Zeynep despertou lentamente, seus sentidos voltando à consciência como se estivessem emergindo de uma névoa densa. O som suave de um monitor cardíaco e o cheiro estéril de um hospital foram as primeiras coisas que registrou. Seu corpo estava pesado, como se estivesse preso sob um peso invisível, e havia uma dor surda em sua barriga que a fez franzir a testa.Quando seus olhos se abriram totalmente, ela viu uma enfermeira ao seu lado, ajustando cuidadosamente os lençóis. A enfermeira percebeu que Zeynep havia acordado e imediatamente se aproximou, oferecendo um sorriso suave.— Olá, Zeynep. Como está se sentindo? — A voz da enfermeira era calma, quase melódica, projetada para acalmar os pacientes recém-despertos.Zeynep piscou, tentando processar as palavras. Então, como um relâmpago, a lembrança da noite anterior a atingiu. O parto, a dor, o medo... Sua mão instintivamente foi para o abdômen, que agora estava vazio, e seus olhos se arregalaram de pânico.— Minha filha... — A voz de Ze
A manhã na casa de Yaman passava em um ritmo quase frenético, embora ele estivesse imerso em seu escritório, trabalhando incansavelmente no novo projeto do hotel. A concentração com que Yaman se dedicava ao trabalho era impressionante, e o tempo parecia escapar-lhe por entre os dedos. Arquitetura e planejamento sempre foram refúgios onde ele podia escapar da turbulência emocional que rondava sua vida pessoal. Cada linha desenhada, cada cálculo feito, o aproximava de uma nova visão para seu império, e ele se perdeu naquilo, com os ponteiros do relógio girando sem que ele percebesse.Do outro lado da casa, Amora tentava encontrar maneiras de passar o tempo. Ela tomava seus remédios conforme prescrito, mas a inquietação não a deixava em paz. Após dias de repouso forçado, ela se sentia aprisionada em sua própria casa, sem poder fazer muito além de andar de um lado para o outro. A televisão não conseguia prendê-la, e os livros que ela tanto amava pareciam não conseguir a distrair. A rotina
Yaman entrou no hospital com passos firmes. O dia havia sido longo, mas ele sabia que sua presença ao lado de Zeynep era necessária, especialmente após o parto prematuro e a delicadeza da situação. Ao chegar ao quarto, encontrou Zeynep acordada, olhando pela janela, perdida em pensamentos. Ela se virou ao ouvir a porta se abrir, e um leve sorriso surgiu em seu rosto ao ver Yaman.— Como você está se sentindo? — Yaman perguntou, aproximando-se da cama.Zeynep suspirou, seu sorriso desaparecendo enquanto ela ponderava sobre a resposta.— Estou melhor, eu acho. Mas ainda me sinto um pouco fraca. — ela admitiu, sua voz suave.Yaman se sentou na cadeira ao lado da cama, os olhos fixos nela, procurando algum sinal de como ela realmente estava. A situação era complexa, e ele sabia que cada palavra importava.— E a bebê? — Ele perguntou, tentando aliviar a tensão entre eles.Zeynep fechou os olhos por um momento, como se estivesse absorvendo a pergunta. Quando os abriu novamente, seus olhos e
O céu de Ancara estava limpo, salpicado de estrelas que brilhavam com intensidade, refletindo a atmosfera mágica da noite. Yaman e Amora saíram de casa elegantes, ambos vestindo trajes que refletiam a importância daquele momento especial. Amora usava um vestido longo de seda, em um tom azul profundo que realçava ainda mais sua beleza natural, enquanto Yaman estava impecável em um terno escuro, com uma leve gravata prateada que conferia um toque de sofisticação.Eles caminharam lado a lado até o carro, e Yaman, sempre o cavalheiro, abriu a porta para que Amora entrasse. Enquanto dirigia pelas ruas iluminadas de Ancara, ele mantinha um sorriso enigmático no rosto, deixando claro que tinha algo especial planejado.— Você não vai me dizer para onde estamos indo? — Amora perguntou, tentando esconder a curiosidade em sua voz.Yaman apenas sorriu, mantendo o mistério.— Ainda não. — ele respondeu, divertido. — Mas posso garantir que será uma noite inesquecível.Amora revirou os olhos com um
