Manuel sentiu uma dor inexplicável em seu coração. Ele segurou Rosana com força nos braços, apertando ela contra o peito, como se tentasse transferir sua própria temperatura para ela. No entanto, Rosana continuava tremendo, fria, como se a dor dentro dela fosse mais forte que o calor que ele tentava transmitir. Sem perder tempo, Manuel correu até o banheiro e preparou a banheira, colocando água morna. Em seguida, cuidadosamente, colocou Rosana na água. Ele tocou suavemente o rosto pálido dela, com uma expressão de ternura, e falou com voz suave: — Fique um pouco no banho quente. Vou fazer um chá de gengibre para você. Se você começar a ter febre, vamos precisar ir para o hospital. Após as instruções, Manuel saiu do banheiro. Mas, assim que ele fechou a porta, o som de choro de Rosana chegou até seus ouvidos. Manuel não conseguiu se mexer, seu corpo parecia pesado. Ele se virou e voltou rapidamente para o banheiro. Sem pensar duas vezes, tirou a roupa e entrou na banheir
Manuel não deu a Rosana nem mesmo tempo para reagir. Sem hesitar, deu um gole na sopa, abaixou a cabeça, segurou o pescoço de Rosana e a beijou nos lábios.Rosana ficou paralisada, com os olhos arregalados, enquanto Manuel, do seu jeito, forçava ela a engolir o chá de gengibre.Ela usou todas as suas forças para golpear os ombros de Manuel, e só então ele a soltou.Manuel disse, com firmeza:— Se você não obedecer e beber a sopa e tomar a medicação, vou ter que continuar a te alimentar dessa maneira.Rosana, vermelha de vergonha e raiva, olhou fixamente para Manuel, pegou a tigela e, em um único gole, terminou a sopa. Depois, sem mais resistência, tomou o remédio para resfriado que Manuel havia dado a ela.Só então, Manuel soltou um suspiro leve e tranquilo, ajudou Rosana a se deitar e ajeitou o cobertor ao redor dela, dizendo suavemente:— Durma agora.Mas como Rosana conseguiria dormir?Especialmente quando Manuel deitou ao seu lado e a envolveu com seus braços, trazendo o calor de s
Rosana sabia muito bem que, atualmente, Manuel ainda não era casado, e, rigorosamente falando, ele ainda estava solteiro. Rosana ainda podia se enganar a si mesma.“Mas se Manuel se casar, ele será um homem com esposa. Será que eu realmente vou me tornar a amante dele? Se for assim, eu mesma vou me desprezar...”Manuel, com a voz mais grave, disse:— Quando chegar esse momento, você poderá pensar sozinha. Se não quiser ficar ao meu lado, pode ir, mas a promessa que fiz antes será anulada. Melhor acreditar, sou eu quem pode salvar seu pai!Rosana olhou para o rosto de Manuel, que não mostrava nenhuma emoção, e de repente percebeu que a frieza e crueldade dele ultrapassavam tudo o que ela poderia imaginar.O que Rosana pensava ser amor, o sentimento que ela havia dado de coração e juventude, para Manuel não passava de uma transação racional.Rosana assentiu e respondeu:— Então, vamos estabelecer um prazo de um ano. Se, após esse tempo, o caso do meu pai ainda estiver no mesmo estado ou
Essas palavras de Manuel trouxeram um alívio inesperado ao coração de Rosana, como se uma sensação de segurança a envolvesse sem motivo aparente.Após beber a canja, ela se aconchegou novamente nos cobertores.Rosana deixou apenas a cabeça de fora, observando o homem que estava concentrado no sofá, trabalhando com uma seriedade que parecia não ter fim. Ela não conseguia desviar o olhar dele, como se jamais fosse suficiente.Embora soubesse que estava sendo fraca, sem forças, Rosana não conseguia evitar o quanto achava Manuel atraente. Cada gesto dele exalava a maturidade e a classe de um homem experiente. Especialmente o modo como ele se dedicava ao trabalho a fascinava. Ela sentia uma enorme admiração e até um pouco de reverência por ele.O cansaço finalmente tomou conta dela, e ela adormeceu novamente.Não sabia quanto tempo se passou até que, em meio ao sono, Rosana ouviu a voz de Manuel ao telefone.Ele estava na varanda, falando com Sra. Maria.Do outro lado, Sra. Maria fingia in
