Christopher Chegou o grande dia. Estamos na mesa do café da manhã, mas o ambiente está carregado com um silêncio incômodo, um tipo de tensão que se espalha no ar como um veneno lento. Emily, sentada à minha frente, mexe o café com a colher, perdida em pensamentos. Seus olhos evitam os meus, e sei que ela ainda está processando o que aconteceu entre nós. Não quero forçá-la a falar, não agora. Hoje, minha cabeça precisa estar em outro lugar.Daniel está ao meu lado, e a presença dele é como um peso extra sobre meus ombros. Ele está tranquilo demais para o que está por vir, como se a ideia de se enfiar no meio de um esquema de drogas fosse apenas um passatempo, uma aventura qualquer. Mas eu conheço esse garoto. Atrás daquela fachada relaxada, ele está tão ansioso quanto eu. Talvez até mais.— Quer mais café? — Emily pergunta a Daniel, sem realmente olhar para ele. É como se estivesse apenas preenchendo o espaço com palavras vazias, tentando ignorar a eletricidade no ar. Daniel acena com
Christopher Daniel revisa os últimos detalhes com os motoristas e a equipe de segurança, suas instruções precisas e calculadas. Ele sabe que esse não é o momento para erros.— O caminhão sai agora, vai ao depósito pegar a droga e retorna para cá. Daqui, seguimos com a escolta até o porto — Daniel explica, apontando para a rota que traçamos com cuidado, longe das vias mais movimentadas e dos riscos conhecidos.Observo cada movimento. O caminhão parte, acompanhado pela escolta, e o galpão fica momentaneamente mais silencioso, a espera carregada de ansiedade. As comunicações entre a equipe estão ativas; cada segundo importa quando estamos lidando com algo dessa magnitude.— Assim que a carga chegar, saímos imediatamente. Nada de demoras — digo ao chefe da segurança, um veterano em operações complexas que já esteve comigo em situações piores. Ele acena com a cabeça, compreendendo a seriedade do que enfrentamos.O relógio parece se arrastar, mas finalmente o som do motor do caminhão se
Emily Estou na sala de estar, os olhos fixos no relógio enquanto o tempo parece se arrastar. Cada segundo é uma tortura silenciosa. Christopher e Daniel saíram cedo, sem dar muitos detalhes. Desde que acordei, uma sensação incômoda se instalou no meu peito, algo entre preocupação e uma desconfiança que não consigo afastar. Tento me concentrar em qualquer coisa para acalmar a mente, mas nada funciona. A tensão está no ar, espessa e sufocante. Ouço o barulho da porta se abrindo, e minha respiração para por um instante. Christopher entra primeiro, seguido de Daniel, e o peso da atmosfera muda imediatamente. Eles parecem cansados, exaustos de um jeito que vai além do físico. Daniel passa por mim sem dizer uma palavra, o rosto pálido e o olhar vazio. Eu o observo subir as escadas rapidamente, como se estivesse fugindo de algo que não pode enfrentar. Christopher fica parado por um momento, me observando, mas há algo no olhar dele que me faz recuar um passo, instintivamente. Não é apenas
Emily — Eu não sei o que quero... — admito, quase em um sussurro, minha voz carregada de frustração. O que sinto por Christopher é uma mistura de atração avassaladora e um medo constante do que ele pode fazer, de até onde ele é capaz de ir para ter o que deseja. E o mais assustador é que, nesse momento, não sei se estou mais assustada com ele ou comigo mesma. Christopher não se abala pela minha confissão. Pelo contrário, vejo uma sombra de um sorriso surgir em seus lábios, como se ele soubesse exatamente o que se passa dentro de mim, mesmo que eu ainda esteja tentando descobrir. Ele me vira de costas, suas mãos firmes contra minhas costas, me pressionando contra o azulejo frio. A água cai sobre nós, escorrendo como um véu quente que não consegue amenizar o frio que sinto por dentro. — Você acha que pode fugir do que sente, mas eu vejo através de você, Emily. Eu vejo o que você precisa, mesmo que não queira admitir. — Suas palavras são um golpe direto nos meus pensamentos, despi
