― Que isso? Você tá doido? ― Samanta se irritou, gritando e se arrependendo em seguida. Teria que pagar pela garrafa e provavelmente seria demitida pelo que dissera.
Apesar das palavras da garota terem um tom elevado, o rapaz demonstrou não ouvir nada. Jean estava paralisado encarando a mulher, que naquele instante ergueu sua cabeça e olhou diretamente para ele. Seus olhos estavam vermelhos e pareciam derramar lágrimas negras. Intrigada, a atendente olhou na direção da porta, permanecia aberta, mas o rapaz se mostrava horrorizado por algo que certamente só ele conseguia enxergar. Ou talvez a ex dele fosse como a aparição de um demônio, foi isso o que a atendente pensou da mocinha que passou a observar toda confusão. Jean sentia seu coração disparar pelo desespero, ainda conseguia ver manchas roxas no pesco&ccedi
Mesmo após alguns minutos, o clima continuava tenso graças ao comportamento de Jean. Para Andressa tal clima era quase que palpável, preenchia o local e o afundava em um silêncio dissimulado. Todos ali se encontravam envolvidos em distintos sentimentos e segredos. Nem mesmo a morena estava livre de seus próprios mistérios.― Vamos Jean, me diga quem é Tiffany e por que você precisa me proteger dela. ― Ela pediu sendo amparada por Caique, seguindo em direção ao marido que permanecia sentado na cama. Lembranças rondavam a memória do rapaz.Meses Atrás, No Portal Principal De Acesso À Casa De Jean E Família― Se você não colaborar eu posso abrir a minha boca e toda sua vidinha perfeita será desfeita em um piscar d
Os três rapazes permaneciam atônitos e paralisados. Temiam o pior, Erick não se movia. Jean e Fabrício desviaram seus olhares em direção àquela floresta. O lugar emitia uma morbidez envolta por mistérios. Esse detalhe fazia com que todos ali, não somente os dois rapazes, se arrepiassem ao encará-la. Andressa era a única a se manter à margem do clima envolto pelo terror, pois até Caique passava a sentir o incômodo que o lugar emanava.A morena, alheia as sensações de pavor, esperava que lhe contassem algo concreto sobre seu amigo desacordado, ela se sentia aflita apenas por isso.― O que aconteceu? Vamos! Vocês vão continuar parados? Temos que ir até ele, temos que ver como ele está. ― Ela se pronunciava cada vez mais aflita.
Fabrício mais uma vez estava em choque, com os olhos fixos em algo que enxergava a poucos metros de distância. Percebendo os olhos esbugalhados do amigo, Jean olhou na mesma direção. O sussurro baixo saiu automaticamente:- Caique…Então todo
A polícia dominava o local em companhia dos bombeiros e paramédicos. Retirar o tronco da árvore de cima do desacordado precisou de uma ação meticulosa, Erick ajudou a todos com instruções, os paramédicos agradeceram por terem alguém como o doutor para auxiliá-los. O trabalho precisou ser feito em equipe, pois não foi apenas cortar aquela árvore, precisavam preservar Caique. Ainda que no fim todos tivessem certeza de que não haveria salvação para suas pernas, certa esperança foi mantida. Ele foi levado às pressas para o hospital mais próximo, estava estável.Agora o foco era o cadáver. Os peritos lamentaram por toda aquela bagunça. Muitas provas haviam se perdido e o estado do corpo exigiria trabalho redobrado do legista. Todos analisavam cada milímetro daquele extenso lugar e, apesar de estarem acostumados a encontrare
Andressa e Erick seguiam calados em direção ao apartamento de Fabrício. O doutor dividia sua atenção entre a estrada e suas lembranças. Mesmo que quisesse, não conseguiria esquecer o que havia acontecido. Naquele momento, enquanto dirigia seu carro e tudo parecia mais tranquilo, ele finalmente podia pensar com mais clareza e tormenta.Se deu conta de que Andressa falava a verdade. Sentiu seu estômago comprimir e sua boca secar ao lembrar que Caique estava com sua vida arruinada. Mais uma vida havia sido devastada por Tiffany e os segredos que envolviam o quarteto. A sensação seguinte foi terrível. Suas mãos começaram a tremer, era o nervosismo incontrolável.Erick olhou para Andressa, ela também estava pensativa no banco de carona. O médico
Andressa chegou ao edifício onde Fabrício morava. Saiu do carro de Erick sem quase dar chances dele falar algo, mas o médico ainda pôde chamá-la enquanto ela já fechava a porta.— Andressa, irei com você. Espera!Ela não achou uma boa ideia, com certeza Fabrício não falaria muita coisa caso Erick estivesse entre eles, por isso ela teria que evitar sua presença e preferiu usar a sinceridade ao invés de mentiras.— Erick, eu tenho algo muito importante para falar com o Fabrício e não acho que ele se sentirá à vontade o suficiente para contar tudo caso você esteja entre nós. Na verdade eu acho que será muito difícil ele contar até mesmo para mim... Por isso acho melhor você ficar aqui e esperar que eu volte. — Andressa viu o amigo pensar um pouco. Ele respondeu:— Tudo bem, vá! Mas volte logo, por favor. Mas você já consegue enxergar direito?Era uma pergunta pertinente. Na noite o embaçar em suas vistas era mais intenso, mas os olhos de Andressa não
As escadas pareciam intermináveis, e Andressa precisava continuar a subir. Olhou para a pintura marcada na parede, estava no quarto andar, ainda... Toda a iluminação ao longo daqueles andares eram precárias. Quando a iluminação não era super fraca, as lâmpadas insistiam em piscar e era o que acontecia ali. A moça se amparava nas paredes para tentar subir com segurança, por isso demorava.Enquanto isso, Fabrício ainda estava em seu apartamento, completamente assustado, desesperado. Um único vulto parecia sempre cercá-lo. Ele desejava chegar até a porta de saída, mas ainda estava na cozinha, um lugar coberto pela escuridão. E os arrepios no assustado rapaz apenas se intensificavam.Fabrício recostou-se contra um armário, tremia de med
Andressa acordou no mesmo hospital onde havia ficado anteriormente, porém, segundos após despertar, não tinha uma exata noção de onde estava, foi difícil situar-se com sua visão. A cabeça latejava profundamente, mal ela conseguia abrir seus olhos sem sentir tudo girar. Enquanto os mantinha fechados, ameaçava se lembrar de algo, mas nada ainda estava claro para ela.Vagarosamente começou a abrir seus olhos, ainda sentindo aversão à luminosidade excessiva daquele quarto. Ela teria que se acostumar novamente à claridade, ainda mais à uma absurda de um quarto completamente branco que recebia luz direta do sol. Mais uma vez a morena mexeu sua cabeça, agora tendo certeza de que existia um machucado em sua nuca. Passou a mão onde estava dolorido e percebeu que ali havia um curativo. Aquele ferimen