Emily Quando Christopher chega perto o suficiente, posso sentir o calor de sua respiração no meu rosto, a proximidade que ele impõe em um movimento para intimidar. Mas nesse instante, ele comete um erro — uma pequena distração, um momento em que sua raiva nublou a percepção. É tudo que eu preciso. Num movimento ágil, puxo as algemas que escondi sob a lingerie, um acessório que ele jamais esperaria que eu tivesse. Antes que ele perceba o que está acontecendo, minhas mãos se movem rápidas, prendendo seus pulsos à lateral da cadeira com um clique metálico que reverbera pela sala. A expressão de Christopher muda instantaneamente, passando de surpresa para uma incredulidade furiosa. Ele se contorce, tentando se soltar, mas as algemas são firmes, e agora ele está preso. — O que diabos você acha que está fazendo, Emily? — ele rosna, puxando as algemas com força, o barulho de metal ecoando em meio ao silêncio. Eu dou um passo para trás, apreciando a visão dele algemado, impotente dia
Emily — Christopher… como...? — gaguejo, tentando me afastar, mas ele me mantém firmemente no lugar, seu sorriso lento e cruel se espalhando pelo rosto. — Eu poderia ter me soltado a qualquer momento — ele diz, a voz fria e calculada, revelando um autocontrole que me faz tremer. — Mas eu quis ver até onde você estava disposta a ir. Quis saber o quanto você desejava ser punida, Emily. E devo dizer, você não me decepcionou. Seus olhos me analisam, penetrando até o âmago dos meus medos e inseguranças. Ele me estuda como sempre fez, com a precisão de alguém que conhece cada parte da minha alma, inclusive os pedaços que tento esconder de mim mesma. Christopher aperta minha cintura mais forte, seu toque firme e possessivo enquanto me mantém presa ao seu colo. — Eu sou um sádico, Emily. Sempre fui. E eu sempre reconheci o lado masoquista em você, mesmo quando você se recusava a aceitar. — Suas palavras são como lâminas afiadas, cortando fundo e deixando um rastro de verdades que eu tent
Emily Quando Christopher finalmente termina, ele se afasta de mim, ofegante, os músculos ainda tensos e a expressão satisfeita de alguém que acabou de reafirmar seu domínio absoluto. Eu permaneço ali, debruçada sobre a mesa, o corpo dolorido e a mente um turbilhão de emoções que mal consigo compreender. Meu peito sobe e desce em ritmo descompassado, e é nesse momento que Christopher percebe. Meus ombros tremem, e as lágrimas que eu tentei segurar se libertam, escorrendo silenciosamente pelo meu rosto. Ele para, a satisfação que marcava seu rosto se dissolve em uma expressão de surpresa e, talvez, uma pontada de arrependimento. Com um gesto rápido, Christopher desata a mordaça, os dedos agora gentis, quase hesitantes, como se ele estivesse lidando com algo frágil que não soube cuidar. — Emily... — ele começa, mas não sei se ele tem as palavras para completar a frase. Me endireito com dificuldade, minhas pernas ainda trêmulas e minha mente entorpecida pela intensidade do que acabou
Emily Christopher me encara, seus olhos escurecendo com a menção de Gio. Ele dá um passo à frente, a tensão visível em seus ombros, mas não tenta me tocar desta vez. Sei que minhas perguntas o atingiram em um ponto sensível, um lugar que ele guarda com mais ferocidade do que qualquer outro. — Emily, nossa relação é complicada — ele responde, a voz mais baixa agora, carregada de um tom que beira a exasperação. — Você me desafia de maneiras que ninguém mais se atreveria, e eu gosto disso, mas... isso tem um preço. Nós dois temos nossos limites, nossos desejos, e às vezes... esses desejos entram em conflito. O que Gio disse ou insinua não define quem eu sou ou o que sinto por você. Mas suas palavras, ainda que sinceras, não conseguem apagar a dúvida que cresce dentro de mim. O que vi hoje foi um vislumbre do homem que Christopher pode ser — o dominador que me desafia, que me pune, mas que também me mantém à distância quando lhe convém. Ele me quer ao seu lado, mas não do jeito que
