Magno não expressou reação alguma, mas a maneira como a observava, com um olhar penetrante e frio, era suficiente para fazer Alex sentir-se exposta, como se ele estivesse analisando cada fraqueza sua. O diretor pigarreou antes de começar.
— Alexandra, seus comportamentos recentes são extremamente preocupantes. Eles não condizem com o decoro que esperamos de um aluno do Instituto São Bartolomeu. Boatos estão se espalhando sobre sua proximidade com um de nossos professores, o que é completamente inapropriado...
Alex tentou controlar a respiração, mas a pressão dentro dela estava aumentando. Ela sabia que, se não falasse agora, nunca teria outra oportunidade.
— Não fiz metade dessas coisas — interrompeu Alex, sua voz firme, embora seu corpo tremesse. — Inclusive, todas as vezes
Alex manteve sua pose, sua postura rígida enquanto ainda estava sob os olhares do diretor e de Magno. Apesar da tensão evidente no ar, sua voz soou firme:— Espero que alguma providência seja tomada contra os boatos que Camila iniciou. Ela não pode continuar fazendo isso impunemente. Eu não vou mais tolerar ser alvo das mentiras dela.O diretor, ainda pálido e visivelmente desconfortável, assentiu devagar.— As providências serão tomadas, Alexandra. Vamos investigar a situação e lidar com isso. Agora, você pode ir.Com isso, o encontro foi encerrado, e Alex se levantou, caminhando em direção à porta. Cada passo que ela dava para fora daquela sala fazia sua confiança, que havia sido forçada durante o confronto,
Alex e Lucas despertaram cedo, antes mesmo do primeiro sinal matinal. O céu ainda estava tingido com o azul suave da madrugada, e o silêncio da biblioteca abandonada fazia parecer que o tempo estava suspenso. Alex esfregou os olhos, sentindo a rigidez dos músculos e o desconforto de ter dormido no chão, mas agradeceu pelo cobertor que a manteve aquecida durante a noite.— Acho que já está na hora de irmos, né? — Lucas murmurou, ainda deitado, olhando para o teto com os olhos semicerrados.— Sim, antes que alguém apareça aqui e nos veja — respondeu Alex, sentando-se devagar e enrolando o cobertor para o lado.Eles decidiram sair com um intervalo de tempo para evitar suspeitas. Lucas foi o primeiro a se levantar e sair da biblioteca, movendo-se de maneira discreta. Alex ficou
A manhã de Alexandra foi um borrão de atividades, a tensão de tudo o que havia acontecido recentemente ainda a acompanhando. Ela tentou focar nas aulas, mas sua mente estava em outro lugar, especialmente em Elloá e nos mistérios que envolviam a amiga.Alex estava na biblioteca, aproveitando uma aula vaga para tentar colocar suas atividades em dia. Sentada em uma das mesas próximas à janela, ela estava cercada por livros e cadernos, mas sua mente se dividia entre o dever e os pensamentos caóticos que não a deixavam em paz. A quietude da biblioteca trazia um pouco de alívio, um refúgio temporário no meio de tantas preocupações.Ela rabiscava anotações no caderno quando sentiu uma presença familiar se aproximar. Era Arthur. Ele apareceu de maneira discreta, como sempre, mas havia uma preocupação silenciosa em seu olhar.&n
Alexandra foi despertada por um leve toque no braço, seguido da voz suave de Elloá. Com os olhos ainda pesados, ela piscou algumas vezes antes de se deparar com uma visão que fez seu coração disparar. Atrás de Elloá, uma figura sombria se erguia. A sombra tinha uma forma humanoide, mas os contornos do seu corpo eram difusos, como se fosse feita de fumaça. Os olhos, dois pontos de luz pálida, a fitavam sem expressão, e seu corpo parecia se inclinar sobre Elloá como um predador pronto para atacar. Alex sentou-se rapidamente na cama, o susto correndo por suas veias, e o movimento fez Elloá recuar um pouco, surpresa. — Vamos nos arrumar? — Elloá perguntou, sem perceber a expressão assustada de Alex. — Estou tão empolgada de sairmos juntas! Pode me emprestar alguma coisa? Você tem tantas roupas novas... Alex piscou, olhando para a amiga, tentando apagar a imagem perturbadora da sombra de sua mente. Quando seu olhar retornou a Elloá, a so
