— Então, como a Otília está se saindo? — Duarte foi conversando lentamente com Lorena.Lorena sorriu, com os olhos brilhando:— A Otília está aprendendo bem rápido. E eu percebi que ela é realmente muito fofa.Duarte também sorriu, mas com um tom mais sério:— Você acabou de começar a conviver com a Otília. Com o tempo, acho que vai pensar diferente. No passado, ela sempre deixava a Natacha irritada.Lorena olhou para Duarte, surpresa:— Sério? Eu não vejo isso. A Otília é tão bonitinha e comportada.De repente, algo passou pela cabeça de Duarte. Ele colocou o prato na mesa e disse, com um olhar mais sério:— Lorena, agora que o seu trabalho está mais estabilizado, e nós voltamos para a Cidade M para ficarmos mais perto da sua mãe, acho que está na hora de pensarmos sobre o nosso futuro, não?Lorena deu uma leve pausa, repetindo as palavras dele:— O nosso futuro? Sobre o que você está falando?Duarte ficou com o rosto sério e falou com mais firmeza:— Claro, estamos falando do nosso c
No final, Viviane, irritada, deu por concluída sua aula e se retirou.Lorena, por sua vez, não tinha compromissos à tarde e decidiu ir ao hospital de repouso visitar sua mãe.Ao chegar, não esperava encontrar alguém mais no quarto de Sra. Lopes. E, para sua surpresa, era ninguém menos que o marido de Viviane, Zeca, que, no dia anterior, havia ido buscar sua esposa.— Com licença, você precisa de alguma coisa? — Lorena franziu a testa, olhando fixamente para Zeca. — Se veio por causa da sua esposa, melhor voltar e perguntar a ela o que fez. Se não tivesse derramado café na minha cadeira, eu não teria jogado o café nela.Zeca, ouvindo as palavras de Lorena, pareceu confuso por um instante.— Lorena, por favor, não faça isso. — Os olhos de Zeca, negros como a noite, estavam obscurecidos por uma sombra de dor. — Eu não sabia que minha mãe tinha chegado a esse ponto. Se eu soubesse que você e minha mãe passariam por isso, eu nunca teria ficado indiferente.Lorena olhou para ele, ainda mais
— Não precisa, senhor. Não ouviu o que eu acabei de dizer? — Lorena franziu a testa, demonstrando impaciência. — Se você não sair agora, vou ter que chamar a segurança. Ou então, posso ligar para a Viviane e pedir para ela vir cuidar do seu marido.Os olhos de Zeca refletiram uma mistura de culpa e tristeza enquanto ele falava:— Quando terminamos, eu não tinha intenção de me casar, aquilo foi apenas uma maneira de acalmar meus pais. Mas não imaginei que, naquele estado, a Viviane fosse se disfarçar de você e dormir comigo. Depois, ela ficou grávida e veio até minha casa me pressionar a casar. Meus pais, com medo do escândalo, não queriam perder a pose e forçaram a situação. Mas, depois que ela se casou comigo, o bebê não resistiu, pois tinha sérios problemas de saúde. E eu... Eu sinto que isso tudo foi um castigo de Deus para mim.Zeca estava profundamente abalado, mas Lorena não demonstrou nenhuma reação. Ela, sem mais delongas, já estava saindo da sala e se dirigiu até a enfermeira.
