Rosana, num momento de autoironia, pensou: “Talvez, para o Manuel, eu seja apenas uma diversão passageira, como alguém brincando com um gato ou um cachorro. Por que tenho que tentar adivinhar o que ele quer dizer com tudo isso? Não deveria dar tanta importância ao que Manuel faz por mim. Afinal, hoje ele ainda vai conhecer o futuro sogro e a futura sogra!”Enquanto esses pensamentos confusos a tomavam, o celular de Rosana vibrou com uma nova mensagem. Ela abriu e viu que era Manuel:[E então, gostou dos doces?]Rosana sentiu seu coração acelerar de maneira inexplicável. Sua primeira reação foi responder que ele estava sendo ridículo, mas, em vez disso, ela escreveu:[Os colegas adoraram, obrigada.]Logo em seguida, Manuel enviou outra mensagem:[E em comparação com os doces que o Cristóvão encomendou ontem?]Rosana ficou levemente surpresa e, antes que pudesse responder, Manuel já havia apagado a mensagem....No mesmo instante, Manuel, sentado em seu escritório, balançou a cabeça com
Joyce tinha crescido em uma família rica, e sabia como ninguém agradar os mais velhos.Ela pegou o presente que havia preparado com antecedência e o entregou à Sra. Maria, dizendo com doçura:— Tia, da última vez, a senhora comentou que tinha tonturas frequentes e estava anêmica. Este é um suplemento que mandei trazer especialmente para a senhora. Experimente. Se funcionar bem, compro mais da próxima vez.— Joyce, é raro encontrar uma menina tão atenciosa quanto você. — Disse a Sra. Maria, se virando para Manuel. — Você precisa tratar a Joyce muito bem, ouviu? Se você ousar perder uma esposa tão maravilhosa como ela, quero ver se te deixo escapar!Manuel forçou um sorriso e respondeu:— Mãe, por que a senhora não deixa os tios irem comer? Podemos conversar enquanto comemos.A Sra. Maria concordou com a cabeça rapidamente e disse:— Certo, com toda essa alegria, até me esqueci disso. Vamos, pessoal, vamos comer!Assim, todos se acomodaram ao redor da mesa.A Sra. Priscila, que também ad
Sra. Maria rapidamente se virou para Manuel e disse:— Depressa, Manuel, faça um brinde ao seu tio Ronaldo e peça desculpas a ele.Manuel não estava muito disposto a fazer isso, mas não podia ignorar a honra de sua mãe nem confrontá-la diretamente na frente de todos. Assim, ele levantou o copo e, se dirigindo a Ronaldo, disse:— Tio Ronaldo, desculpe, foi um erro meu agora há pouco.Ronaldo, com a intenção de dar uma lição a Manuel, retrucou:— Uma taça e pronto? No mínimo você deve beber três! Manuel, você é advogado, deve estar acostumado com reuniões e jantares de negócios. Aposto que sabe beber bem!Manuel, sem se deixar intimidar, continuou a acompanhar Ronaldo na bebida. No final, Ronaldo acabou completamente bêbado, enquanto Manuel, com o rosto apenas levemente avermelhado, se mantinha firme e calmo em sua cadeira.Joyce estava profundamente irritada, achando que seu pai não pensava nas consequências de suas ações. Eles tinham ido àquele jantar para que as duas famílias definiss
Bairros com vista para o mar.Joyce estacionou o carro, animada com a ideia de visitar a casa de Manuel. Afinal, aquele era um dos melhores bairros da Cidade M, onde as propriedades eram caríssimas e dificilmente estavam à venda mesmo para aqueles que podiam pagar. Quando Ronaldo voltou ao país, ele tentou comprar uma casa no Bairros com vista para o mar, mas não havia conseguido, o que aumentava ainda mais a curiosidade de Joyce sobre a vida de Manuel.Enquanto ela se preparava para descer do carro, Manuel a interrompeu:— Obrigado por hoje. Pode levar o carro e voltar para casa.Joyce ficou surpresa; será que ele realmente a via como sua motorista? Tentando disfarçar o constrangimento, ela estacionou o carro, saiu e, com um sorriso tímido, perguntou:— Manuel, essa é a minha primeira vez na sua casa. Não vai me convidar para dar uma olhada?Manuel franziu o cenho, visivelmente incomodado, e respondeu:— Já está tarde. Fica para outra vez. Além disso, eu bebi muito hoje e estou exau
