Emily
— Ele vai ficar bem? — perguntei para o Ralf, o Dragão já estava apagado no banco de trás. — Ele é um cara resistente, Srta. Carter. As palavras de Ralf me deixaram coradas da cabeça aos pés, recordando os momentos nada decentes que tive com o Dragão, pensando bem, como não percebi que ele estava tão mal? — Vocês são amigos? — perguntei, direcionando os meus pensamentos para outro rumo. — Sim — Ralf respondeu evasivo. A noite havia sido uma montanha russa de emoções, e quando finalmente cheguei em casa, senti o meu corpo dolorido de tensão, ou talvez fosse por conta do sexo selvagem com o Dragão. Deitei na cama e comecei a tentar organizar os últimos acontecimentos da semana, tudo parecia um quebra-cabeça imenso, com um ponto em comum: Ralf. Ralf estava na cafeteria no dia da confusão, Ralf estava com Christopher na AdVision e Ralf me pareceu bem próximo do Dragão. Seria coincidência? O meu irmão cChristopher — Como se sente? Abri os olhos com dificuldade, tentando localizar onde eu estava. — Como se tivesse tomado um porre. Que lugar é esse? — perguntei confuso. — Você está na minha casa, Charles está vindo pra cá. Temos um problema! — Ralf me estendeu uma tigela com sopa. Olhei pela janela, e me assustei com a escuridão da noite atravessando a cortina. — Que horas são? — Oito horas da noite, você dormiu o dia todo. Te dei uma mistura de ervas, para que eliminasse qualquer substância tóxica do seu corpo. Acredito que funcionou, você vomitou bastante e a febre passou... — Emily? — perguntei, tentando relembrar o que aconteceu na noite anterior. — Enviei o cartão juntamente com o pacote conforme solicitado. Agora que já se atualizou, precisamos falar de um assunto um pouco mais delicado. — Quem tentou me envenenar? Eu sinto te desapontar, mas não lembro quem me deu a bebida... as lembranças de ontem estão um pouco confusas. — Eu posso te ajudar lhe infor
Apesar de toda a confusão no clube, eu consegui escapar, saí pela mesma janela que havia entrado. Caminhei com cautela pelas ruas próximas do clube, até onde deixei Ralf me esperando. — Ralf, precisamos sair daqui — devo ter demorado demais, porque o encontrei dormindo. Mexi nele com cuidado, tentando acordá-lo. Algo estava errado. Meu coração estremeceu por dentro, chequei o pulso, o coração estava batendo lentamente. — Ralf, acorda porra! — Sr. Donovan, ele não irá acordar agora — um homem se aproximava do carro. Eu ainda estava com a máscara, mas pelo jeito a minha identidade foi descoberta. Peguei a arma debaixo do banco, e desci do jipe. — O que você fez com ele? — apontei a arma na direção dele, analisando as suas feições inabaláveis. Porra, eu estou muito ferrado! — Eu sou o agente Jack Brooks! É melhor você abaixar essa arma! — ele me mostrou o distintivo e mesmo relutante, eu guardei a minha arma. — O que você fez com o meu motorista? — retirei a máscara, ter
Emily A semana passou lentamente, o que é o oposto da sexta-feira, com o retorno de Christopher e a gravação para a campanha de Anastacia Romanova. Anastacia estava empolgada, Christopher mais carrancudo do que nunca, e também absurdamente gostoso. Não era errado olhar para o quanto a calça jeans preta marcava as suas coxas, não depois de já ter me agarrado aquele corpo forte, enquanto era invadida pelo seu membro. Christopher costuma trabalhar de terno e gravata, mas hoje ele estava no melhor estilo bad boy, camisa social preta, calça jeans e bota de couro. O cabelo que costumava usar penteado para trás com muito gel, hoje estava levemente bagunçado. Como eu não percebi antes, as semelhanças? De tempos e tempos, Christopher mexia na gola da camisa, instintivamente procurando a gravata, e maldição, como eu gostaria de sentir aquelas mãos grandes pelo meu corpo, ali, sem máscaras entre nós. Ele me olhava de relance, enquanto eu traduzia os mil e um pedidos de Anastacia, com
Christopher Emily saiu do meu escritório arrasada, tive que conter o impulso de ir atrás dela. Eu a magoei e fiz isso propositalmente. Achei que ela fosse ficar longe depois do telefonema, mas ela é esperta, descobriu que eu era o Dragão. Eu só precisaria mantê-la longe por um tempo, o trabalho com Anastacia Romanova acabaria, e eu não precisaria mais da Emily na empresa. Como ficar longe, se cada vez que os seus olhos encontraram os meus, eu sentia como se o meu coração fosse parar? Como ficar longe, se eu desejava mais do que qualquer coisa, entrelaçar os meus dedos naquele cabelo dourado e puxá-la para a minha boca? Eu precisava ao menos me desculpar, mas que boca aquela atrevida tem. O Dragão talvez fosse mais gentil com a moça, mas Christopher não, eu queria controle! Eu queria Emily sob o meu domínio, encharcada e rendida. Me tornei exatamente o tipo de pessoa que eu mais odiava, o chefe que sai com a funcionária. A culpa me pegou tarde demais, e então eu precisava acabar co
