Minutos depois...
ALICIA SCOTTTODA FOME QUE ESTAVA SENTINDO SE esvaiu, fiquei tão ansiosa que liguei imediatamente para o número que havia no anúncio. Uma voz suave ecoou do outro lado da linha e eu fiquei satisfeita quando a senhora Emília falou que agendaria uma entrevista para hoje no horário da tarde. Sorridente, deixei a lanchonete e agora estou no quarto com a minha mãe, aproximo-me do seu leito e sento-me na cadeira perto da cama. Logo em seguida seguro uma de suas mãos, enquanto meus olhos ficam fixos nos seus, que embora estejam abertos, não demonstram nenhum sinal de vida. O médico disse que apesar de ela não reconhecer o que acontece ao seu redor, seria bom que eu conversasse com ela.— A senhora é a pessoa mais forte e guerreira que eu conheço, sei que logo tudo isso vai passar, mas enquanto estiver aqui, eu vou dar o meu melhor. Depois da tempestade, finalmente mãe, hoje eu terei a chance de conseguir um bom emprego, daqui a algumas horas irei para uma entrevista e espero que tudo possa dar certo e apesar de estar precisando muito do dinheiro, quero acima de tudo cuidar muito bem dessa criança e ser merecedora do salário que vou receber.Acaricio sua mão e as lembranças tomam tomar da minha mente, lembro-me do seu doce sorriso, dos seus olhos que sempre tinham um brilho intenso e principalmente de quando ela me abraçava.— Sinto tanto a sua falta — digo e pisco várias vezes tentando reprimir algumas lágrimas, mas acabei não conseguindo. Todavia, continuei conversando com ela por longos minutos, mas assim que seus olhos se fecharam, dei um beijo em sua testa e com passos largos, deixei o quarto. Queria passar mais tempo com ela, porém, ainda precisava ir até a nossa casa, tomar um banho e trocar de roupa.Horas depois...Acabei vindo de táxi para não chegar atrasada. Minhas mãos estavam suadas e trêmulas de tanto nervosismo, paguei o motorista e ao sair do carro, fiquei parada em frente ao portão, olhando para a enorme mansão a minha frente, após me identificar, foi liberada a minha entrada e a cada passo que dava, eu ficava mais encantada.O jardim era cheio de flores, havia muitas árvores frutíferas, e até um lago enorme com peixes e uma cascata. A mansão era belíssima e enorme, quando avistei a entrada principal, havia uma senhora parada em frente a porta, a qual acreditava ser a dona Emília, encurtei a distância e ao parar em sua frente, a cumprimentei.— Boa tarde!— Boa tarde! Acompanhe-me, por favor.A segui e ao passar pela porta, se o lado externo era luxuoso, por dentro era esplendido. Os móveis brilhavam, os quadros na parede deveriam valer uma fortuna, a decoração era de ótimo gosto, continuei a seguindo e meu olhar ficou cravado no enorme quadro de uma mulher muito bonita, rodeada de flores, seus olhos eram azuis como o mar e sua beleza era estonteante. Continuo andando até que paramos em uma sala enorme, ela se sentou e pediu que eu me acomodasse também.— Me conte um pouco sobre você, afinal, é tão jovem e como havia no anúncio, será preciso que a pessoa more aqui.Nos momentos seguintes, contei um pouco sobre mim e o porquê estava precisando do emprego, porém, deixei claro que não estava ali somente pelo dinheiro e sim porque acredito que assim como iria me ajudar, eu faria o meu melhor para cuidar e proteger aquela que ficaria sobre a minha responsabilidade. Ela me contou que a mãe da garotinha havia falecido, por isso a exigência que a babá viesse a dormir no emprego.