MaluContinuamos dançando, mexendo nossa raba ao som das várias músicas que estão sendo tocadas, em alguns momentos, vários rapazes chegam em nós, tentando conseguir alguma coisa, minha amiga ficou com todos que chegaram nela. A Yasmin não é do tipo que dispensa uns bons amassos, mas quando se trata de sexo, ela não transa com qualquer um, costuma dizer que o cara tem que ser muito foda ou, pelo menos, muito bom de lábia e pegada para atiçar o lado safado dela.Inclusive, somente essa noite, ela já dispensou vários, que saíram putinhos por terem sido atiçados para nada.Eu, até o momento, não fiquei com ninguém, mas nunca se sabe, né… Repentinamente, sinto uma mão em minha cintura e uma fungada em meu cangote. — Para, não, gatinha. — a voz grave do cara ecoa bem baixinho em meu ouvido, quando ele percebe que parei de dançar.Até penso em tentar afastá-lo de mim, porém, decido não fazer isso, já que, até o momento, ele não tentou nada. Volto a dançar e cada vez mais ele cola nossos cor
MaluApós algum tempo, ele para em frente a uma casa, que imagino ser dele. O lugar não tem nada demais, olhando assim, parece mais uma casa abandonada há muito tempo. Não é algo que me surpreenda, porque a maioria aqui é assim, especialmente se tratando de bandido, mas imaginei que tendo dinheiro como ele deve ter, seria algo mais apresentável. Desço da moto e ele faz o mesmo, deixando-a do lado de fora mesmo, até porque, quem se arriscaria a mexer com algo que pertence ao dono do morro? Só se for para acordar como a boca cheia de formiga.Ele vai andando em direção a porta e eu permaneço parada, sem conseguir dar um passo adiante, pensando: que merda deu em minha cabeça para eu ter aceitado vir com ele? Devia ter bosta nas bebidas que ingeri essa noite.— Vai ficar aí parada, pô? — Pardal pergunta, um tanto impaciente e não é para menos, já que, apesar de ser um idiota, em nenhum momento me forçou a fazer nada.Balanço a cabeça para os lados e pisco repetidamente, então o sigo até a
MaluAo abrir meus olhos, sinto minha cabeça latejar, como se fosse explodir a qualquer momento, por isso faço uma careta e ponho a mão nela. Quando faço isso, olho para o lado e esbugalho os olhos ao me deparar com o Pardal, ele está de bruços, com os braços esticados acima da cabeça e, como o lençol me dá a visão quase perfeita de sua bunda redondinha, presumo que ele está nu, o que faz com que lembranças da noite anterior venham a tona.— Droga! — murmuro bem baixinho.Vejo-o se mexer um pouco, por isso coloco a mão na boca para não acordá-lo. Ele apenas muda de posição, virando de frente para mim, mas permanece de olhos fechados, o que me faz suspirar aliviada.Olho ao redor, procurando por minha bolsa, onde está o meu celular, porém, não encontro, então decido levantar. O faço bem devagar, de forma que nem mesmo que colchão afunde, pretendo sair daqui o mais rápido possível, sem ser vista. Assim que consigo levantar, totalmente peladona — porque não pude puxar o lençol, já que o c
MaluUm calafrio percorreu minha espinha no instante em que ouvi as palavras saídas dos lábios do tal Perigo.— O que ele quer comigo? Não tenho absolutamente nada a tratar com ele. — o respondo com firmeza e tento passar.— Se liga, pô. Tô te passando a visão, o patrão detesta que desacatem as ordens dele, é capaz até de mandar meter bala em tu. Fica se fazendo, não. — ele diz, segurando meu braço.— Não tô nem aí pra o que ele diz ou faz. Não sou uma das subordinadas dele, então, já que você fez o favor de vir até mim, como um pau mandado, pra me dar o recado, leve esse também. Não vou a lugar nenhum, que não seja a minha casa. — após dizer isso, puxo meu braço. Seguro na mão da Yasmin e vou passando por ele e os caras que fazem a contenção do morro.— Falô! Depois não diz que não avisei. — ele diz, mas não dou importância.— Posso saber o que foi isso? Aliás, quantas vezes tenho que dizer que tu não pode enfrentar bandido assim, pô? — enquanto caminha ao meu lado, Yasmin pergunta,
