Ao adentrarem o estacionamento, Amora decide acordar Yaman.— Yaman, já estamos em casa, acorde — ela chama pacientemente.Ao balançá-lo pelo ombro e confirmar que ele não a ouve, Amora pega a garrafa de água que carrega consigo e a despeja no rosto dele, fazendo-o acordar com um sobressalto.— O que é isso, Amora? Está querendo me afogar?— Jamais! E esse pouquinho de água não lhe prejudicaria em nada.— É melhor entrarmos. Tenho que me trocar logo.— Com esse odor de bebida, você merece um longo banho, meu amor.O ambiente na sala fica um pouco pesado. Amora olha as luzes da cidade através da janela, seu semblante sofrido, expondo seus pensamentos conflitantes.Yaman adentra a sala com apenas uma toalha na cintura, enquanto usa outra para secar o cabelo. Observando Amora ali quietinha, ele se arrepende de não ter voltado para casa, para os braços de sua amada, após a conversa com Zeynep.Ele vai até ela, abraçando-a, e os dois observam juntos os pontinhos de luzes, até que Amora diz
Ao amanhecer, a casa de Yaman e Amora estava envolta em uma calmaria reconfortante. Os primeiros raios de sol filtravam-se pelas cortinas, prometendo um novo dia. Amora despertou primeiro, sentindo-se mais leve após a conversa sincera da noite anterior. Ela olhou para Yaman ao seu lado e sorriu levemente, esperando que ele mantivesse sua promessa.Ela se levantou cuidadosamente para não acordá-lo e foi até a cozinha preparar um café da manhã. Enquanto colocava o café para passar, ouviu o celular de Yaman vibrar na sala. Curiosa, ela foi até lá e viu uma mensagem de um número conhecido:— Nos encontraremos em breve, Yaman. Não aceitarei essa humilhação! - Z. Amora sentiu um arrepio percorrer sua espinha. Ela sabia que Zeynep não desistiria facilmente. Decidiu que não contaria a Yaman imediatamente para não perturbá-lo logo de manhã, mas guardou a mensagem no fundo da mente, sabendo que precisariam lidar com isso mais tarde.Pouco depois, Yaman acordou e desceu para encontrar Amora na
Depois que Zeynep vai embora, Yaman pede dois cafés, inquieto, ele diz:— Honestamente, não sei o que fazer com ela. Meses atrás, eu teria coragem de me livrar dela sem pensar duas vezes...— Não diga uma coisa dessas nem de brincadeira, Yaman. Por mais que ela seja louca e ame você de um jeito torto, não merece que isso aconteça.— Eu sei, foi apenas um desabafo. Eu só queria poder viver sossegado com você e nosso bebê. Se a Zeynep continuar com esse egoísmo dela, terei que pedir a guarda dessa criança inocente que está por vir.— Você teria mesmo coragem de tirar o filho dela? É crueldade fazer isso com uma mãe.— Sim, teria coragem. Você não viu a mudança na fisionomia dela? Pelo que sei, ela não está se cuidando direito, além de estar até mesmo faltando às consultas médicas.— E você vai fazer o quê sobre isso? Ela não pode continuar assim, acabará colocando a vida dela e do bebê em risco.— Pensei em eu mesmo levá-la às consultas e garantir que ela se cuide. No entanto, ela vai a
Amora olhava para o teto do quarto enquanto a luz suave do entardecer atravessava as cortinas, projetando sombras delicadas na parede. Ela não conseguia afastar a sensação de medo que tomava conta de seu peito desde o diagnóstico do médico. Um leve deslocamento de placenta. A notícia a abalara profundamente, mas, ao mesmo tempo, reforçara a determinação de fazer tudo ao seu alcance para proteger seu bebê. A mão de Yaman estava firme na dela, como uma âncora que a mantinha ligada à realidade.— Vai ficar tudo bem, meu amor. — Yaman sussurrou, tentando esconder a própria preocupação. Ele sabia que Amora precisava sentir sua força naquele momento. — Estamos juntos nisso, e vamos seguir todas as recomendações do médico.Amora assentiu, sem desviar o olhar do teto. Estava exausta, tanto fisicamente quanto emocionalmente, mas sabia que não poderia se deixar abater. O peso da responsabilidade era grande, mas o amor por aquele pequeno ser crescendo dentro dela era ainda maior.Yaman a ajudou
