ALICIA SCOTTDEPOIS DE PASSAR UM BOM TEMPO no jardim, assim que o sol começou a esquentar e ao ver o horário no relógio em meu pulso, como já eram quase nove horas da manhã, tratei de entrar com Linda, afinal, não era bom que ela ficasse exposta ao sol depois das dez horas. Tomamos banho e não demorou muito para que ela viesse a dormir, isso foi o que eu achei, ao pensar que ela estivesse num sono profundo. Puro engano, pois a sapequinha estava a todo vapor e só tive tempo para lavar as mamadeiras, ao ouvir seu choramingar através da babá eletrônica, fui ao quarto pegá-la e ao chegar na cozinha, como Abigail iria arrumar a dispensa, eu só liguei o micro-ondas, programei no tempo certo para que viesse a esterilizar os objetos, entre eles, as chupetas dela, e seguimos para sala, além de poder ouvir quando o tempo estipulado acabasse, como ela estava nesse processo de não parar quieta, era muito bom um lugar espaçoso para que viesse a andar melhor. Se pass
AARON BITENCOURTASSIM QUE DEIXO O MEU CLOSET, ouço várias batidas na porta. Sabendo de quem se tratava, acabo por mandar entrar e não demorou nem um segundo para Emilia surgir no meu campo de visão e ao ver suas feições, de certo aquela atrevida já havia relatado o que tinha acontecido, mas assim que os lábios enrugados se moveram e ela abriu a boca, antes que viesse a murmurar algo, foi interceptada por mim. — Antes de contratar aquela garota, você deveria ter dito, quais são as regras — digo com um tom severo em minha voz. — Sempre fiz isso e ao longo desse um ano que se passou, foram inúmeras as babás que passaram por aqui, em contra partida, foi a Melinda quem sofreu as consequências por não receber os devidos cuidados — ela fez uma pausa como se estivesse buscando coragem para prosseguir, já que durante todo esses anos a mulher a minha frente jamais falou num tom semelhante ao que estava usando, totalmente indignada. — Eu sei o quan
No dia seguinte...ALICIA SCOTTENTRO NO MEU QUARTO, LIVRANDO-ME em seguida da minha mochila e acabo por lançar o meu corpo sobre a minha cama, as lágrimas ainda insistem em surgir sem o meu consentimento. Não que ainda seja pelas palavras duras que me atingiram ontem de uma forma que senti uma agitação intensa no meu peito, e fiquei totalmente sem rumo, no entanto, depois que aquele homem arrogante se foi, eu não consegui controlar e chorei tudo que me foi permitido. Embora Emília estivesse ali para me consolar e dizer o quanto eu era especial, principalmente para Melinda que em poucos dias havia mudado tanto, pois antes era somente gritos e tristeza que se via em um ser tão pequeno, pois hoje ela via aquele par de olhos azuis como oceano, brilhar intensamente. Aquilo acabou por me fazer deixar as lamentações de lado, pois, eu já havia passado por muita coisa nos últimos dias e não ia me deixar vencer por alguém que simplesmente vive cercado por amarguras do seu passado e insiste
ALICIA SCOTTERA SURREAL DEMAIS PARA SER VERDADE. O ser arrogante estava ali na porta da minha casa e de nada parecia com aquela figura majestosa que tem o ar de soberba, como se fosse o dono do mundo. Paralisada. Era assim que estava e acredito que nem o som provocado pelo barulho da chuva, era capaz de se sobressair ao som causado pelas fortes batidas do meu coração, e certamente, o homem a minha frente estava ouvindo. No entanto, o som das palavras que escaparam dos seus lábios só fez com que meu órgão interno ficasse ainda mais desenfreado e aquela angústia sentida antes aumentou assim como o medo cru dominou minha mente. — Alicia! Eu preciso de você "Meu Deus! Linda! Deus, não permita que nada de ruim tenha acontecido com a minha princesa!" Por alguns segundos fui tomada por um estado catatônico como se minha alma houvesse deixado o meu corpo, tentando me tele transportar magicamente para dentro daquela mansão. Todavia, fui arrancada daquele esta
