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O Velho Rhodolfo Hubner

Ao quarto dia alguém b**e a porta. Rebeca vai atender. Ao abrir a porta deu de cara com um velho alto, calvo, com poucos cabelos brancos, rugas e olhos azuis.

- Irmã Rebeca Wolfgang? – Perguntou ele fitando aquela mulher ruiva, cheinha e de cabelos cacheados. Rebeca estava com um moletom cinza batido e uma calça jeans velha.

- Sim! – Respondeu ela assustada.

- Eu sou Rhodolfo Hubner. – Disse ele alcançando a mão para ela. – Sou o presidente da igreja! – Exclamou.

- Entre irmão! – Exclamou ela convidando o velho para entrar.

- O seu marido, o pastor Wolfgang está? – Indaga o velho, vestindo uma camisa de manga curta e uma calça jeans azul escura.

- Sim, fique a vontade já vou chama-lo! – Respondeu ela saindo a sala. Em seguida ela volta com Hyldon, que já chega cumprimentando o velho.

- Irmão Hubner? – Hyldon aperta a mão do velho.

- Pastor Wolfgang! – Respondeu.

- Eu estava lhe esperando, pois queria saber algumas coisas sobre a igreja. – Disse Hyldon.

- Pois é eu estava esperando, o senhor se acomodar primeiro pastor! – Concorda aquele velho.

- Vamos nos sentar para conversar irmão. – Disse Hyldon indicando os sofás! – Querida traga duas xicaras de café! – Exclamou. – O senhor toma café, não é irmão? – Pergunta ele curioso.

- Sim. – Respondeu o velho sorridente.

Eles sentam no velho sofá bordo com flores azuis que Hyldon comprou em uma pequena loja a alguns anos atrás. 

- Eu devia ter ido ter com o senhor irmão Hubner, mas como vê estamos nos organizando ainda nessa casa; - Começa Hyldon fitando o velho que tinha dois dentes de ouro, no lugar dos caninos de cima.

- Sei como é que é isso pastor, já tive que me mudar algumas vezes! – Disse o velho sorrindo. – Sempre leva tempo para se por tudo em ordem! – Exclama.

- Sim, é muito cansativo! – Concorda  Hyldon.

- E o que o senhor está achando de nossa pequena cidade pastor? – Indaga o velho.

- Boa! – Respondeu rapidamente ele. – Nesse quatro dias, não tive muito tempo para sair de casa. – Completou. Isso era verdade, ele [Hyldon] não tinha conseguido nem fazer suas corridas matinais naqueles dias.

- O nosso excelentíssimo prefeito e irmão em cristo Adão Bierhals disse que esteve aqui lhe dando as boas vindas! – Argumenta o velho.

- Sim, ele esteve! – Admite Hyldon. – Bom homem! – Completou.

- É sim! – Concorda.

- Se todas as pessoas da cidade forem receptivas como ele, vou gostar de morar aqui. – Brinca Hyldon sorrindo.

- Pior, que são todas sim receptivas pastor! – Argumentou retribuindo o sorriso.

- Que bom! – Argumenta Hyldon.

Nesse momento Rebeca entra na sala com uma bandeja de alumínio, duas xicaras de louça com café e um açucareiro de alumínio também em mãos.

- Com licença! – Disse Rebeca com a bandeja em mãos.

- Toda! – Brinca o velho, pegando uma das xicaras de café na bandeja.

- Eu não botei açúcar irmão, por isso é melhor o senhor ver quantas colheres quer! – Exclama aquela mulher parada a sua frente.

- Não precisa de açúcar irmã. – Disse ele. – Na verdade eu sou diabético e nem posso tomar e comer nada que tenha açúcar; - Explicou.

- Bah, que coisa irmão! – Disse assustadamente ela.

- Pois é, é a idade fazer o que?! – Assevera aquele velho.

- Quantos anos o senhor tem irmão? – Pergunta Hyldon fitando o velho.

- Sessenta e seis! – Responde o mesmo dando um gole no café sem açúcar.

