Três dias se passaram e a única notícia positiva que tinham era que Caique seguia em uma recuperação estável e em poucos dias sairia da UTI, daí poderia receber visitas. Andressa estava em dúvida se deveria visitá-lo e perguntar sobre como se livrar para sempre da perseguição de Tiffany. Desde a morte de Fabrício tudo se manteve mais tranquilo, mas ela sentia que não seria assim por muito tempo. Ela também falou com a enfermeira Dayse, que prometeu fazer uma corrente de oração para que fosse protegida, mas a morena não achou que seria o suficiente.
Andressa gastou seus últimos três dias buscando maneiras de como se ver livre do espírito. Com um amuleto conseguiu mantê-la afastada, pelo menos foi o que acreditou. Em breve o corpo da morta seria incinerado e de acordo com suas pesquisas, isso já era o suficiente para mandar uma alma penada rebelde direto para o inferno. Tudo o que tinha agora era que esperar.
Andressa, apesar de se sentir paranóica, já estava c
Cruzou a entrada. Apavorado, Jean abriu a porta de seu carro, sairia dali para nunca mais voltar. Entrou no automóvel e com suas mãos trêmulas tentou dar partida. Foi surpreendido. Às suas costas uma tremenda força que passou a sufocá-lo pelo pescoço. Desesperado, o rapaz abriu a porta de seu carro novamente, precisava sair, mas não seria tão fácil livrar-se daquela força sobre-humana.A luta foi breve, porém intensa, sem dar chances para o rapaz acreditar que se libertaria. Debatia-se dentro do carro, a buzina ecoou de maneira insistente para o vazio, até que, de repente, toda a força o libertou. Jean ainda confuso ficou a olhar para os cantos, se perguntando o por quê, mas desistiu de querer entender o motivo e deu partida com o carro. Era a chance que precisava. MESES ATRÁS— Não importa! Ela sempre estará aqui para me atormentar, ameaçar minha família, ameaçar a todos que eu amo. — Dentro do carro, Jean desabafou aos seus amigos e foi além. — Tiffany é capaz de tudo. Ela não é apenas ladra, é também uma assassina. Foi ela quem matou a madrasta. A mulher se fosse ao tribunal ferraria por completo com a vida do pai dela, tinha importantes provas guardadas. Era desse testemunho que promotoria estava precisando para deixar aquele maldito atrás das grades por longos anos. — Jean explicou a todos que estavam dentro de seu carro, indecisos sobre o que fazer a partir dali. A solução para o problema nãConfrontando o Passado
Permanecia parada, na expectativa, sentindo-se preparada para encarar qualquer desafio que pudesse surgir diante de si. Tinha seu coração apertado, a cada segundo se sentia mais aflita com aquele suspense. Mas naquele momento não se dava mais chances de temer. Andressa assumiu uma postura forte, decidida e cheia de coragem, com isso seus olhos estavam fixos, olhando na direção do ruído que se ouvia naquela floresta, se fosse algo que a pusesse em perigo, iria enfrentar, estava certa de que o faria.Ela pôde identificar. Pareciam passos de uma única pessoa. Aguardou mais alguns segundos e viu Erick surgir por entre as árvores. Ele chegava apressado e muito apreensivo. Inevitavelmente a morena se sentiu aliviada, com a ajuda dele conseguiria levar Jean para longe daquela floresta. Por aquele breve momento Andressa conseguiu se esquecer de Ti
Estava exausto, mas por fim conseguia deixar aquela floresta em companhia de seu amigo.— Conseguimos! Agora só precisamos chegar até o carro. Como está se sentindo, Andressa? — Erick ainda não tinha percebido a ausência da amiga. Passaram-se alguns segundos... Não obtendo respostas, ele olhou para trás. Desesperou-se.— Andressa! — Olhou para aquela floresta na esperança de avistá-la, ninguém viu. Esperou para ver se a morena surgia, isso não ocorreu.— Droga! — Sentiu um péssimo pressentimento.A criatura se aproximava cada vez mais de Andressa, que não recuava e tampouco desviava seu olhar. Algo arranhou seu rosto no lado esquerdo, ela passou a mão sobre o ferimento recém aberto e percebeu que sangrava. A criatura se aproximou mais três passos e parou diante a ela.— Está poderosa, não é? O que pretende fazer agora? Me matar? — Ainda encarava a criatura. Era a hora de começar a segunda parte do plano. Foi surpreendida, Tiffany desapareceu