Lorena sorriu levemente e disse:— Eu só estou muito curiosa sobre tudo o que aconteceu entre nós dois.Duarte limpou a garganta, tentando manter a voz o mais calma possível, e respondeu:— Estamos noivos há mais de dois anos.Lorena acenou com a cabeça, pensando consigo mesma: "Se alguém me perguntar de novo quando nos tornamos noivos, já posso dar uma resposta concreta."Ao chegar em casa, Lorena foi tomar banho, enquanto Duarte se dirigiu ao escritório. Ele enviou uma versão digitalizada do histórico médico da Sra. Lopes para Naiara, esperando que ela pudesse pedir a seu orientador que verificasse se havia algum medicamento especial no exterior para tratar a doença da Sra. Lopes.Quando Lorena voltou ao quarto, havia acabado de sair do banho. Sua pele estava suavemente tingida de rosa, parecendo ainda mais atraente.A jovem estava diante do espelho, inclinando a cabeça, e secando as gotas de água de seus cabelos com uma expressão séria e concentrada.Duarte, que já havia se abstido
- Sra. Camargo, parece que o Sr. Joaquim não vai voltar esta noite. Que tal você ir dormir primeiro? – Sugeriu Dora, com gentileza, olhando para a luz ainda acesa no quarto.Um traço de decepção cruzou os olhos de Natacha Gonçalves.Naquele momento, o som do motor do carro ecoou no quintal.Natacha, sem sequer colocar os chinelos, correu para a janela para dar uma olhada.Era realmente o carro esportivo prateado de Joaquim Camargo que entrava na garagem.Ela respirou fundo e olhou para o seu conjunto de lingerie sexy, seu coração batendo de forma descontrolada como um tambor.Dois anos de casamento, ele sempre dormia no quarto de hóspedes e nunca tocou ela.Natacha sabia que o casamento deles foi arranjado pelo avô Paulo e não era a vontade de Joaquim.Mas já se passaram dois anos, eles não podiam continuar assim para sempre, certo?Será que Joaquim achava que ela era apenas uma universitária sem diploma, que não sabia de nada?Será que ele achava que ela era muito passiva?Com esses p
Joaquim já havia perdido completamente a razão.Não se sabia se foi a comida ou a bebida que estava batizada na festa naquele dia.Naquele momento, ele era impulsionado pelo desejo, incapaz de controlar seus sentimentos.Ao tocar a mulher macia e perfumada na cama.Seu desejo explodiu num instante como uma flecha disparada.A inocência e o choro impotente dela simplesmente enlouqueceram ele!Uma hora inteira se passou.O homem finalmente estava satisfeito e adormeceu.Natacha se sentiu como se todo o seu corpo tivesse sido esmagado até os ossos.Ela se levantou com dor, se vestiu às pressas e saiu do quarto às pressas.Entrou apressadamente no elevador e acabou esbarrando em uma jovem mulher.- Desculpe. – Murmurou Natacha.Ela estava pálida, entrou rapidamente no elevador e apertou o botão de fechar a porta.Rafaela Costa saiu do elevador e imediatamente olhou para trás.Ela não podia acreditar que estava vendo Natacha pela fresta do elevador.Aquela não era a esposa de Joaquim? A mul
Natacha olhou apressada para ele, se engasgando ao dizer: - Você precisa me ouvir, ontem eu... - Chega. – Joaquim interrompeu ela, seus olhos caindo nas marcas vermelhas em seu decote.Estava claro que eram marcas deixadas depois de transar com alguém. Sua voz era calma e cruel, continuando. – Eu também tenho responsabilidade por deixar você sozinha por esses dois anos. Não culpo você por fazer isso. Mas, Natacha, a família Camargo não pode aceitar uma mulher suja como matriarca.Natacha ficou atordoada, todas as suas explicações pareciam vazias agora.Era verdade que quem acreditaria em explicações para isso?Além disso, mesmo que ela provasse que foi tramada por Daniela e Marta, ela ainda estaria suja.Natacha forçou um sorriso amargo, dizendo: - Então, você quer dizer que... O divórcio?Joaquim concordou com calma: - Do lado do meu avô, eu espero que você seja clara sobre querer se divorciar. Posso dar a você uma última chance de manter sua dignidade, para que ele não saiba que
Quando Joaquim chegou em casa, já passava das onze da noite. A mansão estava estranhamente silenciosa, com apenas uma luz noturna acesa na sala de estar. Natacha estava sentada no sofá, parecendo estar esperando por ele o tempo todo. Joaquim tirou o casaco, afrouxou a gravata e falou com um leve tom de impaciência: - O divórcio não foi acordado ao meio-dia? Não vou te prejudicar no que diz respeito à propriedade. Você pode confiar nisso. Ele pensou que ela queria mais dinheiro. Natacha interrompeu ele, com uma voz rouca: - Joaquim, é por causa daquela mulher que você quer se divorciar de mim? Joaquim mudou sua expressão por um momento, mas logo voltou a sua calma de sempre. Ele não queria mais esconder isso dela, nem se dava ao trabalho de esconder. - Sim, tenho que dar a ela uma explicação, é o que devo a ela. – Admitiu Joaquim, com calma. - Só hoje percebi como você é hipócrita. Ao meio-dia, você se fez de vítima, me fez sentir culpada, me forçou a me divorciar. Talvez naqu