Emily A revelação de Christopher sobre Gio é como um soco no estômago, um golpe baixo que me deixa sem ar. Não é apenas o fato de ele ter tido algo com ela, mas o modo casual como ele admitiu, como se fosse um detalhe insignificante, algo que ele poderia simplesmente varrer para debaixo do tapete. A dor é insuportável, uma mistura de raiva, traição e um vazio que cresce dentro de mim. Sinto meu corpo tremer enquanto tento manter a compostura, mas o nó na minha garganta me impede de respirar direito. — Você realmente acha que isso é suficiente? — Minha voz sai mais alta do que eu pretendia, carregada de uma fúria que não consigo mais controlar. — Você acha que só porque foi antes de mim, isso não importa? Gio está lá, todos os dias, e eu fui ingênua o bastante para acreditar que ela era apenas a filha da empregada. Mas ela era muito mais, não é? Você a manteve na mansão, tão perto, como se nada tivesse acontecido. Christopher tenta falar, mas eu já estou além da explicação dele. Cad
Emily Quando Christopher entra na mansão, eu o sigo à distância, sem realmente saber o porquê, como se uma força invisível me empurrasse para frente. Ele se move com pressa, o rosto sombrio e os ombros tensos, e cada passo seu parece guiá-lo em direção ao quarto, o mesmo quarto onde eu disse que Gio estava trancada. Respiro fundo e dou alguns passos em sua direção, o som dos meus pés quase imperceptível no chão de mármore. Quando me aproximo o suficiente para ver o que está além da porta entreaberta, meu coração se aperta e uma onda de descrença e repulsa me atinge com força. Lá dentro, ajoelhada no chão, está Gio — nua, a cabeça abaixada, em uma posição de submissão absoluta. O corpo dela é uma estátua de obediência, um quadro de rendição que parece ter sido ensaiado muitas vezes. Meu sangue ferve, o choque e a raiva explodindo dentro de mim em um turbilhão que mal consigo conter. Cada pedaço de mim quer gritar, mas as palavras se prendem na garganta, sufocadas pela visão que p
EmilyChristopher sai rapidamente do quarto, pegando o telefone para chamar o médico, e em poucos minutos, ele está de volta, acompanhado por um homem de jaleco branco, o semblante calmo e profissional. O médico avalia meu estado com um olhar atento, pedindo que eu me sente na cama enquanto ele realiza um rápido exame, verificando minha pressão e perguntando sobre como me sinto. O toque frio do estetoscópio contra minha pele me faz estremecer, mas há um alívio silencioso ao ouvir o batimento rítmico e constante do coração do bebê. A confirmação de que, ao menos nesse aspecto, as coisas ainda estão normais é uma pequena âncora em meio ao caos. Depois de alguns minutos, o médico se afasta, ajustando os óculos enquanto anota algo em um pequeno caderno. Ele olha para mim e depois para Christopher, que se mantém próximo, atento a cada movimento. — Emily está bem, mas o dia foi extremamente estressante para ela e isso pode impactar o bebê. — A voz do médico é suave, mas há uma firmeza
Christopher Estou sentado na sala de reuniões da AdVision Productions, saboreando o sucesso de mais um contrato fechado. A apresentação para o comercial de sopa enlatada foi impecável. Cada slide, cada argumento, tudo funcionou perfeitamente, e agora os executivos estão apertando nossas mãos, satisfeitos com a nova campanha. O brilho de aprovação nos olhos deles é inconfundível, e eu sinto o peso da vitória. — Excelente trabalho, Christopher. É exatamente o que estávamos procurando. — O cliente principal diz, assinando os papéis com um sorriso de satisfação. Estou prestes a finalizar a reunião, aproveitando o momento para reforçar a confiança que esses contratos me trazem, quando a porta da sala se abre com um baque alto, rompendo o clima de controle que mantive até agora. O som é como um raio rasgando o céu em um dia tranquilo, e todos na sala se viram para encarar o intruso. E ali está ele: Daniel Carter. O garoto invade a sala sem hesitação, a expressão marcada por uma det