Quanto mais Nicole pensava, mais tinha certeza disso. Quando Esther se arrependeu de não a trazer de volta, ficou claro que ela não queria ninguém perto de Marcelo para não afetar sua posição. Não era de se admirar que ela tivesse mudado de atitude.Esther gostava de Marcelo e não permitia que outra mulher se aproximasse dele, por isso disse aquelas coisas para ela. Nicole pensava que, se não tivesse vindo até ali, Marcelo jamais descobriria que ela foi a mulher que passou aquela noite com ele. Esther faria de tudo para encobrir isso e mandá-la embora.Inicialmente, Nicole não pensou muito sobre o assunto. Naquela noite, ela perdeu sua virgindade e estava assustada e nervosa, e só queria não causar problemas. Sabia que Marcelo a procurava, mas não queria criar confusão, só queria se despedir adequadamente.Porém, Marcelo foi muito gentil e carinhoso com ela, e a manteve ao seu lado. Ele a fez se sentir cuidada e amada. Por isso, ela resolveu ficar. Sua permanência ali podia ser vista
— Você não disse que adora a comida da cozinheira daqui? Então coma mais um pouco. — Esther disse, colocando o copo na mesa. Ela não pretendia continuar ali e estava prestes a sair quando Nicole, percebendo a oportunidade, decidiu agir.— Quando alguém não responde diretamente, isso significa que a resposta já está implícita. — Nicole disse, sua voz tremendo levemente, mas cheia de determinação. — Você gosta do Sr. Marcelo! Então, tudo o que me disse foi por medo que minha presença representasse uma ameaça para você, Srta. Esther? Você tem motivos pessoais? Você não queria que eu aparecesse porque eu e o Sr. Marcelo tivemos um caso, e isso te incomodou! Nicole deu um passo à frente, o olhar fixo em Esther, de forma desafiadora.Esther franziu a testa e se voltou para encará-la, os olhos estreitos e frios. Nicole, com uma confiança renovada, não parecia mais a garota tímida que conheceu. — De onde vem essa sua confiança? — Esther perguntou calmamente. — Você realmente teve algo com o
O recém-chegado olhou para a ficha caída no chão, com uma expressão de surpresa ao ver Esther ali tão cedo. Ele se abaixou para pegar o papel, seus movimentos lentos e cuidadosos, como se estivesse tentando entender a situação.Esther, vendo isso, ficou alarmada. Seus olhos se arregalaram e seu coração disparou. Rapidamente, ela tentou pegar a ficha, mas ele estava mais perto e conseguiu pegar primeiro.— Você está se sentindo mal? — Perguntou ele, olhando para a ficha com uma mistura de preocupação e curiosidade. Ao ver que era apenas para um ultrassom, franziu a testa, intrigado, e seu olhar se voltou para Esther, buscando respostas.Esther, confusa e nervosa, tentou pegar a ficha da mão dele, mas suas mãos tremiam ligeiramente, como se toda a sua força tivesse sido drenada. Ela finalmente conseguiu colocar rapidamente no bolso, tentando disfarçar seu nervosismo com um sorriso forçado.— Eu só vim fazer um check-up. — Respondeu ela, tentando manter a calma enquanto evitava o olhar de
Esther ficou assustada. Antes, por mais doente ou machucada que estivesse, ele nunca mostrava tanta preocupação. Marcelo sempre se envolvia tanto no trabalho que acabava ignorando os sentimentos dela. Agora que ela não precisava de sua companhia, ele insistia em estar ao lado dela, o que a deixava desconcertada. Ela não conseguia entender essa mudança repentina, e a ansiedade começou a tomar conta de seu peito.Marcelo percebeu que outras pessoas queriam usar o elevador. Ele olhou em volta e fez um gesto para as pessoas entrarem. — Vamos entrar primeiro, depois conversamos. — Disse ele, sua voz firme.Eles ficaram na porta do elevador por um tempo, até que Esther finalmente entrou com ele, relutante. Ela manteve a mão no bolso, segurando firmemente a ficha, que parecia estar queimando em suas mãos. Encontrar Marcelo naquele dia específico foi realmente um azar. O silêncio entre eles era pesado, cheio de tensão e sentimentos não ditos.Dentro do elevador, Marcelo olhava fixamente para
