seus lábios se alargando enquanto uma expressão de diversão brilhava em seus olhos.— E você não estava me olhando? Como sabe que eu estava te espiando? — Esther
Para Esther, era uma lembrança profunda e marcante. Para Marcelo, não tinha importância.Ela se sentiu um pouco triste. O que, para Marcelo, era uma coisa digna de ser lembrada?— Por que você parou de falar? — Marcelo, irritado, levantou o queixo dela. — Toquei em algum ponto sensível?Esther olhou para ele, fitando seus olhos frios, e perguntou: — Marcelo, tem alguma experiência que te marcou profundamente?Marcelo a encarou, perdido em pensamentos, lembrando-se de uma garota vaga em sua mente. Ele balançou a cabeça e apertou com força a mão de Esther. — Você ainda não me respondeu. Você gosta tanto dele assim?— Eu realmente gostava muito dele. — Esther respondeu, sua voz tremendo.Essa frase acendeu a fúria de Marcelo. Seus olhos se estreitaram, o maxilar se contraiu e suas mãos apertaram os braços de Esther com força.— Mas... — Esther tentou explicar, mas Marcelo não deu chance. Ele a beijou com raiva.O beijo a surpreendeu, e seus olhos se arregalaram. Marcelo a beijava com um
O som do alarme estridente trouxe uma calma inesperada ao ambiente. Marcelo se levantou de cima de Esther, seus olhos, ainda cheios de desejo, a observavam com uma expressão complexa. O nome de Enrico ecoava em sua mente, uma lembrança amarga e persistente. Ele respirou fundo, tentando controlar a raiva, e pegou o celular. Ao ver o nome na tela, colocou o aparelho no modo silencioso e o guardou no bolso.— Vou tomar um banho. — Com uma calma calculada, ele disse com a voz rouca.Então, se dirigiu para o banheiro, e o som da água do chuveiro começou a ecoar.Esther ficou deitada na cama, a sensação de perda era inegável. Sentia o coração apertado, como se estivesse sendo esmagado por uma mão invisível. Mesmo com o desejo a ponto de explodir, Marcelo conseguia manter a compostura, provavelmente por causa de Sofia. Mesmo sem ele dizer, ela sabia que as ligações incessantes eram de Sofia. A tela do celular não mentia. Ele, sob efeito de drogas, ainda conseguia manter a racionalidade por