ALICIA SCOTTESTOU MUITO SONOLENTA, NO ENTANTO, o cheiro que impregnou minhas narinas, deixou minha mente completamente enevoada.— Aaron! — exclamo. Atordoada perante aquela embriaguez e o estado de entorpecimento que ainda me encontrava, lutei para deixar a escuridão e voltar a minha lucidez, meus olhos se abriram e minha visão estava um tanto turva, pisquei algumas vezes tentando me acostumar com a pequena claridade. Quando voltei a mim, todo aquele devaneio não era mais que uma simples ilusão, meus olhos passeiam ao meu redor e além de nós duas, não havia ninguém dentro do quarto.Entretanto, aquele aroma continuava predominante no ar. Fecho os meus olhos e novamente fui consumida pelo breu total. Na manhã seguinte...Ainda estava inquieta com o que havia acontecido na noite anterior. As dúvidas me rondavam e acabei atribuindo tudo ao cansaço, desvio o olhar para Linda, que não para de se mexer, anunciando que logo vai despertar, colo
ALICIA SCOTTFIQUEI PETRIFICADA, ENQUANTO SEGURAVA FIRME A babá eletrônica com a mão direita, podia sentir o tremor desenfreado da minha mão esquerda, que já estava suando frio, assim como o meu coração começou a bater próximo à minha garganta, parecia que queria saltar do meu peito e minha respiração estava descompassada. Nós dois nos olhávamos em um silêncio constrangedor, eu não sei em que momento suas mãos alcançaram a minha cintura, como consequência, minhas pernas ficaram bambas, mas eu me mantive firme, no entanto, tal aproximação fez um calor escaldante percorrer pelo meu corpo e quando dei por mim, já estávamos tão colados que eu não queria me livrar de sua posse, só fiquei ali olhando para aqueles olhos cristalinos, azuis da cor do céu e seu olhar estava carregado de desejo e luxúria. Aaron puxou-me ainda mais para junto de si, seu olhar ficou fixo nos meus lábios, meu coração disparou quando ele moveu sua cabeça e se deteve, com a boca próxima da minha
AARON BITENCOURT EU FIXO MEU OLHAR NUMA ÚNICA direção, enquanto Alicia esta dando comida para Melinda. A temperatura emanada do meu corpo era tão intensa, que o sangue borbulhava em minhas veias e assim que a criança me olhou, senti uma sensação de queimação na garganta, fazendo a raiva rasgar dentro da minha pele e as palavras escaparam da minha boca como uma torrente que não podia mais ser contida: — O QUE VOCÊS ESTÃO FAZENDO AQUI? — vocifero. A criança imediatamente arregala os olhos, eu posso sentir o seu medo. No entanto, aquela que mantinha sua total atenção nela, disse: — Olha o aviãozinho Linda — a menina logo tirou o seu olhar do meu rosto e o medo deu lugar a um brilho intenso, direcionado para a colher cheia de comida. Assim que ela abriu a boca e abocanhou a colherada, Alicia desviou seus olhos dela e me encarou. — Antes de mais nada, o senhor deveria saber que esses gritos deveriam ser evitados perto del... — a minha ira se intensificou e sem deixá-la dizer algo mai
AARON BITENCOURT O som daquela pequena palavra ecoa em minha mente, misturando-se com várias sensações que eu não conseguia controlar. — PAPA! PAPA!Meus batimentos cardíacos eram intensos e minha respiração tornou-se ofegante, enquanto eu tentava encontrar forças para me livrar daquela adrenalina que tomou conta de todo o meu ser.— Papa! Ouço novamente a palavra que fez meu coração se agitar como quisesse sair para fora do meu peito. Seu olhar ficou fixo no meu e era como se eu estivesse enfeitiçado, observando minuciosamente aquele belo rosto. Seus olhos têm um tom claro, cristalino, penetrante da maneira mais alarmante e são como chamas azuis que não se extinguem. Uma pele de porcelana com o rosto de princesa e por mais que uma força totalmente sobrenatural quisesse me dominar e fazer o ódio percorrer cada fibra do meu corpo, um sentimento que envolveu até a minha alma, era uma coisa grandiosa demais para ignorar, e pela primeira vez, senti o desejo de não a ter distan