Emily Estou na sala de estar, os olhos fixos no relógio enquanto o tempo parece se arrastar. Cada segundo é uma tortura silenciosa. Christopher e Daniel saíram cedo, sem dar muitos detalhes. Desde que acordei, uma sensação incômoda se instalou no meu peito, algo entre preocupação e uma desconfiança que não consigo afastar. Tento me concentrar em qualquer coisa para acalmar a mente, mas nada funciona. A tensão está no ar, espessa e sufocante. Ouço o barulho da porta se abrindo, e minha respiração para por um instante. Christopher entra primeiro, seguido de Daniel, e o peso da atmosfera muda imediatamente. Eles parecem cansados, exaustos de um jeito que vai além do físico. Daniel passa por mim sem dizer uma palavra, o rosto pálido e o olhar vazio. Eu o observo subir as escadas rapidamente, como se estivesse fugindo de algo que não pode enfrentar. Christopher fica parado por um momento, me observando, mas há algo no olhar dele que me faz recuar um passo, instintivamente. Não é apenas
Emily — Eu não sei o que quero... — admito, quase em um sussurro, minha voz carregada de frustração. O que sinto por Christopher é uma mistura de atração avassaladora e um medo constante do que ele pode fazer, de até onde ele é capaz de ir para ter o que deseja. E o mais assustador é que, nesse momento, não sei se estou mais assustada com ele ou comigo mesma. Christopher não se abala pela minha confissão. Pelo contrário, vejo uma sombra de um sorriso surgir em seus lábios, como se ele soubesse exatamente o que se passa dentro de mim, mesmo que eu ainda esteja tentando descobrir. Ele me vira de costas, suas mãos firmes contra minhas costas, me pressionando contra o azulejo frio. A água cai sobre nós, escorrendo como um véu quente que não consegue amenizar o frio que sinto por dentro. — Você acha que pode fugir do que sente, mas eu vejo através de você, Emily. Eu vejo o que você precisa, mesmo que não queira admitir. — Suas palavras são um golpe direto nos meus pensamentos, despi
Emily Christopher senta no chão, e enlaça o seu membro com a mão, enquanto observa a minha reação.- Vem aqui - ele gesticula, para que eu sente em seu colo.Christopher se senta no chão do banheiro, a água do chuveiro ainda caindo sobre nós, criando uma cortina morna que intensifica o calor que já permeia o ambiente. Ele me observa com aquele olhar sombrio e predatório, os olhos fixos em cada movimento meu, absorvendo cada nuance da minha confusão e desejo. Lentamente, ele envolve o próprio membro com a mão, o gesto firme e deliberado, como se soubesse exatamente o efeito que isso tem sobre mim. É uma provocação silenciosa, um convite envolto em dominação.— Vem aqui — ele ordena, a voz baixa e carregada de um comando que não admite negação. Ele gesticula com a mão livre, indicando o espaço em seu colo, como se fosse o trono onde só eu tenho permissão para me sentar.Meu corpo hesita, mas é um tipo de hesitação que não dura. Cada parte de mim responde à intensidade dele, a urgência
Emily Ele puxa meu rosto para mais perto, nossos olhares se cruzam em um momento de pura vulnerabilidade. Não há máscaras agora, apenas a realidade brutal do que somos um para o outro. Estamos presos em um ciclo de desejo e destruição, um jogo perigoso que nenhum dos dois está disposto a abandonar. — Você é minha, Emily. Sempre será — ele murmura, a voz baixa, carregada de uma certeza que me assusta e me atrai na mesma medida. E enquanto ele me segura, ainda ofegante, sei que o que ele pede de mim é mais do que posso oferecer sem perder algo de mim mesma. Mas, ao mesmo tempo, não consigo me afastar, não consigo dizer não. Ainda tremendo, eu me aconchego em seu peito, a respiração entrecortada enquanto a água do chuveiro continua a cair sobre nós, abafando os sons do mundo lá fora. Eu sei que essa paz é momentânea, que logo a realidade vai nos puxar de volta para o turbilhão de segredos, mentiras e promessas quebradas. Mas, por agora, eu permito que esse momento dure, mesmo sabendo
