Andressa chegou ao edifício onde Fabrício morava. Saiu do carro de Erick sem quase dar chances dele falar algo, mas o médico ainda pôde chamá-la enquanto ela já fechava a porta.
— Andressa, irei com você. Espera!
Ela não achou uma boa ideia, com certeza Fabrício não falaria muita coisa caso Erick estivesse entre eles, por isso ela teria que evitar sua presença e preferiu usar a sinceridade ao invés de mentiras.
— Erick, eu tenho algo muito importante para falar com o Fabrício e não acho que ele se sentirá à vontade o suficiente para contar tudo caso você esteja entre nós. Na verdade eu acho que será muito difícil ele contar até mesmo para mim... Por isso acho melhor você ficar aqui e esperar que eu volte. — Andressa viu o amigo pensar um pouco. Ele respondeu:
— Tudo bem, vá! Mas volte logo, por favor. Mas você já consegue enxergar direito?
Era uma pergunta pertinente. Na noite o embaçar em suas vistas era mais intenso, mas os olhos de Andressa não
As escadas pareciam intermináveis, e Andressa precisava continuar a subir. Olhou para a pintura marcada na parede, estava no quarto andar, ainda... Toda a iluminação ao longo daqueles andares eram precárias. Quando a iluminação não era super fraca, as lâmpadas insistiam em piscar e era o que acontecia ali. A moça se amparava nas paredes para tentar subir com segurança, por isso demorava.Enquanto isso, Fabrício ainda estava em seu apartamento, completamente assustado, desesperado. Um único vulto parecia sempre cercá-lo. Ele desejava chegar até a porta de saída, mas ainda estava na cozinha, um lugar coberto pela escuridão. E os arrepios no assustado rapaz apenas se intensificavam.Fabrício recostou-se contra um armário, tremia de med
Andressa acordou no mesmo hospital onde havia ficado anteriormente, porém, segundos após despertar, não tinha uma exata noção de onde estava, foi difícil situar-se com sua visão. A cabeça latejava profundamente, mal ela conseguia abrir seus olhos sem sentir tudo girar. Enquanto os mantinha fechados, ameaçava se lembrar de algo, mas nada ainda estava claro para ela.Vagarosamente começou a abrir seus olhos, ainda sentindo aversão à luminosidade excessiva daquele quarto. Ela teria que se acostumar novamente à claridade, ainda mais à uma absurda de um quarto completamente branco que recebia luz direta do sol. Mais uma vez a morena mexeu sua cabeça, agora tendo certeza de que existia um machucado em sua nuca. Passou a mão onde estava dolorido e percebeu que ali havia um curativo. Aquele ferimen
O detetive Marcus Fernandes estava no hospital, focado em desvendar o mistério. O homem conseguiu ver Andressa, por isso não teve como evitá-lo, ela queria... A morena se sentou em um dos bancos do corredor e aguardou a aproximação do investigador. O homem seguiu em sua direção e parou na sua frente. Os dois se encararam, o investigador sempre com seu olhar inconfundível e profundo.Andressa não se intimidou com ele.— Você deve imaginar o porquê de eu estar aqui.Ela nada respondeu e ele se sentou ao seu lado.— Dois acidentes em menos de dois dias… Imagina a loucura que está na delegacia. Estão falando até sobre a "maldi&cced
Jean observava Andressa dormindo, apesar de tudo o que acontecia, naquele momento ela estava tão serena, parecendo tão tranquila. Ele gostava de olhar para ela e vê-la daquela maneira, alheia a todas preocupações, devia ter sido assim sempre. Um sorriso se formou nos lábios dele, permitiu-se alegrar, apesar de tudo.Logo recobrou a noção de seus problemas, imensos problemas. Ficou pensativo por alguns instantes. Levantou-se, beijou Andressa carinhosamente e saiu daquele quarto, não deixando de lançar para ela mais um olhar apaixonado. Fechando a porta sua expressão se converteu em tristeza, eram tantos segredos guardados... Deixou o hospital. Procuraria Erick para avisar, mas estava com pressa. Seguiu até o estacionamento, pegou seu carro e partiu.
Erick examinava Andressa enquanto a moça ainda dormia, os remédios ainda faziam efeito. O médico mostrava extremo cuidado, não queria que ela acordasse. O último procedimento foi medir sua pressão. Felizmente tudo estava normal. Após examiná-la, ele ainda ficou olhando para ela. Sentiu seu peito pesar por uma súbita aflição. Se ela soubesse... Erick deu um beijo na testa da adormecida e deixou o quarto.Andressa continuou a dormir profundamente, até uma de suas memórias esquecidas invadirem seus sonhos. A jovem passou a se recordar do dia da intensa e última briga que seu marido tivera com Tiffany. A morena também estava na casa, assim como o doutor. A senhora Lee havia instruído os dois a ficarem de olho na ladra. Os amigos conversavam na sala, indecisos sobre o que fazer, a discussão do lado de fora piorava. Eles decidiram que seria me
Três dias se passaram e a única notícia positiva que tinham era que Caique seguia em uma recuperação estável e em poucos dias sairia da UTI, daí poderia receber visitas. Andressa estava em dúvida se deveria visitá-lo e perguntar sobre como se livrar para sempre da perseguição de Tiffany. Desde a morte de Fabrício tudo se manteve mais tranquilo, mas ela sentia que não seria assim por muito tempo. Ela também falou com a enfermeira Dayse, que prometeu fazer uma corrente de oração para que fosse protegida, mas a morena não achou que seria o suficiente.Andressa gastou seus últimos três dias buscando maneiras de como se ver livre do espírito. Com um amuleto conseguiu mantê-la afastada, pelo menos foi o que acreditou. Em breve o corpo da morta seria incinerado e de acordo com suas pesquisas, isso já era o suficiente para mandar uma alma penada rebelde direto para o inferno. Tudo o que tinha agora era que esperar.Andressa, apesar de se sentir paranóica, já estava c
Cruzou a entrada. Apavorado, Jean abriu a porta de seu carro, sairia dali para nunca mais voltar. Entrou no automóvel e com suas mãos trêmulas tentou dar partida. Foi surpreendido. Às suas costas uma tremenda força que passou a sufocá-lo pelo pescoço. Desesperado, o rapaz abriu a porta de seu carro novamente, precisava sair, mas não seria tão fácil livrar-se daquela força sobre-humana.A luta foi breve, porém intensa, sem dar chances para o rapaz acreditar que se libertaria. Debatia-se dentro do carro, a buzina ecoou de maneira insistente para o vazio, até que, de repente, toda a força o libertou. Jean ainda confuso ficou a olhar para os cantos, se perguntando o por quê, mas desistiu de querer entender o motivo e deu partida com o carro. Era a chance que precisava. MESES ATRÁS— Não importa! Ela sempre estará aqui para me atormentar, ameaçar minha família, ameaçar a todos que eu amo. — Dentro do carro, Jean desabafou aos seus amigos e foi além. — Tiffany é capaz de tudo. Ela não é apenas ladra, é também uma assassina. Foi ela quem matou a madrasta. A mulher se fosse ao tribunal ferraria por completo com a vida do pai dela, tinha importantes provas guardadas. Era desse testemunho que promotoria estava precisando para deixar aquele maldito atrás das grades por longos anos. — Jean explicou a todos que estavam dentro de seu carro, indecisos sobre o que fazer a partir dali. A solução para o problema nãConfrontando o Passado