Joaquim também se sentia péssimo, mas ainda assim tentou confortá-la, dizendo:- O médico disse que a localização do tumor do avô já era muito perigosa antes. Se não fosse por sua mãe, o avô não teria sobrevivido naquela época. Mas esse tumor tem uma alta probabilidade de recidiva e, uma vez que reapareça, não haverá possibilidade de sobrevivência.Os dois ficaram junto ao leito do velho senhor, sem se afastar nem um instante.Foi só ao amanhecer que o velho senhor mostrou alguma reação.Joaquim chamou rapidamente o médico.Após examinar o paciente, o médico suspirou de alívio e disse:- Seu avô é realmente muito forte e tem uma vontade de viver intensa. Agora ele já mostra sinais de acordar!- Verdade? - Joaquim finalmente suspirou aliviado. - Ouvi dizer que o departamento de neurocirurgia deste hospital é renomado em todo o país. Por favor, usem todos os métodos e medicamentos possíveis para salvar meu avô.O médico suspirou e balançou a cabeça:- Sinceramente, na situação atual do s
Natacha olhou para o chão, incapaz de enfrentar o olhar de Paulo. A verdade é que ela admirava a forma como Paulo lidava com a morte, aceitando seu destino com uma tranquilidade impressionante. No entanto, ela não conseguia sorrir e se despedir dele. Sua própria dor era esmagadora demais.Apesar disso, sua razão dizia a ela que continuar com o tratamento seria inútil. Paulo apenas sofreria ainda mais. Submeter seu avô a sessões de radioterapia e quimioterapia àquela altura seria pura tortura, uma crueldade que ela não poderia suportar.Ela respirou fundo e, tentando conter as lágrimas, assentiu firmemente. - Vovô, eu entendo. Prometo que farei de tudo para que você seja feliz todos os dias daqui em diante. - Disse Natacha, com a voz tremendo de emoção.- Essa é a minha menina. - Paulo respondeu com um sorriso fraco, mas cheio de carinho. - Sempre soube que você era especial. Ter você na nossa família foi uma bênção para o Joaquim. O coração de Natacha apertou de tristeza. Felizmente
Natacha hesitou por um momento, seu rosto expressando uma mistura de incerteza e determinação. Embora achasse aquilo muito estranho, ao pensar em Paulo, ela assentiu com firmeza e disse: - Sim, eu vou tentar.Joaquim observava ela atentamente, sentindo uma pontada de ironia. A situação entre ele e Natacha era verdadeiramente paradoxal. Eles poderiam ser um casal realmente feliz e apaixonado, mas por algum motivo, estavam se afastando cada vez mais, até chegarem a esse ponto. Mesmo como marido e mulher, parecia que estavam apenas fingindo, desempenhando papéis em um teatro trágico.Natacha olhou para o relógio, e o ponteiro já estava quase nas oito horas.- Eu preciso voltar ao trabalho. - Ela disse em voz baixa, olhando em volta do quarto, parecendo relutante em sair. - Já está quase na hora da troca de plantão.Os corredores do hospital estavam cheios de enfermeiras apressadas, empurrando carrinhos carregados de equipamentos médicos, e o cheiro de desinfetante impregnava o ar. Natach
Natacha deu um sorriso tímido e, com as bochechas levemente coradas, disse: - Dr. Gabriel, você está me elogiando demais, só faço o que posso.Gabriel sorriu e brincou, o rosto relaxado em uma expressão rara de descontração. - Natacha, com essa humildade toda, daqui a pouco vão te promover a santa!Natacha riu com a piada, surpresa por ver esse lado mais leve de Gabriel, que sempre era tão sério e reservado. O riso aliviou um pouco a tensão acumulada no seu peito, trazendo uma sensação de leveza que ela não sentia há tempos.Quando voltaram ao departamento, ouviram uma discussão acalorada vindo da entrada. As vozes ecoavam pelos corredores, cheios de frustração e raiva.Natacha trocou um olhar preocupado com Gabriel, seus olhos expressando uma pergunta silenciosa, e ambos aceleraram o passo para ver o que estava acontecendo. A ansiedade apertava o coração de Natacha, enquanto Gabriel mantinha uma expressão firme e determinada.Chegando perto do posto de enfermagem, viram uma aglomera