— Eu gostei muito de você, e espe... — suas palavras se perderam quando ouvirmos um choro sofrido invadir o ambiente. — Chegou a hora de você conhecer o pequeno raio de luz.Ela se levantou e eu fiz o mesmo, deixamos o ambiente, atravessamos um longo corredor e paramos em frente a uma porta branca que foi aberta rapidamente, pois o barulho era alto. Uma mulher estava com a garotinha nos braços tentando fazer com ela se aclamasse, mas esta chorava ainda mais alto, porém, quando a senhora Emília se aproximou, ela percebeu e estendeu os bracinhos para ela, entretanto, antes que ela a pegasse, a garotinha moveu a cabeça em minha direção e naquele momento senti uma sensação indescritível tomar conta de mim por inteira, não era somente um raio de luz, era o mais lindo anjo que já tinha visto em minha existência.O silêncio predominou no ambiente e minhas pernas ganharam vida própria, pois me movi rapidamente na direção dela e quando tentei pegá-la, ela não hesitou e se atirou em meus braços. Não conseguia explicar o misto de sentimentos que pairou sobre mim, só fiquei ali, abraçando-a e quando a afastei um pouco, uma de suas mãozinhas começou a deslizar pelo meu rosto, acariciando a minha bochecha do lado direito, aquilo era tão bom.— Pelo visto não foi só eu quem gostou de você. Nunca tinha a visto ficar tão quietinha assim.Esboço um sorriso, porque a sensação que eu tinha era de que já conhecia aquela garotinha há muito tempo e o meu coração estava transbordando de tanta alegria.— Vou deixar vocês duas um pouco sozinhas e providenciar o lanche da Melinda.As duas mulheres se retiraram e ao ficar sozinha, eu disse em voz alta o nome dela.— Melinda, você é linda como o seu nome.De repente ela começou a choramingar, como se algo a tivesse incomodando, um pensamento passou rapidamente pela minha cabeça e ao deitá-la sobre a cama, percebi que sua fralda estava cheia. A levanto e vou procurar por fraldas limpas e alguns utensílios que precisaria para trocá-la, feito isso, voltei e a coloquei deitada, ao tirar sua fralda, fiquei estarrecida, sua virilha estava avermelhada e áspera. Isso certamente era o motivo de ela estar tão inquieta, cuidadosamente peguei a garrafinha que tinha água morna e molhei um pedaço de algodão e passei lentamente para tirar o excesso do xixi, depois que ela estava limpa, acabei optando por não usar uma fralda descartável e só coloquei uma calcinha por debaixo do vestido. Instantes depois, já arrumada, resolvo ir atrás da dona Emília para ver se o lanche dela já estava pronto e aproveitando que era cinco da tarde, seria bom ela tomar um pouco de sol.Era estranho que em uma casa tão grande, o quarto dela ficasse no primeiro andar, quando cheguei à sala, olhei para o quadro da mulher e percebi o quanto elas se pareciam, voltei a andar e ao chegar em outro ambiente, encontrei a senhora Emília.— Já ia ao encontro de vocês duas.Seguimos para a cozinha e lá comecei a dar o lanche da Linda, enquanto isso, aproveitei para comentar sobre as assaduras.— Eu já havia percebido, até já tratei pessoalmente, mas com um entra e sai de babás, a Melinda é quem tem sofrido mais, por mais que eu sempre estivesse aqui, nem sempre podia estar de olho o tempo todo para ver se estavam cuidando direito dela.Trocamos mais algumas palavras e quando a pequena terminou de comer tudo, limpei a sua boquinha, dei água e aproveitei para irmos ao jardim, peguei uma bola e ao jogar no chão, ela logo quis sair do meu braço, embora seus passinhos fossem bem lentos, a sapeca pegava a bola e me entregava. Ficamos por um bom tempo brincando e quando a escuridão já queria tomar conta da noite, entramos e fui dar banho nela.Minutos depois, deixei Melinda com a dona Emília e esta pediu ao motorista que me trouxesse em casa para que eu pudesse pegar algumas roupas, no sábado será a minha folga, além de visitar a minha mãe, irei