Yaman deixou o quarto de Zeynep com um nó apertado em seu peito. Cada passo que dava pelo corredor do hospital parecia mais pesado que o anterior. Ele sabia que o que estava por vir exigiria toda sua força e determinação, e não apenas por Zeynep, mas também por Amora e o bebê que eles esperavam. Ao chegar à porta do consultório do Dr. Oslon, Yaman parou por um momento, respirando fundo antes de bater na porta.— Entre. — veio a voz grave do médico de dentro da sala.Yaman entrou, sendo recebido com um olhar de cansaço e profissionalismo por Dr. Oslon. O médico, apesar de cansado, parecia sempre ter uma presença calma, que Yaman apreciava. Sentando-se em uma das cadeiras diante da mesa do médico, Yaman começou a falar.— Doutor, eu preciso discutir a situação de Zeynep com você. — Ele começou, sua voz controlada, mas com uma nota de preocupação que não conseguiu esconder.— Claro, Yaman, o que deseja discutir? — Dr. Oslon perguntou, cruzando as mãos sobre a mesa e inclinando-se ligeira
As portas da sala de parto se fecharam atrás de Yaman, isolando-o da cena que se desenrolava além delas. A tensão em seu peito apertava como um nó impossível de desatar. Ele se encostou na parede fria do corredor, passando a mão pelos cabelos enquanto tentava controlar a respiração. O som abafado dos preparativos médicos e as ordens que ecoavam do outro lado da porta o faziam sentir-se ainda mais impotente.O tempo parecia distorcer-se; cada minuto parecia uma eternidade. Ele olhou para o celular, percebendo que não havia avisado Amora sobre o que estava acontecendo. Ela, com certeza, ainda estava descansando, acreditando que Yaman ainda estava ao lado de Zeynep em uma situação relativamente controlada. O pensamento de perturbá-la, sabendo que ela também estava passando por uma gravidez complicada, o fez hesitar. Ele decidiu, por ora, manter o foco em Zeynep e no bebê que estava prestes a chegar.Dentro da sala de parto, os médicos e enfermeiros se moviam rapidamente, preparando Zeyne
Zeynep despertou lentamente, seus sentidos voltando à consciência como se estivessem emergindo de uma névoa densa. O som suave de um monitor cardíaco e o cheiro estéril de um hospital foram as primeiras coisas que registrou. Seu corpo estava pesado, como se estivesse preso sob um peso invisível, e havia uma dor surda em sua barriga que a fez franzir a testa.Quando seus olhos se abriram totalmente, ela viu uma enfermeira ao seu lado, ajustando cuidadosamente os lençóis. A enfermeira percebeu que Zeynep havia acordado e imediatamente se aproximou, oferecendo um sorriso suave.— Olá, Zeynep. Como está se sentindo? — A voz da enfermeira era calma, quase melódica, projetada para acalmar os pacientes recém-despertos.Zeynep piscou, tentando processar as palavras. Então, como um relâmpago, a lembrança da noite anterior a atingiu. O parto, a dor, o medo... Sua mão instintivamente foi para o abdômen, que agora estava vazio, e seus olhos se arregalaram de pânico.— Minha filha... — A voz de Ze
A manhã na casa de Yaman passava em um ritmo quase frenético, embora ele estivesse imerso em seu escritório, trabalhando incansavelmente no novo projeto do hotel. A concentração com que Yaman se dedicava ao trabalho era impressionante, e o tempo parecia escapar-lhe por entre os dedos. Arquitetura e planejamento sempre foram refúgios onde ele podia escapar da turbulência emocional que rondava sua vida pessoal. Cada linha desenhada, cada cálculo feito, o aproximava de uma nova visão para seu império, e ele se perdeu naquilo, com os ponteiros do relógio girando sem que ele percebesse.Do outro lado da casa, Amora tentava encontrar maneiras de passar o tempo. Ela tomava seus remédios conforme prescrito, mas a inquietação não a deixava em paz. Após dias de repouso forçado, ela se sentia aprisionada em sua própria casa, sem poder fazer muito além de andar de um lado para o outro. A televisão não conseguia prendê-la, e os livros que ela tanto amava pareciam não conseguir a distrair. A rotina
