Christopher Eu estava no galpão, onde costumava me preparar para ser o Dragão, além dos meus equipamentos de treino, eu tinha alguns outros brinquedos da minha vida antiga. Quando Ralf avisou que estavam chegando, peguei a minha submetralhadora e fui aguardar por ele na entrada do galpão, se eles ainda estivessem sendo seguidos, os filhos da puta teriam uma surpresa. O blindado se aproximou e junto com ele a equipe de segurança que eu mandei de apoio. Eu baixei a arma assim que vi Emily sair do carro, pálida como um fantasma, suas mãos trêmulas denunciando o terror pelo qual ela havia passado. Meu peito apertou ao vê-la naquele estado, mas mantive a compostura. Eu precisava ser forte por ela agora. Me aproximei, e sem dizer uma palavra, envolvi-a em meus braços. Senti o corpo dela tremer contra o meu, os dedos crispados na minha camisa, segurando-me como se eu fosse a única coisa sólida em sua realidade desmoronada. — Isso acaba hoje, Emily — minha voz saiu baixa, mas firm
Christopher Eu estava com a pistola em punho, cada músculo do meu corpo tenso, pronto para agir. O silêncio no salão era opressor, mas o homem à minha frente parecia completamente alheio a isso. Ele tinha um olhar calculista, mas havia algo nele que não combinava com o papel que estava desempenhando. Ele era jovem, talvez jovem demais para ser o tal chefe de Victoria, como havia se apresentado. Não mais do que um garoto, com uma postura forçada e um olhar que não escondia sua inexperiência. — Eu sou o chefe de Victoria — ele repetiu, com um sorriso presunçoso no rosto, mas eu já começava a duvidar da seriedade dessa afirmação. — Você parece mais um moleque brincando de ser adulto — retruquei, abaixando a arma. Eu poderia acabar com ele facilmente, mas a foto de Emily em seu celular me fez recuar. Ele soltou uma risada curta e irritante, cruzando os braços como se estivesse no controle da situação. — Você subestima o que eu posso fazer, Christopher. — Ele deu de ombros. — Tenho
Emily O silêncio da mansão era quase assustador, mas, ao mesmo tempo, acolhedor. As paredes altas e os cômodos espaçosos eram um contraste gritante com o caos pelo qual eu havia passado nas últimas horas. Senti uma pressão crescente no peito enquanto os pensamentos rodopiavam na minha mente, cada um tentando encontrar um ponto de descanso. Mas o único refúgio que parecia fazer sentido no momento era a cozinha. Cozinhar sempre me ajudou a relaxar, a organizar meus pensamentos e, de alguma forma, a encontrar alguma paz em meio à tempestade. Deixei meus dedos tocarem suavemente o balcão frio da cozinha enquanto o cheiro suave de temperos começava a se misturar com o ar. Escolhi alguns vegetais frescos e comecei a cortá-los lentamente, tentando focar nas cores vibrantes e nas texturas sob meus dedos, deixando que essa simplicidade me acalmasse. — Ei, pequeno — murmurei baixinho, levando uma das mãos ao meu ventre, sentindo o leve movimento do bebê lá dentro. — Está tudo bem agora. Es
Dois anos atrás Daniel As paredes do Sanatório St. Jude eram de um branco sujo, manchado pelo tempo e pela tristeza que parecia escorrer dos corredores. O cheiro de antisséptico se misturava com algo amargo, como o gosto da derrota. Senti meu corpo ser empurrado pelas mãos firmes do enfermeiro, que me tratava como se eu fosse uma carga qualquer, sem nome, sem passado, sem futuro. As portas se fecharam atrás de mim com um clique pesado, um som que eu sabia que ia me perseguir nos próximos anos A sala de admissão era fria, sem cor e sem vida, como eu me sentia. Me sentei em uma cadeira desconfortável, o olhar perdido, enquanto meu cérebro rodava em círculos tentando entender como tudo tinha desmoronado tão rápido. Eu só queria gritar, mas a voz se prendia na garganta, sufocada pela confusão que me consumia. Dra. Renata. Li o nome no jaleco, enquanto observava a mulher que apertava a prancheta contra o próprio peito, ela era esguia, os olhos castanhos pareciam cansados, sem vida,