PardalEu tava bem de boa, na mó paz naquela porra de baile. Bem sussa mermo. Umas mina até chegaram em mim, levei uma mamada boa pra caralho da boca de veludo da Agatha, que chegou toda se oferecendo pra mim. Só que essa mina parece que fuma ou cheira, porque não é possível… Queria saber de onde caralhos ela tirou essa ideia de que eu iria assumir ela como fiel. Tudo bem que a mina é boa de cama, mó gostosa e sabe fazer um babão como nenhuma outra aqui nesse morro, mas eu nunca tive uma fiel e isso não é razão para eu ter uma agora. Até porque a mina vive dando pra geral aqui, acho que não tem ninguém nessa favela que não tenha comido aquela buceta. Sem contar que toda vez que nós fode, ela tenta me beijar. Já disse milhões de vezes pra aquela filha da puta que eu não beijo boca de puta.Mas eu tava tranquilão, curtindo o baile, quando levantei pra fumar um beck. O cheiro da marola já tava exalando por todo o lugar, não só de mim, é claro, porque tinha vários fodidos, fumando e cheir
MaluEu queria ter dito muitas coisas na cara do Pardal naquele momento… Que direito ele acha que tem sobre mim, para fazer uma merda dessas? Não sou prêmio de consolação para ser distribuído gratuitamente a quem quiser levar. Mas eu simplesmente paralisei, porque realmente fiquei sem saber o que dizer ou como retrucar tamanha audácia. Passei o resto da noite indignada, minha vontade mesmo era ir até ele dizer umas verdades que, talvez, seus pais não souberam lhe dizer ou não tiveram coragem de educá-lo do jeito certo. Por isso virou o que virou.Filho da puta! Porém, eu decidi não ir até ele, primeiro precisava esfriar minha cabeça antes de fazer qualquer coisa. Na hora da raiva, a gente acaba fazendo merda.Após tomar um banho e relaxar um pouco, depois de um dia cansativo, peguei o coelhinho do Rael para costurar, sentada no sofá, assistindo à novela das nove, enquanto consertava o bichinho de pelúcia, fiquei lembrando daquela criança. Na verdade, lembrei de todos que eu tinha vist
MaluFiquei ali sozinha por mais alguns minutos, acabei pegando mais um copo, enquanto o esperava, mas já estava de saco cheio de ficar parada sem fazer nada. A música até que estava legal, porém, eu não tinha a menor vontade de dançar, não estando sozinha, sem a companhia da minha amiga farreira.Deposito meu copo em um lugar qualquer e sinto uma mão em minha cintura.— Tá sozinha, gatinha? — um homem que nunca vi na vida, me pergunta.Provavelmente é bandido também, pelo jeito que está vestido. — Não, ela tá acompanhada e se eu fosse tu, metia o pé daqui. — não preciso nem mesmo olhar para trás para saber que o Pardal está atrás de mim.Consigo senti-lo muito perto.— Oh, foi mal aí, Pardal. Vi a mina aqui sozinha, não sabia que tava contigo. — o cara o responde todo desconfiado.Para completar o cenário, só faltou se mijar de medo, como todos que chegam perto do ogro.— Vaza daqui, antes que eu perca a paciência. — Pardal ordena, com a mão em minha lombar, como se fosse meu dono.O
PardalO convite do Pitbull para o baile do alemão tinha chegado dias atrás, mas, pra ser bem sincero, eu não queria ir, sabia exatamente a razão para aquele filho da puta ter dado ordens estritas que eu tinha que estar lá. Depois que a porra daquele corpo com a cabeça decepada foi encontrado em meu carro, a notícia se espalhou muito rápido e logo chegou aos ouvidos dele.Eu tinha certeza de que ele tocaria nesse assunto, mas, devido a nossa parceria, eu jamais poderia negar o convite. Foi por isso que eu chamei a mandada pra ir comigo, porque assim teria um motivo a mais para não precisar ficar ouvindo sermão durante horas, já que ele é o manda-chuva da facção. Na verdade, ele é praticamente o braço direito do chefão.— Já não era sem tempo… — o comentário do pau no cu foi a primeira coisa que escutei, ao entrar na boca.— E aí? — me aproximei dele sentado em sua cadeira de maneira despojada, se sentindo o poderoso chefão e cumprimentei brevemente com um meneio de cabeça e um toque de