Ele me abraçou e encostou meu rosto em seu peito. Fechei os olhos e respirei de forma profunda.— Aqui estão as batidas! — O garçom disse, e entregou para nós.Nós brindamos, e eu comecei a beber a minha batida. Henry passou um dos braços ao meu redor e nós observávamos o mar.— Sua avó parece estar se divertindo bastante. — Ele disse, sorrindo.— É. Olha só, ela e as duas amigas dela parecem duas crianças. — Falei, sorrindo de volta.— Estou feliz que ganharam essa viagem. — Ele disse.— Ao menos um pouco de paz na nossa vida, não é? Minha avó merece depois do que passou. — Ele concordou comigo. — Você vai passar o fim de semana aqui? — Questionei.— Vou. Estou hospedado na suíte presidencial do mesmo hotel que você, coincidentemente. — Ele olhou para cima, e falou a palavra “coincidentemente” de forma bastante irônica, o que me fez rir.Era óbvio que os seguranças que ele botou atrás de mim contaram pra ele onde eu estava hospedada. Dei um tapa no peitoral dele e ele gemeu.— Ai. —
HENRY NARRANDOEstou incomodado e com o coração acelerado. Elle não faz ideia de que sou líder do Templo Negro, tenho certeza que se algum dia ela descobrir, irá me deixar. Depois de tudo que ela falou... Penso que talvez fosse melhor que nunca tivéssemos nos conhecido. Só que agora, que a conheço, não consigo controlar meus sentimentos. Pela primeira vez na vida eu realmente sinto meu coração bater por alguém. Como eu poderia deixa-la? Como poderia colocar em risco sua vida e integridade, a deixando à própria sorte? Eu não consigo. Eu a amo, e seria capaz de coisas que nunca imaginei por ela. Ela me faz repensar minha posição e querer... Deixar o Templo Negro. Penso em ter filhos com ela e uma família. Nunca, na minha vida, pensei que teria esse tipo de vontade, mas ela despertou um lado meu que nenhuma outra conseguiu.O que me resta é aproveitar o tempo que tenho com ela. Elle nunca me perdoará se souber que faço parte da organização que matou seus pais, mesmo que eu não tenha culp
ELLE NARRANDOChamei Henry em um canto, pois queria conversar com ele a sós.— Então, tudo acabou, Henry? — Eu perguntei a ele, enquanto o olhava nos olhos.— Acabou sim, Elle. Eram terroristas... — Eu olhei para baixo, refletindo um pouco.Fiquei pensando sobre a viagem. Como foi estranho ganhar essa viagem! Será que Henry tem algo a ver? Será que a máfia tinha algo a ver com essa viagem? Será que ele arquitetou tudo apenas para ser o meu herói?— Henry, você quem me trouxe pra cá? — Questionei. Respirei de forma profunda, e mantive meus olhos nos dele. Eu queria que ele me contasse a verdade.— Está falando do sorteio, não está? — Eu concordei com a cabeça. — Olha, quando eu vi que sua avó queria viajar... Eu pensei que organizando essa viagem, isso te faria feliz... Vocês passaram por tantas coisas ultimamente, se eu soubesse que essa viagem resultaria em mais um transtorno pra você, eu jamais teria colocado o dedo. Eu queria te fazer feliz... — Ele suspirou. — Como que eu ia saber
ELLE NARRANDOEstou secando meu cabelo em frente ao espelho. Henry me observa pelo reflexo, e eu desligo o secador. Ele vem e me abraça por trás, beijando meu ombro e toda minha pele do pescoço. Meu corpo treme ao sentir os toques dele, não tem como não sentir as reações em meu corpo. Ele desce as mãos por minha cintura e continua os beijos, de repente, me vira de frente para ele.Seus lábios tocam os meus. Enquanto suas mãos trabalham em meu corpo, as minhas alcançam seus ombros fortes. Ele me beija com adoração, a mesma adoração que dou a ele em retribuição. Seus braços fortes me pegam no colo, pela cintura, e ele me coloca sentada na bancada da pia do banheiro.— Eu sou louco por você... — Sussurrou contra meus lábios.Isso me fez sorrir e me agarrar ainda mais em seus ombros, pressioná-lo ainda mais contra meu corpo e, finalmente, beijá-lo mais uma vez.Henry me carregou até a cama, e eu dei graças a Deus por já estar nua e ele também. As roupas ficaram pra depois, havíamos acabad
