Portanto, Natacha pegou delicadamente a taça de vinho das mãos de Dolores, colocou ela de lado e disse com firmeza: - Vovó, ele disse que não bebe. Além disso, o vinho não é algo bom.Se sentindo um tanto desmoralizada e contrariada, Dolores deu a ela um olhar de reprovação. Joaquim, no entanto, soltou uma leve risada e, com um tom cheio de ternura e uma expressão de carinho nos olhos, disse a Natacha: - Eu vou seguir o que você diz.Aquela atitude era como a de um marido que acatava docilmente as ordens da esposa. O rosto de Natacha ficou intensamente ruborizado de vergonha e confusão, sem entender o que passava pela cabeça de Joaquim para falar com ela de maneira tão íntima diante de seu pai e avó.Depois de finalmente terminarem a refeição na casa da família Gonçalves, Dolores insistiu, quase de maneira imperiosa, para que Joaquim ficasse para tomar um chá.- Não, eu tenho outros compromissos. Vou levar a Natacha e já vamos nos despedir. - Joaquim recusou educadamente, segurando
Natacha ficou em silêncio, seus olhos abaixados enquanto murmurava: - Mas o bebê de Rafaela... Você não me culpa mais por isso? - Sua voz estava carregada de dúvida e esperança, como se a resposta de Joaquim fosse determinar o curso de suas vidas. Ela olhava para baixo, evitando o olhar dele, seus dedos entrelaçados em um gesto nervoso.Ela queria desesperadamente saber se, ao perdoá-la, ele aceitaria seu filho. Joaquim, no entanto, não respondeu imediatamente. Ele não confirmou nem negou, deixando Natacha presa em um limbo de incerteza. Seus olhos, geralmente tão firmes e decididos, estavam agora distantes, como se lutasse internamente com a decisão de contar ou não a verdade. A verdade que Natacha ainda não sabia era que o bebê de Rafaela nunca chegou a passar pela cirurgia. Quando Joaquim entrou na sala, o médico estava prestes a começar, mas ele interrompeu o procedimento e tirou Rafaela de lá. Agora, Felipe estava do lado dele, garantindo que Paulo jamais soubesse a verdade.
Ao saber das novidades, Natacha ficou bastante contente e disse ao pai: - Papai, agora você pode aproveitar sua aposentadoria sem se preocupar com os compromissos da empresa. No entanto, Dolores comentou de forma sarcástica: - É tão simples assim? Seu pai mal vai à empresa, não percebe que perdeu o poder. E se o Joaquim transformar o Grupo Gonçalves numa casca vazia, o que faremos? - Sua expressão era dura, os lábios curvados em uma linha de desprezo, enquanto lançava um olhar penetrante para Natacha.- O Grupo Camargo é tão grande, você realmente acha que Joaquim está interessado no nosso Grupo Gonçalves? - Retrucou Natacha, irritada. Seu tom era defensivo, e seus olhos lançavam faíscas de raiva. Ela não suportava ouvir críticas sobre Joaquim, nem mesmo de sua própria família. Só ela podia criticá-lo, mais ninguém.Dolores ficou sem palavras, mas, sabendo que a família Gonçalves dependia de Natacha, não quis discutir mais. Ela se retirou para um canto da sala, murmurando para si me
Natacha agradeceu ao médico com sinceridade, sentindo uma onda de alívio e gratidão. Saiu do consultório, acariciando sua barriga e dando um sorriso de alívio. Em silêncio, ela sussurrou para si mesma: - Obrigada, bebê, por não ter deixado a mamãe. Ela não podia evitar a lágrima solitária que escapou, deslizando pelo seu rosto em um misto de alívio e esperança.Isadora, observando a expressão de Natacha, parecia entender seus sentimentos. Com um tom curioso, comentou: - Você não estava pensando em interromper a gravidez? Pelo jeito que ficou preocupada hoje, parece que mudou de ideia.Um pouco envergonhada, Natacha respondeu suavemente: - Cada dia que esse bebê cresce dentro da minha barriga, sinto que ele se torna mais importante para mim. Estou me apegando cada vez mais a ele. Suas mãos instintivamente protegeram seu ventre, como se quisessem assegurar a segurança do bebê contra todas as adversidades do mundo.Isadora olhou para Natacha com uma mistura de preocupação e carinho.
