Após uma noite longa, de sonhos ruins, Yaman levanta-se sonolento. Olhando para o lado da cama, ele vê que os lençóis estão intactos, indicando que Amora não esteve ali. Estranhando, ele sai em busca dela. Ao descer as escadas, ele a encontra no sofá com uma xícara de chocolate quente.— Por que não dormiu em nossa cama, Amora? — pergunta, sentando-se ao lado dela.— Peguei um livro para ler e acabei adormecendo aqui. Afinal, esse sofá é muito bom para dormir!— Estava onde, meu amor? Cheguei e não lhe encontrei. Cheguei tão cansado que simplesmente apaguei é, não a vi chegar.— Saí para passear, já que meu maridinho passa horas trancado em seu escritório. Nem um telefonema recebi de você ontem.— Saí cedo, pois os estrangeiros que eu esperava para a semana que vem decidiram antecipar o nosso encontro. Tudo aconteceu conforme o planejado e acabei me desligando completamente do tempo.— Espero que hoje esteja com disposição, pois quero ir ao mercado de especiarias.— Hum, você pode faz
Após uma manhã movimentada e divertida no mercado de especiarias, Yaman e Amora voltam para casa, sentindo-se contentes com as compras e a experiência compartilhada. Eles se preparam para uma refeição calma, aproveitando a tranquilidade do momento.Conforme estão à mesa, apreciando os pratos prontos, o celular de Yaman começa a vibrar persistentemente. Ele olha para a tela e seu semblante altera ao ver o nome que aparece.— Quem é, meu amor? — pergunta Amora, reparando a mudança na fisionomia de Yaman.— Preciso atender. É sobre Zeynep! — ele fala, levantando-se e indo para a sala responder à ligação.Amora fica apreensiva, mas tenta não expor. Ela continua a comer, mas seus pensamentos estão focados no que pode estar ocorrendo. Minutos depois, Yaman regressa com um olhar mal-humorado.— Tenho que solucionar isso agora. Garanto que não vai demorar! — Yaman diz, beijando o rosto de Amora antes de sair.Amora fica desacompanhada, tentando ocupar sua mente. Repentinamente, o telefone da
Ao adentrarem o estacionamento, Amora decide acordar Yaman.— Yaman, já estamos em casa, acorde — ela chama pacientemente.Ao balançá-lo pelo ombro e confirmar que ele não a ouve, Amora pega a garrafa de água que carrega consigo e a despeja no rosto dele, fazendo-o acordar com um sobressalto.— O que é isso, Amora? Está querendo me afogar?— Jamais! E esse pouquinho de água não lhe prejudicaria em nada.— É melhor entrarmos. Tenho que me trocar logo.— Com esse odor de bebida, você merece um longo banho, meu amor.O ambiente na sala fica um pouco pesado. Amora olha as luzes da cidade através da janela, seu semblante sofrido, expondo seus pensamentos conflitantes.Yaman adentra a sala com apenas uma toalha na cintura, enquanto usa outra para secar o cabelo. Observando Amora ali quietinha, ele se arrepende de não ter voltado para casa, para os braços de sua amada, após a conversa com Zeynep.Ele vai até ela, abraçando-a, e os dois observam juntos os pontinhos de luzes, até que Amora diz
Ao amanhecer, a casa de Yaman e Amora estava envolta em uma calmaria reconfortante. Os primeiros raios de sol filtravam-se pelas cortinas, prometendo um novo dia. Amora despertou primeiro, sentindo-se mais leve após a conversa sincera da noite anterior. Ela olhou para Yaman ao seu lado e sorriu levemente, esperando que ele mantivesse sua promessa.Ela se levantou cuidadosamente para não acordá-lo e foi até a cozinha preparar um café da manhã. Enquanto colocava o café para passar, ouviu o celular de Yaman vibrar na sala. Curiosa, ela foi até lá e viu uma mensagem de um número conhecido:— Nos encontraremos em breve, Yaman. Não aceitarei essa humilhação! - Z. Amora sentiu um arrepio percorrer sua espinha. Ela sabia que Zeynep não desistiria facilmente. Decidiu que não contaria a Yaman imediatamente para não perturbá-lo logo de manhã, mas guardou a mensagem no fundo da mente, sabendo que precisariam lidar com isso mais tarde.Pouco depois, Yaman acordou e desceu para encontrar Amora na
