ChristopherSaí tarde da empresa e fui direto para o galpão onde eu costumava me preparar para as lutas do Dragão, depois do trágico encontro com Jack, eu ía para lá ao menos duas vezes por dia, quando acordava e antes de dormir. Acordava com raiva e ía dormir com ódio.Charles me traiu. Foi Charles quem contou sobre a morte do Alisson para o Jack, fico me perguntando o que ele ganhou com isso. Espero que esteja tão fodido com Jack quanto eu! A sensação de impotência para um maníaco por controle como eu, era pior que a morte. Depois de um treino intenso, deixei o meu corpo caí no assoalho. O meu celular tocava sem parar, era Victoria e os seus mil e um planos para um casamento que não iria acontecer, não sei por quanto tempo consiguiria fugir dela.Apesar da raiva que eu sinto por estar sendo manipulado por Jack, quero mais do que nunca destruir o negócio de tráfico de mulheres de Victoria, é nojento, tento expulsar da minha mente as fotos do catálogo especial.Busco em minha mente c
Emily— Como nos velhos tempos... — o Dragão sussurrou em meu ouvido, o meu corpo ainda sensível pelas suas carícias.— Agora quero o meu Christopher de volta — falei retirando a máscara do seu rosto — O gerente provavelmente está me procurando...— Por que voltou, Emily? Ainda quer ir embora?— O Dan quer ir — desconversei — mas, voltando a Victoria, o que vai fazer com ela?— Quero destruí-la! Acabar com os negócios sujos dela — Christopher estreitou os olhos, visivelmente irritado.— E depois...— Fugir do país com vocês! — ele riu.— Não acho que o detetive vai parar depois de prender Victoria e a gangue dela, você precisa de um acordo de imunidade.— Eu sei, querida. Não pense nisso agora, o importante é que estamos juntos — Christopher beijou a minha testa — Vamos pra minha casa?— Preciso voltar para o apartamento, Dan saiu a poucos dias da clínica, gosto de ficar por perto.— Muitos homens com quem preciso te dividir, não estou gostando disso, ele acariciou a minha barriga.—
ChristopherEstava em meu escritório, imerso nos papéis que pareciam se multiplicar na minha mesa. Cada documento, cada assinatura, cada decisão pesava como uma âncora, mas eu sabia que tinha que lidar com tudo. Precisava manter a fachada, manter o controle. E então, a porta se abriu sem uma batida.Victoria entrou com um ar decidido e um olhar que poderia congelar o inferno. Suspirei internamente, já sabendo o que estava por vir.— Christopher — ela começou, a voz afiada. — Você sumiu durante o final de semana.Levantei os olhos dos papéis e encontrei seu olhar.— Tive alguns assuntos pessoais para resolver, Victoria. Não sabia que precisava dar satisfações.Ela se aproximou, seu perfume forte invadindo o espaço entre nós.— Assuntos pessoais? Como Emily, talvez?Fiquei em silêncio por um momento, calculando minha resposta.— O que quer saber exatamente?Victoria se inclinou sobre minha mesa, os olhos brilhando de fúria e algo mais perigoso.— Não me trate como idiota, Christopher. V
EmilyAcordei com o coração pesado, uma sensação de angústia que parecia crescer a cada minuto. Christopher não retornara nenhuma das minhas ligações ou mensagens desde ontem. Ele saiu da empresa cedo, de um jeito estranho, e desde então não consegui falar com ele. Hoje é o dia da consulta com o obstetra, e ele sempre fez questão de estar presente em todas as consultas.Olhei para o espelho e me forcei a sorrir, tentando afastar a apreensão que se apoderava de mim. Vesti um vestido azul claro, leve e confortável, que se ajustava perfeitamente à minha barriga de grávida. Seis meses, como o tempo está passando rápido, refleti comigo mesma. Completei o visual com um cardigan branco, delicado, e sapatilhas da mesma cor, já que meus pés estavam começando a inchar um pouco. Passei a mão pelos meus cabelos soltos, ajeitando as ondas loiras que caíam sobre meus ombros. Eu queria parecer calma e confiante, mesmo que por dentro estivesse um caco.Peguei minha bolsa e os papéis da consulta, conf