aproveitar para fazer uma faxina na casa.Em meio aos últimos acontecimentos, eu estava feliz por conhecer o pequeno raio de luz. estar com Melinda me traz uma sensação tão boa, que não existem palavras suficientes para descrever tudo que senti.AARON BITENCOURTO dia de hoje não foi muito diferente daqueles que tenho vivido. Reunião atrás de reunião, o que acabou por fazer parte das longas horas que passo dentro da empresa, hoje foi só mais um dia cansativo, mas não podia me descuidar, já que os abutres vivem a espreita, esperando o momento certo para atacar.Olhei para o relógio em meu pulso, já era quase 22h00min., meu motorista mantinha toda sua atenção na estrada, enquanto eu aproveitei cada segundo de paz que estava tendo dentro do veículo, pois aquela criança chorava tanto, que nem estando no andar de cima, estava livre do barulho infernal que atingia os meus tímpanos, me causando um ódio descomunal.Fiquei ali de olhos fechados, acabei cochilando e quando dei por mim, o carro já havia parado e a voz do homem me arrancou do meu sossego. Peguei a minha pasta e saí do automóvel, ao entrar, fiquei intrigado, pois a calmaria reinava no ambiente, olhei para os lados e não havia ninguém, dei alguns passos e assim que ia subir a escada, a imagem que surgiu em frente, na porta, me deixou paralisado. Imediatamente senti uma corrente de eletricidade percorrendo meu corpo. Um arder em minha pele, como se estivesse me queimando aos poucos. Minha respiração ficou acelerada, meu coração batia descompassado. O rosto da desconhecida parecia ter sido entalhado em mármore raro, lábios carnudos e a sua pele era branca como porcelana, fazendo um belíssimo contraste com seus deslumbrantes, olhos verdes, oliva. Desviei o olhar do seu rosto e olhei para o objeto em sua mão e a calmaria foi interrompida por mim, já que ela estava estática.— Quem é você? — soei rude e sei disso, com a voz trêmula, ela enfim quebrou o voto de silêncio.— Eu sou a nova babá da Linda.Linda! A infeliz já havia dado até um apelido carinhoso para aquela criança, quando eu estava prestes a falar novamente, Emília surgiu no cômodo.— Você pode ir Alicia.A garota que parecia estar com os pés grudados no chão, se libertou e saiu apressadamente do ambiente.— Ela não é muita nova para ser babá? — questiono.— Apesar de ser jovem, ela é muito dedicada e Melinda gostou dela, porque desde então não chorou.As últimas palavras me deixaram satisfeito.— Espero que essa não seja mais uma incompetente que logo queira colocar suas garras de fora.— Pelo que observei, ela é a pessoa que precisava para cuidar da pequena.— Pode ir dormir — falei dando o assunto por encerrado.Emília, com um giro nos calcanhares, caminhou para bem longe, em vez de subir os degraus, dei alguns passos para trás e fiquei parado, olhando para o quadro fixado na parede.“Marina! Meu único e verdadeiro amor.”Eu não sei quanto tempo se passou, meus olhos continuavam fixos naquela direção, quando tudo começou a ficar turvo, a imagem parecia que estava se movendo e de repente, o rosto daquela que havia visto minutos atrás, surgiu na tela e as palavras escaparam do fundo da minha garganta."Que diabos está acontecendo comigo?"ALICIA SCOTT SAÍ DAQUELA SALA DANDO PASSADAS TÃO LONGAS, que parecia que estava correndo. No entanto, minutos atrás, eu senti minhas pernas ficarem pesadas e não conseguia sair do lugar, meu coração jamais havia batido tão descompassado e meus olhos arderam, pois assim como Linda, resolvi chamá-la assim, o seu pai era dono de uma beleza excessiva que feria os olhos desacostumados, sua aparência física mais parecia com aqueles príncipes relatados nos livros de conto de fadas. Suspirei fundo, o cheiro inebriante dele ainda estava impregnado em minhas narinas, fiquei parada, feito boba, com a mamadeira em mãos, frente à porta. Não sei por quanto tempo permaneci naquele estado de devaneio, como se estivesse sob algum feitiço, até que ouço o choro de Melinda e o choque da realidade me atingiu e menos de um segundo depois, eu me recrimino por tais pensamentos, pois sou a prova viva que nem sempre ser dono de uma beleza exterior significa que se tem um bom coração, pois aquele que machucou