- Bah! – Exclama Hyldon, pegando uma xicara de café e pondo seis colheres de açúcar e depois mexendo.

- Antigamente diziam que quem tomava café sem açúcar era louco! – Brinca o velho.

- Pois é! – Concorda Hyldon. Eles caem na gargalhada. 

Rebeca sai da sala deixando eles novamente sozinhos.

- Quanto tempo o senhor é pastor, irmão Wolfgang? – indaga o velho Rhodolfo Hubner fitando a Hyldon em seus olhos verdes.

- Vou fazer vinte anos mês que vem! – Respondeu ele [Hyldon] sorridente. – Me formei em 1999, cinco anos depois de me casar com Rebeca! – Completou.

- Oh! – Disse o velho.

- No mesmo ano que veio a nossa filha Kimberley! – Explicou.

- Oh! – insistiu o velho.

- Esse ano é muito especial para mim! – Argumentou Hyldon tomando um gole do café.

- O senhor já foi pastor titular em alguma igreja irmão? – Pergunta o velho curiosamente.

- Ainda, não! – Respondeu ele [Hyldon] rapidamente. – Já cobri as férias de outros pastores, mas nunca fui um pastor titular, será minha primeira vez em vinte anos! – Disse.

- Sim! – Concorda o velho. – O Senhor foi sempre da nossa denominação pastor? –Perguntou.

- Não, antes de ser da batista alemã eu era de uma igreja pentecostal! – Respondeu novamente,

- Então o senhor nem sempre foi batista alemão? – Insistiu.

- Não eu me converti em uma igreja pentecostal, mas em 1993 mudei de igreja! – Respondeu novamente. – Porém fiz o seminário da igreja batista alemã! – Explica ele.

- Sim! – Concorda novamente o velho.

- Onde estou até hoje! – Argumenta.

- Que bom! – Disse o velho.

- Sim! – Concorda Hyldon tomando mais um gole do café.

E Esses Corvos?

- Bem, então será uma ótima oportunidade para o irmão pastor! – Exclama o velho sorrindo.

- Sim! – Concorda novamente Hyldon retribuindo o sorriso.

- E vais gostar da nossa cidade, lhe garanto pastor Wolfgang. – Argumenta aquele velho segurando a xicara nas mãos.

-Pois é! – Nesse momento Hyldon Wolfgang sente que está na hora de fazer uma pergunta aquele velho. – Mudando de assunto e esses corvos? – Indagou. – O que são esses corvos? – insistiu. Aquele velho morava na cidade, ele devia saber por que de tantos corvos naquele lugar.

- Galpões e a cidade dos corvos! – Brincou o velho Rhodolfo Hubner. – Eles sempre estiveram aqui. Desde quando a cidade foi construída. – Completou.

- Que coisa! – Exclamou Hyldon fitando o velho.

- Eles sempre estiveram aqui! – Disse. – Mas não fazem nada de mal! – Argumentou. 

Era muito estranho tanto daqueles animais voando pela cidade. Era realmente Galpões a cidade dos corvos? Hyldon não podia acreditar que tivesse tantas daquelas aves ali. Para onde se olhava tinha corvo. Era a pior sensação do mundo para ele [Hyldon], ser observado por aqueles animais, aquelas aves do inferno.

- Vocês nunca quiseram exterminar com a praga deles? – Indagou ele ao velho.

- Sim, mas eles não vão embora! – Respondeu o velho.

- Que coisa!

- Esses corvos são ligados a cidade de Galpões como seu braço é ligado ao seu tórax pastor! – Exclamou. – Não tem como se livrar deles! – Concluiu.

- Jesus! – Assevera Hyldon. Os corvos podiam ser visto como uma praga. O que aquela cidade tinha feito? Ele não sabia! Porém teria muito tempo naquela cidade para descobrir a verdade. A presença daquele velho podia lhe dar uma luz sobre tal assunto.

O velho Rhodolfo Hubner tomou mais um pouco de tempo de Hyldon, antes de se despedir e ir embora, enquanto os corvos voavam sobre a casa.


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