Vendo Laura perdida e nervosa, Gabriel falou com impaciência: - Responda! Quem estava de plantão naquela noite? Qual estagiária atendeu o paciente? Como você pôde deixar uma estagiária cuidar de um caso assim?O corpo de Laura ficou tenso, ela respondeu com a voz trêmula: - Eu... Eu estava de plantão, foi a Natacha que atendeu o paciente.Gabriel olhou para ela, chocado. - Você deixou a Natacha cuidar do paciente? E você? você mesma viu o paciente? A mente de Laura trabalhava rapidamente, tentando encontrar uma saída para si mesma. O rosto dela estava pálido, e gotas de suor começavam a aparecer em sua testa. Ela sabia que qualquer erro em suas palavras poderia piorar ainda mais a situação.Os familiares do paciente, já estressados, gritaram: - Então é isso, hein? Você deixou uma estagiária cuidar do nosso pai enquanto você descansava? Gravaram o que ela disse? Vamos usar isso como prova contra ela! - Não, não, vocês entenderam errado! - Laura negou desesperadamente, correndo par
Natacha voltou a si de repente, balançando a cabeça com força para afastar os pensamentos. No entanto, seus olhos já estavam vermelhos de tanto segurar as lágrimas. Se sentia perdida e vulnerável, como se o peso do mundo estivesse sobre seus ombros.Gabriel pegou um copo de água e entregou a ela, dizendo com um tom suave: - Beba um pouco para se acalmar. Depois me conta tudo direitinho, tá? Natacha segurou o copo, olhando para ele com incerteza. - Você... Você vai acreditar em mim? - Seus olhos refletiam uma mistura de medo e esperança, como se estivessem buscando desesperadamente uma tábua de salvação em meio a um mar tempestuoso.Gabriel respondeu com paciência: - Se você não me contar exatamente o que aconteceu, como vou acreditar e te ajudar?Finalmente, Natacha decidiu não esconder mais e começou a falar baixinho: - Toda vez que faço plantão com a Sra. Laura, fico muito ansiosa. Ela sempre me manda resolver tudo sozinha e não me deixa chamar ela. Mas eu sou uma novata, como v
Laura olhou para Natacha com raiva, quase gritando. - O que você falou para o Dr. Gabriel agora? - Seus olhos faiscavam de indignação, e suas mãos tremiam levemente.Natacha encontrou o olhar dela sem medo e respondeu com determinação inabalável: - Eu só disse a verdade. Sra. Laura, os fatos não podem ser mudados. Naquela noite, você sabe muito bem por que não foi ver aquele paciente. Você ainda é minha professora, mas você não vai assumir a responsabilidade pelos seus próprios erros?- Cala a sua boca! - Laura estava tremendo de raiva, seus dentes rangendo. A ira tomava conta de cada palavra que saía de sua boca. - Foi você que não me avisou. Se eu soubesse que o paciente estava com dor no peito, teria feito um eletrocardiograma e uma dosagem de enzimas cardíacas imediatamente. Natacha, você acha que alguém vai acreditar em você? Você acha que eu cometeria um erro tão básico?Natacha estava igualmente furiosa, sentindo o fogo queimar dentro de si. Ela disse friamente: - Sra. Laura,
Vendo a expressão fechada de Gabriel, Laura soltou uma risada neutra e disse com um sarcasmo venenoso: - Dr. Gabriel, eu não sei qual é a sua relação com a Natacha, mas se você quer defender ela e me fazer carregar essa culpa, tudo bem. Mas se você soubesse das coisas vergonhosas que ela faz pelas costas, eu garanto que se arrependeria de ajudar ela!Gabriel franziu as sobrancelhas com força e disse com firmeza: - Não me importa quem ela é, eu só sei que ela é uma garota corajosa e justa, ao contrário de você, que só fala mentiras e distorce os fatos! Vou reportar isso à administração do hospital. Desta vez você arrumou um grande problema e não posso te proteger.- Vá em frente, mas você não tem provas, certo? - Laura ergueu uma sobrancelha desafiadora e continuou. - No pior dos casos, eu arrasto a Natacha junto. Se você não pode me proteger, também não conseguirá proteger ela! Afinal, eu trabalho aqui há dez anos, sou funcionária fixa. Em quem você acha que a administração vai acred