— Como é você? — Natacha se levantou de repente, dizendo irritada. — Saia daqui!Joaquim não avançou mais, mas também não saiu. Ele apenas ficou parado, olhando profundamente para Natacha, e disse:— Estou preocupado com você. Você está bem?Natacha soltou uma risada fria, e de repente despejou sua frustração em cima de Joaquim:— As pessoas lá fora agora acham que sou sua amante, até o hospital foi envolvido por minha causa. Como eu poderia estar bem? — Natacha gritou para Joaquim. — Eu te imploro, por favor, vá embora! Agora estou sendo muito observada. Se alguém te ver no meu escritório, não sei que tipo de boato surgirá!O rosto de Joaquim mostrou uma expressão de desilusão. Ele se aproximou lentamente de Natacha, entregando-lhe o jantar, e disse:— Coma primeiro. Sempre que algo acontece, você se maltrata e não come.Natacha olhou para Joaquim com estranheza e perguntou intrigada:— Você parece me conhecer muito bem, não é? Leve sua comida embora, eu não quero comer.Joaquim, no e
Gabriel quase não teve coragem de continuar a falar, temendo ouvir uma resposta que confirmasse as notícias que ele tanto queria que fossem falsas. Sua mente estava um caos, um turbilhão de pensamentos contraditórios, mas a ideia de que Natacha poderia estar escondendo algo o aterrorizava. Ouvindo as perguntas de Gabriel, Natacha suspirou desapontada. — Então, você pensa como os outros? Acredita que eu e Joaquim temos algum segredo obscuro? — Disse ela, com um tom de frustração.— Não, eu não acho isso. — Gabriel negou imediatamente, a voz urgente e trêmula. — Eu só quero entender como vocês acabaram sendo alvo de tantos boatos. — Ele fez uma pausa, o silêncio entre eles pesando mais do que qualquer palavra. — E mais, por que você não me contou sobre o problema com os pacientes do seu grupo de ensaio clínico? Por que não me deixou ajudar você?— Isso é algo relacionado ao meu trabalho, Gabriel. Eu consigo resolver sozinha. — Natacha respondeu, com um tom distante, quase como se estiv
Assim que chegou à entrada do hospital, Natacha foi cercada por uma enxurrada de repórteres que apareceram de todos os lados, como abutres se reunindo em torno de uma presa indefesa. Ela mal teve tempo de reagir antes que os microfones e câmeras fossem empurrados em sua direção, uma avalanche de perguntas sendo jogada sobre ela sem piedade. — Você é a Dra. Susan, certo? — Um dos repórteres, um homem alto e de olhar penetrante, foi o primeiro a se aproximar, a voz carregada de uma curiosidade que beirava o hostil. — Essa ao seu lado é a mãe do paciente que faleceu?Natacha sentiu um nó se formar em seu estômago. Ela estava acostumada a lidar com a imprensa em ocasiões positivas, quando divulgava suas conquistas científicas e pesquisas de sucesso. Mas agora, a situação era completamente diferente. Nunca antes ela tinha se visto cercada, sendo pressionada por perguntas maliciosas e insidiosas.Ao invés de responder e dar margem para que distorcessem suas palavras, Natacha preferiu manter
Rafaela ficou em choque, sentindo seu coração afundar enquanto arregalava os olhos. E agora? Como ela iria lidar com isso? O desespero começou a invadir seus pensamentos, tornando difícil até mesmo respirar direito. Se Joaquim reconhecesse Natacha, o que seria dela? Ela mal conseguia pensar em outra coisa. Além de se tornar alvo de zombarias das damas da alta sociedade, a posição da Sra. Camargo também estaria ameaçada.O pânico a fez agir impulsivamente, impedindo o caminho dele, com lágrimas já formando-se em seus olhos. — Joaquim, você vai nos abandonar, a mim e ao Domingos? Se você reconhecer a Natacha, o que será do Domingos? Quer que ele seja marcado como um bastardo por todos? — As palavras saíram de sua boca com um tom aflito, tentando tocar o coração de Joaquim.Joaquim parou por um momento, aquelas palavras finalmente atingiram seu ponto fraco. Mas, ao olhar para baixo e ver tantas pessoas cercando Natacha, sua expressão endureceu. Ele fechou os olhos brevemente, como se est