O silêncio da noite era quebrado apenas pela respiração tranquila de Amora, que dormia profundamente ao lado de Yaman. Ele permanecia acordado, os olhos fixos no teto enquanto os pensamentos percorriam sua mente a uma velocidade frenética. Embora tivesse conseguido acalmar Amora mais cedo, ele não conseguia afastar a preocupação crescente. O leve deslocamento de placenta era um sinal de alerta que ele não podia ignorar. Cada decisão, cada ação dele, precisava ser cuidadosamente planejada para garantir o bem-estar de Amora e do bebê.Enquanto refletia sobre os cuidados e as mudanças que precisariam implementar na rotina, o som súbito de seu celular vibrando sobre a mesa de cabeceira o tirou de seus pensamentos. O coração de Yaman saltou ao pensar que poderia ser o médico com novas informações. Rapidamente, ele pegou o aparelho, mas ao olhar para a tela, viu que o número era desconhecido. Franziu a testa, questionando-se quem poderia estar ligando àquela hora da madrugada.— Alô? — ele
Yaman se acomodou na cadeira ao lado da cama de Zeynep, observando o monitor ao lado dela que mostrava os batimentos cardíacos constantes. O quarto de hospital estava silencioso, exceto pelo som suave das máquinas. Ele ficou ali, os pensamentos correndo soltos enquanto Zeynep adormecia, exausta pelo estresse dos últimos dias. O coração de Yaman estava dividido entre a responsabilidade de cuidar de Zeynep e o desejo desesperado de estar ao lado de Amora, que também precisava dele agora mais do que nunca.Enquanto olhava para Zeynep, Yaman não pôde deixar de pensar em como as coisas tinham chegado a esse ponto. Quando eles se conheceram, havia sido um relacionamento baseado em conveniência e desejo. Ele nunca a amou de verdade, mas havia algo nela que o atraía—talvez fosse a força que ela demonstrava ou o modo como ela parecia ter controle sobre tudo ao seu redor. No entanto, essa força que uma vez o impressionou agora parecia ter se transformado em uma teia que aprisionava tanto ela qu
O sol já havia subido quando Amora e Yaman se acomodaram na cozinha para o café da manhã. Era uma manhã tranquila, mas havia uma tensão silenciosa no ar. Yaman olhava para Amora de vez em quando, com um misto de preocupação e carinho, enquanto ela cuidadosamente espalhava manteiga em sua torrada.— Como você dormiu? — ele perguntou, quebrando o silêncio.Amora sorriu suavemente, mas seus olhos mostravam sinais de cansaço.— Dormi bem, considerando tudo o que aconteceu ontem. E você?Yaman suspirou, balançando a cabeça enquanto passava a mão pelos cabelos.— O suficiente, mas ainda estou com muita coisa na cabeça. — ele admitiu, pegando sua xícara de café. — Hoje precisamos ir ao hospital ver Zeynep. Quero ter certeza de que ela está sendo bem cuidada e também conversar com o médico sobre a situação dela.Amora assentiu, embora uma sombra de insegurança passasse por seu rosto. Ela entendia a importância da visita, mas a ideia de estar tão envolvida nos assuntos de Zeynep, especialmente
A manhã estava ensolarada, mas havia uma brisa fresca no ar, que parecia carregar consigo uma sensação de renovação. Yaman e Amora decidiram desviar a rota em que faziam, o carro deslizava suavemente pelas ruas enquanto seguiam em direção à empresa. O silêncio entre eles era confortável, cada um perdido em seus pensamentos, mas cientes da presença reconfortante do outro.Quando chegaram à empresa, Yaman foi imediatamente recebido por seus funcionários, que o saudaram com sorrisos e cumprimentos respeitosos. Amora caminhava ao lado dele, observando atentamente como ele interagia com todos. Era claro o quanto Yaman era respeitado e admirado por ali. Ele tinha uma presença imponente, mas ao mesmo tempo, havia uma gentileza natural em seu comportamento que fazia todos se sentirem à vontade ao seu redor.— Vamos ver como as coisas andam na minha ausência, — Yaman disse, enquanto eles se dirigiam ao seu escritório.Ao entrarem, ele imediatamente começou a revisar relatórios e a verificar o