Bianca disse, irritada: — E tem algo ainda mais irritante: a Rosana se mudou para a casa do Manuel! Ouvi de um amigo na delegacia que, na hora, o Armando estava na garagem do Manuel e conseguiu tirar uma foto deles saindo juntos.Joyce ficou furiosa. "Eu só fui na casa do Manuel uma vez, e fui expulsa de lá." Mas Joyce não imaginava que Rosana teria a audácia de se mudar diretamente para lá!Joyce olhou para Bianca e disse: — Não vou deixar essa mulher, a Rosana, se sair impune! Por agora, estou aguentando essa situação com ela porque preciso me tornar a esposa do Mu. Quando chegar a minha vez, vou fazer ela aprender a lição!...Do outro lado. Depois de terminar seu expediente na editora de revistas, Rosana voltou para a casa de Manuel, onde arrumou suas coisas. Afinal, Armando já tinha tudo o que precisava, e o caso do monitoramento também estava resolvido. Rosana não queria mais continuar morando ali. Embora, mesmo que voltasse para o apartamento alugado, não consegu
Dizendo isso, Joyce se preparou para ir até lá e dar uma olhada. Ela tinha certeza de que havia visto uma sombra através da porta fosca entre a sala de estar e o terraço. Joyce estava convinta de que Rosana estava se escondendo ali! Quando estava prestes a se aproximar para puxá-la para fora, a Sra. Maria, inesperadamente, deu um passo à frente, trancando a porta fosca com chave. Com um sorriso no rosto, Sra. Maria se dirigiu a Joyce: — Minha filha, por que tanta desconfiança hoje? Vai começar a chover já já, o vento lá no terraço fez um barulho, não é nada demais. A atitude de Sra. Maria fez Joyce abandonar a ideia que tinha acabado de ter. Afinal, naquela noite havia uma tempestade com raios. Agora, com a porta trancada por dentro, Rosana ficaria presa no terraço, sem poder entrar. "Seria melhor se um raio atingisse Rosana e a matasse logo!" Pensando nisso, Joyce se sentiu mais aliviada e disse para Sra. Maria: — Então tá, eu vou seguir o que a senhora diz. Vamo
Enquanto isso, a Sra. Maria também levou Joyce ao escritório Marques Advogados, onde esperou pacientemente Manuel terminar o expediente. Ambas sabiam que enquanto Manuel não voltasse, Rosana teria que continuar na chuva. Mesmo assim, isso não era suficiente para aliviar o ódio que sentiam por Rosana.Manuel não queria jantar com Joyce, então, irritado, falou com ela:— Está chovendo tanto lá fora, o tempo está péssimo, por que você trouxe minha mãe aqui? Você é médica, não sabe que ela não pode ficar exposta ao frio por causa da saúde dela?Sra. Maria rapidamente repreendeu o filho:— O que é isso, Manuel? Não tem razão para culpar a Joyce! Faz tempo que não venho aqui visitar, e pedi para ela me acompanhar. Alguém em casa trouxe um lote de polvo-marinho especial, vocês dois trabalham tanto, então hoje, aproveitem e comam bem para fortalecer o corpo.Manuel jamais contestaria a mãe, então se conformou:— Está bem, vou organizar meu trabalho agora, e já vamos para casa.Meia hora depoi
Sra. Maria olhou fixamente para Manuel e, com a voz carregada de dor e raiva, perguntou:— Me diga a verdade, você realmente só vê a Rosana como filha do seu inimigo? E por que sempre empurra o noivado com a Joyce? Há algo mais nisso? Vou ser clara: se você tiver algum tipo de sentimento por Rosana, eu juro que morro na sua frente!As palavras de sua mãe caíram como um peso no coração de Manuel. Ele viu a determinação nos olhos dela, uma determinação tão forte e inabalável que não deixou dúvidas. Manuel não podia duvidar de nada do que ela dissera. Afinal, Diego fora o responsável pela morte de seu pai, e isso havia destruído a vida de sua mãe. As humilhações e sofrimentos que ela havia vivido voltaram à mente de Manuel, e ele apertou os punhos com força, incapaz de continuar pensando naquele assunto.Ele sabia, com certeza, que sua mãe jamais aceitaria Rosana. Nunca. Sra. Maria estava completamente tomada pela emoção. Ela segurou o braço de Manuel com força, como se estivesse à beir