Natacha enfrentou o olhar de Luiz sem hesitar, sua expressão mostrando uma mistura de desafio e determinação. - Então, Luiz, o que você quer comigo hoje? Se eu não estiver enganada, você também quer me usar, não é? Está tentando me manipular para derrubar o Joaquim?O rosto de Luiz ficou pálido, e ele arregalou os olhos, claramente surpreso pela acusação. Sua voz ficou mais alta, traindo sua ansiedade. - Você sabe dos meus sentimentos por você há muito tempo. Como pode me interpretar dessa forma? Natacha, se você realmente está ao lado de Joaquim contra mim, está apostando no cavalo errado! Joaquim não pode nem cuidar de si mesmo agora. Você acha que ele pode te proteger, proteger a sua família e o Grupo Gonçalves?Enquanto falava, Luiz gesticulava freneticamente, seu rosto vermelho de frustração. Natacha podia sentir a intensidade de suas emoções, mas isso apenas a fez ficar mais dura. Ela não iria se deixar intimidar.- Explique-se. - Ela exigiu, com a voz trêmula de raiva contida
Natacha gritou de medo, o som de sua voz ecoando pelo ar. Ela correu para o lado de Joaquim como se estivesse correndo para um porto seguro, sua expressão revelando tanto alívio quanto terror.Os olhos de Luiz estavam vermelhos como os de um lobo enraivecido. Ele ergueu o punho, seu rosto contorcido de raiva. - Você ainda tem a ousadia de se comportar assim, mesmo agora?Ele avançou para atacar Joaquim, mas Natacha rapidamente se colocou entre os dois, seus olhos fechados com força enquanto levantava as mãos em um gesto defensivo. Luiz parou abruptamente, seu punho suspenso no ar, incapaz de desferir o golpe.Natacha estava tremendo, mas sua determinação era inquebrável. Ela não se moveu, seu corpo rígido como uma barreira entre os dois homens. Ela ouviu a voz furiosa de Joaquim ao seu lado, mas não recuou.De repente, ela sentiu as mãos firmes de Joaquim a puxarem para trás, protegendo ela.- Natacha, você ficou louca? - Ele gritou, sua voz cheia de preocupação e frustração. - Quem
- De que adianta ter tudo, se eu perder você? - Joaquim murmurou, abraçando Natacha com força. Ele acariciou suas costas com carinho, tentando acalmá-la. - Calma, não precisa se preocupar. A situação da empresa não é tão ruim quanto Luiz quer fazer parecer. Mesmo que seja, eu consigo lidar com isso. Não se preocupe comigo, tá?Natacha tentou encontrar consolo nas palavras de Joaquim, mas a expressão triunfante de Luiz ainda estava fresca em sua mente. Ela sabia que os problemas que Joaquim estava enfrentando eram mais graves do que ele deixava transparecer. Ela precisava dar um jeito de ajudá-lo a sair dessa crise. Com a relação de Joaquim com Lara e Vitor tão deteriorada, se a empresa caísse nas mãos de Luiz, eles não teriam piedade dele.Enquanto Natacha refletia sobre o que fazer, o celular de Joaquim tocou. Ele atendeu rapidamente, e a voz aflita do mordomo fez seu coração gelar. - Sr. Joaquim, é urgente, por favor, venha ao hospital agora. O Sr. Paulo desmaiou de raiva. - O quê?
Vitor e Lara trocaram olhares silenciosos, cheios de segundas intenções. Ambos sabiam que Paulo já havia feito seu testamento e que precisavam aproveitar o pouco tempo que restava para pressioná-lo a mudar as disposições, assegurando que Luiz ou Vitor assumisse a presidência do Grupo Camargo.O mordomo apareceu, interrompendo os pensamentos conspiratórios deles. - Sr. Joaquim, Sra. Natacha, o Sr. Paulo quer vê-los.Vitor tentou puxar Lara junto para entrar no quarto, ansioso para impedir qualquer trama entre o avô e o neto. No entanto, o mordomo levantou a mão para barrá-los, sua expressão séria. - O Sr. Paulo disse que quer ver apenas o Sr. Joaquim e a Sra. Natacha. Ninguém mais.Vitor e Lara ficaram parados, frustrados e impotentes. Lara mordeu os lábios de raiva, desejando que Paulo simplesmente morresse logo.Dentro do quarto, Joaquim e Natacha encontraram Paulo com uma máscara de oxigênio, o rosto pálido e cansado. Paulo, apesar da fraqueza visível, sorriu ao vê-los. - Vocês c