Yaman entrou no hospital com passos firmes. O dia havia sido longo, mas ele sabia que sua presença ao lado de Zeynep era necessária, especialmente após o parto prematuro e a delicadeza da situação. Ao chegar ao quarto, encontrou Zeynep acordada, olhando pela janela, perdida em pensamentos. Ela se virou ao ouvir a porta se abrir, e um leve sorriso surgiu em seu rosto ao ver Yaman.— Como você está se sentindo? — Yaman perguntou, aproximando-se da cama.Zeynep suspirou, seu sorriso desaparecendo enquanto ela ponderava sobre a resposta.— Estou melhor, eu acho. Mas ainda me sinto um pouco fraca. — ela admitiu, sua voz suave.Yaman se sentou na cadeira ao lado da cama, os olhos fixos nela, procurando algum sinal de como ela realmente estava. A situação era complexa, e ele sabia que cada palavra importava.— E a bebê? — Ele perguntou, tentando aliviar a tensão entre eles.Zeynep fechou os olhos por um momento, como se estivesse absorvendo a pergunta. Quando os abriu novamente, seus olhos e
O céu de Ancara estava limpo, salpicado de estrelas que brilhavam com intensidade, refletindo a atmosfera mágica da noite. Yaman e Amora saíram de casa elegantes, ambos vestindo trajes que refletiam a importância daquele momento especial. Amora usava um vestido longo de seda, em um tom azul profundo que realçava ainda mais sua beleza natural, enquanto Yaman estava impecável em um terno escuro, com uma leve gravata prateada que conferia um toque de sofisticação.Eles caminharam lado a lado até o carro, e Yaman, sempre o cavalheiro, abriu a porta para que Amora entrasse. Enquanto dirigia pelas ruas iluminadas de Ancara, ele mantinha um sorriso enigmático no rosto, deixando claro que tinha algo especial planejado.— Você não vai me dizer para onde estamos indo? — Amora perguntou, tentando esconder a curiosidade em sua voz.Yaman apenas sorriu, mantendo o mistério.— Ainda não. — ele respondeu, divertido. — Mas posso garantir que será uma noite inesquecível.Amora revirou os olhos com um
A noite anterior tinha sido um refúgio de paixão e carinho, onde Yaman e Amora se entregaram um ao outro, esquecendo por algumas horas as preocupações que os cercavam. O amor entre eles era algo profundo, e cada beijo, cada toque, parecia selar ainda mais o laço que os unia. O cansaço foi levado pelo desejo, e, quando finalmente caíram no sono, estavam envolvidos em uma serenidade rara, como se o mundo lá fora não pudesse tocá-los.Na manhã seguinte, o sol mal começava a iluminar o horizonte quando o celular de Yaman começou a tocar insistentemente na mesinha de cabeceira. Ele despertou lentamente, piscando os olhos para se acostumar com a luz fraca que começava a encher o quarto. Sem querer acordar Amora, ele estendeu a mão e pegou o aparelho.— Alô? — disse ele, a voz ainda rouca de sono.Do outro lado da linha, a voz de sua secretária soou clara e objetiva.— Bom dia, senhor Yaman. Desculpe acordá-lo tão cedo, mas seu pai tentou entrar em contato com você várias vezes ontem à noite
O sol brilhava alto no céu quando o carro dos pais de Yaman tinham estacionado em frente ao prédio que ele e Amora agora chamavam de lar. O prédio luxuoso demonstravam um ambiente aconchegante, e a brisa suave que passava parecia prenunciar um dia de emoções intensas.Yaman e Amora estavam na porta, aguardando ansiosamente. Quando o pai de Yaman, o senhor Ömer, tocou o interfone, um sorriso largo se formou em seu rosto ao ver o casal. Mas, surpreendentemente, ele não se dirigiu primeiro ao filho. Em vez disso, seus passos largos o levaram direto para Amora. — Minha querida Amora! — exclamou ele, abrindo os braços para envolvê-la em um abraço caloroso. — Quanto tempo, minha filha!Amora, emocionada, retribuiu o abraço com carinho. A presença de Ömer sempre lhe trazia conforto, e naquele momento, sentiu como se estivesse envolta por um manto de proteção. Ele, então, afastou-se um pouco, apenas o suficiente para olhar para a barriga já volumosa de Amora.— E olhe só para você... — disse