Christopher Solto os ganchos que mantinham Emily suspensa, o som metálico ecoando pelo galpão enquanto a deixo novamente no chão. Suas pernas vacilam ao toque do concreto frio, e eu a seguro com firmeza, mas com uma delicadeza que contradiz o ambiente ao nosso redor. Ela parece tão frágil, quase como uma boneca prestes a se quebrar, e, por um momento, o contraste entre a brutalidade do lugar e a suavidade dela me envolve em um sentimento de possessividade avassaladora.Com cuidado, coloco-a deitada no chão, posicionando-a com precisão, como se cada movimento fosse parte de uma coreografia calculada. Suas mãos, ainda algemadas, são unidas por um fecho de couro, e eu as prendo em um terceiro gancho no chão, mantendo seus braços esticados acima da cabeça. Ela está à mercê de cada um dos meus toques, de cada uma das minhas intenções, sem saber o que esperar.Emily respira fundo, tentando se adaptar à nova posição, seus sentidos ainda mais aguçados pela privação da visão. Seus lábios tre
Christopher Minha mão continua explorando, pressionando levemente, provocando-a a cada segundo. Emily arqueia as costas, seu corpo inteiro respondendo ao meu toque com uma urgência quase dolorosa. Suas pernas se movem involuntariamente, buscando mais, ansiando pelo contato que a mente dela não consegue mais controlar. — Você vai sentir cada segundo disso, Emily — prometo, abaixando-me até meus lábios estarem perto dos seus, mas sem tocá-los. — E vai lembrar que ninguém, além de mim, pode te fazer se sentir assim. Ela tenta se aproximar, seus lábios buscando os meus, mas recuo levemente, mantendo o jogo de provocações. Quero que ela implore, que se renda ao prazer que está à beira de transbordar. A cada carícia, seus gemidos se tornam mais frequentes, seu corpo treme sob o meu, incapaz de lidar com a intensidade do que está sentindo. Quando finalmente meus dedos se afastam, Emily solta um gemido frustrado, como se a ausência do toque fosse insuportável. Eu a encaro por um mome
Christopher Ainda ofegante, Emily me encara, exausta, mas entregue, e por um instante, sinto algo além do desejo; é uma cumplicidade inesperada, uma ligação que transcende a luxúria e toca as partes mais sombrias de nossas almas. Sem dizer uma palavra, a ajudo a se levantar, a delicadeza dos meus movimentos contrastando com a intensidade do que acabamos de viver. Encontro uma manta dobrada em um canto do galpão, um tecido que parece deslocado neste lugar brutal, mas que agora se torna um refúgio temporário para o corpo fragilizado de Emily. Envolvo-a cuidadosamente, cobrindo seu corpo com a suavidade que só eu conheço, protegendo-a do frio e da vulnerabilidade exposta. — Venha, vamos para casa — murmuro, minha voz suave, mas firme, enquanto a carrego em meus braços. Ela não resiste, simplesmente se aninha contra mim, seu corpo mole e relaxado, exausta de todas as formas possíveis. Caminho com ela até o carro, cada passo ecoando na escuridão do galpão, enquanto a mantenho segura e
Christopher — Você precisa controlar isso, porra — resmungo, sentindo o peso da responsabilidade se avolumar nos meus ombros. Mas ao invés de respostas, tudo o que consigo é mais um gole, mais um passo na linha tênue entre quem eu sou e quem eu temo me tornar. No fundo, sei que preciso ser mais forte. Por mim. Por ela. E por tudo o que estamos construindo, mesmo que essa construção seja feita em cima de ruínas.Fico ali, perdido no reflexo turvo do copo vazio, observando o rosto de um homem que luta com seus próprios demônios. A sala está quieta, mas há uma tensão no ar, um peso que não pertence só a mim. Mesmo com o álcool correndo em minhas veias, sinto que não estou sozinho. Há algo, ou alguém, me observando das sombras.Em um movimento rápido, movido pelo instinto que nunca me abandonou, salto para o escuro e agarro o intruso pelo pescoço. Meus dedos apertam com firmeza, sentindo a pulsação acelerada sob a pele. Ouço um engasgo abafado, e quando os olhos se ajustam à penumbra, pe