ALICIA SCOTTDEPOIS DE PASSAR UM BOM TEMPO no jardim, assim que o sol começou a esquentar e ao ver o horário no relógio em meu pulso, como já eram quase nove horas da manhã, tratei de entrar com Linda, afinal, não era bom que ela ficasse exposta ao sol depois das dez horas. Tomamos banho e não demorou muito para que ela viesse a dormir, isso foi o que eu achei, ao pensar que ela estivesse num sono profundo. Puro engano, pois a sapequinha estava a todo vapor e só tive tempo para lavar as mamadeiras, ao ouvir seu choramingar através da babá eletrônica, fui ao quarto pegá-la e ao chegar na cozinha, como Abigail iria arrumar a dispensa, eu só liguei o micro-ondas, programei no tempo certo para que viesse a esterilizar os objetos, entre eles, as chupetas dela, e seguimos para sala, além de poder ouvir quando o tempo estipulado acabasse, como ela estava nesse processo de não parar quieta, era muito bom um lugar espaçoso para que viesse a andar melhor. Se pass
AARON BITENCOURTASSIM QUE DEIXO O MEU CLOSET, ouço várias batidas na porta. Sabendo de quem se tratava, acabo por mandar entrar e não demorou nem um segundo para Emilia surgir no meu campo de visão e ao ver suas feições, de certo aquela atrevida já havia relatado o que tinha acontecido, mas assim que os lábios enrugados se moveram e ela abriu a boca, antes que viesse a murmurar algo, foi interceptada por mim. — Antes de contratar aquela garota, você deveria ter dito, quais são as regras — digo com um tom severo em minha voz. — Sempre fiz isso e ao longo desse um ano que se passou, foram inúmeras as babás que passaram por aqui, em contra partida, foi a Melinda quem sofreu as consequências por não receber os devidos cuidados — ela fez uma pausa como se estivesse buscando coragem para prosseguir, já que durante todo esses anos a mulher a minha frente jamais falou num tom semelhante ao que estava usando, totalmente indignada. — Eu sei o quan
No dia seguinte...ALICIA SCOTTENTRO NO MEU QUARTO, LIVRANDO-ME em seguida da minha mochila e acabo por lançar o meu corpo sobre a minha cama, as lágrimas ainda insistem em surgir sem o meu consentimento. Não que ainda seja pelas palavras duras que me atingiram ontem de uma forma que senti uma agitação intensa no meu peito, e fiquei totalmente sem rumo, no entanto, depois que aquele homem arrogante se foi, eu não consegui controlar e chorei tudo que me foi permitido. Embora Emília estivesse ali para me consolar e dizer o quanto eu era especial, principalmente para Melinda que em poucos dias havia mudado tanto, pois antes era somente gritos e tristeza que se via em um ser tão pequeno, pois hoje ela via aquele par de olhos azuis como oceano, brilhar intensamente. Aquilo acabou por me fazer deixar as lamentações de lado, pois, eu já havia passado por muita coisa nos últimos dias e não ia me deixar vencer por alguém que simplesmente vive cercado por amarguras do seu passado e insiste
