A reação de Rodrigo foi exatamente o que Joaquim esperava; ele acenou com a cabeça e disse:- Eu entendi, você pode ir agora.À noite, após o trabalho, Joaquim foi primeiro à porta da cirurgia cardiotorácica buscar Natacha. Coincidentemente, ele encontrou Natacha saindo com Gabriel. Não sabia sobre o que eles estavam conversando, Gabriel sorria gentilmente para Natacha, e ela retribuía o sorriso da mesma forma. Esse tipo de sorriso, Joaquim não via Natacha dar para ele há muito, muito tempo. Até que eles viram Joaquim parado na porta, ambos imediatamente esconderam os sorrisos. Nos olhos de Gabriel apareceu uma expressão complexa. Ele não falou com Joaquim, apenas disse a Natacha:- Não se esqueça de não se atrasar amanhã, estou indo.- Dr. Gabriel, até logo. - Natacha se despediu educadamente de Gabriel, sentindo que a atmosfera estava estranha. Vendo a expressão sombria de Joaquim, Natacha rapidamente explicou:- Hoje eu e Dr. Gabriel fizemos uma cirurgia juntos, por isso saímos ao
Natacha ficou com os olhos vermelhos de raiva e gritou para ele: - Joaquim, você está passando dos limites!No entanto, Joaquim a ignorou completamente e disse com frieza: - Nós devemos visitar o avô agora. Se lembre do que prometeu, diante dele precisamos fingir bem. Não deixe que ele perceba nada.Natacha queria recusar. Ela sentia o sangue ferver nas veias, o desejo de gritar e fugir crescendo dentro de si. Porém, essa encenação não era apenas para conseguir a ajuda dele para a empresa de seu pai, mas também para que Paulo pudesse passar seus últimos dias em paz.Assim, ela foi junto com Joaquim ao quarto de Paulo, tentando controlar a respiração e o turbilhão de emoções.Quando viu eles chegando de mãos dadas, Paulo olhou para eles com desconfiança, os olhos penetrantes como se quisessem desvendar cada segredo oculto.- Vovô, por que você está me olhando assim? - Natacha esboçou um sorriso e disse. - O senhor me deixa sem graça olhando assim.Ela tentou agir de forma natural para
Natacha olhou surpresa para Paulo, lembrando que Luiz sempre foi gentil com ela. - Luiz não é desse tipo de pessoa. - Ela disse, tentando defender o amigo. - Deve ser ideia dos pais dele.- Ah, tal mãe, tal filho. - Paulo resmungou com um sorriso amargo. - Sei exatamente o que estão tramando! - Ele então exibiu um sorriso satisfeito. - Mas não se preocupe, já fiz meu testamento. Com você ao lado de Joaquim, fico tranquilo em entregar o Grupo Camargo a ele. Natacha, apesar de eu sempre criticar Joaquim, ele é meu neto querido. A mãe dele deixou a família Camargo muito cedo, e o pai teve outro filho com aquela mulher. Você sabe disso. Joaquim pode parecer frio e distante, mas ele sente falta de muito amor. Nunca teve os pais por perto, e o próprio pai nunca o tratou como filho legítimo. Na verdade, eu sinto muita pena dele.As palavras de Paulo tocaram Natacha profundamente, causando a ela uma dor sutil e persistente. As cicatrizes emocionais de Joaquim, tão habilmente escondidas sob su
O rosto de Luiz mudou ligeiramente, e ele apertou os punhos com força, os olhos faiscando de raiva contida. Seu maxilar estava travado, e os músculos do pescoço se destacavam, indicando a tensão que sentia.- Você não já se divorciou de Natacha? Por que ainda a chama de esposa com tanta intimidade? - Lara, incapaz de se conter, exclamou. Sua voz tremia de indignação, e seu olhar parecia perfurar Joaquim.Paulo estava bastante descontente com o divórcio de Joaquim, e eles poderiam aproveitar essa situação. Mas agora, com Natacha de volta, estariam planejando se reconciliar? Usariam o carinho de Paulo por Natacha para conseguir mais parte da herança?Lara, irritada como um coelho com os olhos vermelhos, vociferou, agitando as mãos com veemência.- Não pense que não sei o que você está tramando! Nenhuma mulher suporta um marido com um filho ilegítimo. Agora, você e Natacha estão atuando para ganhar a simpatia de Paulo, com medo de que ele passe a direção do Grupo Camargo para Luiz? - Sua
