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Rosa acordou de repente com o som insistente de seu telefone. Seus olhos ainda pesados de sono demoraram a focar. O número desconhecido piscava na tela, e, ainda atordoada, ela se lembrou da noite anterior. O jantar elegante com o chefe, a tensão, e o conforto ao voltar para casa e se deitar com sua mãe. Ela estava tão exausta que nem pensou em colocar o despertador para tocar.— Droga! — resmungou, frustrada consigo mesma. Ela sabia que tinha compromissos naquela manhã, mas a noite anterior parecia ter sugado toda sua energia.O telefone continuava tocando incessantemente, sem dar trégua. Com o coração acelerado, ela atendeu, ainda sem saber de quem se tratava.— Alô?— Está atrasada — disse uma voz grave e firme do outro lado da linha, cortando qualquer saudação. Rosa gelou ao reconhecer o dono daquela voz. Era Ricardo Trajano.— Senhor Trajano? — perguntou, confusa, enquanto sua mente tentava processar o que estava acontecendo. Como ele sabia o número de seu telefone pessoal?— Fal
A tensão no ar ficou ainda mais pesada após o término da reunião. Rosa despediu-se educadamente dos fornecedores e sócios que estavam presentes. Ela sorriu, mesmo sabendo que todos tinham testemunhado sua humilhação. Quando finalmente saiu da sala de reuniões, Rosa ergueu a cabeça, decidida a não mostrar fraqueza. Ao entrar na sala de Ricardo, o viu ali, inquieto, andando de um lado para o outro com um copo de whisky na mão. O som do gelo batendo no vidro parecia ecoar no silêncio. — Fecha a porta — ordenou ele, sem sequer levantar o olhar. Rosa hesitou por um breve momento, mas seguiu a ordem. Ela começou a se aproximar devagar, com cuidado. Ricardo parou de andar e, finalmente, ergueu os olhos para encará-la. — Você transou com ele? — disparou Ricardo, sem rodeios. Rosa parou abruptamente, sentindo o impacto daquelas palavras atravessar o ar como uma lâmina. Sua mente girou, incrédula. O quê? — Oi? — foi tudo o que conseguiu responder, completamente atordoada. — Fran
Depois da conversa que teve com Ricardo, eles nunca mais haviam tocado no assunto, e tudo parecia estar fluindo naturalmente. Já haviam se passado três semanas que ela começou a trabalhar como secretária dele. Rosa manteve uma distância saudável do chefe. Havia encontrado Ricardo somente cinco vezes no total, todas as interações estritamente profissionais, ou pelo menos foi o que ela tentava manter. Entretanto, no fundo, algo no olhar dele permanecia em sua mente, perturbando seu sono.Era uma manhã relativamente calma. Ricardo não estava na empresa, o que deixou Rosa um pouco mais tranquila para realizar suas tarefas sem a presença sufocante dele.Por volta das 12h30, o telefone em sua mesa tocou.— Oi, Rosa, sou eu, Nat! — A voz animada da amiga soou do outro lado. — Só liguei para te perguntar se você quer almoçar comigo hoje?— Ah, sério? Claro! Adoraria — respondeu Rosa, feliz por ter companhia. — Onde nos encontramos?— Lá no poste onde você sempre deixa a sua bicicleta estacion
Naquela sexta-feira à noite, passava das onze e Rosa estava inquieta. A casa já estava organizada, sua mãe já havia dormido, mas Rosa não conseguia dormir. O olhar de Ricardo, a presença dele na empresa, e principalmente o fato de ter ouvido a conversa íntima dela com Nat, rondavam sua mente como uma sombra incômoda. Seu coração batia forte cada vez que ela pensava nele, e aquilo a deixava desconfortável.Enquanto olhava para o teto, revirando-se na cama, seu telefone vibrou na mesa de cabeceira. Rosa franziu a testa ao ver o nome de Ricardo brilhando na tela. O que ele poderia querer àquela hora?— Alô? — atendeu, desconfiada.— Rosa, vou te buscar amanhã às 7 da manhã.Rosa se endireitou na cama, surpresa.— Mas... por quê? — perguntou, sem entender o motivo.— Para trabalhar, claro.Rosa olhou para o relógio. Amanhã era sábado.— Ué, mas amanhã é sábado, Ricardo. Eu não trabalho aos sábados — retrucou, tentando controlar sua frustração.— Não me interessa, estou atrasado em um proj