Emily Christopher senta no chão, e enlaça o seu membro com a mão, enquanto observa a minha reação.- Vem aqui - ele gesticula, para que eu sente em seu colo.Christopher se senta no chão do banheiro, a água do chuveiro ainda caindo sobre nós, criando uma cortina morna que intensifica o calor que já permeia o ambiente. Ele me observa com aquele olhar sombrio e predatório, os olhos fixos em cada movimento meu, absorvendo cada nuance da minha confusão e desejo. Lentamente, ele envolve o próprio membro com a mão, o gesto firme e deliberado, como se soubesse exatamente o efeito que isso tem sobre mim. É uma provocação silenciosa, um convite envolto em dominação.— Vem aqui — ele ordena, a voz baixa e carregada de um comando que não admite negação. Ele gesticula com a mão livre, indicando o espaço em seu colo, como se fosse o trono onde só eu tenho permissão para me sentar.Meu corpo hesita, mas é um tipo de hesitação que não dura. Cada parte de mim responde à intensidade dele, a urgência
Emily Ele puxa meu rosto para mais perto, nossos olhares se cruzam em um momento de pura vulnerabilidade. Não há máscaras agora, apenas a realidade brutal do que somos um para o outro. Estamos presos em um ciclo de desejo e destruição, um jogo perigoso que nenhum dos dois está disposto a abandonar. — Você é minha, Emily. Sempre será — ele murmura, a voz baixa, carregada de uma certeza que me assusta e me atrai na mesma medida. E enquanto ele me segura, ainda ofegante, sei que o que ele pede de mim é mais do que posso oferecer sem perder algo de mim mesma. Mas, ao mesmo tempo, não consigo me afastar, não consigo dizer não. Ainda tremendo, eu me aconchego em seu peito, a respiração entrecortada enquanto a água do chuveiro continua a cair sobre nós, abafando os sons do mundo lá fora. Eu sei que essa paz é momentânea, que logo a realidade vai nos puxar de volta para o turbilhão de segredos, mentiras e promessas quebradas. Mas, por agora, eu permito que esse momento dure, mesmo sabendo
Emily Eu bato na porta, a raiva e a frustração transbordando, mas ele não responde. Os passos de Christopher ecoam pelo corredor, se afastando, levando com ele qualquer possibilidade de entendimento. Estou presa! Sento-me na cama, os pensamentos um turbilhão. O silêncio do quarto é insuportável, uma constante lembrança de que, para Christopher, sempre serei a parte que ele guarda em segredo. A parte que ele mantém trancada, longe do mundo dele. E enquanto a porta permanece fechada, eu encaro a realidade amarga: as nossas noites, as intensidades que compartilhamos, não são respostas. São distrações. E eu preciso descobrir o que está por trás dessa cortina de fumaça, antes que me perca completamente nesse jogo perigoso que ele insiste em jogar. Estou sentada na cama, encarando a porta fechada como se ela fosse a própria personificação do controle que Christopher exerce sobre mim. Cada segundo que passa, sinto a frustração crescer, queimando por dentro, até que o som suave da cha
Emily Chego ao escritório dele e abro a porta sem hesitar. O ambiente me acolhe com uma frieza meticulosa — o espaço imaculado, as prateleiras organizadas com precisão, e a escrivaninha dominando o centro da sala, como o trono de um rei. Fecho a porta atrás de mim e respiro fundo, o som do silêncio preenchendo o ar. Não há tempo para arrependimentos. Caminho até a mesa e ligo o computador, o brilho da tela iluminando meu rosto enquanto começo a digitar. As palavras surgem na pesquisa: "sadismo", "dominação", "jogos de poder". A cada clique, sinto como se estivesse desvendando as camadas mais escuras de Christopher, aquelas que ele nunca verbaliza, mas que me forçou a experimentar. As descrições são detalhadas, cada parágrafo um mergulho no abismo do controle e da dor transformados em prazer. Leio tudo com avidez, absorvendo cada palavra como se fossem pistas sobre o homem que ele é, e sobre o jogo que estamos jogando. Enquanto leio, uma ideia se forma em minha mente — uma decisão q