As palavras de Joaquim deixaram os repóteres surpresos. Eles se entreolharam, surpresos e inseguros. Ninguém teve coragem de se manifestar, tendo medo de enfrentar a poderosa família Camargo. Natacha soltou um suspiro de alívio, sentindo um peso sair de seus ombros. Discretamente, ela olhou para o homem ao seu lado, e, sem que pudesse controlar, seu coração começou a se encher de uma sensação estranha e inexplicável. No entanto, a calmaria foi quebrada por um jornalista mais audacioso que, decidido a arriscar.— Sr. Joaquim, sua esposa sabe que a Dra. Susan cuidou do senhor? O que ela acha disso? — Perguntou ele, com um tom que misturava provocação e curiosidade. O olhar afiado de Joaquim imediatamente se fixou no jornalista. Esposa? Cada vez que ele ouvia aquela palavra, algo dentro dele se revoltava. Rafaela... Ele quase abriu a boca para dizer que Rafaela não era sua esposa de verdade, que tudo não passava de uma fachada. Joaquim sempre tão rápido em suas respostas, dessa vez he
— Você! — Joaquim rugiu, já cerrando os punhos com tanta força que seus nós dos dedos ficaram brancos, prontos para dar um golpe. Antes que pudesse avançar, sentiu uma pressão suave, mas firme, em seu braço. Rafaela correu até ele, seus olhos brilhando com um misto de preocupação e medo. Ela segurou seu braço com força, tentando impedir que ele fizesse algo de que ambos poderiam se arrepender. Aproveitando a situação, ela entrelaçou seu braço no dele, forçando um sorriso suave em seus lábios.— Joaquim, agora que tudo se resolveu e os rumores foram esclarecidos, deveríamos estar felizes, né? — Sussurrou ela, sua voz tremendo ligeiramente enquanto tentava apaziguar a tempestade que se formava dentro dele.Gabriel, observando a cena com um olhar gélido, lançou um olhar frio para Rafaela antes de se dirigir a Joaquim. — Acho que a Sra. Rafaela tem razão. O Sr. Joaquim tem uma esposa tão bonita e agora um filho também. Parece que a vida está realmente ao seu favor. — Disse Gabriel, sua vo
— Não foi culpa sua. — Gabriel se aproximou com passos firmes, seus olhos fixos em Natacha, enquanto ele a envolvia em um abraço suave. Ele inclinou a cabeça, sussurrando em seu ouvido, tentando transmitir conforto através de suas palavras e calor. — Antes de um medicamento ser aprovado, ele passa por várias fases de teste. Diversas coisas podem acontecer. Os pais que aceitaram participar dos testes sabiam dos riscos. O remédio pode melhorar ou piorar a condição dos pacientes.Natacha, no entanto, sentiu um leve desconforto crescer em seu peito. Sentindo a pressão do abraço, ela se afastou lentamente. Suas longas pestanas tremiam levemente enquanto ela desviava o olhar, seus olhos refletindo uma tristeza profunda. — Eu sei que é isso, mas, mesmo assim, eu não consigo deixar de me sentir mal. — Murmurou ela, desanimada.Gabriel a observou intensamente, sua expressão suavizando ao ver a vulnerabilidade dela. — Isso aconteceu faz tempo, mas você nunca me contou nada. Se fosse eu, também
Gabriel se aproximou lentamente, seus passos medidos e silenciosos. Ele segurou o rosto de Natacha entre as mãos, seus dedos acariciando suavemente a pele macia dela. Natacha sentiu seu coração acelerar, batendo forte como se estivesse prestes a explodir. O calor das mãos dele fez um arrepio subir por sua espinha, enquanto os olhos de Gabriel a fitavam com uma intensidade que a deixou desnorteada. Quando os lábios dele estavam quase tocando os dela, uma avalanche de pensamentos e emoções a invadiu.— Eu… Eu acabei de lembrar que tenho uma coisa do trabalho para resolver. Preciso ir. — Murmurou Natacha, rapidamente se afastando, nervosa e atrapalhada, sentindo o rosto arder de vergonha e confusão. Ela deu um passo para trás, tropeçando levemente, seus pés vacilando como os de um cervo assustado, antes de se virar e correr para o escritório, suas mãos trêmulas tentando esconder o tumulto de emoções que a dominava.Gabriel ficou olhando para ela se afastar, uma mistura de tristeza e resi