Emily Me espreguicei na cama, tentando afugentar as lembranças terríveis da noite anterior. A minha cabeça doía pela noite mal dormida, chorei muito depois que saí do escritório do Christopher, me senti humilhada, sozinha e agora o que eu sinto é apenas raiva. Liguei o meu computador, eu precisava de um novo emprego! O meu contrato com a AdVision Productions se encerraria com o final do projeto da Anastacia Romanova, o que aconteceria no próximo final de semana. Depois da festa de lançamento, eu não veria o bastardo do Christopher nunca mais! Fiz o meu cadastro em um site para professores, apesar de ainda não ter me formado, eu poderia dar aula de reforço ou de idiomas. Se conseguisse uma quantidade razoável de alunos, conseguiria ao menos me manter e pagar as despesas da casa. O que me preocupava de verdade era o tratamento do Daniel, vou ter que enfrentar a Dra. Renata mais uma vez, e todo o dinheiro que recebi no clube não é sequer um décimo do valor total da dívida. Esto
Christopher Eu planejei me afastar de Emily completamente. Após finalizar essa campanha da Anastacia Romanova, vou encerrar o contrato com a marca. Não gosto dos clientes se metendo no meu trabalho, gosto de exercer total controle sobre todos os projetos que eu assino. Gosto de estar no controle! E Emily não está fora dos limites pra mim. Tinha planejado quitar todas as dívidas, e deixá-la em paz, como Ralf sugeriu, mas não é suficiente. Emily foi feita sob medida, para o meu prazer. Emily possui uma intensidade que me cativou desde o dia que eu a vi pela primeira vez com o seu sorriso grande, quando eu ganhei a luta, no seu primeiro dia de trabalho no clube. A convidei pra me fazer companhia, ela falava sobre si mesma com brilho nos olhos. Apesar de todas as adversidades que enfrentava, aquele sorriso grande estava lá, ela transmitia uma pureza indecente, se é possível descrever dessa forma. Um raio de sol, na noite sem fim da minha vida. Eu queria lutar contra o desejo que m
Emily Ao chegarmos ao evento, fiquei completamente impressionada. A quantidade de pessoas, o luxo e a presença massiva da imprensa eram avassaladores. Nunca havia visto algo assim tão de perto. O brilho das luzes, os flashes das câmeras e os murmúrios das conversas da alta sociedade me deixavam um pouco nervosa. Ao perceber a minha insegurança, Christopher passou um braço protetor em volta da minha cintura. O simples toque da sua mão, parecia atravessar pelo tecido fino do meu vestido, aquecendo o meu corpo e enviando ondas eletrizantes que se concentravam direto na minha intimidade. Christopher me encarou com os seus olhos azuis que lêem a alma, o semblante endurecido: — Por que diabos você está sem calcinha, Emily? — Você me fez uma promessa mais cedo e o dia já está acabando... — o provoquei. — Vai pagar caro pelo seu atrevimento! Pode apostar, Srta. Carter! — Estou ansiosa, chefe! Christopher disparou alguns xingamentos, mas se conteve quando uma jornalista s
Christopher — Me devolve o pen drive e acabamos com isso! — o homem tinha o sotaque carregado, que eu não consegui identificar. — Nunca! — sorri, debochando da audácia do homem, apesar dele ter uma arma apontada pra mim, eu não seria parado por isso. Rapidamente, o desarmei. O homem era bom no corpo a corpo, mas eu era melhor, óbvio. — Christopher, chega! Vai matá-lo! — Emily, entre no carro! AGORA, PORRA! Deixei o homem caído no chão, e entrei no carro, no banco do motorista. Avisei a equipe de segurança que estava saindo do estacionamento. — Christopher... — Não é o momento, Emily! Seguimos o restante do caminho em silêncio. Entrei na garagem de casa, e Emily continuava amuada. — Qual a porra do problema, mulher? — Quero ir pra minha casa... — Combinamos que você ficaria aqui essa noite! — respondi, impaciente. — Não, nós não combinamos. Você decidiu isso sozinho! — Farei qualquer coisa pra te proteger. — Dei a volta no carro e a ajudei a descer. — Se eu