Duarte balançou a cabeça, como se não quisesse acreditar nas palavras de Naiara. Os lábios de Lorena se curvaram em um sorriso frio, e ela disse: — Talvez você a veja como uma irmã, mas Naiara não te vê como um irmão. Ela me disse, com suas próprias palavras, que o antídoto foi algo que você fez questão de não me dar, preferindo usá-lo nela como um experimento. Então, Duarte, me diga, o que você está escondendo de mim? Por que você se recusa a me deixar lembrar do que aconteceu? Talvez pela surpresa do momento, Duarte ficou um pouco atordoado. Ele jamais imaginou que Lorena já soubesse sobre o antídoto. Agora, diante dela, Duarte sequer ousava encarar os olhos de Lorena. Era como se as palavras que ele segurava em suas mãos escorressem lentamente entre seus dedos. Lorena sorriu amargamente e disse: — Até agora, você ainda se recusa a ser sincero? O que há de tão grave que não pode me contar? Será que você pretende me manter presa em mentiras que você mesmo criou, me faz
Natacha disse, constrangida: — Ouvi algumas coisas. Lorena falou com seriedade: — Então me diga, você sabia do que seu irmão fez? Das duas doses do antídoto, ele deu para Naiara aquela que deveria ser minha. Natacha estava prestes a explodir de raiva contra Duarte. Ela se apressou em se defender: — É claro que eu não sabia disso! Se eu soubesse, jamais deixaria Duarte fazer uma coisa dessas. Lorena sorriu levemente e disse: — Que bom. Assim eu não preciso achar que você é igual a ele. Porque, se fosse, eu nem saberia mais em quem confiar. Natacha perguntou, com um olhar grave: — Você está mesmo pensando em terminar com o meu irmão? Lorena retrucou: — Você acha que ainda vale a pena continuar com esse relacionamento? Ele é um mentiroso! Talvez vocês digam que ele já fez muito por mim, que ele me trata bem. Mas, Natacha, nada disso é o que eu quero! Alguma vez alguém se preocupou em perguntar o que eu desejo? Duarte sempre esteve apenas se emocionando com as própr
Enrico perguntou com cautela: — Será que foi a Naiara quem fez algo errado? Duarte massageou as têmporas doloridas e disse: — Sobre o antídoto, só você, eu e a Naiara sabemos. Mas agora, a Lorena também sabe. Quem contou? Enrico ficou surpreso. Não esperava que Lorena tivesse dedurado Naiara para o chefe. Sem outra opção, tentou defender Naiara: — Chefe, a Naiara sempre foi uma garota inocente. Mesmo que tenha dito algo, com certeza não foi de propósito. Ela sempre fala tudo o que lhe vem à cabeça. Duarte disse com frieza: — Eu também pensava assim antes. Mas Naiara pode ser ingênua, não burra. Ela sabe muito bem qual é a minha relação com Lorena e, ainda assim, contou isso para ela. Eu já não entendo mais essa menina... O que será que ela pretende? Enrico sentiu um frio na espinha por Naiara e arriscou: — Naiara é muito sensível... Será que ela tem medo de que, agora que o senhor está com a Srta. Lorena, não vá mais se importar com ela? Talvez por isso tenha contad
Estúdio de Piano Maravilhoso. Lorena havia colocado todo o seu foco no trabalho. Apesar das brigas com Duarte, ela continuava se esforçando para administrar o Estúdio de Piano Maravilhoso. Desde o dia em que Duarte deixou a família Camargo furioso, ele não procurou Lorena por vários dias seguidos. Ela sentiu um certo alívio, mas, ao mesmo tempo, seu coração permaneceu inquieto. Afinal, Duarte havia prometido que não a deixaria em paz. Lorena sabia que, mesmo que ele não a procurasse agora, mais cedo ou mais tarde, ele apareceria. Aquela sensação era como ter uma lâmina suspensa sobre sua cabeça, sem saber quando ela cairia. E, justamente quando Lorena pensava nisso, Duarte realmente apareceu. No instante em que o viu, ela franziu levemente a testa por reflexo. Será que ele veio para perturbá-la? — Você não precisa ter medo. Eu não sou um bandido, não vou te devorar. — Duarte falou com a expressão séria e um tom nada amigável. Lorena conteve a tensão dentro de si e,
