Patrícia balançou a cabeça, afastando pensamentos fantasiosos. Logo percebeu que, na realidade, não havia nada de estranho na situação. Sophie, de saúde frágil, despertava compaixão, Lorenzo a acompanhara crescer e, provavelmente, a via como uma verdadeira irmã. Isso parecia com a relação entre João e Patrícia que, mesmo não sendo irmãos de sangue, partilhavam um vínculo mais profundo que muitos irmãos biológicos, Patrícia se convencia de que não deveria pensar neles de forma depreciativa.Ao deixar a fazenda, um vento gelado soprou. Entrando no carro, Patrícia ligou o aquecedor. O calor dissipou rapidamente a névoa e o gelo no vidro. Ela esfregou as mãos, engatou a marcha e acelerou. Talvez influenciada pela triste história de Sophie, dirigiu pelas ruas daquela cidade que parecia a ela ao mesmo tempo estranha e familiar, mas desprovida de ânimo.Os filhos não estavam por perto, João já havia falecido e até sua única amiga estava ausente, a cidade não oferecia a ele um pingo de calo
Os longos braços de Teófilo envolveram ela firmemente, dissipando o frio de seu corpo. Patrícia obedientemente enterrou a cabeça em seu peito, enquanto seus braços circundavam sua robusta cintura:— Não se mexa, me deixe abraçá-lo.Ao longo dos anos, ela frequentemente se encontrara sozinha, acompanhada apenas pela solidão e pelo ciclo de amanhecer e crepúsculo. Era como um pássaro incansável em busca de um lugar para descansar, ainda que por um momento.— Certo. — Concordou Teófilo, abraçando ela silenciosamente sob a luz fraca das estrelas.Conhecendo ela há tantos anos, ele estava familiarizado com sua personalidade e sua voz rica ressoava suavemente ao lado de seu ouvido:— Paty, estou aqui.Ouvindo o forte batimento cardíaco dele, Patrícia permaneceu assim por muito tempo, seu corpo começando a suar devido ao calor, até que finalmente afastou Teófilo.— Melhorou? — Perguntou Teófilo.Recarregada como um dispositivo totalmente carregado, Patrícia respondeu:— Muito melhor, estou
Patrícia estava sendo terrivelmente importunada por um homem, que murmurou:— Para com isso.Teófilo levantou a borda de seu pijama, enfiando a cabeça por baixo, e sua voz abafada ecoou sob a larga barra da roupa:— Cuide do seu que eu cuido do meu.Patrícia ficou sem palavras.Teófilo, que antes mantinha uma postura distante, hoje se mostrava insistentemente exigente.Seu corpo foi amolecendo aos poucos, ela sentiu que não conseguia se concentrar em nada.Sob o brilho azul da tela, o pescoço de Patrícia se erguia altivamente, enquanto Teófilo ajeitava um travesseiro macio em sua cintura.A roupa já estava arregaçada até o peito, expondo seu abdômen liso.— Paty... — Teófilo murmurava inconscientemente.A aventura terminou no meio da noite, e o filme já havia acabado muito antes. Exausta, Patrícia descansava no peito dele, sem vontade de se mexer.Teófilo beijou sua testa:— Vou te levar para o quarto.Observando as roupas espalhadas pelo chão, Patrícia corou.— Você é um lobo, é?Ela
No silêncio profundo da noite, apoiada no peito de Lorenzo, Sophie questionou:— Lorenzo, o que a Dra. Maitê realmente te disse hoje? Pode me contar, por favor?Lorenzo, acariciando suavemente seus ombros, respondeu:— Não é nada, mas por que você não me conta o quanto sofreu no passado?Se Patrícia não o tivesse lembrado, ele teria mandado alguém investigar hoje, e ele nunca saberia o que Sophie fez para tentar engravidar.Ela sempre o tranquilizava com frases sobre cuidar da saúde, e ele nunca soube da dor por trás dessas palavras.Com um sorriso nos olhos, Sophie disse:— Já passou, veja como estou bem agora. Além disso, eu só queria ter um filho com você, Lorenzo.Ela esfregou o peito dele como um gatinho:— Ter um filho seu é tudo que eu poderia querer nesta vida. Lorenzo, por favor, não fique bravo comigo.— Lá vem você. — Lorenzo suspirou, impotente.Sophie colocou a mão dele em sua barriga:— É incrível pensar que aqui dentro há uma pequena vida que pertence a nós dois. Você es
No dia em que Patrícia Bastos recebeu o diagnóstico de câncer de estômago, Teófilo Amaral estava acompanhando sua “deusa” na consulta de saúde do filho dela.Nos corredores do hospital, Roberto Catelli segurava o relatório da biópsia, com um olhar sério:- Patrícia, os resultados dos exames saíram.
Em uma noite escura, ela retornou sozinha e melancólica ao banheiro.O vapor da água quente dissipou o seu frio, enquanto ela massageava os olhos inchados e entrava em um quarto. Ao abrir a porta, diante dela se revelou um quarto de criança acolhedor.Ela tocou suavemente o móbile, e a música suave
Ele desejava a morte de seu pai? Por quê?Associando isso ao colapso da família Bastos dois anos atrás, tudo começou a fazer sentido.Seria apenas uma coincidência?E se o colapso da família Bastos tivesse sido causado por ele? Mas, afinal, o que a família Bastos fez para merecer isso dele?Patrícia
Mariana trajava um elegante sobretudo branco feito de lã de cordeiro, e as pérolas brancas da Austrália penduradas em suas orelhas realçavam sua doçura e elegância.O xale em seu pescoço, valendo milhares, chamou a atenção da atendente, que se aproximou rapidamente:- Sra. Amaral, o Sr. Teófilo não