Pensando nas injustiças que ela sofreu, Esther chorava ainda mais. Seu choro chamou a atenção dos passantes.- Ei, cara, deixou sua namorada brava? Olhe só como ela tá chorando, deve ter passado por um perrengue, né! - O transeunte viu a cena e não resistiu a comentar.Marcelo também não queria fazer uma cena em público. Nunca tinha passado por algo assim e disse:- É só um mal-entendido, daqui a pouco passa.Ele pegou Esther no colo, querendo levar ela embora. Esther estava agarrada ao homem como uma enguia, soluçando alto.- Para acalmar a namorada, tem que ter paciência. - Continuou o transeunte. - Certamente você fez algo para deixar ela chateada, por isso ela não quer ir com você. Nenhuma garota fica brava sem motivo.Marcelo não sabia por que ela estava brava. Ele já estava contente por não estar bravo, de onde ela tirava tanta raiva? Mas vendo o quanto ela chorava, ele não sabia o que dizer.Marcelo começou a ficar com dor de cabeça. Nunca teve que acalmar uma mulher antes, e
Ao ouvir isso, Marcelo olhou na direção dela e viu que ela estava coçando a mão, com uma erupção vermelha.Ele imediatamente segurou o braço dela para impedir ela de coçar. - Não coce.Esther estava muito desconfortável. - Tá coçando muito. Marcelo franziu o cenho e disse em voz baixa: - Se você é alérgica a álcool, por que bebe tanto?Esther estava meio atordoada, abriu os olhos como se visse a figura de Marcelo. - Onde eu estou?- Em casa.Marcelo tirou os sapatos dela e em seguida a roupa que estava incomodando, cobrindo ela com o cobertor.Esther começou a recobrar a consciência, se lembrando de que estava em uma reunião de colegas de classe, onde bebeu um pouco e teve alguns problemas.No momento crucial, Marcelo apareceu.- Foi você que me trouxe de volta? - Esther perguntou.Marcelo foi até o banheiro, trouxe uma bacia de água quente e um pano úmido, cuidadosamente limpando os braços dela.Os pequenos braços dela estavam vermelhos, com erupções e marcas de coceira: - Se nã
Ao ouvir as sua palavras, Marcelo ficou pálido, com uma expressão terrível, e sentiu um aperto no peito. Ele se levantou, sem se importar com o choro de Esther, e ficou de pé junto à janela, acendendo um cigarro e fumando profundamente. A fumaça se espalhava, tornando o ar gelado. Depois de terminar o cigarro, ele saiu do quarto sem voltar.No dia seguinte, Esther acordou com uma forte dor de cabeça. Ao levantar da cama, segurou a cabeça, sentindo ela mais pesada que os pés. Ela se levantou, se serviu de um copo de água para se recuperar um pouco do álcool da noite anterior. Indo ao banheiro para se lavar, notou que seus olhos estavam inchados, indicando uma noite agitada. Ela se lembrou de que Marcelo a tinha levado para casa na noite anterior, mas não havia sinais de que ele tivesse se movido ao lado dela, o que significava que ele não havia dormido ao seu lado. No entanto, ela lembrava que ele cuidou dela por um longo tempo. Era a primeira vez que ele a tratava tão gentilmen
- Marcelo já vestiu várias roupas de alta costura. - Esther disse com uma expressão impassível. - Desde que eu compre, ele vai usar. Mas não sei para quem a Srta. Sofia está escolhendo roupas agora?Sofia se aproximou, os olhares das duas se cruzaram, nenhuma delas disposta a ceder, quase saindo faíscas.Sofia curvou os lábios e disse de forma provocativa: - Peguei uma peça de alta costura para o meu namorado, só existem dez no mundo. Quer que eu mostre para você?O tom dela era de pura ostentação.Ela se esforçava para encomendar um casaco de luxo, enquanto Esther escolhia algo comum na loja.Na questão de escolher roupas para seus homens, elas estavam em mundos completamente diferentes.A vendedora trouxe a caixa com o casaco de edição limitada, exalando riqueza de dentro para fora.Esther deu uma olhada, com um toque de sarcasmo: - A Srta. Sofia precisa gastar o dinheiro dos outros até para comprar um vestido, tem certeza que desta vez não é o caso?Sofia ergueu uma sobrancelha:
Ela não acreditava que Marcelo lhe daria um cartão com dez milhões guardado. Ela já tinha investigado, e o relacionamento deles não era nada bom, Marcelo raramente cuidava dela. Ela trabalhou como secretária do Marcelo por sete anos, sem nunca receber um olhar de respeito dele. Se Marcelo realmente se importasse com ela, não teria mantido o casamento em segredo, mas teria anunciado a relação deles de forma aberta. Era mais provável que Esther estivesse sendo sustentada por alguém sem que Marcelo soubesse. Ela preferia acreditar nisso do que aceitar que Marcelo daria dinheiro a ela.- Meu sobrinho dá dinheiro para a esposa dele e isso precisa ser questionado? Srta. Sofia, será que você está com um pouco de inveja? - De repente, uma outra voz surgiu na conversa delas. Esther olhou para a origem da voz e viu Michele caminhando até elas, com um gingado gracioso. Ela usava um vestido preto, que acentuava suas curvas, e o cabelo estava preso em um coque. Mesmo com quase cinquenta anos,
Sofia estava lá, forçando um sorriso ao se virar: - Tia Michele, mais alguma coisa que você precisa?Michele olhou para ela: - Você também está comprando roupas, esse casaco não é para você, né?A expressão de Sofia congelou: - É para outra pessoa.Michele viu através da situação, não revelou, cruzou os braços e disse friamente: - Sofia, você é uma figura pública afinal, sabe o que deve e não deve fazer. Algumas coisas, não é questão de não falar, é apenas por consideração à reputação da família Júnior, mas isso não significa que eu concorde. Não espere até que seja tarde demais para se arrepender. Eu não sou a Joana, para você fazer o que quiser!Sofia ficou com o rosto sombrio, se sentindo humilhada. Com os olhos vermelhos, ela apertou os dedos com força e sua voz ficou fraca: - Entendi, tia Michele.Michele não olhou para ela, apenas resmungou friamente.Sofia se sentiu humilhada, seus passos vacilaram enquanto sua assistente a ajudava a sair dali.- Esther, que tal irmos tomar
Ele simplesmente não a amava. Esther sabia disso, mas continuava presa à esperança. Para Michele, Esther e Marcelo eram um casal perfeito. Mas seria importante perguntar a Marcelo se ele se sentia feliz ao lado dela. Contudo, Michele distorcia a situação, sorrindo enquanto dizia:— Falei só umas poucas palavras e você já está defendendo seu marido. Esther, eu sei que você ama muito o Marcelo, isso é uma sorte para ele. Ele nunca encontrará outra esposa como você, nem se procurasse a vida inteira. Talvez ele tenha sofrido tanto na infância que agora merece um pouco de felicidade.— Ele teve uma infância difícil? — Esther ficou intrigada, seus olhos se estreitaram em confusão. Ela sempre achou que, vindo de uma família tão abastada, ele deveria ter tido uma vida melhor que a maioria.Michele mudou de expressão por um instante, uma sombra de tristeza passou por seus olhos, mas rapidamente retomou o sorriso e comentou de forma casual: — Essas coisas não precisam ser mencionadas. Marcelo
Ao ouvir a notícia, Marcelo ficou pálido de susto. Seus olhos se arregalaram e a mão que segurava o telefone começou a tremer. Com as sobrancelhas franzidas, ele disse rapidamente, com uma voz cheia de urgência: — Onde você está? Vou imediatamente! — Marcelo, o que aconteceu? — Sofia perguntou ao ver Marcelo tão agitado, seus olhos grandes cheios de preocupação.— Algo aconteceu com Esther! — Marcelo respondeu, mal conseguindo esconder o pânico em sua voz. Sem olhar para trás, ele saiu correndo, seu coração batendo acelerado, a mente inundada dos piores cenários.Sofia observou Marcelo se afastar com pressa, claramente preocupado com Esther, sem entender o que poderia ter ocorrido. Ela sabia que Esther estava bem mais cedo naquele dia, então a situação parecia muito suspeita. Olhando para o presente que havia comprado para Marcelo e que ele deixou para trás, ela sentiu uma onda de decepção se espalhar por seu peito. Seus ombros caíram levemente, e um suspiro triste escapou de seus lá