Manuel parecia estar culpando Rosana, sempre fazendo essas perguntas difíceis e insistentes. Quanto ao relacionamento deles, Manuel não entendia por que Rosana precisava tanto esclarecer tudo!O coração de Rosana estava completamente gelado. Ela voltou para o quarto, desapontada.A dor no peito de Rosana era como se mil agulhas a atravessassem.Manuel era o homem mais cruel, egoísta e individualista que Rosana já tinha conhecido."O que eu sofri na noite passada, para Manuel, parecia não importar. O que importava era que a mãe dele não tivesse me matado, que ela não fosse ter problemas."Por volta do meio-dia, Manuel entrou lentamente no quarto.Naquele momento, Rosana estava sentada na cadeira de balanço perto da janela do chão, com o rosto ligeiramente virado para o lado, olhando para fora. Aquela mulher, antes tão orgulhosa e radiante, agora parecia sempre imersa em uma tristeza leve, porém profunda.Ao ver o rosto pálido de Rosana, Manuel sentiu um aperto no coração.Infelizmente,
Foi apenas naquele momento que Diego realmente entendeu: tudo isso tinha sido causado por Manuel.Naquele tempo, Diego acreditava que tudo não passava de uma conspiração da família Ribeiro.De repente, ele pensou em sua filha. Como um louco, tentou se levantar para confrontar Manuel.Infelizmente, Diego estava algemado e com manilhas nos pés, impossibilitado de sair da cadeira.Com os olhos arregalados, cheios de pavor, Diego encarou Manuel e perguntou:— O que você fez com a minha filha? Me diga! O que você fez com a minha filha?Manuel sorriu levemente e respondeu:— Eu não fiz nada com ela. Só ensinei como servi-me, agradar-me, conquistar-me.O coração de Diego parecia ser rasgado por uma faca.Ele pensou em sua filha, a menina que ele tinha criado com tanto carinho desde pequena, que após a sua prisão, virou um objeto nas mãos de Manuel. A dor era insuportável.Era pior do que a morte.— Você! O que aconteceu com o seu pai foi culpa minha, foi tudo culpa minha! — A voz de Diego tre
Por causa da visita a Diego, Manuel se sentiu incomodado desde que saiu da prisão. Seu humor estava pesado.Ele dirigiu pela estrada sinuosa por um tempo, aproveitando a brisa, e após fumar alguns cigarros, finalmente voltou para casa.Como Manuel demorou um pouco mais, Rosana, que já estava com fome, decidiu preparar algo para comer sozinha na cozinha.Manuel suspirou, foi até lá e disse para Rosana:— Vai descansar, eu faço a comida.Ele pegou a colher da mão de Rosana e, com naturalidade, começou a se ocupar de tudo.Rosana não saiu, mas ficou parada ao lado, pensativa.Desde quando Manuel começou a ser tão gentil? O Manuel de antes sempre fora tão orgulhoso, tão distante. Mesmo depois de cinco anos ao lado dele, Rosana nunca soube que ele sabia cozinhar. Mas, se fosse escolher, Rosana preferiria que Manuel fosse como antes, arrogante, ao menos assim ela se sentiria mais centrada, mais clara sobre o que estava acontecendo.Ao perceber que Rosana não estava se movendo, Manuel pergu
Antes de sair, Rosana fez uma maquiagem para disfarçar o cansaço em seu rosto.Manuel dirigiu até a Prisão da Cidade M, e, como de costume, ficou esperando Rosana na entrada.Rosana, com um olhar suplicante, implorou:— Sr. Manuel, desta vez, será que poderia me deixar falar com meu pai por mais tempo? Da última vez, eu mal consegui trocar algumas palavras com ele antes de ser expulsa.Na verdade, Manuel sempre sabia de cada conversa entre Rosana e Diego.Se não fosse pela pergunta repentina de Rosana sobre os inimigos de Diego e sua vontade de entender o passado, Manuel não teria interrompido a visita. Desta vez, porém, Manuel já havia conversado com Diego. Ele acreditava que, mesmo por amor à filha, Diego entenderia o que deveria ser dito e o que não deveria. Por isso, diante do pedido de Rosana, Manuel respondeu:— Entendido, pode ir.Rosana ficou surpresa, pois Manuel estava sendo mais compreensivo do que o esperado."Deve ser por causa do incidente da chuva. Manuel deve estar s