Naquele momento, Rosana pensava consigo mesma: "Que homem mais frio, sem um pingo de carinho!" Agora, finalmente, Rosana sentia que Manuel parecia ter um pouco de calor humano, mas ela não imaginava que ainda não poderia ter um animal de estimação.Ela se lembrou dos olhos azuis daquela gatinha Ragdoll e do seu miado adorável. Quase comprou a gata naquele instante, mas Manuel a puxou para longe antes que pudesse fazer isso.Rosana pensou: "A partir de agora, vou economizar muito. Quando o papai sair da prisão, vou comprar uma casa pequena e viver com ele. Quando isso acontecer, poderei ter qualquer animalzinho que eu quiser, sem precisar me preocupar com a opinião dos outros."Quando o sinal ficou vermelho, Manuel olhou para Rosana, que estava visivelmente desapontada, e não pôde deixar de sorrir. Ele apertou a bochecha de Rosana e perguntou: — Por que você está agindo como uma criança? Você tem mesmo que comprar aquela gata? Rosana respondeu em voz baixa: — Quando eu compr
Ao chegar em casa, Rosana se apressou a sentar no sofá e tirou o teste de gravidez da bolsa, começando a ler o manual com atenção. De repente, ouviu o som da chave na fechadura. Rosana levou um susto tão grande que sentiu o coração quase saltando pela garganta. Em um reflexo, escondeu rapidamente o teste na fenda do sofá. Manuel entrou carregando um grande saco. Ao ver o olhar alarmado de Rosana, Manuel franziu a testa e perguntou: — Você acha que sou um monstro? Ao me ver, fica tão nervosa assim? Rosana foi tentando controlar a ansiedade que tomava conta de seu peito e, tentando manter a calma, respondeu: — Claro que estou assustada, tenho medo que você me coma! Ela tentou fazer uma piada, com medo de que Manuel pudesse perceber algo errado. Felizmente, Manuel não suspeitou de nada. Ele colocou o saco no chão e começou a abrir. A pequena gatinha ragdoll que Rosana havia visto mais cedo naquela tarde saiu do saco, caminhando com suas patinhas curtas. Rosana olho
Rosana estava bastante feliz, afinal, como poderia reclamar de um bichinho tão fofo como ela? Para ele, não havia problema algum. Assim, Rosana pegou novamente a pequena gatinha nos braços, deu-lhe um beijinho e disse: — Eu sei! Fica tranquila, vou cuidar muito bem dela. Ah, e você, que tal dar um nome para ela? Manuel hesitou por um momento, e com um tom indiferente, respondeu: — Esse tipo de coisa, você decide como quiser. Rosana sorriu e disse: — Já que você quer que eu escolha o nome, então vai ser Manuel! O que acha? Manuel a olhou com uma expressão séria e disse: — Você acredita que eu não poderia jogar esse bichinho fora agora mesmo? Rosana se calou, não ousando continuar a brincadeira, e ficou pensativa por um momento. — Kátia? Ela achava que o nome que sugerira parecia comum demais para uma gatinha tão bonita quanto aquela, uma verdadeira ragdoll. Nesse instante, Manuel falou: — Que tal Hana? Você mesma disse que essa Hana é muito fofa. Rosana pensou
Rosana quase esbarrou em Manuel e, assustada, recuou rapidamente, olhando para ele com nervosismo.Manuel, confuso, perguntou:— O que aconteceu?— Nada. — Respondeu Rosana, temerosa de que Manuel percebesse seu desconforto. Rapidamente, ela foi até ele, pegou sua mão e continuou. — Eu estava indo te chamar para o jantar. Fiz macarrão.Manuel olhou para Rosana naquele momento, com o avental amarrado e o cabelo preso em um rabo de cavalo baixo, parecendo uma esposa delicada e carinhosa. Não conseguiu evitar e a beijou.— Você deve estar cansada. — Disse ele com carinho.Rosana, aproveitando o momento em que ele não estava prestando atenção, suspirou aliviada e, nervosa, olhou rapidamente para o sofá.Durante o jantar, Manuel olhou ao redor e perguntou:— Onde está a Hana?— Lá em cima. — Respondeu Rosana, com um sorriso genuíno ao pensar em Hana. — Obrigada por me dar essa gatinha. Pode ficar tranquilo, já a coloquei lá em cima, não vai te incomodar.Manuel, elegantemente comendo os noo
