Após uma jornada exaustiva de um dia e uma noite, Patrícia se recostou em uma árvore seca para descansar. Comparado ao seu país próspero, tudo após essa montanha era desolação. Ao longo dos anos, ela visitou muitos lugares, viu várias paisagens, testemunhou a felicidade de muitas pessoas, mas também viu inúmeras crianças desabrigadas devido aos conflitos. Em seus momentos livres, ela ajudou muita gente, enviando suprimentos para áreas atingidas por desastres, doando para escolas infantis, criando organizações para resgatar mulheres desafortunadas e auxiliando idosos desamparados. Ainda assim, ao se deparar com tanta devastação, seu coração doía, ela era apenas uma pessoa e não podia ajudar todos os necessitados do mundo. — Fazendo um trabalho tão perigoso, ainda assim você mostra essa compaixão, não entendo que tipo de pessoa você é. — A voz que ecoou ao seu lado trouxe ela de volta à realidade. Patrícia levantou o olhar e viu Lembranças, que tinha acordado sem que ela percebes
Patrícia observava o avião do País da Serenidade Azul com preocupação latente, sem saber quem estava a bordo, mas relutante em ver alguém de seu próprio país se machucar.Os dois aviões haviam caído, e Patrícia correu em direção ao local onde o fogo havia consumido a queda.Lembranças, demonstrando bom humor, especulou:— Você acha que há alguma chance de Matheus já estar morto? Seria perfeito se apenas pegássemos o que já está pronto. — Vendo Patrícia distraída, Lembranças a apressou. — No que você está pensando?— Não é nada. Sem hesitar, Patrícia acelerou seus passos e logo avistou um paraquedas pendurado em um galho de árvore."Quem seria? Matheus ou o piloto do País da Serenidade Azul?"Independentemente de quem fosse, ela não ousava parar, correndo suada por todo o corpo.Provavelmente, a pessoa tinha caído nos galhos durante um pouso de emergência, mas era tarde e estavam no meio da floresta, então era difícil identificar.— Sugiro que nos separemos. Você procura a outra pessoa
Vendo algumas pessoas subindo em uma árvore, Patrícia também se apressou em partir. "Não é de admirar que Teófilo tenha perdido o controle, afinal, se trata de Hélio, um assunto que ele nunca conseguiu superar." Ficou claro que Matheus é o principal responsável pela morte de Hélio. Os olhos de Patrícia se enrijeceram de frieza, e ela estava ainda mais determinada a não deixá-lo escapar. Ela ainda não tinha conseguido contato com Lembranças, certamente ainda não haviam encontrado Matheus. Patrícia acelerou o passo, além delas, pessoas de outros dois países também estavam à procura de Matheus. Patrícia analisou em sua mente a direção do acidente aéreo dos dois e, pela posição da aterrissagem de Teófilo, pôde aproximar a localização de Matheus. "Deve estar perto do rio!" Patrícia correu para a margem do rio na escuridão e não demorou muito para encontrar um homem amarrado a um paraquedas, também inconsciente, como Teófilo. Ele estava vestido de preto, era musculoso e alto,
É por isso que as assassinas de elite são tão valiosas, em situações assim, um homem já teria sido estrangulado, enquanto uma mulher ainda tem a chance de argumentar.Patrícia respirou fundo, seus olhos rapidamente se encheram de lágrimas, dando início à sua atuação.— Eu só vi você desmaiado à beira do rio e estava tentando fazer ressuscitação cardiopulmonar para salvar você...— Essa é a sua desculpa para tirar minha roupa? — Indagou o homem, cujo peito ainda estava frio.Patrícia fungou:— O que mais poderia ser? Você acha que eu aproveitaria a situação? Você estava inconsciente, o que mais eu poderia fazer com você?O olhar de Matheus varreu o rosto dela, tentando discernir a veracidade em suas palavras.— Quem é você? Por que está aqui?Enquanto falava, o sangue de um machucado em seu braço já tinha manchado sua roupa e gotas caíam no rosto de Patrícia.— Eu sou médica, estava tentando encontrar uma erva que floresce à noite, e não esperava encontrar alguém desmaiado.— Hahaha. —