Emily Christopher e Daniel se sentaram à mesa do jantar, e se eu não os conhecesse bem diria que há uma rivalidade entre os dois. O meu irmão apesar de ser o caçula, sempre foi ciumento, me lembro como ele era controlador com a minha mãe, não é de se estranhar que tenha se incomodado com a presença do Christopher em nossas vidas. Tento conduzir o jantar da forma mais amena possível, mas o excesso de testosterona é uma realidade inegável, Christopher praticamente rosna as palavras, quando lhe perguntei o que achou do assado. Enquanto Daniel dá um sorriso que paira entre encabulado e chateado. — A comida estava excelente, Emily. Vou para o quarto e... Christopher, obrigado por nos hospedar tão gentilmente em sua casa. Christopher lançou um olhar enviesado para Daniel que se retirou despreocupadamente, espero que Daniel desapareça do nosso campo de visão para confrontar Christopher. — O que aconteceu com vocês dois? — encaro Christopher veemente, os seus olhos estão semicerrados
Christopher O grito de Emily soa como música para os meus ouvidos, e aquela escuridão que há anos eu escondi dentro de mim, por baixo de uma máscara de perfeccionismo e controle absoluto, definitivamente se foi. — Eu vou foder você, Emily! E depois de hoje você terá que escolher: ir embora ou casar-se comigo. — Está me pedindo em casamento, Sr. Donovan? Posso sentir a respiração de Emily próxima do meu rosto, ela ofega, enquanto o seu corpo já está completamente rendido em meus braços. Aprisiono as suas mãos atrás do seu corpo, enquanto continuo a lhe conceder permissões. — Estou te dando uma sentença! Não vai poder vacilar em sua decisão, terá o tempo que precisar para se decidir, mas se resolver ficar, vai ter que entender que ou eu vou controlar a sua vida completamente, ou a raiva será um tempero agridoce e permanente em nossa cama! Algo em meu olhar fez com que Emily recuasse, dando alguns passos atrás até se chocar com a parede. Coloquei as duas mãos espalmadas ao
Christopher Solto seu queixo e me afasto alguns passos, dando-lhe espaço para processar onde estamos e o que isso significa. Para Emily, essa é uma nova realidade; para mim, é um retorno a algo que nunca deixei completamente para trás. Tento não pensar em quanto isso me excita, em quanto a vulnerabilidade dela aqui, neste lugar, alimenta o lado mais perverso da minha alma. — O que aconteceu com você? — ela sussurra, uma súplica quase inaudível. — Isso é o que eu realmente sou, Emily. Precisa confiar em mim e se perder na escuridão junto comigo. Eu vou estar aqui, observando cada momento em que você cede. Porque, no fim, você vai se render. — A última sentença escapa dos meus lábios como uma promessa, uma sentença inevitável. Emily está suspensa, vulnerável e rendida ao jogo que começou sem entender as regras. E enquanto observo seu corpo estremecer de ansiedade e medo, sei que o Dragão finalmente voltou para reivindicar o que sempre foi dele: controle absoluto.Em um canto do gal
Christopher Solto os ganchos que mantinham Emily suspensa, o som metálico ecoando pelo galpão enquanto a deixo novamente no chão. Suas pernas vacilam ao toque do concreto frio, e eu a seguro com firmeza, mas com uma delicadeza que contradiz o ambiente ao nosso redor. Ela parece tão frágil, quase como uma boneca prestes a se quebrar, e, por um momento, o contraste entre a brutalidade do lugar e a suavidade dela me envolve em um sentimento de possessividade avassaladora.Com cuidado, coloco-a deitada no chão, posicionando-a com precisão, como se cada movimento fosse parte de uma coreografia calculada. Suas mãos, ainda algemadas, são unidas por um fecho de couro, e eu as prendo em um terceiro gancho no chão, mantendo seus braços esticados acima da cabeça. Ela está à mercê de cada um dos meus toques, de cada uma das minhas intenções, sem saber o que esperar.Emily respira fundo, tentando se adaptar à nova posição, seus sentidos ainda mais aguçados pela privação da visão. Seus lábios tre