ELLE NARRANDONa volta da viagem, Henry me deixou em minha casa junto com minha avó e foi para a dele. Ela estava feliz, por ter tido uma das melhores viagens de sua vida. Enquanto eu guardava as coisas no guarda-roupas, minha avó chegou no meu quarto com um sorriso malicioso.— Se resolveu mesmo com o bonitão, não é? — Ela disse. Eu suspirei e sorri.— Sim. Decidi parar de ser boba e, bom, aproveitar a chance de ter um homem como ele ao meu lado. — Afirmei e me sentei na cama.Minha avó sentou ao meu lado, e me olhou, orgulhosa.— Isso é bom. Perdi vários homens bons por frescura, e acabei velha e sozinha. Não acabe como eu, Elle, pelo amor de Deus. — Eu ri do jeito que ela falou.— Pode deixar, vó. Ah... Amanhã eu vou sair com o Henry e com o filho dele. Vamos contar ao garoto do nosso relacionamento.— Então, as coisas estão sérias mesmo, hm? — Ela deu um tapinha na minha coxa e eu sorri.— Sim. Eu tô ansiosa pra isso, se você quer saber.Dormi ansiosa. Combinamos de levar Benny no
HENRY NARRANDOQuando eu vi o meu celular aberto na mão de Elle, já sabia exatamente o que havia acontecido: Ela descobriu quem eu era. Depois de tantos dias maravilhosos juntos, fui um idiota por não sentar e contar a verdade para ela. Talvez, se eu tivesse simplesmente sido sincero, esse momento não estaria acontecendo.Elle arremessou o celular em mim, e eu o peguei, constatando as mensagens de um dos meus subordinados. Fechei meus olhos e respirei com raiva, deixei o celular no bolso e fui atrás de Elle pela casa. Eu a segurei pelo braço, impedindo de sair.— Elle, por favor, me dá uma chance de ao menos me explicar. — Eu falei.Elle estava em prantos. Era como se eu tivesse rasgado seu coração com uma faca cega.— Explicar o que? Quer me contar como foi prazeroso pra você matar meus pais? Quer me contar quantos tiros cada um levou? Porque eu não tive tempo de contar, caso não saiba. — Ela puxou o braço com tudo e começou a apontar o dedo na minha cara. — Você é um cretino! Sabia
ELLE NARRANDOFLASHBACKPassei as duas mãos em meus cabelos na frente do espelho do banheiro da escola, e sorri para mim mesma. Eu estou bonita, até o Tomas me elogiou hoje. Vou ficar a tarde toda na escola resolvendo algumas coisas da minha apresentação de amanhã. Quero que saia perfeita, porque quero conseguir entrar em uma boa faculdade. Não sei exatamente que tipo de curso quero fazer, mas pensei em fazer enfermagem, porque gosto muito de cuidar das pessoas.Peguei minha mochila e coloquei nas costas. O caminho para casa é sempre tranquilo e eu vou andando, sempre ouvindo música. Quando não está chovendo, o caminho é uma beleza.Ao chegar em casa, notei a porta aberta, o que é estranho. Mas o mais estranho veio a seguir: Assim que entrei em casa, vi uma mancha vermelha no tapete da sala. Pensei que algo pudesse ter caído ali, mas... Ao dar alguns passos a mais para dentro, vi minha mãe caída. Meus olhos se arregalaram ao ver a cena. Minhas mãos tremiam, e eu constatei o que havia
HENRY NARRANDO— Alô? Oi, Sophia, tudo bem? Eu estou com um problema em casa... Será que você poderia pegar o Benny na escola? — Questionei.— É claro.Sophia é a mãe do melhor amigo do Benny. Vez ou outra ele dorme lá, e vez ou outra, Tommy dorme aqui. Achei melhor mandar Benny uns dias para lá... Porque a situação está complicada.Estou há alguns dias sem ir trabalhar ou responder mensagens. Talvez esteja na hora de resolver minha vida.Eu estava sentado no chão, desolado. Meu filho definitivamente não deveria me ver assim. A casa está o caos, eu quebrei praticamente tudo aqui e na cozinha. Estou olhando para tudo enquanto fumo um charuto, coisa que não fazia há um bom tempo. Bebo um gole do uísque da garrafa mesmo, e continuo pensando no que acabou de acontecer.Dessa vez não tem mais jeito, eu perdi a Elle. Como vou reconquistá-la depois de tantas mentiras e omissões? Eu estaria tão puto quanto ela.Trago o charuto mais uma vez e depois tomo mais um gole do uísque.— Senhor Henry!