Emily Eu bato na porta, a raiva e a frustração transbordando, mas ele não responde. Os passos de Christopher ecoam pelo corredor, se afastando, levando com ele qualquer possibilidade de entendimento. Estou presa! Sento-me na cama, os pensamentos um turbilhão. O silêncio do quarto é insuportável, uma constante lembrança de que, para Christopher, sempre serei a parte que ele guarda em segredo. A parte que ele mantém trancada, longe do mundo dele. E enquanto a porta permanece fechada, eu encaro a realidade amarga: as nossas noites, as intensidades que compartilhamos, não são respostas. São distrações. E eu preciso descobrir o que está por trás dessa cortina de fumaça, antes que me perca completamente nesse jogo perigoso que ele insiste em jogar. Estou sentada na cama, encarando a porta fechada como se ela fosse a própria personificação do controle que Christopher exerce sobre mim. Cada segundo que passa, sinto a frustração crescer, queimando por dentro, até que o som suave da cha
Emily Chego ao escritório dele e abro a porta sem hesitar. O ambiente me acolhe com uma frieza meticulosa — o espaço imaculado, as prateleiras organizadas com precisão, e a escrivaninha dominando o centro da sala, como o trono de um rei. Fecho a porta atrás de mim e respiro fundo, o som do silêncio preenchendo o ar. Não há tempo para arrependimentos. Caminho até a mesa e ligo o computador, o brilho da tela iluminando meu rosto enquanto começo a digitar. As palavras surgem na pesquisa: "sadismo", "dominação", "jogos de poder". A cada clique, sinto como se estivesse desvendando as camadas mais escuras de Christopher, aquelas que ele nunca verbaliza, mas que me forçou a experimentar. As descrições são detalhadas, cada parágrafo um mergulho no abismo do controle e da dor transformados em prazer. Leio tudo com avidez, absorvendo cada palavra como se fossem pistas sobre o homem que ele é, e sobre o jogo que estamos jogando. Enquanto leio, uma ideia se forma em minha mente — uma decisão q
Emily — É simples, Christopher. Toda essa campanha é um jogo de dominação. Os vendedores têm o poder, o controle absoluto. Eles decidem como manipular, como provocar desejo. E os consumidores? — dou um passo à frente, minha voz ficando quase um sussurro sedutor. — Eles se submetem, obedientes, aceitando o que lhes é oferecido sem questionar, como bons masoquistas. Eles gostam de ser servos, gostam de sentir que estão sendo controlados. Não é esse o verdadeiro segredo da venda? A sala fica em silêncio. Os homens estão intrigados, alguns ainda sorrindo, achando que isso faz parte de algum tipo de apresentação inovadora, enquanto outros se remexem desconfortáveis nas cadeiras. Christopher permanece impassível, os olhos fixos nos meus, lendo cada palavra não dita. Ele sabe exatamente o que estou fazendo, e vejo a tensão crescendo nos músculos de seu maxilar, mas ele se recusa a se abalar. — É uma perspectiva interessante, Emily. Mas talvez um pouco intensa para o que estamos propondo,
Emily Quando Christopher chega perto o suficiente, posso sentir o calor de sua respiração no meu rosto, a proximidade que ele impõe em um movimento para intimidar. Mas nesse instante, ele comete um erro — uma pequena distração, um momento em que sua raiva nublou a percepção. É tudo que eu preciso. Num movimento ágil, puxo as algemas que escondi sob a lingerie, um acessório que ele jamais esperaria que eu tivesse. Antes que ele perceba o que está acontecendo, minhas mãos se movem rápidas, prendendo seus pulsos à lateral da cadeira com um clique metálico que reverbera pela sala. A expressão de Christopher muda instantaneamente, passando de surpresa para uma incredulidade furiosa. Ele se contorce, tentando se soltar, mas as algemas são firmes, e agora ele está preso. — O que diabos você acha que está fazendo, Emily? — ele rosna, puxando as algemas com força, o barulho de metal ecoando em meio ao silêncio. Eu dou um passo para trás, apreciando a visão dele algemado, impotente dia