Os três rapazes permaneciam atônitos e paralisados. Temiam o pior, Erick não se movia. Jean e Fabrício desviaram seus olhares em direção àquela floresta. O lugar emitia uma morbidez envolta por mistérios. Esse detalhe fazia com que todos ali, não somente os dois rapazes, se arrepiassem ao encará-la. Andressa era a única a se manter à margem do clima envolto pelo terror, pois até Caique passava a sentir o incômodo que o lugar emanava.
A morena, alheia as sensações de pavor, esperava que lhe contassem algo concreto sobre seu amigo desacordado, ela se sentia aflita apenas por isso.
― O que aconteceu? Vamos! Vocês vão continuar parados? Temos que ir até ele, temos que ver como ele está. ― Ela se pronunciava cada vez mais aflita.
Fabrício mais uma vez estava em choque, com os olhos fixos em algo que enxergava a poucos metros de distância. Percebendo os olhos esbugalhados do amigo, Jean olhou na mesma direção. O sussurro baixo saiu automaticamente:- Caique…Então todo
A polícia dominava o local em companhia dos bombeiros e paramédicos. Retirar o tronco da árvore de cima do desacordado precisou de uma ação meticulosa, Erick ajudou a todos com instruções, os paramédicos agradeceram por terem alguém como o doutor para auxiliá-los. O trabalho precisou ser feito em equipe, pois não foi apenas cortar aquela árvore, precisavam preservar Caique. Ainda que no fim todos tivessem certeza de que não haveria salvação para suas pernas, certa esperança foi mantida. Ele foi levado às pressas para o hospital mais próximo, estava estável.Agora o foco era o cadáver. Os peritos lamentaram por toda aquela bagunça. Muitas provas haviam se perdido e o estado do corpo exigiria trabalho redobrado do legista. Todos analisavam cada milímetro daquele extenso lugar e, apesar de estarem acostumados a encontrare
Andressa e Erick seguiam calados em direção ao apartamento de Fabrício. O doutor dividia sua atenção entre a estrada e suas lembranças. Mesmo que quisesse, não conseguiria esquecer o que havia acontecido. Naquele momento, enquanto dirigia seu carro e tudo parecia mais tranquilo, ele finalmente podia pensar com mais clareza e tormenta.Se deu conta de que Andressa falava a verdade. Sentiu seu estômago comprimir e sua boca secar ao lembrar que Caique estava com sua vida arruinada. Mais uma vida havia sido devastada por Tiffany e os segredos que envolviam o quarteto. A sensação seguinte foi terrível. Suas mãos começaram a tremer, era o nervosismo incontrolável.Erick olhou para Andressa, ela também estava pensativa no banco de carona. O médico
Andressa chegou ao edifício onde Fabrício morava. Saiu do carro de Erick sem quase dar chances dele falar algo, mas o médico ainda pôde chamá-la enquanto ela já fechava a porta.— Andressa, irei com você. Espera!Ela não achou uma boa ideia, com certeza Fabrício não falaria muita coisa caso Erick estivesse entre eles, por isso ela teria que evitar sua presença e preferiu usar a sinceridade ao invés de mentiras.— Erick, eu tenho algo muito importante para falar com o Fabrício e não acho que ele se sentirá à vontade o suficiente para contar tudo caso você esteja entre nós. Na verdade eu acho que será muito difícil ele contar até mesmo para mim... Por isso acho melhor você ficar aqui e esperar que eu volte. — Andressa viu o amigo pensar um pouco. Ele respondeu:— Tudo bem, vá! Mas volte logo, por favor. Mas você já consegue enxergar direito?Era uma pergunta pertinente. Na noite o embaçar em suas vistas era mais intenso, mas os olhos de Andressa não
As escadas pareciam intermináveis, e Andressa precisava continuar a subir. Olhou para a pintura marcada na parede, estava no quarto andar, ainda... Toda a iluminação ao longo daqueles andares eram precárias. Quando a iluminação não era super fraca, as lâmpadas insistiam em piscar e era o que acontecia ali. A moça se amparava nas paredes para tentar subir com segurança, por isso demorava.Enquanto isso, Fabrício ainda estava em seu apartamento, completamente assustado, desesperado. Um único vulto parecia sempre cercá-lo. Ele desejava chegar até a porta de saída, mas ainda estava na cozinha, um lugar coberto pela escuridão. E os arrepios no assustado rapaz apenas se intensificavam.Fabrício recostou-se contra um armário, tremia de med
Andressa acordou no mesmo hospital onde havia ficado anteriormente, porém, segundos após despertar, não tinha uma exata noção de onde estava, foi difícil situar-se com sua visão. A cabeça latejava profundamente, mal ela conseguia abrir seus olhos sem sentir tudo girar. Enquanto os mantinha fechados, ameaçava se lembrar de algo, mas nada ainda estava claro para ela.Vagarosamente começou a abrir seus olhos, ainda sentindo aversão à luminosidade excessiva daquele quarto. Ela teria que se acostumar novamente à claridade, ainda mais à uma absurda de um quarto completamente branco que recebia luz direta do sol. Mais uma vez a morena mexeu sua cabeça, agora tendo certeza de que existia um machucado em sua nuca. Passou a mão onde estava dolorido e percebeu que ali havia um curativo. Aquele ferimen
O detetive Marcus Fernandes estava no hospital, focado em desvendar o mistério. O homem conseguiu ver Andressa, por isso não teve como evitá-lo, ela queria... A morena se sentou em um dos bancos do corredor e aguardou a aproximação do investigador. O homem seguiu em sua direção e parou na sua frente. Os dois se encararam, o investigador sempre com seu olhar inconfundível e profundo.Andressa não se intimidou com ele.— Você deve imaginar o porquê de eu estar aqui.Ela nada respondeu e ele se sentou ao seu lado.— Dois acidentes em menos de dois dias… Imagina a loucura que está na delegacia. Estão falando até sobre a "maldi&cced
Jean observava Andressa dormindo, apesar de tudo o que acontecia, naquele momento ela estava tão serena, parecendo tão tranquila. Ele gostava de olhar para ela e vê-la daquela maneira, alheia a todas preocupações, devia ter sido assim sempre. Um sorriso se formou nos lábios dele, permitiu-se alegrar, apesar de tudo.Logo recobrou a noção de seus problemas, imensos problemas. Ficou pensativo por alguns instantes. Levantou-se, beijou Andressa carinhosamente e saiu daquele quarto, não deixando de lançar para ela mais um olhar apaixonado. Fechando a porta sua expressão se converteu em tristeza, eram tantos segredos guardados... Deixou o hospital. Procuraria Erick para avisar, mas estava com pressa. Seguiu até o estacionamento, pegou seu carro e partiu.