Enquanto isso, a Sra. Maria também levou Joyce ao escritório Marques Advogados, onde esperou pacientemente Manuel terminar o expediente. Ambas sabiam que enquanto Manuel não voltasse, Rosana teria que continuar na chuva. Mesmo assim, isso não era suficiente para aliviar o ódio que sentiam por Rosana.Manuel não queria jantar com Joyce, então, irritado, falou com ela:— Está chovendo tanto lá fora, o tempo está péssimo, por que você trouxe minha mãe aqui? Você é médica, não sabe que ela não pode ficar exposta ao frio por causa da saúde dela?Sra. Maria rapidamente repreendeu o filho:— O que é isso, Manuel? Não tem razão para culpar a Joyce! Faz tempo que não venho aqui visitar, e pedi para ela me acompanhar. Alguém em casa trouxe um lote de polvo-marinho especial, vocês dois trabalham tanto, então hoje, aproveitem e comam bem para fortalecer o corpo.Manuel jamais contestaria a mãe, então se conformou:— Está bem, vou organizar meu trabalho agora, e já vamos para casa.Meia hora depoi
Sra. Maria olhou fixamente para Manuel e, com a voz carregada de dor e raiva, perguntou:— Me diga a verdade, você realmente só vê a Rosana como filha do seu inimigo? E por que sempre empurra o noivado com a Joyce? Há algo mais nisso? Vou ser clara: se você tiver algum tipo de sentimento por Rosana, eu juro que morro na sua frente!As palavras de sua mãe caíram como um peso no coração de Manuel. Ele viu a determinação nos olhos dela, uma determinação tão forte e inabalável que não deixou dúvidas. Manuel não podia duvidar de nada do que ela dissera. Afinal, Diego fora o responsável pela morte de seu pai, e isso havia destruído a vida de sua mãe. As humilhações e sofrimentos que ela havia vivido voltaram à mente de Manuel, e ele apertou os punhos com força, incapaz de continuar pensando naquele assunto.Ele sabia, com certeza, que sua mãe jamais aceitaria Rosana. Nunca. Sra. Maria estava completamente tomada pela emoção. Ela segurou o braço de Manuel com força, como se estivesse à beir
Manuel terminou de falar e, surpreso, percebeu que suas palavras eram praticamente as mesmas que Rosana lhe dissera naquele dia. "Sou advogado, como pude dizer algo tão pouco profissional? O comportamento de Rosana parece ter se infiltrado aos poucos em meus pensamentos." Esse pensamento o deixou inquieto. Ronaldo, com um olhar evasivo, evitou o contato visual com Manuel e disse: — Você de novo com isso? Já te falei, aquela família não vale nem um milhão de reais! E quem é que vai reclamar de dinheiro? Se eu puder pagar 200 mil reais e resolver, por que eu pagaria um milhão? Você não disse que encontrou uma prova que poderia isentar o Grupo Pereira de boa parte da responsabilidade? Manuel realmente encontrou a prova, e com ela, aquela família não conseguiria exigir muita compensação. No entanto, não sabia por que, mas algo em seu peito parecia pesar como uma pedra. De repente, Manuel se sentiu como um carrasco. "Eu realmente tenho que levar essa família à ruína? Eles não
Manuel sentiu uma dor inexplicável em seu coração. Ele segurou Rosana com força nos braços, apertando ela contra o peito, como se tentasse transferir sua própria temperatura para ela. No entanto, Rosana continuava tremendo, fria, como se a dor dentro dela fosse mais forte que o calor que ele tentava transmitir. Sem perder tempo, Manuel correu até o banheiro e preparou a banheira, colocando água morna. Em seguida, cuidadosamente, colocou Rosana na água. Ele tocou suavemente o rosto pálido dela, com uma expressão de ternura, e falou com voz suave: — Fique um pouco no banho quente. Vou fazer um chá de gengibre para você. Se você começar a ter febre, vamos precisar ir para o hospital. Após as instruções, Manuel saiu do banheiro. Mas, assim que ele fechou a porta, o som de choro de Rosana chegou até seus ouvidos. Manuel não conseguiu se mexer, seu corpo parecia pesado. Ele se virou e voltou rapidamente para o banheiro. Sem pensar duas vezes, tirou a roupa e entrou na banheir
