Emily Quando meus olhos finalmente abriram por completo, e a névoa que obscurecia meus pensamentos começou a se dissipar, notei o arranhão no rosto de Daniel. Aquele arranhão... eu fiz isso. Não foi um sonho. Tudo o que ele tinha feito, o toque invasivo, a maneira como ele agia como se fosse Christopher, foi real. Meu corpo ficou tenso, e o pânico começou a borbulhar novamente em minhas veias, mas eu o controlei. Precisava ser inteligente agora. Daniel se aproximou, com outro comprimido na mão, o mesmo sorriso controlado de sempre. — Hora do remédio, querida. — ele murmurou. Peguei o comprimido, sentindo o coração martelar contra o peito, mas mantive a expressão serena. Fingi levá-lo aos lábios e novamente esperei pelo momento certo. Daniel observava cada movimento, mas, assim que ele desviou o olhar por um segundo, tirei o comprimido da boca e o escondi novamente, assim como antes. — Caleb... onde está o meu filho? — perguntei, com a voz controlada, tentando esconder o des
Emily Eu estava sentada no camarim, segurando Caleb firmemente em meus braços, quando a porta se abriu novamente. Desta vez, era Ralf. Seu rosto estava carregado de preocupação, e ele não precisou perguntar para entender a gravidade da situação. Lindsay provavelmente já havia contado a ele que eu estava ali com o bebê. — Emily, o que aconteceu? — ele perguntou, aproximando-se com cuidado, seus olhos fixos em mim e no bebê. Eu tentei manter a compostura, mas as palavras começaram a sair antes que eu pudesse segurá-las. — Foi o Daniel... ele me dopou, Ralf... com a ajuda da Dra. Renata. Eles estavam me dando remédios, e eu não sabia mais o que era real. Ele tentou... — minha voz falhou, e eu senti as lágrimas brotarem, finalmente me deixando quebrar. — Ele tentou fazer coisas horríveis comigo. Meu irmão... ele ficou louco, Ralf. As palavras saíram em meio a soluços, enquanto eu revivia o pesadelo das últimas horas. Daniel, o garoto que eu ajudei a criar, que eu amava como meu
Ralf Renata estava amarrada a uma cadeira no centro da sala, as luzes duras do galpão refletindo em sua pele pálida. Eu podia ver o medo crescendo dentro dela, mas ela ainda tentava se manter firme. Eu já havia visto esse tipo de resistência antes. A mulher era forte, mas não o suficiente para resistir ao que viria. — Vamos acabar logo com isso, Renata, — eu disse, cruzando os braços, minha paciência começando a se esgotar. — Me conte tudo o que sabe sobre Daniel e a obsessão dele por Emily. Ela riu, um riso amargo, como se achasse a situação irônica. — Obsessão por Emily? Você não entende nada, Ralf. O problema de Daniel nunca foi Emily. Ele é obcecado por Christopher. As palavras dela me atingiram como um soco. Eu sabia que Daniel tinha problemas, que ele sempre buscava imitar o estilo de vida de Christopher. Mas obcecado? Eu me aproximei mais, tentando entender o que ela estava dizendo. — Você está dizendo que... — comecei, mas Renata me interrompeu. — Daniel quer ser
Christopher Quando cheguei ao clube de luta, a primeira coisa que percebi foi o silêncio. Um silêncio pesado, sufocante, que se infiltrava no ambiente como uma sombra. Não havia os ruídos típicos das lutas, dos gritos, das apostas. Nada. Apenas um silêncio perturbador, quebrado de vez em quando pelo som abafado de... um choro. Caleb. Meu coração apertou. Acelerei o passo, o barulho das minhas botas ressoando nas paredes de concreto. Passei pela entrada, empurrando a porta de metal com força, e assim que entrei no salão principal, o horror me atingiu como um soco no estômago. Os seguranças que eu havia deixado para proteger Emily e Caleb estavam caídos no chão, imóveis. Mortos. Eu olhei ao redor, desesperado, e então o vi. Daniel. Ele estava de pé, no centro do ringue, com um sorriso satisfeito no rosto. E lá, ao seu lado, amarrada a uma cadeira, estava Emily. Ela estava pálida, os olhos arregalados de medo, mas viva. Caleb chorava em algum canto, seu choro desesperado ecoando p