Longe da intimidação e da fachada que Camila mantinha na escola, suas amigas se mostraram pessoas bastante agradáveis, iniciando conversas leves e casuais que relaxaram um pouco o ambiente. Mercedes, Clara e Helena eram diferentes do que Alexandra imaginava. Elas riam e brincavam entre si, tornando o clima na piscina mais descontraído. Camila, por outro lado, mantinha seu comportamento habitual: ainda queria ser o centro das atenções e constantemente interrompia as conversas para redirecionar o foco para si, mas também conseguia manter uma certa cordialidade que a fazia parecer amigável, ao menos superficialmente.Enquanto estavam deitadas nas espreguiçadeiras, aproveitando o sol quente, Camila pegou seu celular e, com um sorriso triunfante, mostrou às garotas algumas fotos de seu novo namorado. Ele era um universitário mais velho, e as fotos que exibiu mostravam o rapaz em diversos pontos tu
Alex tentou manter-se deitada, respirando fundo, tentando ignorar a inquietação que a tomava. Porém, a situação a despertou completamente. O comportamento de Elloá, furtivo e distante, não a deixava em paz. Era como se uma força invisível a empurrasse para fora da cama. Sem conseguir mais resistir, ela se levantou devagar, cuidadosa para não fazer barulho e não acordar as outras meninas.Descalça, sentiu o frio do chão de mármore sob seus pés, uma sensação que a deixou ainda mais alerta. A casa de Camila estava silenciosa, envolta na escuridão. O leve ruído do filme rodando no fundo parecia um sussurro longínquo enquanto caminhava com seus passos ligeiros e silenciosos. Ao alcançar a porta, Alex espiou o corredor longo e iluminado apenas por uma luz fraca, mal conseguindo distinguir as sombras que se moviam.Ela avistou Elloá ao long
— O que... o que você quer que eu faça? — Alex perguntou, a voz trêmula, o desespero evidente em seus olhos. A ideia de se envolver em algo tão sombrio e perigoso a aterrorizava, mas a preocupação por Elloá a impulsionava.Mas antes que Camila pudesse responder, um ruído interrompeu o diálogo. Magno apareceu na ponta da escada, sua figura imponente projetando uma sombra sobre elas.— O que vocês estão fazendo aqui? — ele perguntou, a voz ressoando com uma autoridade cortante.— Nada, pai! Estávamos apenas... — Camila improvisou, lançando um olhar rápido para Alex, como se buscasse uma resposta que não existia.— Só voltem logo para o quarto! — Magno franziu a testa, seus olhos avaliando as duas com desco
— Eu sei sobre o pacto, Elloá! — Alex prosseguiu de maneira firme, a tensão nas suas palavras ecoando na biblioteca. Mas, assim que ela falou, a calmaria do espaço foi abruptamente interrompida pela chegada de seus amigos. Elloá aproveitou a distração e, sem olhar para trás, começou a sair dali. Alex tentou segui-la, mas foi barrada por Guilherme e os outros.— Agora é nosso momento com você! — Guilherme brincou, estendendo uma garrafa de água mineral, que, Alex sabia, não estava cheia de água. Para aliviar a tensão crescente em seu peito, ela virou a garrafa de uma vez, deixando o líquido escorregar por seus lábios, enquanto seus amigos comemoravam sua ousadia.— Parece que nossa amiga continua aí! — Mariana comentou, sua voz carregada de sarcasmo.O resto da tarde passou e