Manuel não conseguiu conter um sorriso. Ao se aproximar do ouvido de Rosana, falou com a voz rouca e baixa:— Quando você melhorar, eu vou te satisfazer.Rosana quase desejou quis ser surda e cega naquele momento.Ela empurrou Manuel para longe, cobrindo a cabeça com o cobertor, como se não tivesse ouvido nada, mas, no fundo, o xingava mentalmente mil vezes."Manuel está só me provocando!"Manuel sorriu de canto, deitando ao lado de Rosana e, de trás, a envolveu em um abraço apertado.Rosana se mexeu levemente, tentando se soltar, mas não conseguiu.Quanto mais ela se mexia, mais Manuel a apertava contra si.Com o tempo, Rosana foi sentindo o calor daquele abraço e, finalmente, se entregou, adormecendo tranquila nos braços de Manuel....No dia seguinte.Apesar de ainda estar de licença, Rosana sabia que as pendências no editor de revistas eram muitas, e Isabelly sempre mandava mensagens para ela, questionando sobre o andamento dos assuntos. Por isso, Rosana decidiu voltar ao trabalho
O olhar frio de Manuel se fixou em Rosana. A maneira tensa como ela estava se comportando, para ele, era um sinal claro de culpa. Ele levantou o queixo, lançou um olhar para o teste de gravidez e perguntou:— Quando isso aconteceu?Rosana respirou profundamente, tentando acalmar seu coração, e só então, com a voz trêmula, respondeu:— Eu comprei o teste ontem, ainda não tive tempo de fazê-lo.As sobrancelhas de Manuel se franziram ainda mais, e ele a questionou com cada palavra mais incisiva:— Então, você passou mal nos últimos dias por causa disso? Rosana, quando pretendia me contar sobre isso? Estava esperando até ter certeza de que estava grávida, até a barriga crescer, para então me contar? Queria me usar como refém, com um filho, para me obrigar a aceitar isso?Rosana o encarou, chocada, mordendo o lábio, e respondeu:— É assim que você me vê? Uma pessoa que usaria uma criança para te prender? Manuel, você está indo longe demais! Nunca pensei em te dar um filho, nunca!De repent
Nos olhos escuros de Manuel, havia algo profundamente misterioso, algo que Rosana não conseguia entender. Ele desviou o olhar, então, e, pegando na mão de Rosana, disse:— Não olhe mais para isso. Vamos, vá logo fazer o exame de sangue.A mão de Rosana estava gelada, e sua palma estava coberta de suor frio.Ao passar em frente ao banheiro, Rosana de repente parou e olhou para Manuel, murmurando, quase inaudível:— Eu preciso ir ao banheiro.Manuel mostrou uma leve impaciência no rosto. Parecia que ele queria que Rosana fosse direto ao exame de sangue, que tudo fosse resolvido o mais rápido possível. Mas, ao ver a fragilidade no olhar de Rosana, ele não teve outra opção senão consentir:— Eu vou esperar você aqui na porta.Rosana rapidamente entrou no banheiro. Ela se apressou para encontrar uma cabine vazia, e, com mãos trêmulas, tirou o celular da bolsa e discou para Natacha.— Natacha... — Rosana falou baixinho, sua voz não conseguia esconder o tremor. — Não me pergunte o motivo, só
—Não, obrigada. — Rosana recusou Manuel, com uma entonação que misturava distanciamento e desconforto. — Eu vou voltar para o trabalho. Você também deveria ir trabalhar.Manuel a seguiu e disse:— Me deixa te levar até o trabalho.Rosana parou de repente, se virando para olhar Manuel com raiva, e respondeu:— Sr. Manuel, quanto à nossa relação, eu entendo o que você fez hoje. Agora que você já sabe que não estou grávida do seu filho e que não há mais como me enganar, pode ir trabalhar tranquilo, certo? Por que insiste tanto em me acompanhar?Manuel acenou com a cabeça, seu tom frio:— Está bem, tome cuidado no caminho.Dito isso, ele se virou e foi embora.A tensão que Rosana tinha segurado por tanto tempo finalmente desmoronou naquele momento.O hospital estava cheio de pacientes, e, embora Rosana não quisesse demonstrar sua tristeza para os outros, suas lágrimas começaram a cair incontrolavelmente, sem saber o motivo.Nesse momento, o celular tocou. Era uma ligação de Natacha.Rosana