Na sua área de especialização, Patrícia se mantinha mais ereta do que o normal:— Você não vai acreditar, mas não se mexa.Felizmente, ela já tinha previsto todas as possibilidades e optado por se passar por médica, razão pela qual sua mochila estava cheia de suprimentos médicos. Ela pegou seu kit de acupuntura e acionou a luz de emergência.Ao ver as agulhas de prata nas mãos dela, Matheus perguntou com frieza:— O que você vai fazer?— Vou ajudar a aliviar sua dor de cabeça. Fique tranquilo, se eu quisesse te matar, teria feito isso quando você desmaiou.Ela não estava errada, afinal, ela teve tempo de tirar sua roupa enquanto ele estava inconsciente.Provavelmente por estar realmente com muita dor, Matheus se agarrou à última esperança e disse friamente:— É melhor você conseguir me salvar, senão farei com que você não tenha um lugar para ser enterrada!Patrícia o ignorou e começou a inserir as agulhas em sua cabeça sob a luz. Ela pensava consigo mesma: Que situação, ainda não enc
Patrícia fingiu medo e disse:— O que você vai fazer? Eu te salvei, me deixe ir, ainda preciso procurar remédios...Matheus colocou ela sobre o ombro com facilidade, como se carregasse um saco de cimento, sem demonstrar piedade alguma.Também pegou a mochila dela e a colocou nas costas:— Não vou deixar você ir antes de curar minha cabeça, desista dessa ideia.Os lábios de Patrícia se curvaram lentamente, e ela fez um gesto em direção ao pequeno bosque de Lembranças.Ela havia mostrado suas habilidades médicas intencionalmente para fazer Matheus perceber sua utilidade, assim ela poderia aproveitar a oportunidade de tratá-lo para secretamente procurar o anel.Talvez também pudesse descobrir mais segredos para seu avô e para Teófilo.As figuras ao longe se aproximavam:— Sr. Matheus, você está bem?— Sr. Matheus, essa é uma prisioneira do inimigo? Por que é uma mulher?— Devemos enterrá-la viva?— Melhor desmembrá-la e alimentar os peixes.O tipo de empregado reflete o tipo de chefe, cad
Rodeada pela escuridão devido à roupa sobre sua cabeça, Patrícia podia claramente ouvir Matheus se inclinando sobre ela e dizendo:— Se eu fosse você, não perderia tanto tempo falando. Enquanto eu não tiver confiança, vocês não conseguirão me persuadir.Patrícia ficou sem palavras.Por causa do anel, ela suportava.Mais cedo ou mais tarde, ela cortaria a cabeça de Matheus e a chutaria como se fosse uma bola!Não sabia quanto tempo havia passado, o carro fez várias curvas antes de finalmente parar, justo quando Patrícia estava prestes a vomitar.Antes que pudesse recuperar o fôlego, alguém a pegou novamente.Logo foi jogada descuidadamente no chão frio, quase quebrando seus ossos.Furiosa, Patrícia jogou para o lado a roupa que estava sobre sua cabeça, pois havia se atrevido a não se mover antes, por medo de descobrir algum segredo que pudesse levar à sua morte imediata.Se levantou do chão e, apontando para o nariz de Matheus, exclamou:— Que tipo de monstro você é? Você não é nada alé
Patrícia, mesmo tendo enfrentado alguns revezes nos últimos anos, nunca havia sido ofendida dessa maneira. No momento, a identidade do outro não importava mais para ela. Aproveitando o elemento surpresa de Matheus, Patrícia ergueu a mão e aplicou um forte tapa em seu rosto. O estalo ressoou por todo o ambiente. Matheus, reagindo apenas após o impacto, irritado, segurou os braços de Patrícia acima da cabeça dela. Ele estava com o tronco sem roupa, e a cena tinha um quê de intimidade inusitado. Um empregado trajado de preto tossiu discretamente, cobrindo a boca com o punho em um gesto de constrangimento. Os olhos de Matheus, cintilando faíscas de raiva, e ele, entre dentes cerrados, falou: — Você teve a audácia de me bater? — Sim, eu bati, seu patife! Me solte, seu depravado! — Patrícia, ainda com os braços contidos, não se rendeu. Ela se impulsionou para frente, batendo sua cabeça contra a de Matheus. Com um baque surdo, ambos sentiram o choque do impacto, ficando atordo