Christopher Emily lutava contra as amarras, o desespero tomando conta dela. — Daniel, por favor! — Ela implorou, as lágrimas escorrendo de seus olhos. — Deixe-me ir, me deixe... não faça isso... — Ah, querida, você não entende. — Daniel murmurou, a voz cheia de uma suavidade perversa. — Você vai assistir cada segundo. Vai ver quem realmente merece o seu amor, sua lealdade. Quem realmente vai estar de pé no final. Eu não podia mais esperar. Caleb estava lá fora, em perigo. Emily estava aqui, sofrendo. E Daniel... ele estava louco, mais louco do que eu havia imaginado. Mas se era uma luta que ele queria, então eu daria a ele exatamente isso. — Solte ela, Daniel. — falei, a voz mais firme agora. — Isso é entre nós dois. Solte-a e vamos acabar com isso de uma vez por todas. Daniel arrastou Emily até uma cadeira e a amarrou com precisão, garantindo que ela ficasse presa bem de frente para o ringue. Eu subi no ringue atrás dele, os passos ecoando pelo chão, meu corpo inteiro em
Christopher Cancun - México O sol já havia se posto quando eu terminei de ajustar a gravata no espelho do quarto. O reflexo do mar de Cancún ao fundo, e a brisa suave que entrava pela varanda, davam à noite uma tranquilidade quase irreal. Eu estava pronto para o baile de máscaras do hotel, uma noite reservada apenas para os convidados mais seletos. Mas, quando me virei, tudo o que eu tinha planejado para aquela noite desapareceu. Emily surgiu da porta do quarto, e por um segundo, o ar ao meu redor pareceu sumir. Ela estava deslumbrante, usando um vestido vermelho cintilante que abraçava cada curva do seu corpo. A cor destacava sua pele perfeita, e o corte do vestido era elegante, mas provocante. Seu cabelo estava solto, caindo em ondas suaves pelos ombros, e ela segurava uma máscara preta nas mãos, o brilho no olhar era de pura malícia. — Você está... — As palavras me faltaram por um instante. — Absolutamente magnífica. — consegui dizer finalmente, sem desviar os olhos dela. E
Christopher As algemas estalaram com um som nítido, prendendo os pulsos de Emily juntos acima de sua cabeça. Observei seu corpo reagir à restrição, um misto de tensão e antecipação. Sua respiração estava pesada, seu corpo completamente vulnerável, exatamente como eu queria. — Agora você vai aprender o que é estar à mercê de alguém, — sussurrei, meus lábios roçando a orelha dela, enquanto minhas mãos exploravam sua pele macia, descendo lentamente até a curva de suas costas. Sua pele arrepiava sob meu toque, e um sorriso predatório se formou nos meus lábios. Eu a virei, posicionando-a de quatro sobre a cama, as algemas a mantendo presa. Minha mão percorreu suas costas antes de desferir um tapa forte em sua bunda, o som ecoando pelo quarto. O corpo dela tremeu sob o impacto, e ela soltou um gemido abafado. — Grite o quanto quiser, — murmurei, minha voz cheia de controle. — Ninguém pode te ouvir aqui. Agarrei seu cabelo, puxando-o com força suficiente para arqueá-la, fazendo se
Nova York Tygor, o gerente do clube de luta, inclinou-se na cadeira, os olhos deslizando lentamente pelo meu corpo. Seus lábios se curvaram em um sorriso predatório, senti um arrepio de desconforto percorrer a minha espinha. Meus olhos buscaram desesperadamente por Lindsey, que apenas ria despreocupada do outro lado do camarim. — Passe um batom vermelho e seja bem-vinda ao "Covil"! Ele se retirou e Lindsey veio correndo até onde eu estava. — Eu sabia que você conseguiria, olha esse cabelo, essa pele, você é perfeita amiga — Lindsey exclamou, seu entusiasmo quase contagiante. Mas, enquanto eu olhava meu reflexo no espelho, tudo o que via eram as olheiras escuras de noites sem dormir, preocupada com Daniel e com as contas acumulando na mesa da cozinha. — As pessoas aqui gostam muito de vermelho — falei enquanto passava o batom, esfregando os lábios pra cor ficar uniforme — vermelho sangue! Lindsey deu uma risada escandalosa. — Agora vamos fofa, que o Tygor já está de ol