— Vovô Sandro, como vai? — Esther cumprimentou educadamente, meio perdida.Sandro ficou surpreso, pois não tinha ouvido falar disso, mas logo depois começou a rir alegremente, seus olhos brilhando de alegria.— Ah, tudo bem. Moleque, você já está casado! Quando foi isso? Você e seu avô são iguais, uma coisa dessas e nem me chama, e só agora conheço sua esposa. — Disse Sandro, com um sorriso contagiante, enchendo o quarto com uma energia calorosa.Sandro e Igor eram velhos amigos, tendo sido companheiros de batalha na juventude. Eles lutaram lado a lado no campo de batalha, conquistando muitas vitórias e construindo suas carreiras. Porém, ao longo do tempo, suas escolhas os afastaram. Sandro entrou na política, enquanto Igor optou pelo mundo dos negócios, resultando em pouco contato entre eles.Sandro observou Esther atentamente e aprovou com um aceno de cabeça.— Ela é uma boa moça, Marcelo, você tem bom gosto. Esta jovem parece ser uma pessoa gentil. — Comentou ele, com uma voz suave,
Mayara parecia surpresa ao vê-los ali também, mas logo se recompôs. — Vovô Sandro, eu e minha mãe viemos te ver. — Ela disse, a voz dela estava cheia de doçura, enquanto seus olhos brilhavam de entusiasmo.— Sandro. — Chamou Luana, a mãe de Mayara, com um tom mais sério, mas ainda caloroso.Esther notou algo interessante. Sandro, a quem Marcelo respeitava tanto, parecia ser bem familiar para a família Alves também. Eles pareciam ter uma relação estreita.— Todos vieram me visitar. — Sandro disse, com um sorriso acolhedor.— Você está doente, claro que todos queremos ver como você está. — Disse Mayara, colocando flores em um vaso e abraçando Sandro com entusiasmo. — Mas o senhor tem visita, hein?— Este é Marcelo, neto de um amigo de guerra, portanto ele é como um neto para mim. — Sandro então explicou.— Já nos encontramos. — Disse Mayara confiante, virando-se para Marcelo com um sorriso amistoso. — Olá, Sr. Marcelo, nos encontramos novamente.— Você não estava morando no exterior? Nu
Mayara não chamou Marcelo de “Sr. Marcelo”, mas usou seu nome. Ela se colocou na frente dele, bloqueando seu caminho. — Srta. Mayara, o que você quer? — Marcelo perguntou, com uma expressão fria. Seu tom era seco, deixando claro que ele não tinha paciência para jogos.Mayara olhou para ele, com uma arrogância intrínseca, ainda sem acreditar completamente.— O que você disse agora é verdade? Você realmente se casou? — Sua voz carregava uma mistura de incredulidade e desafio.Ela nunca tinha ouvido falar que ele havia se casado. Suspeitava que ele estivesse apenas tentando escapar da situação.— Preciso mentir? — Marcelo respondeu, com uma expressão indiferente, demonstrando sua impaciência.— Nunca ouvi falar, ninguém sabe quem é sua esposa. Acho que você está inventando uma desculpa. — Mayara insistiu, com um olhar penetrante, tentando ler qualquer sinal de hesitação em Marcelo.— Isso não é da sua conta. — Retrucou Marcelo, seus olhos se estreitando.Quanto mais frio Marcelo se mostr
Marcelo sempre foi um homem de poucas palavras, mas Esther nunca imaginou que ele fosse tão observador a ponto de perceber que ela sentia dores abdominais quando estava menstruada. Para Esther, a ideia de passar uma vida inteira ao lado de Marcelo sempre lhe parecia monótona. Ela acreditava que, mesmo depois de anos de convivência, ele jamais saberia seus gostos ou as peculiaridades do seu corpo. Em sua mente, ela até imaginava que poderia morrer de uma doença e ele seria o último a saber.Mas com o tempo, mesmo sem querer, Marcelo começou a prestar atenção. Era inevitável. Esther soprava sua xícara de chá de gengibre, já frio, e o bebia de um só gole, seu olhar perdido em pensamentos confusos. Marcelo, atento, ajeitou o cobertor sobre ela com um gesto cuidadoso, como se fosse um ato natural para ele.— Descanse bem. — Ele disse, enquanto lhe cobria. Esther o encarou por um momento, seus olhos capturando a imagem de um homem que ela pensava conhecer, mas que a surpreendia a cada insta