Manuel terminou de falar e, surpreso, percebeu que suas palavras eram praticamente as mesmas que Rosana lhe dissera naquele dia. "Sou advogado, como pude dizer algo tão pouco profissional? O comportamento de Rosana parece ter se infiltrado aos poucos em meus pensamentos." Esse pensamento o deixou inquieto. Ronaldo, com um olhar evasivo, evitou o contato visual com Manuel e disse: — Você de novo com isso? Já te falei, aquela família não vale nem um milhão de reais! E quem é que vai reclamar de dinheiro? Se eu puder pagar 200 mil reais e resolver, por que eu pagaria um milhão? Você não disse que encontrou uma prova que poderia isentar o Grupo Pereira de boa parte da responsabilidade? Manuel realmente encontrou a prova, e com ela, aquela família não conseguiria exigir muita compensação. No entanto, não sabia por que, mas algo em seu peito parecia pesar como uma pedra. De repente, Manuel se sentiu como um carrasco. "Eu realmente tenho que levar essa família à ruína? Eles não
Manuel sentiu uma dor inexplicável em seu coração. Ele segurou Rosana com força nos braços, apertando ela contra o peito, como se tentasse transferir sua própria temperatura para ela. No entanto, Rosana continuava tremendo, fria, como se a dor dentro dela fosse mais forte que o calor que ele tentava transmitir. Sem perder tempo, Manuel correu até o banheiro e preparou a banheira, colocando água morna. Em seguida, cuidadosamente, colocou Rosana na água. Ele tocou suavemente o rosto pálido dela, com uma expressão de ternura, e falou com voz suave: — Fique um pouco no banho quente. Vou fazer um chá de gengibre para você. Se você começar a ter febre, vamos precisar ir para o hospital. Após as instruções, Manuel saiu do banheiro. Mas, assim que ele fechou a porta, o som de choro de Rosana chegou até seus ouvidos. Manuel não conseguiu se mexer, seu corpo parecia pesado. Ele se virou e voltou rapidamente para o banheiro. Sem pensar duas vezes, tirou a roupa e entrou na banheir
Manuel não deu a Rosana nem mesmo tempo para reagir. Sem hesitar, deu um gole na sopa, abaixou a cabeça, segurou o pescoço de Rosana e a beijou nos lábios.Rosana ficou paralisada, com os olhos arregalados, enquanto Manuel, do seu jeito, forçava ela a engolir o chá de gengibre.Ela usou todas as suas forças para golpear os ombros de Manuel, e só então ele a soltou.Manuel disse, com firmeza:— Se você não obedecer e beber a sopa e tomar a medicação, vou ter que continuar a te alimentar dessa maneira.Rosana, vermelha de vergonha e raiva, olhou fixamente para Manuel, pegou a tigela e, em um único gole, terminou a sopa. Depois, sem mais resistência, tomou o remédio para resfriado que Manuel havia dado a ela.Só então, Manuel soltou um suspiro leve e tranquilo, ajudou Rosana a se deitar e ajeitou o cobertor ao redor dela, dizendo suavemente:— Durma agora.Mas como Rosana conseguiria dormir?Especialmente quando Manuel deitou ao seu lado e a envolveu com seus braços, trazendo o calor de s
Rosana sabia muito bem que, atualmente, Manuel ainda não era casado, e, rigorosamente falando, ele ainda estava solteiro. Rosana ainda podia se enganar a si mesma.“Mas se Manuel se casar, ele será um homem com esposa. Será que eu realmente vou me tornar a amante dele? Se for assim, eu mesma vou me desprezar...”Manuel, com a voz mais grave, disse:— Quando chegar esse momento, você poderá pensar sozinha. Se não quiser ficar ao meu lado, pode ir, mas a promessa que fiz antes será anulada. Melhor acreditar, sou eu quem pode salvar seu pai!Rosana olhou para o rosto de Manuel, que não mostrava nenhuma emoção, e de repente percebeu que a frieza e crueldade dele ultrapassavam tudo o que ela poderia imaginar.O que Rosana pensava ser amor, o sentimento que ela havia dado de coração e juventude, para Manuel não passava de uma transação racional.Rosana assentiu e respondeu:— Então, vamos estabelecer um prazo de um ano. Se, após esse tempo, o caso do meu pai ainda estiver no mesmo estado ou