Manuel não deu a Rosana nem mesmo tempo para reagir. Sem hesitar, deu um gole na sopa, abaixou a cabeça, segurou o pescoço de Rosana e a beijou nos lábios.Rosana ficou paralisada, com os olhos arregalados, enquanto Manuel, do seu jeito, forçava ela a engolir o chá de gengibre.Ela usou todas as suas forças para golpear os ombros de Manuel, e só então ele a soltou.Manuel disse, com firmeza:— Se você não obedecer e beber a sopa e tomar a medicação, vou ter que continuar a te alimentar dessa maneira.Rosana, vermelha de vergonha e raiva, olhou fixamente para Manuel, pegou a tigela e, em um único gole, terminou a sopa. Depois, sem mais resistência, tomou o remédio para resfriado que Manuel havia dado a ela.Só então, Manuel soltou um suspiro leve e tranquilo, ajudou Rosana a se deitar e ajeitou o cobertor ao redor dela, dizendo suavemente:— Durma agora.Mas como Rosana conseguiria dormir?Especialmente quando Manuel deitou ao seu lado e a envolveu com seus braços, trazendo o calor de s
Rosana sabia muito bem que, atualmente, Manuel ainda não era casado, e, rigorosamente falando, ele ainda estava solteiro. Rosana ainda podia se enganar a si mesma.“Mas se Manuel se casar, ele será um homem com esposa. Será que eu realmente vou me tornar a amante dele? Se for assim, eu mesma vou me desprezar...”Manuel, com a voz mais grave, disse:— Quando chegar esse momento, você poderá pensar sozinha. Se não quiser ficar ao meu lado, pode ir, mas a promessa que fiz antes será anulada. Melhor acreditar, sou eu quem pode salvar seu pai!Rosana olhou para o rosto de Manuel, que não mostrava nenhuma emoção, e de repente percebeu que a frieza e crueldade dele ultrapassavam tudo o que ela poderia imaginar.O que Rosana pensava ser amor, o sentimento que ela havia dado de coração e juventude, para Manuel não passava de uma transação racional.Rosana assentiu e respondeu:— Então, vamos estabelecer um prazo de um ano. Se, após esse tempo, o caso do meu pai ainda estiver no mesmo estado ou
Essas palavras de Manuel trouxeram um alívio inesperado ao coração de Rosana, como se uma sensação de segurança a envolvesse sem motivo aparente.Após beber a canja, ela se aconchegou novamente nos cobertores.Rosana deixou apenas a cabeça de fora, observando o homem que estava concentrado no sofá, trabalhando com uma seriedade que parecia não ter fim. Ela não conseguia desviar o olhar dele, como se jamais fosse suficiente.Embora soubesse que estava sendo fraca, sem forças, Rosana não conseguia evitar o quanto achava Manuel atraente. Cada gesto dele exalava a maturidade e a classe de um homem experiente. Especialmente o modo como ele se dedicava ao trabalho a fascinava. Ela sentia uma enorme admiração e até um pouco de reverência por ele.O cansaço finalmente tomou conta dela, e ela adormeceu novamente.Não sabia quanto tempo se passou até que, em meio ao sono, Rosana ouviu a voz de Manuel ao telefone.Ele estava na varanda, falando com Sra. Maria.Do outro lado, Sra. Maria fingia in
Manuel parecia estar culpando Rosana, sempre fazendo essas perguntas difíceis e insistentes. Quanto ao relacionamento deles, Manuel não entendia por que Rosana precisava tanto esclarecer tudo!O coração de Rosana estava completamente gelado. Ela voltou para o quarto, desapontada.A dor no peito de Rosana era como se mil agulhas a atravessassem.Manuel era o homem mais cruel, egoísta e individualista que Rosana já tinha conhecido."O que eu sofri na noite passada, para Manuel, parecia não importar. O que importava era que a mãe dele não tivesse me matado, que ela não fosse ter problemas."Por volta do meio-dia, Manuel entrou lentamente no quarto.Naquele momento, Rosana estava sentada na cadeira de balanço perto da janela do chão, com o rosto ligeiramente virado para o lado, olhando para fora. Aquela mulher, antes tão orgulhosa e radiante, agora parecia sempre imersa em uma tristeza leve, porém profunda.Ao ver o rosto pálido de Rosana, Manuel sentiu um aperto no coração.Infelizmente,