Depois que Zeynep vai embora, Yaman pede dois cafés, inquieto, ele diz:— Honestamente, não sei o que fazer com ela. Meses atrás, eu teria coragem de me livrar dela sem pensar duas vezes...— Não diga uma coisa dessas nem de brincadeira, Yaman. Por mais que ela seja louca e ame você de um jeito torto, não merece que isso aconteça.— Eu sei, foi apenas um desabafo. Eu só queria poder viver sossegado com você e nosso bebê. Se a Zeynep continuar com esse egoísmo dela, terei que pedir a guarda dessa criança inocente que está por vir.— Você teria mesmo coragem de tirar o filho dela? É crueldade fazer isso com uma mãe.— Sim, teria coragem. Você não viu a mudança na fisionomia dela? Pelo que sei, ela não está se cuidando direito, além de estar até mesmo faltando às consultas médicas.— E você vai fazer o quê sobre isso? Ela não pode continuar assim, acabará colocando a vida dela e do bebê em risco.— Pensei em eu mesmo levá-la às consultas e garantir que ela se cuide. No entanto, ela vai a
Amora olhava para o teto do quarto enquanto a luz suave do entardecer atravessava as cortinas, projetando sombras delicadas na parede. Ela não conseguia afastar a sensação de medo que tomava conta de seu peito desde o diagnóstico do médico. Um leve deslocamento de placenta. A notícia a abalara profundamente, mas, ao mesmo tempo, reforçara a determinação de fazer tudo ao seu alcance para proteger seu bebê. A mão de Yaman estava firme na dela, como uma âncora que a mantinha ligada à realidade.— Vai ficar tudo bem, meu amor. — Yaman sussurrou, tentando esconder a própria preocupação. Ele sabia que Amora precisava sentir sua força naquele momento. — Estamos juntos nisso, e vamos seguir todas as recomendações do médico.Amora assentiu, sem desviar o olhar do teto. Estava exausta, tanto fisicamente quanto emocionalmente, mas sabia que não poderia se deixar abater. O peso da responsabilidade era grande, mas o amor por aquele pequeno ser crescendo dentro dela era ainda maior.Yaman a ajudou
O silêncio da noite era quebrado apenas pela respiração tranquila de Amora, que dormia profundamente ao lado de Yaman. Ele permanecia acordado, os olhos fixos no teto enquanto os pensamentos percorriam sua mente a uma velocidade frenética. Embora tivesse conseguido acalmar Amora mais cedo, ele não conseguia afastar a preocupação crescente. O leve deslocamento de placenta era um sinal de alerta que ele não podia ignorar. Cada decisão, cada ação dele, precisava ser cuidadosamente planejada para garantir o bem-estar de Amora e do bebê.Enquanto refletia sobre os cuidados e as mudanças que precisariam implementar na rotina, o som súbito de seu celular vibrando sobre a mesa de cabeceira o tirou de seus pensamentos. O coração de Yaman saltou ao pensar que poderia ser o médico com novas informações. Rapidamente, ele pegou o aparelho, mas ao olhar para a tela, viu que o número era desconhecido. Franziu a testa, questionando-se quem poderia estar ligando àquela hora da madrugada.— Alô? — ele
Yaman se acomodou na cadeira ao lado da cama de Zeynep, observando o monitor ao lado dela que mostrava os batimentos cardíacos constantes. O quarto de hospital estava silencioso, exceto pelo som suave das máquinas. Ele ficou ali, os pensamentos correndo soltos enquanto Zeynep adormecia, exausta pelo estresse dos últimos dias. O coração de Yaman estava dividido entre a responsabilidade de cuidar de Zeynep e o desejo desesperado de estar ao lado de Amora, que também precisava dele agora mais do que nunca.Enquanto olhava para Zeynep, Yaman não pôde deixar de pensar em como as coisas tinham chegado a esse ponto. Quando eles se conheceram, havia sido um relacionamento baseado em conveniência e desejo. Ele nunca a amou de verdade, mas havia algo nela que o atraía—talvez fosse a força que ela demonstrava ou o modo como ela parecia ter controle sobre tudo ao seu redor. No entanto, essa força que uma vez o impressionou agora parecia ter se transformado em uma teia que aprisionava tanto ela qu