Enrico percebeu que Duarte agora havia voltado toda a sua atenção para Zeca, dissipando suas suspeitas em relação a Naiara, e só então pôde finalmente relaxar. ... Cidade Y. Assim que Duarte chegou à Mansão da família Moreira, viu Naiara correndo em sua direção com um sorriso no rosto. — Eu não te mandei voltar para a escola? — Duarte fechou o rosto na mesma hora e a repreendeu. — O que está acontecendo com você? Toda hora volta para cá! Naiara deu de ombros e respondeu: — Eu sei que você só me mandou embora porque tem medo que a Lorena fique com raiva. Mas eu simplesmente não quero voltar para a escola. Você está aqui sozinho, e eu fico preocupada. Então, decidi voltar para te esperar. A expressão de Duarte se fechou ainda mais, e suas sobrancelhas se franziram profundamente. — Isso não tem nada a ver com a Lorena. Eu mandei você voltar porque não quero que atrapalhe seus estudos. Além disso, aqui é perigoso. Eu posso me virar sozinho, mas você insiste em voltar. Em vez
Naiara ficou completamente atônita, chegando a duvidar dos próprios ouvidos. — O que você disse, Duarte? — Perguntou, confusa. Duarte falou em tom severo: — Se ajoelhe! De repente, uma onda de injustiça tomou conta de Naiara. Com um olhar inocente, ela caiu de joelhos sobre o tapete, soluçando: — O que foi que eu fiz de errado? Não me diga que... Foi a Lorena de novo que... — Nem me fale da Lorena! — Duarte a interrompeu, furioso. — Me explica isso direito, que história é essa de largar os estudos? Naiara, quando foi que você virou isso? Você está ficando ousada demais! Uma decisão tão importante, e você simplesmente tomou sem sequer falar comigo! Foi só então que Naiara entendeu do que se tratava. Seu nervosismo desapareceu num instante, mas, logo em seguida, seus olhos se encheram de lágrimas. — Então... Era sobre isso. Sim, eu realmente tranquei a matrícula. Se eu tivesse falado com você antes, com certeza não teria permitido. Mas eu não queria ficar sozinha, tão l
Naiara já estava preparada para ser questionada por Duarte sobre esse assunto. Afinal, Enrico já havia lhe contado que Lorena tinha se queixado para ele. Por isso, quando foi interrogada, Naiara adotou uma expressão inocente e confusa, dizendo: — Que antídoto? Você está falando daquele que pode fazer a mãe do Durval e a Lorena recuperarem a memória? — Foi você quem contou? — Duarte perguntou com seriedade. — Na época, só eu, Enrico e você sabíamos disso. Mas agora, Lorena também sabe. Naiara respondeu imediatamente: — Duarte, você está desconfiando de mim? Naquele momento, havia vários dos seus funcionários por perto. Por que não poderia ter sido um deles? Duarte respondeu friamente: — Eles não ousariam! Além disso, contar isso para a Lorena não traria nenhum benefício para eles. Naiara fingiu estar magoada e disse, com um tom queixoso: — Então, você acha que fui eu? Eu sei o quanto você ama a Lorena… Por que eu lhe contaria algo assim para provocar uma briga entre vo
Por isso, Lorena disse: — Obrigada por me ajudar a encontrar essas pistas. Daqui a pouco tenho aula, então pode ir cuidar das suas coisas. Ao perceber que as palavras de Lorena traziam uma clara intenção de dispensá-lo, Zeca, chocado, retrucou: — Rena, eu investi tanto tempo investigando isso para você, descobri tantas pistas... E é assim que você me trata? Lorena franziu levemente a testa e perguntou: — Então, faça as contas do tempo e do dinheiro que gastou nessas investigações. Eu te pago depois. Zeca ficou momentaneamente atordoado, mas logo se enfureceu: — Você quer me pagar para se livrar de mim? Lorena, tudo que você me pediu, eu levei a sério. Fiz tudo isso por você, para te ver feliz. E você me trata assim? Lorena pronunciou cada palavra com firmeza: — Então, deixa eu te dizer uma coisa: o que você trouxe para mim não tem nenhum valor. Além disso, eu nunca te obriguei a nada. Foi você quem quis me ajudar. Se acha que perdeu tempo ou gastou dinheiro, posso te