A noite anterior tinha sido um refúgio de paixão e carinho, onde Yaman e Amora se entregaram um ao outro, esquecendo por algumas horas as preocupações que os cercavam. O amor entre eles era algo profundo, e cada beijo, cada toque, parecia selar ainda mais o laço que os unia. O cansaço foi levado pelo desejo, e, quando finalmente caíram no sono, estavam envolvidos em uma serenidade rara, como se o mundo lá fora não pudesse tocá-los.Na manhã seguinte, o sol mal começava a iluminar o horizonte quando o celular de Yaman começou a tocar insistentemente na mesinha de cabeceira. Ele despertou lentamente, piscando os olhos para se acostumar com a luz fraca que começava a encher o quarto. Sem querer acordar Amora, ele estendeu a mão e pegou o aparelho.— Alô? — disse ele, a voz ainda rouca de sono.Do outro lado da linha, a voz de sua secretária soou clara e objetiva.— Bom dia, senhor Yaman. Desculpe acordá-lo tão cedo, mas seu pai tentou entrar em contato com você várias vezes ontem à noite
O sol brilhava alto no céu quando o carro dos pais de Yaman tinham estacionado em frente ao prédio que ele e Amora agora chamavam de lar. O prédio luxuoso demonstravam um ambiente aconchegante, e a brisa suave que passava parecia prenunciar um dia de emoções intensas.Yaman e Amora estavam na porta, aguardando ansiosamente. Quando o pai de Yaman, o senhor Ömer, tocou o interfone, um sorriso largo se formou em seu rosto ao ver o casal. Mas, surpreendentemente, ele não se dirigiu primeiro ao filho. Em vez disso, seus passos largos o levaram direto para Amora. — Minha querida Amora! — exclamou ele, abrindo os braços para envolvê-la em um abraço caloroso. — Quanto tempo, minha filha!Amora, emocionada, retribuiu o abraço com carinho. A presença de Ömer sempre lhe trazia conforto, e naquele momento, sentiu como se estivesse envolta por um manto de proteção. Ele, então, afastou-se um pouco, apenas o suficiente para olhar para a barriga já volumosa de Amora.— E olhe só para você... — disse
A tarde se arrastava com um calor suave, típico das tardes de verão em Ancara. Após uma longa conversa e momentos agradáveis juntos, Ömer finalmente se levantou do sofá, alisando as pregas de seu paletó com um gesto que indicava sua decisão de partir.— Foi ótimo passar esse tempo com vocês. — disse ele, sorrindo calorosamente para Yaman e Amora. — Mas acho que já é hora de eu ir para a mansão Bozkurt descansar um pouco. Vocês sabem como sua mãe pode ser exigente às vezes. — completou ele, lançando um olhar divertido para Yaman.Yaman e Amora riram, conscientes de que, apesar do comportamento muitas vezes rígido de Nadi, Ömer sempre conseguia encontrar uma forma de equilibrar as coisas.— Foi ótimo tê-lo aqui, pai! — disse Yaman, levantando-se para abraçá-lo novamente. — A casa sempre ficará mais alegre quando o senhor estiver por perto.Amora também se levantou, oferecendo um abraço ao sogro.— Foi maravilhoso revê-lo, padrinho. — disse ela com sinceridade. — E o bebê também está ans
Os dias passavam apressadamente, e Yaman e Amora estavam radiantes por terem finalizado a decoração do quarto de seu tão esperado herdeiro. As paredes em tons suaves de azul e cinza transmitiam serenidade, enquanto os móveis cuidadosamente escolhidos refletiam o amor e a expectativa do casal. Amora acariciava a barriga, já grande, sentindo cada movimento do bebê com um sorriso no rosto.— Está perfeito, Yaman! — Amora disse, admirando o ambiente acolhedor. — Mal posso esperar para vê-lo aqui.Yaman se aproximou, passando o braço ao redor dos ombros dela. — Eu também, meu amor. Vai ser maravilhoso ver nosso filho crescer aqui, rodeado de tanto amor.Nos últimos dias, o casal estava mais unido do que nunca. A notícia do médico, de que a gravidez de Amora estava fora de perigo, trouxe um alívio imenso. Eles agora podiam aproveitar os últimos meses de gestação sem o peso da preocupação constante.— Graças a Deus que agora está tudo bem. — disse Amora, enquanto ajeitava as pequenas roupi