Ricardo riu, um riso baixo e rouco, continuou aproximando-se lentamente de Rosa. Seus olhos brilharam com uma mistura de curiosidade e desafio.— Confiança e respeito... — ele repetiu, quase como se estivesse degustando as palavras. — Então é isso que falta pra você se entregar, Rosa?Ela engoliu em seco, tentando não deixar o nervosismo transparecer. Sentia o coração martelando no peito, mas manteve a voz firme.— Isso é algo que eu não preciso justificar para ninguém. Muito menos para você, senhor Trajano.— Senhor Trajano? — Ricardo inclinou a cabeça, sorrindo de lado. — Agora somos formais de novo? Porque, minutos atrás, sua mãe parecia bem à vontade comigo. Eu até diria que ela confia em mim.A menção da mãe fez o estômago de Rosa se revirar. Ricardo estava tentando invadir todas as áreas da vida dela, e isso a incomodava profundamente. Mas, ao mesmo tempo, havia algo no jeito que ele falava, no tom casual e sedutor, que a desarmava.— Não confunda as coisas — ela respondeu, tent
Naquele sábado, Rosa e Ricardo trabalharam apenas pela manhã. Desde o beijo, Ricardo não disse uma única palavra, deixando um silêncio inquietante pairar entre eles. Quando o trabalho terminou, ele insistiu em levá-la para casa de carro, pois era sábado e já havia buscado em casa. O gesto foi gentil, mas não mandou embora o clima denso que se instalava sobre eles. Quando Rosa chegou em casa, algo parecia errado. Aquele silêncio incomum, opressor, fez Rosa estremecer. Um pressentimento ruim tomou conta dela. — Mãe? — ela chamou, a voz falha, como se o ar estivesse pesado demais para respirar. Sem resposta. Rosa caminhou até a cozinha, onde uma luz estava acesa, mas não encontrou sua mãe. Seu coração começou a bater mais rápido. O frio na barriga aumentava, a inquietação tomando conta. Algo estava terrivelmente errado. — Mãe! — chamou outra vez, agora com mais urgência, mas o silêncio era ensurdecedor. Sem hesitar, correu para o quarto de sua mãe. Lá, a viu encolhida na cama, r
"Que se danem todos!" — ela disse alto, sem se importar com quem pudesse ouvir. — "Eu já estou uma pilha de nervos e ainda tem esse homem querendo bancar o mandão correto." Mal teve tempo de processar o que tinha acabado de dizer, quando uma voz calma chamou sua atenção. — Rosa? — era uma enfermeira, com um olhar compreensivo. — Eu sou a enfermeira Eva, que vai dar banho de leito na sua mãe e, depois, medicá-la conforme a prescrição médica. Tudo bem? Rosa assentiu, tentando forçar um sorriso, mas estava exausta demais para fingir qualquer coisa. — Claro que sim, fique à vontade — respondeu, voltando a sentar na cadeira fria e desconfortável. Enquanto a enfermeira começava os cuidados com sua mãe, Rosa olhou para o telefone, que novamente vibrava. "Ricardo." Ela olhou para o visor por um momento, hesitando. Mil pensamentos passaram por sua mente, ela poderia ignorar, poderia gritar, poderia até bloqueá-lo. Mas, naquele momento, por alguma razão, atendeu. — Oi — disse com um tom de
O caminho até a casa de Rosa foi envolto em um silêncio pesado. Ela estava exausta, tanto física quanto emocionalmente, e quando se sentia assim, preferia ficar em silêncio, mergulhada em seus pensamentos. Ricardo também não fez questão de falar. Parecia entender que, naquele momento, o melhor era deixar que o silêncio falasse por si.Assim que chegaram, Rosa destrancou a porta da sua casa, convidando Ricardo a entrar com um gesto discreto. Ela não esperava que ele aceitasse, mas, para sua surpresa, ele aceitou.— Quer algo? Um café, suco, sei lá? — perguntou Rosa, sua voz ainda triste. Ela não estava exatamente no humor para hospitalidade, mas era o mínimo que podia oferecer.— Não precisa se incomodar comigo — Ricardo respondeu suavemente, sem o tom mandão de sempre. — Agora vá tomar um banho, vista-se de forma confortável, coma alguma coisa e tente descansar um pouco.Rosa balançou a cabeça, frustrada.— Não vou conseguir descansar, Ricardo. Não com tudo isso acontecendo. Minha mãe