Manuel já se levantava, conduzindo Joyce firmemente até a porta, deixando claro que era hora de se despedirem. No entanto, ao se aproximar da saída, Joyce notou algo que antes passou despercebido no armário de sapatos: um par de botas femininas estilo Martin. Como todas as botas ali eram pretas, inicialmente ela não havia reparado, mas agora percebeu que aquele par era visivelmente menor sem dúvida, eram de uma mulher.Joyce ficou em choque ao compreender o que significava aquela presença. E, ao mesmo tempo, o olhar de Manuel também se endureceu; ele também as havia notado. "Será que Rosana ainda está em casa?" A dúvida o atingiu, deixando ele apreensivo.Com um movimento rápido, Manuel abriu a porta, mantendo um tom firme ao dizer:— Srta. Joyce, eu não vou poder te acompanhar até em casa desta vez.Joyce hesitou. Por um instante, pensou em confrontá-lo diretamente, mas logo recuou. E se ela estivesse errada? Se não houvesse prova alguma, Manuel certamente usaria isso a seu favor
Joyce foi diretamente em direção à varanda, abrindo a porta rapidamente. Mas, infelizmente, lá também não havia ninguém. Manuel observava a expressão de Joyce, e finalmente seu coração se acalmou. A expressão de Joyce estava sombria, quase duvidando de si mesma. “Será que, realmente, não há ninguém escondido na casa de Manuel?” De repente, um leve ruído chamou a atenção de Joyce. Os dois imediatamente olharam em direção ao guarda-roupa. Um sorriso satisfeito surgiu nos lábios de Joyce; ela lançou um olhar para Manuel e, sem hesitar, começou a caminhar até o guarda-roupa. Foi nesse instante que Manuel segurou firmemente o braço de Joyce, dizendo friamente: — Joyce, já chega! Já estou te suportando há tempo demais! Desde o momento em que você entrou aqui, tem inspecionado minha casa como se estivesse fazendo uma busca completa. Agora que já te deixei ver cada canto, o que mais você quer? Minha paciência tem limite! Normalmente, Manuel era alguém de temperamento equili
A atitude fria e distante de Rosana deixava Manuel inexplicavelmente irritado. Talvez fosse o efeito do álcool, mas uma sensação de calor abrasador percorreu o corpo dele, que estava inquieto e febril. Ele observava Rosana diante de si; seus lábios rosados se mexiam ao falar, e Manuel sentia como se uma chama se acendesse dentro dele. Seus olhos mostravam um leve brilho turvo enquanto ele lutava contra o impulso de segurá-la e entregá-los ao desejo. Com um tom despreocupado, perguntou: — Por que está tão tarde ainda por aqui? Estava me esperando voltar? Rosana respondeu imediatamente, em tom de protesto: — Foi o seu ferro de passar que quebrou, levei muito tempo para consertá-lo! Pode ficar tranquilo, para mim o senhor não passa de meu empregador. Eu faço meu trabalho com seriedade, recebo meu pagamento e nada mais. Não tenho nenhum outro interesse, muito menos o de esperar o senhor voltar! Manuel riu suavemente, e a expressão levemente bêbada em seu rosto o deixava ainda m
Mas, no fim das contas, Joyce ainda tinha medo de irritar Manuel, temendo que, por causa da raiva, ele acabasse se afastando dela.Com esses pensamentos conflitantes, Joyce voltou para casa. Sra. Priscila, que cuidava do marido bêbado, ainda estava acordada àquela hora.Ao ver a filha retornar, Sra. Priscila perguntou, surpresa:— Joyce, por que você voltou? Você não tinha ido com Manuel? Será que vocês não...Antes que Sra. Priscila terminasse a frase, Joyce começou a chorar desesperadamente e, em um misto de raiva e dor, acusou:— Agora entendo por que Manuel sempre foi tão frio comigo! Descobri que ele tem outra mulher lá fora!Sra. Priscila, atônita, exclamou:— O quê? Foi Manuel quem te contou isso?— Como se Manuel fosse me contar essas coisas! — Joyce respondeu entre soluços, contando tudo o que havia acontecido na casa de Manuel.Ao ouvir a história, Sra. Priscila ficou extremamente irritada e disse:— E por que você não desmascarou Manuel na hora? Você me deixa furiosa, Joyce!