Foi apenas naquele momento que Diego realmente entendeu: tudo isso tinha sido causado por Manuel.Naquele tempo, Diego acreditava que tudo não passava de uma conspiração da família Ribeiro.De repente, ele pensou em sua filha. Como um louco, tentou se levantar para confrontar Manuel.Infelizmente, Diego estava algemado e com manilhas nos pés, impossibilitado de sair da cadeira.Com os olhos arregalados, cheios de pavor, Diego encarou Manuel e perguntou:— O que você fez com a minha filha? Me diga! O que você fez com a minha filha?Manuel sorriu levemente e respondeu:— Eu não fiz nada com ela. Só ensinei como servi-me, agradar-me, conquistar-me.O coração de Diego parecia ser rasgado por uma faca.Ele pensou em sua filha, a menina que ele tinha criado com tanto carinho desde pequena, que após a sua prisão, virou um objeto nas mãos de Manuel. A dor era insuportável.Era pior do que a morte.— Você! O que aconteceu com o seu pai foi culpa minha, foi tudo culpa minha! — A voz de Diego tre
Por causa da visita a Diego, Manuel se sentiu incomodado desde que saiu da prisão. Seu humor estava pesado.Ele dirigiu pela estrada sinuosa por um tempo, aproveitando a brisa, e após fumar alguns cigarros, finalmente voltou para casa.Como Manuel demorou um pouco mais, Rosana, que já estava com fome, decidiu preparar algo para comer sozinha na cozinha.Manuel suspirou, foi até lá e disse para Rosana:— Vai descansar, eu faço a comida.Ele pegou a colher da mão de Rosana e, com naturalidade, começou a se ocupar de tudo.Rosana não saiu, mas ficou parada ao lado, pensativa.Desde quando Manuel começou a ser tão gentil? O Manuel de antes sempre fora tão orgulhoso, tão distante. Mesmo depois de cinco anos ao lado dele, Rosana nunca soube que ele sabia cozinhar. Mas, se fosse escolher, Rosana preferiria que Manuel fosse como antes, arrogante, ao menos assim ela se sentiria mais centrada, mais clara sobre o que estava acontecendo.Ao perceber que Rosana não estava se movendo, Manuel pergu
Antes de sair, Rosana fez uma maquiagem para disfarçar o cansaço em seu rosto.Manuel dirigiu até a Prisão da Cidade M, e, como de costume, ficou esperando Rosana na entrada.Rosana, com um olhar suplicante, implorou:— Sr. Manuel, desta vez, será que poderia me deixar falar com meu pai por mais tempo? Da última vez, eu mal consegui trocar algumas palavras com ele antes de ser expulsa.Na verdade, Manuel sempre sabia de cada conversa entre Rosana e Diego.Se não fosse pela pergunta repentina de Rosana sobre os inimigos de Diego e sua vontade de entender o passado, Manuel não teria interrompido a visita. Desta vez, porém, Manuel já havia conversado com Diego. Ele acreditava que, mesmo por amor à filha, Diego entenderia o que deveria ser dito e o que não deveria. Por isso, diante do pedido de Rosana, Manuel respondeu:— Entendido, pode ir.Rosana ficou surpresa, pois Manuel estava sendo mais compreensivo do que o esperado."Deve ser por causa do incidente da chuva. Manuel deve estar s
“Parece que eu estava apenas pensando demais. Talvez o Manuel tenha me tratado daquele jeito no passado por ser simplesmente...Ele, um tanto perturbado psicologicamente.” Desta vez, Rosana conversou muito com o pai, e, finalmente, o tempo que passaram juntos foi consideravelmente mais longo do que da última vez. Portanto, quando saiu da Prisão da Cidade M, Rosana se sentiu satisfeita. — Tão longa? — Manuel esticou a mão e apertou levemente a bochecha de Rosana, com uma suavidade em sua voz que ele próprio não percebia. — Agora, tudo o que você queria dizer, já disse? Rosana sorriu levemente e acenou com a cabeça. Na verdade, ela se sentia bem mais tranquila do que antes. Até aquele momento, Rosana carregava uma dúvida constante no coração, receosa de que o pai tivesse ofendido Manuel no passado, ou que entre eles houvesse alguma animosidade. Mas hoje, Rosana finalmente teve coragem de perguntar diretamente ao pai, e a resposta foi clara: nada disso. Era perfeito assim.