ALICIA SCOTTERA SURREAL DEMAIS PARA SER VERDADE. O ser arrogante estava ali na porta da minha casa e de nada parecia com aquela figura majestosa que tem o ar de soberba, como se fosse o dono do mundo. Paralisada. Era assim que estava e acredito que nem o som provocado pelo barulho da chuva, era capaz de se sobressair ao som causado pelas fortes batidas do meu coração, e certamente, o homem a minha frente estava ouvindo. No entanto, o som das palavras que escaparam dos seus lábios só fez com que meu órgão interno ficasse ainda mais desenfreado e aquela angústia sentida antes aumentou assim como o medo cru dominou minha mente. — Alicia! Eu preciso de você "Meu Deus! Linda! Deus, não permita que nada de ruim tenha acontecido com a minha princesa!" Por alguns segundos fui tomada por um estado catatônico como se minha alma houvesse deixado o meu corpo, tentando me tele transportar magicamente para dentro daquela mansão. Todavia, fui arrancada daquele esta
ALICIA SCOTTESTOU MUITO SONOLENTA, NO ENTANTO, o cheiro que impregnou minhas narinas, deixou minha mente completamente enevoada.— Aaron! — exclamo. Atordoada perante aquela embriaguez e o estado de entorpecimento que ainda me encontrava, lutei para deixar a escuridão e voltar a minha lucidez, meus olhos se abriram e minha visão estava um tanto turva, pisquei algumas vezes tentando me acostumar com a pequena claridade. Quando voltei a mim, todo aquele devaneio não era mais que uma simples ilusão, meus olhos passeiam ao meu redor e além de nós duas, não havia ninguém dentro do quarto.Entretanto, aquele aroma continuava predominante no ar. Fecho os meus olhos e novamente fui consumida pelo breu total. Na manhã seguinte...Ainda estava inquieta com o que havia acontecido na noite anterior. As dúvidas me rondavam e acabei atribuindo tudo ao cansaço, desvio o olhar para Linda, que não para de se mexer, anunciando que logo vai despertar, colo
ALICIA SCOTTFIQUEI PETRIFICADA, ENQUANTO SEGURAVA FIRME A babá eletrônica com a mão direita, podia sentir o tremor desenfreado da minha mão esquerda, que já estava suando frio, assim como o meu coração começou a bater próximo à minha garganta, parecia que queria saltar do meu peito e minha respiração estava descompassada. Nós dois nos olhávamos em um silêncio constrangedor, eu não sei em que momento suas mãos alcançaram a minha cintura, como consequência, minhas pernas ficaram bambas, mas eu me mantive firme, no entanto, tal aproximação fez um calor escaldante percorrer pelo meu corpo e quando dei por mim, já estávamos tão colados que eu não queria me livrar de sua posse, só fiquei ali olhando para aqueles olhos cristalinos, azuis da cor do céu e seu olhar estava carregado de desejo e luxúria. Aaron puxou-me ainda mais para junto de si, seu olhar ficou fixo nos meus lábios, meu coração disparou quando ele moveu sua cabeça e se deteve, com a boca próxima da minha
AARON BITENCOURT EU FIXO MEU OLHAR NUMA ÚNICA direção, enquanto Alicia esta dando comida para Melinda. A temperatura emanada do meu corpo era tão intensa, que o sangue borbulhava em minhas veias e assim que a criança me olhou, senti uma sensação de queimação na garganta, fazendo a raiva rasgar dentro da minha pele e as palavras escaparam da minha boca como uma torrente que não podia mais ser contida: — O QUE VOCÊS ESTÃO FAZENDO AQUI? — vocifero. A criança imediatamente arregala os olhos, eu posso sentir o seu medo. No entanto, aquela que mantinha sua total atenção nela, disse: — Olha o aviãozinho Linda — a menina logo tirou o seu olhar do meu rosto e o medo deu lugar a um brilho intenso, direcionado para a colher cheia de comida. Assim que ela abriu a boca e abocanhou a colherada, Alicia desviou seus olhos dela e me encarou. — Antes de mais nada, o senhor deveria saber que esses gritos deveriam ser evitados perto del... — a minha ira se intensificou e sem deixá-la dizer algo mai