ChristopherLiguei para Ralf assim que a viatura se afastou, minha mente rodando em um turbilhão de pensamentos e emoções. Meu coração batia tão forte que parecia que ia explodir. O telefone tocou duas vezes antes que ele atendesse.— Christopher? — a voz de Ralf soou preocupada. — O que aconteceu?— Emily... — comecei, a voz falhando. Respirei fundo, tentando recuperar a compostura. — Emily foi presa. Os policiais disseram que é por lesão corporal grave. Algo a ver com o dia em que ela ateou fogo no clube de luta. Alguém se feriu gravemente.Houve um silêncio do outro lado da linha enquanto Ralf processava a informação.— Droga — murmurou ele, finalmente. — Eles mencionaram quem foi ferido?— Não, não deram detalhes — respondi, esfregando a testa, tentando pensar com clareza. — Ralf, eu não sei o que fazer. Ela está grávida, caramba. Isso não pode acontecer agora.Ralf suspirou pesadamente.— Escuta, Christopher, você precisa falar com Charles. Ele tem os contatos e a influência para
Christopher — Porra! — sentei na cadeira a minha frente, novamente um policial me têm nas mãos. — O que você quer de mim? — Sei que você está infiltrado nos negócios de Victoria, não sei o que Jack te falou para que cooperasse. No entanto, os meus métodos são diferentes... — E quais são os métodos, detetive? — Você é um homem talentoso, bem treinado, não quero que trabalhe comigo sob ameaça. Dei um riso amargo, tentando desvendar o homem à minha frente. — Você mandou a minha mulher grávida para a prisão! — Não, eu não mandei. Os parentes da vítima fizeram a denúncia, eles receberam a gravação do dia do incêndio. — De quem? — Pense em quem gostaria de ter Emily fora do caminho? — Victoria — Foi o primeiro nome que me veio à mente. Desgraçada! Alex Turner me olhou com um leve sorriso, como se tivesse me capturado em uma teia da qual não poderia escapar. — Victoria não age sozinha, Christopher. Há alguém acima dela. O verdadeiro chefe. Preciso de alguém que saib
EmilyAssim que a porta se fechou atrás de Christopher, o silêncio preencheu o apartamento, um contraste gritante com a presença dele, sempre tão intensa e segura. Então, ouvi. Um ruído. Inicialmente baixo, quase imperceptível, mas logo mais forte e insistente, como se alguém estivesse tentando forçar a fechadura da porta. Eu não sabia dizer o quê, mas uma sensação de inquietação começou a crescer dentro de mim. Outro som, um gemido abafado, chegou até meus ouvidos, rasgando o silêncio como uma lâmina afiada. Era um som de dor, profundo e desesperado. Meu corpo congelou. Meus músculos se retesaram e o coração começou a bater mais rápido, como se já soubesse o que minha mente ainda tentava processar. Christopher...O pânico explodiu dentro de mim, sufocando qualquer pensamento racional. Meus pés se moveram antes que eu pudesse pensar, fui correndo em direção à porta. Abri-a com força, o coração quase pulando pela garganta, me preparando para o pior.Mas não era Christopher. Era Danie
Christopher Eu estava no galpão, onde costumava me preparar para ser o Dragão, além dos meus equipamentos de treino, eu tinha alguns outros brinquedos da minha vida antiga. Quando Ralf avisou que estavam chegando, peguei a minha submetralhadora e fui aguardar por ele na entrada do galpão, se eles ainda estivessem sendo seguidos, os filhos da puta teriam uma surpresa. O blindado se aproximou e junto com ele a equipe de segurança que eu mandei de apoio. Eu baixei a arma assim que vi Emily sair do carro, pálida como um fantasma, suas mãos trêmulas denunciando o terror pelo qual ela havia passado. Meu peito apertou ao vê-la naquele estado, mas mantive a compostura. Eu precisava ser forte por ela agora. Me aproximei, e sem dizer uma palavra, envolvi-a em meus braços. Senti o corpo dela tremer contra o meu, os dedos crispados na minha camisa, segurando-me como se eu fosse a única coisa sólida em sua realidade desmoronada. — Isso acaba hoje, Emily — minha voz saiu baixa, mas firm