Joaquim deu um leve sorriso e segurou a mão fria de Natacha, sentindo a textura delicada de sua pele, um contraste com a dureza da sua própria mão. - Pai, ouviu o que Natacha disse? Não precisa se preocupar. Eu nunca deixo um inimigo escapar. - A frieza em sua voz contrastava com o toque delicado em sua mão, um gesto que surpreendeu Natacha, que piscou, confusa.Vitor, com raiva contida, resmungou e, dando um olhar furioso para Joaquim, disse:- Vamos embora! - Sua voz ressoou como um trovão abafado, enquanto ele se afastava com sua esposa e filho a reboque. Luiz, ouvindo Natacha defender Joaquim, sentiu uma dor profunda no coração, como se algo o apertasse, dificultando sua respiração. Ele olhou para Natacha com uma mistura de tristeza e resignação antes de entrar no quarto de Paulo com seus pais. Quando todos saíram, o silêncio pairou pesadamente. Natacha finalmente suspirou aliviada, sentindo a tensão se dissipar um pouco. No entanto, logo percebeu o olhar intenso de Joaquim fixo
Joaquim sentiu uma pontada de culpa ao lembrar das palavras duras que havia dito a Natacha, rebaixando ela. A dor de sua consciência era intensa. Suas mãos agarravam com força o volante, mas ele não conseguia ligar o carro. Em silêncio, ele estava em agonia, tentando reconciliar seus sentimentos contraditórios. O interior do carro parecia pequeno e sufocante, como se os próprios sentimentos de culpa e desejo estivessem prendendo ele. De repente, ele se inclinou para frente, puxando Natacha para seus braços, acariciando suavemente seus cabelos enquanto murmurava:- Natacha, me desculpe, me desculpe…O cheiro familiar de seu perfume e a suavidade de seus cabelos trouxeram uma sensação de nostalgia e arrependimento que o atingiu com força.Natacha, com a voz trêmula e lágrimas nos olhos, respondeu:- Você não tem nada pelo que se desculpar. Eu pedi o divórcio. Foi minha escolha. E agora, por causa do meu pai, estou pedindo sua ajuda novamente. Talvez eu queira demais. Não consigo te ver
Natacha finalmente sorriu, um sorriso frágil que parecia carregar todo o peso do mundo, e disse:- Obrigada.Joaquim suspirou, se sentindo controlado por aquela mulher, suas emoções em turbilhão. O sorriso de Natacha, mesmo breve, iluminava seu rosto cansado, trazendo um brilho efêmero de esperança. No entanto, aquele mesmo sorriso também o perturbava, deixando ele vulnerável e confuso.Quando chegaram em casa, Joaquim pediu para ela ir jantar enquanto ele se dirigia ao banheiro para um banho frio. A água gelada caindo sobre sua pele parecia uma tentativa desesperada de acalmar os desejos que o atormentavam e reorganizar seus pensamentos confusos. Cada gota era como um golpe, uma tentativa de afastar a tensão crescente e desaparecer com a névoa que envolvia sua mente.Mal saiu do banho, o telefone começou a tocar insistentemente. Ele atendeu, ouvindo a voz aflita de Xavier:- Sr. Joaquim, temos um problema. A notícia da aquisição do Grupo Gonçalves chegou ao conselho. Os acionistas est
Natacha não entendia por que Joaquim precisava caluniar seu pai de maneira tão cruel. Em sua memória, o pai sempre fora um homem bondoso e dedicado, trabalhando arduamente todos os dias para sustentar a família. Se lembrava das noites em que ele chegava em casa exausto, mas ainda assim, com um sorriso no rosto e um abraço caloroso para ela. Por que Joaquim ousava acusá-lo de algo tão horrível? A raiva pulsava em seu peito como um tambor ruidoso, e seus olhos se encheram de lágrimas, como um céu prestes a desabar em tempestade. Ela as enxugou rapidamente, se sentindo decepcionada. Pensava que, após uma conversa sincera, Joaquim percebia seus sentimentos. Contudo, ele continuava a ser o mesmo homem arrogante e egoísta de sempre, um enigma frio e inalcançável.O tempo passou, mas Natacha não sabia ao certo quanto, quando ouviu uma voz familiar e cortante, rasgando o silêncio como uma lâmina afiada:- Você pretende ficar aqui até quando? Se adoecer, vai acabar me dando mais trabalho.Nata