Christopher — São três trabalhos, Christopher. Três operações que vamos executar juntos. E quanto às informações sobre aquela operação que te derrubou, eu sei mais do que você imagina. Mas cabe a você decidir se isso vale o risco. Se quiser saber, vai ter que se comprometer até o fim — ele diz, a voz carregada de um desafio que ressoa no silêncio da sala. A raiva borbulha dentro de mim, e por um instante, o desejo de esmagar o garoto contra a parede e arrancar a verdade à força é quase incontrolável. Me aproximo de Daniel, e ele, pela primeira vez, parece perceber que a linha entre provocação e perigo está mais tênue do que nunca. — Se você estiver mentindo para mim sobre o que sabe, Daniel, eu juro que te mato com as minhas próprias mãos. Não pense nem por um segundo que eu vou hesitar. — Minha voz sai baixa, mas carregada de uma ameaça real, e eu vejo o leve tremor em seu olhar antes de ele compor novamente aquela máscara de confiança. Daniel engole em seco, mas não recua. Ele
Christopher Emily se move levemente, um suspiro suave escapando de seus lábios, e por um momento, me pergunto o que ela está sonhando. Se as sombras do que aconteceu mais cedo ainda a perseguem, ou se está em um lugar mais seguro, longe de mim, longe de tudo.Sento na beira da cama, cuidadoso para não acordá-la. Pego sua mão, observando os dedos delicados e como eles se entrelaçam com os meus, mesmo inconscientemente. Ela se ajusta no sono, se aproximando mais, como se instintivamente buscasse meu calor, minha presença. E eu a seguro, sabendo que não posso soltá-la. Não agora, não nunca.— Você nem sabe o que está por vir, Emily… — murmuro baixinho, sabendo que ela não pode me ouvir. — Mas eu vou garantir que você fique segura, mesmo que eu precise enfrentar tudo sozinho.Há uma paz momentânea em tê-la perto, uma sensação fugaz de que talvez, só talvez, tudo isso valha a pena. Mas no fundo, sei que esse sentimento é apenas temporário. A tempestade se aproxima, e a escolha que fiz hoj
Christopher Chegou o grande dia. Estamos na mesa do café da manhã, mas o ambiente está carregado com um silêncio incômodo, um tipo de tensão que se espalha no ar como um veneno lento. Emily, sentada à minha frente, mexe o café com a colher, perdida em pensamentos. Seus olhos evitam os meus, e sei que ela ainda está processando o que aconteceu entre nós. Não quero forçá-la a falar, não agora. Hoje, minha cabeça precisa estar em outro lugar.Daniel está ao meu lado, e a presença dele é como um peso extra sobre meus ombros. Ele está tranquilo demais para o que está por vir, como se a ideia de se enfiar no meio de um esquema de drogas fosse apenas um passatempo, uma aventura qualquer. Mas eu conheço esse garoto. Atrás daquela fachada relaxada, ele está tão ansioso quanto eu. Talvez até mais.— Quer mais café? — Emily pergunta a Daniel, sem realmente olhar para ele. É como se estivesse apenas preenchendo o espaço com palavras vazias, tentando ignorar a eletricidade no ar. Daniel acena com
Christopher Daniel revisa os últimos detalhes com os motoristas e a equipe de segurança, suas instruções precisas e calculadas. Ele sabe que esse não é o momento para erros.— O caminhão sai agora, vai ao depósito pegar a droga e retorna para cá. Daqui, seguimos com a escolta até o porto — Daniel explica, apontando para a rota que traçamos com cuidado, longe das vias mais movimentadas e dos riscos conhecidos.Observo cada movimento. O caminhão parte, acompanhado pela escolta, e o galpão fica momentaneamente mais silencioso, a espera carregada de ansiedade. As comunicações entre a equipe estão ativas; cada segundo importa quando estamos lidando com algo dessa magnitude.— Assim que a carga chegar, saímos imediatamente. Nada de demoras — digo ao chefe da segurança, um veterano em operações complexas que já esteve comigo em situações piores. Ele acena com a cabeça, compreendendo a seriedade do que enfrentamos.O relógio parece se arrastar, mas finalmente o som do motor do caminhão se