Rosana finalmente não teve coragem de continuar resistindo a Manuel. ... No dia seguinte, Manuel trouxe as coisas de Rosana para cá, e também levou algumas de suas próprias roupas. Depois que todas as coisas foram trazidas, Manuel contratou uma babá temporária para organizar tudo, enquanto ele foi ao escritório Marques Advogados para resolver o trabalho acumulado dos últimos dias. Rosana observava a babá, que estava ocupada arrumando as suas coisas, e de repente, sentiu uma tristeza profunda. Parece que, a partir de agora, este seria o lugar que Manuel frequentaria com frequência. No coração de Manuel, esse lugar, provavelmente, não passava de um simples clube, onde ele podia vir e ir como bem entendesse. A babá, achando que eles eram um casal ou até mesmo marido e mulher, sorriu e disse: — Senhora, seu marido é muito bom com você. Uma casa tão grande assim, certamente não foi barata, né? Ter dinheiro é bom, você compra o que quiser. — Ela então continuou, — Aliás, o qu
Manuel passou a mão pelos cabelos de Rosana e, sorrindo, disse:— O que você está falando? Esta casa será sua daqui pra frente. Você realmente não quer dar uma olhada na decoração?Rosana, sob a insistência de Manuel, acabou indo dar uma volta pela casa. Cada canto estava impecavelmente arrumado, graças ao trabalho da empregada, mas havia algo faltando… O aconchego de um lar.Com medo de que Rosana ficasse sobrecarregada com a limpeza da casa, Manuel comentou:— Se tiver tempo nesses dias, vá até uma empresa de limpeza. Você pode contratar uma boa empregada para te ajudar.Rosana começou a se sentir cada vez mais constrangida. As palavras de Manuel, ditas de forma tão natural, fizeram com que Rosana sentisse uma crescente sensação de que era tratada como uma amante de Manuel. Mesmo após cinco anos de relacionamento, o que existia entre eles nunca havia sido algo além de um acordo físico, sem envolvimento financeiro ou de outro tipo. Ela sempre acreditou que isso era sua última lin
Rosana pegou uma adorável vela aromática e ficou a observá-la por um momento antes de perguntar ao dono da loja:— Quanto custa isso?Manuel, que estava ao lado, observava em silêncio a conversa entre Rosana e o vendedor, surpreso. Ele nunca imaginara que um simples objeto, de preço modesto, como aquele, fosse capaz de provocar um sorriso tão radiante e genuíno em Rosana.Logo depois, Rosana comprou vários outros itens. Um tapete na cor creme, uma caixa de som fofa, vários vasos de plantas... Quando a mão dela já estava cheia, Manuel não teve outra escolha senão ajudá-la, pegando alguns dos itens que ela mal conseguia segurar.Foi nesse momento que os dois se depararam com duas pessoas que deixaram ambos desconcertados.— Sr. Manuel? — Srta. Rosana?Cláudio e Isabelly exclamaram em surpresa, e ambos, como se tivessem sido flagrados em algo, se apressaram em soltar as mãos um do outro.Manuel permaneceu calmo, mas Rosana, por outro lado, ficou tão sem graça que quase desejou que o ch
Ao dizer isso, os olhos negros de Isabelly brilharam de curiosidade, e ela perguntou:— A propósito, Sr. Manuel e Srta. Rosana, qual é exatamente a relação deles? Da última vez, o Sr. Manuel disse que era namorado da Srta. Rosana, mas às vezes, quando eu olho para eles, a relação deles não parece ser bem essa. E teve também aquela mulher que se disse ser a noiva do Sr. Manuel, ela veio até nossa empresa!Cláudio pensou por um momento e respondeu:— Quando eu estava estagiando, eu já acompanhava o Sr. Manuel. Naquela época, ele parecia já estar com a Srta. Rosana. O relacionamento deles já deve ter uns bons anos, então acho que a Srta. Rosana pode ser considerada como a companheira do Sr. Manuel? — No final, Cláudio também achou que não conseguia explicar a relação deles com palavras e apenas disse. — Na verdade, eles são desse tipo de relação. Você sabe do que estou falando, né?Isabelly finalmente entendeu.Ela suspirou e disse:— Na verdade, quando aquela mulher que se dizia noiva do