Um pouco mais de uma semana havia se passado. A preocupação dos amigos já quase não existia, todos se sentiam livres do espírito vingativo. Boas notícias também surgiam, como a recuperação rápida de Jean, que só mantinha o pulso esquerdo imobilizado e naquele dia receberia alta; a saída de Caíque da UTI para um quarto normal havia acontecido, o psicólogo, além de tudo, mostrava uma boa aceitação de sua nova realidade, estava vivo. Andressa se mostrava como a mais tranquila. Com o corpo de Tiffany cremado, ela mais do que ninguém acreditava que a perseguição havia chegado ao fim, a parte principal de seu plano havia se completado. Ela, enxergando e livre de um fantasma, poderia agora retomar sua vida comum, seu sogro estava trabalhando para livrar a todos de serem envolvidos na investigação. O assassinato de Tiffany seguiria como um
Mal o sol havia surgido no horizonte e Andressa já estava de pé, pronta para ir para o julgamento. Arrumada, ela olhava para o marido que ainda dormia. Deveria acordá-lo para que ele se preparasse para ir à firma, mas também gostava de admirar sua serenidade. Agora ela tinha certeza de que após o julgamento e a condenação eles seriam felizes, sem mais fantasmas para atormentá-los.Olhou para seu relógio, faltava pouco para às nove da manhã e precisaria acordá-lo para ele cumprir com seu compromisso. Aproximou-se da cama e carinhosamente deu-lhe um beijo:— Acorde, belo adormecido. Você não pode se atrasar. — Sussurrou em seu ouvido.Com lentidão ele abriu seus olhos, sorriu ao ver o rosto de Andressa. Ainda estava meio sonolento quando se sentou na cama e recebeu um rápido selinho da mulher, que avisou.&mdash
Jean suspirou aliviado ao perceber que estava prestes a se livrar do engarrafamento, já era permitido acelerar um pouco mais. Como ele odiava aquele horário! Estava ansioso para encontrar com Andressa. Há muito tempo que eles não visitavam um restaurante.Pôde pisar um pouco mais no acelerador, agora estava certo de que em dez minutos estaria chegando em casa. Livrou-se daquele nó no trânsito. Enquanto dirigia imaginou o quanto sua vida havia mudado nos últimos meses. Não pôde negar, sentiu-se estranho! A vida é tão imprevisível, tudo o que podemos controlar são nossas decisões e às vezes nem isso. Em um passado não muito distante ele ainda não dava o devido valor à Andressa, mesmo estando com ela há anos.Deveria ter aproveitado melhor esses anos, mas tamb&eac
Jean permanecia derrubado no chão quando foi surpreendido por uma idosa que parou ao seu lado de repente. Ela carregava uma bengala, guiava-se por ela e foi com o objeto que bateu nas pernas do rapaz, atraindo assim sua atenção. Ele a olhou. A senhora voltou seus olhos para baixo, era cega. Tinha suas íris num branco leitoso e começou a falar.— Não acabou, ela quer você, só você... Você pre... — Nem teve a chance de terminar suas palavras, um dos policiais a tirou de lá.— A senhora não pode passar por aqui, local de um acidente... — O policial a guiava para o lado oposto ao rapaz.— Mas, mas... Não... O que... — A idosa se mostrava desnorteada e Jean se mostrou curioso sobre ela, a olhava estranhamente.— Jean, você está aí?? — O rapaz ouviu aquela voz longe vindo de seu celular e voltou a falar no aparelho.— Estou.— O que aconteceu com a Andressa? — O médico precisava ter certeza do que estava acontecendo.<